segunda-feira, 31 de maio de 2021

Entrevista - Spleenful: Metal Extremo, Sinfonias e Poesias Dark e Expectativa pelo Full-Lenght




A banda Gaúcha Spleenful foi formada em 2012 com a proposta de fazer um Metal diferenciado e sem se prender a rótulos. Com influêcias que passam pelo Gothic e Dark Metal, Black, Death e até mesmo o Prog Metal e Djent. Sinfonias obscuras sob a perspectiva da poesia maldita, do oculto e de contos de horror também são elementos que constituem o universo musical criado pela Spleenful.

Depois de EPs, singles e vídeos que obteram uma resposta muito boa de público e crítica, além de vários shows, inclusive como suporting act para nomes como Moonspell e Therion, a banda passou por um período de reformulação e agora em 2021, com um novo line-up, está produzindo seu primeiro full-lenght.

Com certeza uma estreia bastante aguardada por quem acompanha o grupo, e que abrirará novas portas para esta original e ótima banda do Sul do país, que sempre revela nomes de peso no cenário do Metal brasileiro.

Conversamos com a banda para saber mais deste importante passo, que é a produção do álbum, o andamento da produção e alguns dos planos a curto e médio prazo. Confira!

 
RtM: Dizem que tudo tem a hora certa, então finalmente chegou o momento do Spleenful lançar seu full-lenght? Além da experiência adquirida através dos anos, que fatores mais vocês colocariam como fundamentais para a realização deste debut?

Bia Giovanella: Na minha opinião, como co-fundadora da banda, acredito que o fundamental foi encontrar pessoas que tivessem os mesmos ideias que nós, é difícil ter numa banda ou até mesmo numa família pessoas que pensam iguais, é impossível, mas no Spleenful isso aconteceu.

Encontramos pessoas boas não só como músicos, mas também pessoas humildes e que querem levar a nossa música pra frente, pensam no futuro da banda, no que é melhor pra todos, mesmo as vezes tendo desentendimentos, entramos num consenso e isso fortaleceu muito o Spleenful no que é hoje.

Elias: Acreditamos que existe o momento certo e hora certa para as coisas acontecerem, mas que, principalmente, com planejamento, muito trabalho e com todos com o mesmo propósito.


 
RtM: A banda está com line-up, e acredito também com o fôlego renovado, falem-nos  um pouco sobre esse novo momento.

Elias: Os novos integrantes surgiram mais ou menos no segundo semestre de 2020. Logo demos início a produção e criação das novas músicas, que na verdade já existiam,  haviam prés de guitarras, linhas de teclado e vocais.

Drax: Ficou na minha mão, e do baixista, que entramos agora na banda, fazermos nossas partes e compor as nossas linhas nas músicas. E todo o processo foi se tornando muito animador, nos incentivou tanto que mesmo com a saída de um dos guitarristas nós seguimos em frente compondo e trabalhando no material novo. Sempre com foco, fazendo reuniões para pontuar e acertar detalhes dos trabalhos, tanto como prazos.

Elias: Este é um detalhe muito importante, ter metas e prazos pra que tudo funcione e não seja simplesmente deixado de lado.

 
RtM: Nesta época de pandemia, em que tivemos que nos resguardar mais, além de várias restrições e atividades que estão ainda paradas, inclusive os shows ao vivo, vocês acham que pode atrapalhar a divulgação do trabalho? Que estratégias vocês pretendem utilizar para uma boa promoção do disco?
 
Elias: Pode sim e atrapalha. O artista vive de shows, ele precisa do palco. Tanto pela natureza da arte quanto pelo retorno financeiro, ainda mais na era tecnológica em que o pessoal vive no mundo virtual e tem tudo praticamente de graça. Então os shows compõem boa parte dos rendimentos de uma banda. 

Mas claro, a internet tem seus pontos positivos e negativos. Inclusive muitos artistas estão sobrevivendo por causa da internet, e a estratégia é justamente essa: produzir conteúdo digital, trabalhar nas redes sociais com vídeos, fotos, etc. Investir no marketing digital, e assim que possível, trabalhar pra fazer um show de lançamento do novo trabalho, com a qualidade que sempre mantivemos, investir no merchandising, CDS físicos, camisetas, que no metal gera um bom retorno.
 
 
 
RtM: Por outro lado, quem teve mais tempo para ficar em casa, e também não tendo muitas opções de lazer ou viagens, e até mesmo de tocar ao vivo devido as restrições, pode dedicar esse tempo para compor ou expandir o trabalho através das redes sociais. Contem-nos como foram essas atividades nesse último ano e se vocês aproveitaram para criar ou desenvolver composições.

Drax: Com certeza, o home office e o isolamento contribuíram de forma positiva nesse sentido.
Nós conseguimos fazer uma boa imersão criativa e trabalhar num bom material que vocês vão conferir assim que for lançado.

Praticamente, o Elias trabalhava nas guitarras em casa e mandava pra gente os GuitarPro antes de gravar a guia oficial, e enviava vídeos tocando as composições e eu fazia minha parte em casa também. Escutava tudo, colocando minhas linhas de bateria em cima, gravava com celular mesmo, mandava para o pessoal e a gente trocava ideias sobre tudo de forma bem democrática.

Elias: E o mesmo acontecia com os outros instrumentos. Em seguida o baixista também colocava a linha de baixo, isso tudo nas prés, os vocais de certa forma eram mais tranquilos, usávamos mais o GuitarPro pra fazer os arranjos de  teclados. Enfim, com a junção das partes de instrumentos, os vocalistas tinham uma visão do todo, a partir disso trabalhavam nos vocais. Com exceção da batera, todos gravaram suas prés em casa mesmo.

Drax: No último mês antes do início das gravações das baterias, eu e o Elias fizemos ensaios semanais somente guitarra e bateria, para finalizarmos as linhas de bateras, trabalhando os detalhes para chegarmos o mais pronto possível na hora da gravação oficial.
 

RtM: E como tem funcionado a maneira de compor na banda?
 
Elias: As composições desse álbum foram feitas por mim e pelo Tiago, mas todos podem colaborar tanto com composições e também arranjos. Tudo é escrito antes em partituras, antes da pré ser gravada. 
Temos dois músicos com formação acadêmica, a Bia o Draxl, mas todos os integrantes dominam a parte teórica, o que facilita muito todo o processo.
Não nos prendemos a conceitos, buscamos sempre fugir do comum, não seguindo clichês existentes no Metal.

Bia GiovanellaA maneira de compor na banda evoluiu muito, antigamente o Tiago criava as músicas, eu adicionava meus vocais e o restante da banda seguia a partitura, hoje já é diferente, a banda se tornou mais unida a partir do momento que temos uma ideia e evoluímos a partir dela, escrever as músicas utilizando programas como guitar pro e musescore ajudou muito, pois temos o Lucas por exemplo, que mora em Bagé e ajuda muito na composição.
 
Sem contar que, cada um adiciona sua característica musical, seja eu, mesclando lírico com belting, o Elias unindo o technical death metal com o dark, o Drax unindo o metal progressivo. Eu como musicista vejo que as composições estão em outro nível, pois cada um de nós adicionou um pouco de si nelas.



RtM: E quanto ao andamento da produção e gravação, o que vocês podem nos adiantar a respeito? Já possuem uma previsão de conclusão do álbum?

Drax: Gravamos as baterias em janeiro, em fevereiro foi ,a vez das guitarras, vamos gravar os baixos em abril, depois ainda tem que agendar teclados, vocais e por fim, mixagem e masterização. 

Quem sabe alguma coisa adicional depois, se sentirmos que possa agregar a composição do material. Mas falando em prazo real, acreditamos que no final do primeiro semestre deste ano, talvez início do segundo, mas até lá ainda tem muita coisa pra rolar.

 
 
RtM: No álbum vão entrar somente músicas inéditas ou teremos novas versões das faixas do EP e singles?

Drax: Somente músicas inéditas, uma ou outra nem tão inédita. Tem a “Noir” que é uma faixa que inclusive já foi tocada em shows, mas como não foi gravada oficialmente, fizemos um novo arranjo e e vai estar no novo álbum.

As músicas inéditas estão muito boas, estamos com uma grande expectativa para o lançamento desse material, foi tudo feito com muito cuidado e paixão pela música, cada um acrescentando um pouco da sua bagagem.
 

RtM: A Spleenful surgiu com o intuito de fazer Metal sem se prender a um rótulo específico, e o EP e singles da banda mostram essa diversidade, com uma sonoridade que transita por elementos do Dark, Gothic, Death e Symphonic. E as composições atuais? Vocês conseguiriam descrever um pouco do que os ouvintes podem esperar?

Elias: Esse foi o fator que me fez ingressar no Spleenful seis anos atrás, não se prender a rótulos. E isso se mantém com a entrada do Draxl na bateria e do Lucas no baixo.

As composições novas terão elementos de Industrial e até de Djent, bem técnicas, mantendo brutalidade e melodia.



RtM: Quais seriam atualmente as influências mais fortes que compõem a sonoridade da banda?

Drax: Com certeza, Scepticflesh e Gojira, o pessoal que compõe as melodias tem muita influência de Devin Townsend.



RTM: E você Bia, como musicista e compositora, além de co-fundadora da banda, nesta atual fase, o que você destacaria de novos elementos e técnicas que você utilizou nas novas composições?

Bia Giovanella: Uma parte que está sendo desafiadora pra mim, é que assumi as teclas, como sou formada em música, minha formação é de piano popular, mas nunca toquei Metal e está sendo um experiência super legal, estou aprendendo e também adicionando detalhes da música popular nas músicas, como somos brasileiros por que não adicionar trechos de bossa nova? É uma influência da maior parte da banda, então terá no nosso álbum, coisas novas, mas vamos continuar fazendo o dark metal que sempre fizemos, mas de cara nova.


 
RtM: E Bia, falando na parte dos vocais, o que você citaria também de novidades técnicas e influências que você agregou ao seu conhecimento e adicionou na sonoridade da banda?

Bia Giovanella: Como musicista, adicionei mais detalhes do belting e também me aprofundei nas notas graves, antes as músicas eram medianas ou muito agudas, dessa vez estou tentando brincar um pouco mais e mostrar para as pessoas que vão nos ouvir, o meu lado mais técnico, que é do lírico ao popular.


RtM: E quanto a parte lírica? Que temas a banda abordará? Esses tempos quase que caóticos trouxeram algum tipo de inspiração?

Elias: As novas músicas ainda abordam temas como ocultismo e literatura de horror como antigamente, mas dessa vez possuem uma abordagem bem mais pessoal e aberta a interpretações. O Tiago que escreve as letras e ele tem inserido temas como psicanálise, astronomia e política de maneira bem metafórica.

Por exemplo, temos uma música nova chamada “Zeitgeist” que é a nossa maneira de expressar um protesto contra a desvalorização da arte e da cultura nesses tempos sombrios em que vivemos.
 
 
 
RtM: Para o lançamento do álbum, vocês planejam lançar em formato físico e digital? De forma independente ou com parceria de algum selo?

Elias: Sim, a ideia é fazer físico, em formato digipack, estamos fechando a arte com um grande artista, mas ainda não podemos divulgar.
Vamos buscar não só um selo, mas sim uma gravadora, estará nas plataformas digitais, mas pretendemos deixar algo exclusivo para os formatos físicos.
 
 
 
RtM: E o que vocês veriam como mais desafiador para a banda neste momento atual?

Elias: Toda essa questão econômica, que para os artistas e bandas é ainda a pior,  todo o staff de profissionais do setor de shows e eventos. 

Drax: Acreditamos que que quando normalizar a situação não é uma boa ideia sair fazendo turnês e shows, pois a oferta será muito grande, podendo atrapalhar, então iniciaremos esse processo com calma.

Bia: No momento, o desafio está sendo o tempo, nem todos trabalham somente de música ou como músicos e nos encontrar para as gravações tem sido puxado, temos que acertar horários até mesmo para reuniões, pois nem sempre alguém pode, por conta do trabalho.
 

RtM: Pessoal, obrigado pela entrevista fica o espaço para suas considerações finais, e ficaremos de olho nas atualizações sobre o álbum, que ele logo esteja disponível e também estejamos em tempos melhores!

Elias: Agradecemos o espaço do Road To Metal, espero poder rever os amigos nos shows e festivais, apesar do momento caótico estamos conseguindo gravar nosso álbum,  e que terá uma sonoridade única, o que nos deixa em êxtase.

Drax: Peço para que os leitores mantenham o distanciamento e usem máscara.

Bia: O Spleenful está com uma nova cara, acredito que quem ouvir o novo álbum, vai experimentar algo diferente do que já havíamos feito. Estamos felizes com os resultados que estamos construindo e empolgados para mostrar para os nossos fãs o novo Spleenful.


Entrevista: Carlos Garcia

Line-up:
Tiago Alano: Vocais
Bia Giovanella: Vocais
Elias Mendes: Guitarras
Drax the Ax: Bateria
Lucas Ollé: Baixo



Siga a banda:






sábado, 22 de maio de 2021

Skarlett Riot: Evolução e Sopros de Novidades no Symphonic Metal

Parece que com atual cenário mundial onde as bandas não podem mais se apresentar ao vivo, muitas estão investindo suas energias para produzir bons álbuns. Uma das bandas que me surpreendeu recentemente foi a Skarlett Riot, um quarteto do Reino Unido que lançou no dia 07 de maio seu terceiro álbum intitulado “Invicta”, via Despotz Records. 

O álbum já começa mostrando muito potencial com “Breaking the Habit”, um som pesado que contrasta incialmente com os vocais limpos de Skarlett. Para mim um dos destaques desse álbum certamente é “Gravity”, rápida e intensa, já começa com os gritos do guitarrista Danny Oglesby contrastando com os vocais melódicos. 

Em “Black Cloud” podemos contemplar uma Skarlett versátil alternando entre algo emocional e algo mais agressivo. A cada faixa que eu fui ouvindo pude notar quanto potencial a banda tem. Em “Underwater” por exemplo, podemos sentir a emoção nos riffs enquanto Skarlett canta “alguém me salve”. 

Em seguida, uma das minhas faixas favoritas, “Stronger”, com uma bateria poderosa e explosiva e vocais carregados de emoção. Em “Cut the Tie”, Danny Oglesby mostra muita habilidade com guitarra, no momento em que começou o solo, roubou toda minha atenção. 

Em “Into Pieces” o ritmo diminui, mas o peso retorna gradativamente. Em “Not Alone” a intensidade está de volta e dessa vez com um refrão que gruda na cabeça. 

Enquanto isso, em “To the Flames” a força da bateria é tão satisfatória que me faz sentir que eu seria capaz de ouvi-la o dia todo sem enjoar. Para não dizer que tudo é perfeito nesse álbum, depois de ter ouvido tanta versatilidade nas músicas anteriores, “Falling” soou um pouco genérica pra mim, mas a música não é ruim.

Encerrando o álbum com chave de ouro “Human” tem uma breve introdução feita com piano e elementos eletrônicos ao fundo, mas a calmaria é interrompida pela explosão dos riffs e da bateria. Para quem já acompanha a banda e já ouviu os trabalhos anteriores, é perceptível a evolução de todos os integrantes a cada novo trabalho. 

“Invicta” é a prova dessa evolução e tornou-se meu álbum favorito do Skarlett Riot. Em um momento em que meu gênero preferido, o Metal Sinfônico, tem mostrado tantos trabalhos mais do mesmo, é bom dar uma respirada e ouvir bandas com uma sonoridade diferente, e eles vieram bem a calhar.

Texto: Raquel de Avelar

Banda: Skarlett Riot
Álbum: "Invicta" 2021
País: Inglaterra
Estilo: Symphonic/Power Metal
Selo: Despotz Records
Media: CMM Music

Line-up

Chloe ‘Skarlett’ Drinkwater – Lead Vocals/Guitars

Danny Oglesby – Guitars/Backing Vocals
Tim Chambers – Bass/Backing Vocals
Luke Oglesby – Drums


Tracklist:

01. Breaking The Habit
02. Gravity
03. Black Cloud
04. Under Water
05. Stronger
06. Cut The Ties
07. Into Pieces
08. Not Alone
09. To The Flames
10. Falling
11. Human



quarta-feira, 19 de maio de 2021

Phil Campbell and the Bastard Sons: Rock and Roll com Peso e Naturais Nuances Motörhead


O guitarrista galês Phil Campbell escreveu definitivamente seu nome na história do Rock & Roll, principalmente pela sua carreira dedicada ao Motörhead, a lendária banda britânica, da qual fez parte de 1984 e até 2015, quando o vocalista, baixista e fundador Lemmy Kilmister faleceu ao final daquele ano, e consequentemente, causando o fim da banda.


Phil então, além de participar de tributos e aparições como convidado em trabalhos de outros artistas, fundou em 2016 a Phil Campbell and the Bastard Sons, banda que traz na formação seus três filhos, Todd, Dane e Tyla Campbell, e o vocalista Neil Starr.

O Bastard Sons logo lançou um EP de estreia, e foi banda convidada em shows de grupos como Hawkwind, Guns and Roses e Saxon. Em 2018, lançam o primeiro álbum completo, "The Age of Absurdity".  


O trabalho foi muito bem recebido, e a sonoridada que mescla o Rock & Roll, Classic Rock e Metal, é enérgica e traz também  nuances do velho Motor, algo natural, pois Phil foi por longos anos o dono das 6 cordas da lenda britânica, e contribuiu com muito de sua personalidade na evolução do grupo. Em 2019, Phil lançou seu álbum solo, "Old Lions Still Roar" (Velhos Leões Continuam Rugindo).

Ao final de 2020, Phil apresentou este segundo trabalho com a banda "família", o Bastards Sons, "We're the Bastards ",  trazendo  muito Rock and Roll pesado, com toques de Classic Rock, Metal, Blues, e claro, aqueles ares do que o guitarrista fez no Motörhead, na parceria de mais de três décadas com Lemmy.

"We're the Bastards" mostra que a banda está mais segura e consistente, e trouxe mais diversidade ao som, como na cadenciada e com nuances Blues "Born to Roam", destacando o solo com wha-wha, e em "Desert Song", também de andamento mais arrastadão, influências de Blues Rock, com direito a intervenções de harmônica.

O fechamento com "Waves" traz também surpresas, como a intro do baixo, linhas mais melódicas e clima "baladeiro".


E claro, temos muito Rock and Roll cativante e com pegada, como em "We're the Bastards" e "Keep your Jacket on", e os Rocks acelerados e com aquela "sujeira", que remetem imediatamente ao que Phil fazia ao lado de Lemmy, como em "Son of a Gun" e "Destroyed". 

Bom, em vários momentos, naturalmente vamos encontrar coisas que lembrem o trabalho de Phill no Motörhead.

Destaque também para as pesadas e encorpadas "Promises are Poison", com seus riffs e refrão marcantes, "Bite my Tongue", com seu groove e peso e a porradona "Lie to Me".

Uma ótima opção para fãs da antiga banda de Phill, e de um Rock & Roll com peso, recheado de riffs de guitarra e refrãos marcantes, e claro, com muita atitude e honestidade.


Texto: Carlos Garcia

Line-up

Phil Campbell | Guitar
Todd Campbell | Guitar
Tyla Campbell | Bass
Dane Campbell | Drums
Neil Starr | vocals

Tracklist

We’re The Bastards 
• Son Of A Gun 
• Promises Are Poison 
• Born To Roam 
• Animals 
• Bite My Tongue 
• Desert Song
• Keep Your Jacket On 
• Lie To Me 
• Riding Straight To Hell 
• Hate Machine 
• Destroyed
• Waves 


Confira na loja da Shinigami





sábado, 15 de maio de 2021

Entrevista - Diva Satanica (Nervosa): "Acredito que a Nova Nervosa Soa Mais Poderosa"

 


O comunicado da separação da NERVOSA em abril do ano passado, foi uma das notícias de maior impacto no meio Metal brasileiro, inclusive ganhando destaque no exterior, devido a tudo que o trio brasileiro  vinha conquistando, contrato com o selo europeu Napalm Records,  muitas tours, inclusive sendo escalada para grandes festivais.

Mas rapidamente quaisquer dúvidas sobre a continuidade da banda se dissiparam, e a fundadora Prika Amaral não tardou em avisar que a Nervosa prosseguiria, e poucos dias depois, início de maio, as novas integrantes foram anunciadas, e a banda agora seria um quarteto e com integrantes de diferentes países: Diva Satanica (vocais, Espanha), Mia Wallace (baixo, Itália) e Eleni Nota (bateria, Grécia).

Mesmo a distância e com as restrições da pandemia, o novo line-up iniciou a composição do novo álbum, "Perpetual Chaos", lançado agora em 2021 e que recebeu excelente aceitação. Para falar um pouco mais de todo esse processo, conversamos com a atual frontwoman da Nervosa, Diva Satanica (Rocío Vázquez), que também expressou toda sua empolgação com a banda, o novo álbum e a resposta positiva em geral. Confira!  (Versión en español AQUÍ)


RtM: Em primeiro lugar, gostaria de falar sobre a sua participação na edição espanhola do programa "The Voice". Suas performances foram muito brilhantes. As reações dos jurados eram muito positivas e claro, eram surpreendidos. Conte-nos sobre essa experiência, os pontos positivos e negativos e, por fim, como você se sentiu em relação às reações das pessoas? E se é possível acreditar que pode haver uma aceitação maior do Metal novamente em espaços mais mainstream?

Diva: Participar do programa foi uma experiência magnífica, aprendi muito e me livrei de muitos preconceitos em relação a outros estilos musicais. (Confira vídeo aqui)

Aqui na Espanha as pessoas são muito apaixonadas, e se não amam algo, odeiam, então recebi muito apoio, mas também alguns comentários negativos que curiosamente vieram de um ou outro metalhead que ficava indignado por, segundo eles, eu ter colocado o Metal no mesmo nível de gêneros musicais que eles despresavam, como o pop.

Nunca concordei com isso porque ouço todos os tipos de música, e acredito que o Metal nunca será capaz de ter a mesma consideração que os outros estilos se insistirmos em nos fecharmos.

RtM: E agora nessa estreia com a Nervosa, como você está sentindo a reação dos fãs e da imprensa em geral ao álbum "Perpetual Chaos"?

Diva: Estamos muito gratas e afortunadas pela incrível resposta da imprensa e dos fãs. É sempre difícil aceitar a perda de integrantes tão queridas por fãs como a Fernanda e Luana, mas felizmente essa mudança no line-up resultou em 2 bandas compostas por mulheres muito interessantes, então acho que todas saímos ganhando.


RtM: Quando foi anunciada uma nova formação do Nervosa, muitos pensaram que tudo aconteceu muito rápido, como aconteceram os primeiros contatos para você ingressar na banda? Teve algum contato antes do anúncio da saída da Fernanda e Luana?

Diva: Quando Fernanda e Luana decidiram sair da banda, Prika decidiu continuar com o projeto e para isso teve que fazer uma lista de algumas pessoas com quem gostaria de trabalhar, inclusive nós.

Ela nos enviou uma mensagem perguntando se gostaríamos de fazer um teste para a banda e não hesitamos. Nos sentimos muito afortunadas por poder nos encontrar na estrada e poder trabalhar juntas, elas são pessoas maravilhosas e muito talentosas.

RtM: Nervosa é uma banda brasileira que hoje conta com integrantes de diversas partes do mundo. Teve algum contato ou conheceu algum dos integrantes da formação atual?

Diva: Prika seguia Mia nas redes sociais graças a sua adição a Abbath e Triumph Of Death. Ela descobriu Eleni em uma página de bateristas tocando um cover do Slipknot e ficou fascinada, e ela me conheceu em 2019 na turnê de Nervosa pela Espanha, na qual minha banda Bloodhunter abriu para elas.


RtM: Algumas publicações chegam a citar essa nova formação como uma espécie de "supergrupo". Gostaria que você comentasse sobre isso e se esse nome, além da banda já ter um nome conhecido, coloca algum tipo de pressão extra nesse novo álbum.

Diva: Suponho que todas nós, ao enfrentarmos esta nova etapa com um legado tão importante quanto o da Nervosa, sentimos certa pressão por não querer decepcionar os antigos fãs.

Ficamos muito surpresas que além de nos devolverem um imenso amor e apoio, as portas foram abertas para novos fãs que reconhecem que, por causa da nova formação, aproveitaram para conferir o álbum e ficaram fascinados. Com isso nos motivamos a continuar trabalhando muito.


RtM: Em sua avaliação pessoal, quais são as principais contribuições que você deu ao Nervosa, e quais você destacaria como diferenças em relação à banda atual com a formação anterior?

Diva: Todos nós contribuímos com nossas influências pessoais que pouco tinham a ver com o Thrash, embora também seja um estilo que gostamos, mas por uma razão ou outra estivemos envolvidos em projetos que estão longe disso musicalmente falando.

Logicamente ao lidar com um registro vocal diferente, que é perceptível nas composições, acho que adicionamos um pouco de diversidade na abordagem vocal tentando lidar com tons graves e agudos e alguma outra textura nos refrãos, que graças a Martin Furia, nosso produtor, eu fui capaz de encontrar.

Acho que o novo Nervosa soa mais potente, mas sem abandonar uma certa melodia, o que nos fez abrir o leque para muitos públicos diferentes.


RtM: Das novas músicas, qual você está mais ansiosa para tocar ao vivo?

Diva: Qualquer uma delas porque será nossa primeira vez juntas e a primeira vez que essas músicas serão tocadas ao vivo. Acho que "Under Ruins" ou "Until The Very End" serão algumas das mais emocionantes por causa da mensagem de suas letras.


RtM: e as músicas dos álbuns anteriores? Quais são seus favoritos? Você mudará algumas coisas nas linhas vocais para imprimir sua marca nelas?

Diva: Vou fazer o meu melhor para não fazer grandes mudanças, pois são ótimas músicas e que os fãs da banda amam, e eu como fã também hehehe! Mas não posso deixar de fazer com que soem um pouco diferentes porque meu registro é diferente, o que também pode ser interessante para adicionar outras nuances. Sem dúvida, "Kill The Silence" ou "Into Moshpit" são algumas das minhas favoritas.


RtM: Eu li algumas declarações de Prika de que quando você veio ao estúdio, as próprias ideias estavam praticamente prontas, o desafio em questão era apenas gravar. Como foi participar desse processo um tanto acelerado?

Diva: Não, todos nós participamos do processo de composição do álbum. Havia dias em que Prika nos mandava um riff e pedia a cada uma de nós para adicionar sua parte, ou apenas pensava em um conceito e nos pedia para trabalhar nele.

Havia também alguma música ou alguma letra que a Prika já compunha há muito tempo, de projetos anteriores, mas foi um trabalho conjunto com o nosso produtor Martín Furia que tem feito um trabalho magnífico.

Sem dúvida foi um desafio poder trabalhar à distância e também com pessoas que você não conhecia, mas todas têm uma ótima atitude e uma mente muito aberta, o que tornou o processo muito mais fácil. Quando chegamos ao estúdio, tínhamos a pré-produção das faixas prontas, mas fizemos algumas mudanças em tempo real.


RtM: O documentário editado pela Napalm Records mostrando as gravações do novo álbum em Málaga, na Espanha, gerou uma grande expectativa do que os fãs poderiam esperar e, claro, uma relação mais próxima com o público, ainda mais em uma situação de caos extremo em que vivemos atualmente. Conte-nos um pouco mais sobre esses dias de estúdio e as gravações do documentário de apresentação “Perpetual Chaos”.

Diva: Achamos que seria uma boa ideia fazer um documentário sobre todo o processo para que as pessoas pudessem nos conhecer um pouco mais e testemunhar o que estava acontecendo naquele momento tão especial para a banda. Acho que também deu um halo de esperança às pessoas em meio a uma situação horrível com a qual poucas bandas conseguiram trabalhar devido a restrições.

 

RtM: Conte-nos um pouco sobre como você começou na música, suas principais inspirações como vocalista e como você estava moldando seu estilo, decidindo que esse estilo mais extremo era o que você queria seguir.

Diva: Sempre fui uma amante da música, mas quando tentei aprender a tocar violão ou cantar melódico, não me senti confortável o suficiente para continuar tentando. A primeira vez que ouvi metal extremo fiquei com medo haha. Mas então me aconteceu a mesma coisa que acontece com os filmes de terror, eu queria descobrir um pouco mais e então percebi que talvez esse pudesse ser o meu lugar na música.

Levei muitos anos para aprender porque não consegui encontrar nenhum professor ou músico que pudesse me ajudar, mas com muito sacrifício e perseverança finalmente consegui avançar. Se não fosse pelo Dani (guitarrista da minha outra banda Bloodhunter), que me incentivou a escrever as letras do seu projeto e tentar aprender a cantar, eu não estaria aqui hoje. Naquela época, Sabina Classen foi a primeira mulher que pude ver em vídeo e talvez Angela Gossow (naquela época no Arch Enemy), a primeira que pude ver ao vivo.

RtM: Recentemente, houve uma ação muito interessante de artistas italianos em uma comunidade ao vivo onde eles subiram ao palco no dia em que terminou um ano de pandemia. Mas para surpresa de todos, não houve "show", mas silêncio, representando o que todos nós sentimos ao redor do mundo. 

Fernando Ribeiro do Moonspell expressou sua solidariedade às bandas que fizeram parte desta ação, e trouxe uma reflexão muito interessante, apoiando o manifesto: que não é possível fazer um show sem uma equipe técnica e um palco. Muitos fãs criticaram fervorosamente tal atitude. Na sua opinião, como você vê esse tipo de expressão artística, principalmente na atual conjuntura em que vive o mundo?

Diva: Fernando é um artista que sempre admirei muito como músico e como pessoa. A música, como a arte em geral, vive tempos muito difíceis devido à falta de apoios e alternativas por parte dos governos de alguns países.

É terrível ver quantas bandas deixaram a indústria e quantos profissionais do setor estão se formando em áreas que nada têm a ver com música porque é impossível para eles sobreviverem nessas condições. Está provado que podemos realizar eventos com segurança, então por que os governos não apoiam a cultura?


RtM: Já temos alguns países que já estão planejando o retorno dos eventos com público, quais são as suas expectativas em relação a esse retorno? Ainda é muito cedo? Devemos esperar mais?

Diva: A Espanha, por exemplo, é a imagem cuspida da contradição: enquanto em algumas regiões nem sequer permitem a abertura de estabelecimentos hoteleiros, noutras como Madrid organizam-se quase desde o início da pandemia, pequenos concertos em locais com capacidade reduzida.

Pode não ser o mais lucrativo, mas permitiu que muitas salas de concerto e artistas continuassem trabalhando. Acredito que com as medidas necessárias e capacidade ao ar livre (mesmo com o público sentado, distância social e máscara), grandes coisas podem ser feitas.


RtM: Obrigado pela entrevista. Esperamos ver a banda no palco em breve!

Diva: Muito obrigada pelo interesse e por nos ceder seu espaço. Estamos ansiosos para conhecer todos vocês e desfrutar deste álbum ao vivo. Cuidem-se bem, um grande abraço!


Entrevista por: Renato Sanson e Carlos Garcia

Edição e tradução: Carlos Garcia


Nervosa site oficial






Entrevista - Diva Satanica (Nervosa): "Creo que las nuevas Nervosa suenan más poderosas"

 


El anuncio de la separación de NERVOSA en abril del año pasado, fue una de las noticias con mayor impacto en el Metal brasileño, incluso ganando protagonismo en el exterior, debido a todo lo que venía conquistando el trío brasileño, contrato con el sello europeo Napalm Records, muchas giras, incluido el casting para los principales festivales.

Pero cualquier duda sobre la continuidad de la banda se disipó rápidamente, y la fundadora Prika Amaral se apresuró a advertir que Nervosa continuaría, y unos días después, a principios de mayo, se anunciaron los nuevos miembros, y la banda ahora sería un cuarteto y con miembros de diferentes países: Diva Satanica (voz, España), Mia Wallace (bajo, Italia) y Eleni Nota (batería, Grecia).

Incluso a distancia y con las restricciones de la pandemia, la nueva formación inició la composición del nuevo álbum, "Perpetual Chaos", lanzado ahora en 2021 y que obtuvo una excelente aceptación. Para hablar un poco más de todo este proceso, hablamos con la actual cantante de Nervosa, Diva Satanica, quien también expresó toda su emoción con la banda, el nuevo disco y la respuesta positiva en general. ¡Lee abajo!  (Versão em.português CLIQUE AQUI)



RtM: En primer lugar, quería hablar de su participación en la edición española del programa "The Voice". Muy brillantes sus actuaciones. Muy buenas reacciones de los jueces. Cuéntanos sobre esa experiencia, los puntos positivos y negativos, y finalmente, cómo te sentiste con las reacciones de la gente? y si es posible creer que puede haber una mayor aceptación del Metal nuevamente en espacios más mainstream?

Diva: Participar en el programa fue una experiencia magnífica, aprendí mucho y me deshice de muchos prejuicios con respecto a otros estilos musicales. Aquí en España la gente es muy apasionada, y si no aman una cosa, la odian, por lo que recibí muchísimo apoyo pero también algún comentario negativo que curiosamente provenía de algún metalero que se indignaba por haber puesto, según él, el metal a la altura de géneros musicales tan deleznables como el pop. 

Nunca he estado de acuerdo con esto porque yo escucho todo tipo de música, y creo que el metal nunca va a poder tener la misma consideración que otros estilos si nos empeñamos en encerrarnos en nosotros mismos.
 


RtM: Y ahora este debut con Nervosa, ¿cómo está sintiendo la reacción de los fans y la prensa en general al disco "Perpetual Chaos"?

Diva: Nos sentimos muy agradecidas y afortunadas por la respuesta tan increíble de la prensa y de los fans. Siempre es difícil aceptar la pérdida de miembros tan queridos por los fans como Fernanda y Luana, pero felizmente este cambio de formación ha dado lugar a 2 bandas formadas por mujeres muy interesantes, por lo que creo que todos salimos ganando.



RtM: Cuando se anunció una nueva formación de Nervosa, muchos pensaron que todo pasó muy rápido, ¿cómo se produjeron los primeros contactos para unirse a la banda? ¿Tenían alguna encuesta antes de que se anunciara la salida de Fernanda y Luana?

Diva: Cuando Fernanda y Luana decidieron dejar la banda, Prika decidió continuar con el proyecto y para ello tuvo que hacer una lista con algunas personas con las que le gustaría trabajar entre las cuales estábamos nosotras. 

Nos envió un mensaje preguntándonos si nos gustaría hacer una audición para entrar a la banda y no lo dudamos. Nos sentimos muy afortunadas de haber podido encontrarnos ene l camino y de poder trabajar juntas, todas son magníficas personas y muy talentosas.

 

RtM: Nervosa es una banda brasileña que ahora cuenta con miembros de diferentes partes del mundo. ¿Tuvo algún contacto o conoció a alguno de los miembros de la formación actual?

Diva: Prika seguía a Mia a través de las redes sociales gracias a su incorporación a Abbath y Triumph Of Death. A Eleni la descubrió en una página de bateristas femeninas tocando un cover de Slipknot y quedó fascinada, y a mí me conoció durante 2019 en la gira de Nervosa por España en la que mi banda Bloodhunter les teloneaba.
 

RtM: Algunas publicaciones incluso citaron esta nueva formación como una especie de "supergrupo". Me gustaría que comentaras al respecto y si ese nombre, además de que la banda ya tiene un nombre conocido, pone algún tipo de presión extra en este nuevo álbum.

Diva: Supongo que todas al afrontar esta nueva etapa con un legado tan importante como el de Nervosa, hemos sentido cierta presión en cuanto a que no queríamos defraudar a los antiguos fans.  

Nos ha sorprendido mucho que además de devolvernos un cariño y un apoyo inmenso, se han abierto las puertas a nuevos fans que reconocen que con el revuelo de la nueva formación aprovecharon para dar una escucha y quedaron fascinados. Con eso nos quedamos y nos motivamos para seguir trabajando muy duro.

 

RtM: En tu valoración personal, cuáles son las principales aportaciones que aportaste a Nervosa, y qué destacarías como diferencias con la banda actual con una formación antigua?

Diva: Todas hemos aportado nuestras influencias personales que poco tenían que ver con el Thrash aunque también es un estilo que nos guste, pero por uno u otro motivo nos hemos visto envueltas en proyectos alejados del mismo musicalmente hablando. 

Lógicamente al manejar un registro vocal diferente, eso se nota en las composiciones, creo que hemos añadido un poco de diversidad en la aproximación vocal intentando manejar tonos graves y agudos y alguna otra textura en los coros que gracias a Martin Furia, nuestro productor, he sido capaz de encontrar. 

Creo que las nuevas Nervosa suenan más poderosas pero sin abandonar cierta melodía, lo que ha hecho que abramos el abanico a muchos públicos diferentes.

 

RtM: De las nuevas canciones, cuál tiene más ganas de tocar en vivo?

Diva: Cualquiera de ellas porque va a ser nuestra primera vez juntas y la primera vez que estas canciones suenan en vivo. Supongo que “Under Ruins” o “Until The Very End” serán algunas de las más emocionantes por el mensaje de su letra.
 


RtM: ¿ y las canciones de los álbumes anteriores?  ¿Cuáles son tus favoritas? ¿Cambiarás algunas cosas en las líneas vocales para impresionar tu marca en ellas?

Diva: Haré lo posible por no hacer grandes cambios puesto que son grandes canciones que los fans de la banda aman y yo como fan también jejeje! Pero nopuedo evitar hacer que suenen un poco diferente debido a que mi registro es distinto, lo que también puede ser interesante por aportar otros matices. Sin duda “Kill The Silence” o “Into Moshpit” son algunas de mis favoritas.

 

RtM: Leí unas declaraciones de Prika de que cuando llegaste al estudio, las ideas en sí estaban prácticamente listas, el desafío en cuestión era solo grabar. ¿Cómo fue participar en este proceso algo acelerado?

Diva: No, todas participamos en el proceso de composición del disco. Había días que Prika nos enviaba un riff y nos pedía que cada una añadiese su parte, o simplemente pensaba en un concepto y nos pedía que trabajásemos en ello. También había alguna canción o alguna letra que Prika ya tenía compuesta de hacía tiempo, de proyectos pasados, pero ha sido un trabajo en conjunto con nuestro productor Martín Furia que ha hecho un magnífico trabajo.

Sin duda ha sido todo un reto poder trabajar en la distancia y además con personas que no conocías, pero todas tienen una gran actitud y una mente muy abierta, lo que ha facilitado mucho el proceso. Cuando llegamos al estudio, teníamos la preproducción de los temas preparados, pero hicimos algunos cambios sobre la marcha.



RtM: El documental editado por Napalm Records mostrando las grabaciones del nuevo disco en Málaga, España, generó una gran expectativa de lo que podían esperar los fans, y por supuesto, una relación más cercana con el público, más aún en una situación de caos extremo en el que vivimos actualmente. Cuéntanos un poco más sobre estos días en el estudio y las grabaciones para el documental de presentación de “Perpetual Chaos”.

Diva: Nos parecía una buena idea hacer un documental sobre todo el proceso para que la gente pudiera conocernos un poco más y ser testigos de lo que estaba ocurriendo en un momento tan especial para la banda. Creo que también ha dado un halo de esperanza a la gente en medio de una situación horrible de la que muy pocas bandas han podido trabaja debido a las restricciones.
 

RtM: Cuéntanos un poco sobre cómo te iniciaste en la música, tus principales inspiraciones como vocalista y cómo estabas dando forma a tu estilo, decidiendo que este estilo más extremo era lo que querías seguir.

Diva: Siempre he sido amante de la música, pero cuando intenté aprender a tocar la guitarra o a cantar melódico, no me sentía lo suficientemente a gusto para seguirme esforzando. La primera vez que escuché algo de metal extremo sentí miedo jajaaja! Pero luego me ocurrió lo mismo que con las películas de terror, fui queriendo descubrir un poco más y ahí me di cuenta de que quizás ese podía ser mi sitio en la música. 

Me costó muchos años aprender porque no encontraba ningún profesor ni ningún músico que pudiera ayudarme, pero con mucho sacrificio y perseverancia finalmente conseguí avanzar. Si no hubiera sido por Dani (guitarrista de mi otra banda Bloodhunter), que me animó a escribir una letra para su proyecto y a intentar aprender a cantar, hoy no estaría aquí. Por aquel entonces Sabina Classen fue la primera mujer que pude ver en vídeo y quizás Angela Gossow (por aquel entonces en Arch Enemy), la primera que pude ver en vivo.



RtM: Recientemente, hubo una acción muy interesante de artistas italianos en un live comunitario donde subieron al escenario el día que terminó un año de pandemia. 

Pero para sorpresa de todos, no hubo “show”, sino silencio, representando lo que todos sentimos alrededor del mundo. Fernando Ribeiro do Moonspell expresó su solidaridad con las bandas que formaban parte de esta acción, y trajo una reflexión muy interesante, apoyando el manifiesto: que no es posible hacer un espectáculo sin un equipo técnico y un escenario. Muchos fanáticos criticaron fervientemente tal actitud. En su opinión, ¿cómo ve este tipo de expresión artística, especialmente en esta situación actual en la que vive el mundo?

Diva: Fernando es un artista al que siempre he admirado muchísimo como músico y como persona. La música como el arte en general está viviendo momentos durísimos por la falta de apoyo y alternativas de los gobiernos de algunos países. 

Es terrible ver como muchas bandas han abandonado la industria y cómo muchos profesionales del sector se están formando en ámbitos que no tienen nada que ver con lo musical porque les resulta imposible subsistir en estas condiciones. Se ha demostrado que podemos hacer eventos de manera segura, entonces ¿por qué los gobiernos no apoyan la cultura?
 

RtM: Ya tenemos algunos países que ya están planeando el regreso de los eventos con público, ¿cuáles son sus expectativas con respecto a este regreso? ¿Era demasiado pronto o deberíamos esperar más?

Diva: España por ejemplo es la viva imagen de la contradicción: mientras en algunas regiones ni siquiera permiten la apertura de los locales de hostelería, en otras como Madrid se organizan desde casi el inicio de la pandemia, pequeños conciertos en salas con aforo reducido. 

Quizás no sea lo más rentable, pero ha permitido que muchas salas de conciertos y artistas puedan seguir trabajando. Creo que con las medidas necesarias y aforos al aire libre (aunque sea con el público sentado, distancia social y mascarilla), se pueden hacer grandes cosas.



RtM: Gracias por tomarse el tiempo para respondernos. ¡Esperamos ver a la banda en el escenario pronto!

Diva: Muchas gracias a ustedes por el interés y por cedernos vuestro espacio. Estamos deseando poder encontrarnos con todos vosotros y disfrutar de este disco en directo. Cuidaos mucho, un fuerte abrazo!

 

Entrevista por: Carlos Garcia y Renato Sanson
Traducción y edit: Carlos Garcia