terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Siegrid Ingrid : Um Legado de Brutalidade no Live Álbum "Massacre em Lorena" (2024)

Por Guilherme Freires

Gravadora: Independente

A lendária banda de Death e Thrash Metal do nacional Siegred Ingrid, atualmente formada por Mauro Punk (vocal), André Gubber (guitarra), Luiz Berenguer (baixo) e Rômulo “Minduim” (bateria) nos brindou no dia 13 de dezembro de 2024 com o lançamento de seu mais recente álbum ao vivo, intitulado "Massacre in Lorena".

Seu último álbum de estúdio, “Back From Hell”, foi disponibilizado em 5 de novembro de 2023, após um intervalo de mais de 24 anos desde o notável “The Corpse Falls”, lançado em 1999.

“Massacre em Lorena”, que saiu sob um selo independente, foi gravado ao vivo no Ferrovia Estúdio na cidade de Lorena (SP), no dia 14 de novembro de 2024, durante uma turnê pelo interior de São Paulo e Minas Gerais junto com a renomada banda Nervochaos. 

O projeto teve produção, masterização e mixagem a cargo de Martin Pent, com a arte da capa criada por Artur Fontenelle. O álbum contém 11 faixas que fazem uma fusão dos dois discos da trajetória da banda.

A faixa "Murder", que inicia o álbum "The Corpse Falls" (1999), arranca com uma energia avassaladora, impulsionada pelos pedais duplos da bateria de Rômulo. Os vocais intensos de Mauro Punk e os riffs agressivos da guitarra de André Gubber se destacam. A canção é brutal e pesada, recheada de momentos acelerados.

Em "Nojo", as linhas de bateria mantêm a mesma cadência rápida dos pedais duplos. O chinbal se sobressai, enquanto o baixo forte e marcante se combina com riffs robustos e solos de guitarra, tudo isso acompanhado pelo impressionante vocal rasgado de Marcelo Punk.

A faixa "Force" apresenta uma introdução mais lenta, mas em certos trechos explode em uma intensidade ardente. Destacam-se o groove poderoso e incrível do baixo de Luiz Berenguer, além das pentatônicas e solos guitarreados.

Por outro lado, “Never Again” possui solos de guitarra que são meticulosamente elaborados, criando um contraste com a fúria e a brutalidade da bateria, junto ao peso do baixo.

A música "The Falsity is True” apresenta um excelente trabalho de bateria, especialmente nas viradas e no pedal duplo, complementado por riffs pesados e solos de guitarra marcantes.

“Templo dos Vermes”, do álbum mais recente, “Back From Hell”, traz uma cadência envolvente, com linhas de guitarra e bateria bem elaboradas

“Drásticas Consequências” inicia de forma explosiva, com um solo de guitarra impressionante, ressaltando a brutalidade da bateria, riffs poderosos e solos insanos em escala.

“Demência” se destaca por um interlúdio ágil e uma sonoridade intensa e visceral, com ênfase na bateria, riffs agressivos de guitarra e um gutural de grande impacto.

A faixa “Enéias” faz referência ao falecido político brasileiro Enéias Carneiro (1938 - 2007) do Partido Liberal (PL). A canção é bastante veloz, com uma bateria poderosa e um gutural intenso, trazendo à tona o famoso bordão do político: “Meu nome é Enéias”.

"Suicide" finaliza o álbum com excelência e intensidade, apresentando solos alucinantes de guitarra, vocais intensos, um baixo extremamente pesado e uma bateria avassaladora.

A icônica banda Siegred Ingrid traz à tona o ápice de seu legado no Thrash e Death Metal, executado com perfeição neste álbum ao vivo repleto de brutalidade. Recomendo fortemente para aqueles que apreciam uma boa dose de agressividade musical. O disco está acessível em todas as plataformas digitais, como Spotify, YouTube e Deezer.


Siga o SIEGRID INGRID na redes sociais:

Facebook

Instagram

Youtube

Spotify

Press: JZ Press

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

WELCOME TO THE ZONA LESTE? - A UNIÃO DO HC BRASILEIRO E AMERICANO CONTADA POR MARCEL SERRA (SUJERA)

Mais do que qualquer outra cena, um dos grandes valores da cultura do hardcore é sem dúvidas a união. Mesmo com as rixas, brigas, desentendimentos e “panelinhas” que aparecem em qualquer grupo de pessoas, não só na música, a irmandade do HC transcende toda e qualquer fronteira, inclusive as internacionais. Este foi o caso do Lionheart e do Sujeira, que apesar de estarem em continentes, saíram da jaula e lançaram “Out of the Cage”, colaboração de peso em outubro do ano passado.

Para começo de conversa, quem são o Lionheart? Na ativa pela cena de Oakland desde 2004, eles têm conquistado uma legião de fãs pelo mundo, excursionando extensivamente a Europa e América do Norte, mostrando porque são um dos pilares da nova escola do hardcore. 

Fazem um hardcore brutal mesmo, recheado de groove e com riffs que beiram o thrash metal; aquele som para sair na mão até com a pia da cozinha. A turnê que os traz para a América do Sul é a de Welcome to the West Coast III, marco da carreira da banda, não só por encerrar a trilogia que fala sobre seu estilo de vida, mas também por contar com participações de nomes como Jamey Jasta (Hatebreed) e Ice-T (Body Count). 

Inclusive, a vinda dos californianos estava marcada para dezembro, mas adiaram por conta de um convite de turnê com o Body Count.

Tá, mas e o Sujera? Surgindo há alguns anos nas profundezas da zona leste de São Paulo, eles têm se tornado um dos nomes mais importantes da cena underground nos últimos anos, apresentando uma fusão eletrizante do hardcore com o rap, capturando a essência real da cultura de rua paulistana. 

Conseguimos um depoimento exclusivo de Marcel Serra, vocalista do Sujera, que nos contou um pouco de sua história com a banda e também cedeu detalhes sobre o processo de ter gravado “Out of the Cage”.

“A história começou quando o Sujera me chamou para fazer um feat, que depois virou um convite para fazer parte da banda, no lançamento da ‘Pátria Armada Hostil’. 

Quando a gente gravou o som, o clipe, foi lançado, postado um corte do clipe nas redes, e um dos takes do clipe coincidiu de ficar parecido com um trecho de um clipe do Lionheart. Um cara que segue a banda e curte a Lionheart viu isso e comentou, ‘caramba, lembra o clipe da ‘Hail Mary’’.

Ao invés de escrever Lionheart, ele marcou o @ da banda, e quem cuida das redes provavelmente é o Rob, vocalista, e calhou de na hora do cara fazer a marcação, o cara que cuida das redes está online. 

Na hora, curtiram o comentário, comentaram também na postagem, a gente ficou de cara na hora. Na sequência, acho que pegaram para ouvir e mandaram no nosso inbox uma foto do console do carro escutando nossas músicas - ‘jamming Sujera in the car’. Aí beleza, curtimos, agradecemos, e passou.

Tempos depois, fomos fazer um ensaio no estúdio do All Noise, do Wecko (Laboratori). Ele é um ícone do cenário underground, muita coisa que foi gravada, que foi criada, que foi feita, foi no estúdio dele. Fomos ensaiar lá, na época que o Fernandão (Fernando Schaefer) estava ficando com ele por lá, e quando chegamos para ensaiar, ele falou: ‘pô mano, vocês que são o Sujera? Estão fazendo um barulho por aí! 

Eu não conhecia o trampo de você e você não sabe quem veio me falar de vocês!’ A gente imaginou que fosse alguém do cenário nacional, e ele falou ‘foi o Rob Watson, vocal do Lionheart! Ele veio me perguntar se conhecia vocês, tão voando e tal!’ Nesse dia até começamos uma amizade com o Fernandão, ele entrou lá, gravou uns vídeos.

Fomos gravar o clipe da ‘Sinuca de Bico’, que tem participação do Chili, vocalista da Laboratori, que é a banda do Wecko, e nesse dia, o Thiago, batera, estava com uma camisa do Lionheart. Não lembro se tirei uma foto ou fiz um story, mas marquei o Lionheart, de ousadia mesmo.

Os caras responderam e tal, começamos a trocar uma ideia, Fernandão estava lá também. Aí falei para irmos com o ‘all-in’, colocar todas as fichas na mesa e perguntar se ele toparia fazer um feat. Eles toparam na hora, foram super solícitos, de uma humildade, gentileza que a gente não imaginava.

Aí começou uma saga, eles estavam finalizando uma tour, iam entrar em estúdio para gravar CD - que seria o ‘Welcome to the West Coast III’ - eles estavam bem ocupados, então tentaram encaixar. Depois de lançar, saíram em turnê, foram para a Europa. Em resumo, para esse trampo acontecer, música e videoclipe, foram praticamente dois anos.

A gente ficava falando ‘pô, vocês precisam vir para o Brasil, vocês têm uma fanbase foda aqui, uma galera que curte demais o trampo de vocês, aí a gente foi, foi, foi trocando ideia, falamos com o Bruno Genaro (Feijão) que é o ponta de lança da New Direction, ele fez contato com os caras e aconteceu!”


Texto: Daniel Agapito

Foto: Divulgação


SERVIÇO

Lionheart em São Paulo

Data: 28 de fevereiro de 2025

Horário: 19h (portas)

Local: CityLights SP

Endereço: Rua Padre Garcia Velho, 61, São Paulo

Ingressos no 3º lote: Meia/Solidária: R$ 160,00 | Inteira: R$ 320,00

Venda online: https://fastix.com.br/events/lionheart-eua-em-sao-paulo

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Cobertura de Show: Marco Mendoza – 07/02/2025 – House Of Legends/SP

Já passava um pouco mais das 19 horas e 50 minutos na acalorada noite de sexta-feira, dia 07 de fevereiro de 2025, quando a House of Legends abriu as portas para mais um show histórico sob a realização da Som do Darma em conjunto com a Caveira Velha Produções. Dessa vez, a lenda da noite era Marco Mendoza, o lendário baixista do Whitesnake, Journey, Thin Lizzy e Blue Murder.

Pela manhã, por volta do meio-dia e como costume dos eventos da Som do Darma, Marco participou de uma sessão de autógrafos e Meet & Great gratuito na loja London Calling, na Galeria do Rock.

Por conta de alguns imprevistos e atrasos, as portas da casa, que estavam programadas para abrir às 19 horas, passou quase uma hora do horário e abriu beirando às 20 horas. Infelizmente, o Nite Stinger, que era pra subir ao palco no horário que as portas abriram, se atrasou demais e, por conta disso, decidiu encerrar a noite fazendo um after após o show do Marco, marcado para começar a uma hora da madrugada.

Passando um pouco das 20 horas e 25 minutos, a banda paulista de Heavy Metal Urdza subiu ao palco e entregou uma performance arrebatadora, impecável e com bastante influências em bandas como Iron Maiden, Judas Priest e Megadeth, mostrando na íntegra o primeiro e mais recente lançamento, "A War With Myself". O álbum foi produzido pelo vocalista da Noturnall, Thiago Bianchi, e lançado em 16 de agosto do ano passado. 

Formada por Heitor Prado nos vocais, Hugo do Prado e Gustavo Correa nas guitarras, Igor Mota na bateria e Cid Costa no Baixo, a banda apresentou uma paulada de 10 músicas impressionantes, com destaque para a sensacional "Wrath of the God", que abriu o show com os dois pés no peito, seguidas de "Sinner or Lier", "Living in Fear", "Dark Ritual", "Damination" e a arregaçadora "Rising From The Fire". A banda entregou ao público o mais puro suco do Heavy Metal com bastante técnica e maestria, as composições são baseadas nas histórias e personagens do lendário jogo de Trade Card Game - Magic The Gathering.

Após uns 15 minutos, faltando um pouco menos para às 21 horas e 30 minutos, a banda de Hard Rock Amazing, de Brasília (DF), se arrumava para sua apresentação. Exceto pelo vocalista Matheus, que não pôde comparecer a São Paulo e foi substituído por Rod Marenna, com o auxílio do guitarrista Sir Arthur, que também assumiu os vocais desta vez, a banda se apresentou com o baixista Rod N’ Rock, o baterista Gus D e o guitarrista Fellipe Nava. Apesar dos problemas técnicos que enfrentaram no palco, eles ofereceram uma performance vibrante e repleta de energia, com um setlist que incluiu sete faixas do seu álbum de estreia, "Highway to Paradise", lançado pela Som do Darma em 19 de abril do ano passado.

A banda entrou com a pedrada "Forbidden Fruit", Sir Arthur e a banda estavam bem animados, interagiram bastante com o público local fazendo diversas piadas descontraídas sobre sexo e bebidas antes da "Sex Machine" e de "Sôber...When i Die", levando a galera à loucura. O ponto alto do show foi o cover "Lick It Up" do Kiss e a espetacular "Hard Rock Life", que encerrou a incrível festa da Amazing e sua apresentação um pouco curta, com aproximadamente uns 43 minutos, porém muito divertidíssima!

Nem mesmo passado 15 minutos do final da apresentação da Amazing, por volta das 22 horas e 45 minutos, a lenda do Hard Rock Marco Mendoza subia no palco com seu belíssimo baixo ao lado de Edu Lersch na guitarra e Arthur Schavinski na bateria, ao qual levou a galera ao delírio com a intro de "Viva la Rock". Dando segmento, "Take It to the Limit" arrancou o fôlego do público. Marco, com sua simpatia, interagiu com todos presentes contando um pouco de sua carreira. 

Antes de tocar "Sue Is on the Run", Marco fez um alerta para aqueles que voltariam para casa dirigindo, para que tomassem cuidado para não dirigir alcoolizado. As duas próximas foram "Hey Baby" e "New Directions", que foi seguida da arrebatadora "Scream and Shout", ao qual novamente agitou a galera e convidou todos a cantar em couro o refrão. Houve mais umas duas pausas com Marco interagindo de forma descontraída com o público perguntando se "hoje é sexta feira?" e dizendo "sábado vocês aguardam pra comer feijoada, certo?" Eu mesmo, que estava bem próximo do palco e brinquei com ele dizendo "feijoada e caipirinha!" Surpreso e animado, Marco me respondeu "Oh My God! Caipirinha!".

Em outro momento ele pediu a ajuda de um rodie, chamado Bruno, para apertar com uma chave o captador do seu baixo que estava prestes a soltar, dizendo "isto é o resultado de muitos anos de estrada!" Ele também disse que "Bruno é um excelente ouvinte, ele está terminando seus estudos em psicologia e será um excelente psicólogo!" Em seguida, agradeceu o roadie pelo suporte. 


Quando a galera parecia desanimada e não atendia suas expectativas, Marco fazia uma pausa e pedia que todos repetissem seus comandos com mais entusiasmo, brincando com a plateia com frases como: "Vocês estão com pouca energia?" ou "Será que estou mesmo em São Paulo?" ou ainda "Quero ouvir vocês mais alto, galera!". O show prosseguiu então com a canção "Leah", seguida de uma emocionante homenagem ao seu amigo de banda do Whitesnake, o guitarrista John Sykes, com a música "Chinatown". Marco estava levemente emocionado ao falar do amigo, que perdeu a batalha contra o câncer, mas não esmoreceu e incendiou o lugar com poderosa "Jailbreak".

Para encerrar a noite com chave de ouro e levar a House of Legends ao delírio, Rod Marenna voltou ao palco, acompanhado da lenda, para cantar "Don't Stop Believin'", "Here I Go Again", "Bad Boys", "Still of the Night", "Burn + Stormbringer" e a encantadora "Sweetest Emotions". O público, completamente envolvido, cantou cada letra em um frenesi impressionante. Assim, a apresentação da lenda chegou ao fim por volta da meia-noite e cinquenta.


Por fim, passando um pouco mais de uma hora da madrugada e com parte do público indo pra casa, a banda paulista de Hard Rock Nite Stinger subiu ao palco para uma apresentação carismática e bastante animada com sua after party. 

Formada por Jack Fraher no vocal, Bento Melo no baixo, Ivan Landgraf e Bruno Marx nas guitarras e Leandro Peixoto na bateria, a banda apresentou músicas de seu homônimo e primeiro disco, lançado em 2021 pela Animal Records aqui no Brasil, pela Steelheart Records na Europa e pela Canil Records nas plataforma digitais. A banda possui influências do Glam Metal do Mötley Crüe, Poison, Skid Row e Def Leppard. "You Want You Got It" e "Heading Out" abriram com tudo a animada apresentação, que também contou com as inéditas "Only You" e "You Knows Why", que ainda estão para serem lançadas no próximo álbum da banda. O repertório ainda trouxe "Saturday Night", que encerrou essa noite com maestria e muita agitação. 



Texto: Guilherme Freires

Fotos: Barbara Matos (Headbangers News)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Som do Darma / Caveira Velha Produções

Mídia Press: Som do Darma


Urdza – setlist:

Wrath of God

Sign in Blood

A War With Myself

Living in Fear

Damnation

Dawn Predator

Sinner or Liar

Dark Ritual

Rising from the Fire


Amazing – setlist:

Forbidden Fruit

Let Me Be Your Lover (com Rodrigo Marenna)

Sex Machine (com Rodrigo Marenna)

Hang Up High (com Rodrigo Marenna)

Sober Up... When You Die

Lick It Up (KISS cover) (com Rodrigo Marenna)

Hard Rock Life (com Rodrigo Marenna)


Marco Mendoza – setlist:

Viva La Rock

Take It to the Limit

Sue Is on the Run

Hey Baby (Ted Nugent cover)

New Direction

Scream and Shout

Leah

Chinatown (Thin Lizzy cover)

Jailbreak (Thin Lizzy cover) (com Rodrigo Marenna)

Don't Stop Believin' (Journey cover) (com Rodrigo Marenna)

Here I Go Again (Whitesnake cover) (com Rodrigo Marenna)

Bad Boys (Whitesnake cover) (com Rodrigo Marenna)

Still of the Night (Whitesnake cover) (com Rodrigo Marenna)

Burn (Deep Purple cover) (com Rodrigo Marenna)

Bis

Sweetest Emotions

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Blades of Steel: Um Debut Consistente de Metal Tradicional

 


Tendo iniciado sua história em SP em 2022, o Blades of Steel é uma das novidades recentes no Heavy Metal brasileiro. Nascido do sonho da vocalista Yara Haag em capitanear sua própria banda, foi encontrando as pessoas certas para tornar o sonho em realidade. 

Parece uma história até clichê, a qual muitos devem conhecer, ou até ter vivenciado semelhantes, mas aqui temos um detalhe que diferencia e separa quem realmente vive o Metal, e tem o potencial para deixar sua marca: tudo é feito com muita paixão e seriedade.

Podemos sentir isso em vários aspectos, desde o cuidado com detalhes visuais, nas artes das capas dos singles, camisetas, no trato nas redes sociais, e principalmente na honestidade e feeling das composições, que apresentam um Heavy Metal tradicional com algumas nuances épicas que, para situar o leitor, nos remete a nomes como Judas Priest, Dio, Doro, Running Wild e principalmente Accept, e ainda pra citar uma de geração seguinte, o Hammerfall.

Trazendo 8 faixas o álbum auto- intitulado nos apresenta uma boa variação, alternando músicas rápidas, mid-tempo e cadenciadas, dando um dinamismo e que contribui para manter o interesse do ouvinte durante todos os pouco mais de 38 minutos do álbum. A produção foi assinada por Rafael Augusto Lopes, que tem em seu currículo o segundo álbum da Crypta.

Como exemplos do que você vai ouvir, temos a abertura com a música que também batiza a banda, "Blades of Steel", e que foi o primeiro single, e apresentou a banda. Cadenciada e com riffs marcados, com aquele andamento que convida a bater cabeça, refrão forte e trechinho mais introspectivo e épico antes dos solos de guitarra na parte final, dando o cartão de visitas da proposta da Blades.

O instrumental da Blades tem peso e pegadas que o estilo exige, e Yara Haag tem um tom de voz agradável, melodioso  e marcante, por vezes buscando tons mais altos e com agressividade quando o momento da música pede.

Com andamento mais acelerado, mais melodiosa e uma pegada épica, onde Yara nos conta sobre a pirata Anne Bonny, temos "Ruler of The Waves"; em seguida, "Vegeance is Mine" inicia com as guitarras atacando sem piedade com riffs cortantes, e a canção alterna boas variações de trechos mais rápidos com cadenciados, sempre mantendo aquela pegada do Heavy Tradicional e nuances épicas, principalmente pelo estilo de Yara.

Na sequência vem "Unholy Scrolls", que tem um andamento cadenciado, trazendo mais peso, com a cozinha bem marcante. Traz um ar épico e misterioso com melodias meio orientais, e Yara alterna vocais melodiosos e agressivos; "Into The War" é a próxima, também com uma pegada mais cadenciada, naquela levada Accept e com coros no refrão, e convidando a bater cabeça.

"A Heart in The Dark" é uma balada melodiosa, com arranjos acústicos e teclados, naquela levada tradicional das baladas Heavy, que crescem e pesam no refrão. A letra inspira à acreditar que toda dificuldade pode ser vencida e a vitória está logo ali na frente. 

Depois de um pouco de calmaria, temos a vibrante "Iron Hands", uma das minhas preferidas, com seus riffs e melodias marcantes no riff principal com as guitarras dobradas, andamento mais acelerado nos versos e mudança de andamento no marcante refrão. 

"Shadow Huntress", que encerra o álbum, inicia com a cozinha martelando pesadamente, para em seguida os riffs puramente Heavy tradicional 80's seguirem ditando o ritmo, na pegada em que a esta altura já mostra a identidade da Blades. A canção traz também trocas de andamento, alternando passagens mais rápidas, com outras mais cadenciadas e épicas, como no meio da faixa, e que logo depois abre caminhos aos bons e tradicionais solos, imprescindíveis para o estilo. 

"Blades of Steel" é um Debut consistente, e sem a pretensão de querer reinventar o estilo, a banda nos presenteia com um trabalho feito com honestidade e amor ao Metal, trazendo os elementos que um bom álbum do segmento deve ter. Tenho certeza que teremos ainda muito Blades of Steel no futuro.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Blades of Steel
Álbum: "Blades of Steel" 2025
Pais: Brasil
Estilo: Heavy Metal Tradicional 
Selo: Metal Relics 
Fotos: divulgação 


Blades of Steel é:
Yara Haag: Vocais 
Rafael Romanelli: Guitarras
Jonas Soares: Guitarras
Fellippi Tonini: Baixo
Bruno Carbonato: Guitarras 

(Obs: No álbum o baixista ainda era Bill Martins, que por motivos pessoais e saúde teve que se afastar da banda, e a bateria foi gravada por Marcelo Oliveira)







quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Cobertura de Show: Dark Dimensions Fest – 25/01/2025 – Carioca Club/SP

DARK DIMENSIONS FEST: UMA AMOSTRA DO QUE O ANO CORRENTE ESTÁ PARA TRAZER A TODOS NÓS

No ano de 2025, a produtora Dark Dimensions celebra os seus 25 anos de existência. Um marco desses poderia ser comemorado de maneira "ordinária", mas diante dos períodos constantes de testes e de tribulações que estamos submissos quando se fala em ficar vivo não só no ramo da música, e considerando o nicho do Metal em um país com as dificuldades como o Brasil possui neste segmento, este definitivamente não é um feito qualquer.

E obviamente, o Rock como um todo sempre teve uma característica basilar de inclusão. Bem antes dessa pauta tomar as discussões acaloradas no dia-a-dia, seja de maneira presencial, seja no ambiente de campo de batalha que são as redes sociais, reforçando a sua característica como CONTRACULTURA, o âmbito do Metal historicamente acolheu aqueles enquadrados como "minorias".

Tempos atrás, o mais esperado era apenas citar os nomes mais comuns quando se trata de representação feminina dentro desta subcultura, como Ângela Gossow e Simone Simmons. Os mais experientes soltariam uma Sabina Classen ou as pioneiras da GIRLSCHOOL. Nos dias de hoje, porém, a realidade tem sido mudada como uma presença consideravelmente maior do que víamos num passado parcialmente recente. 

Em grande parte, um dos agentes responsáveis para esta mudança de paradigma é a poderosa NERVOSA, banda que começou o seu trajeto no ano de 2010 com um Thrash Metal bem "na sua cara", e hoje em dia pode ser categorizada como uma das principais expoentes internacionais do gênero.

Em luz de eventos recentes, a Dark Dimensions aproveitou o momentum frontal para uma celebração específica em pleno dia de aniversário da cidade de São Paulo, culminando com o 1º Dark Dimensions Fest. Reunindo o estabelecido TORTURE SQUAD, as em crescimento ESKRÖTA, THE DAMNNATION e THROW ME TO THE WOLVES, o festival contou com a 1ª aparição em terra tupiniquim dos australianos do ELM STREET. A headliner foi a supramencionada NERVOSA, celebrando o seu aniversário de 15 anos, o que só enfatiza o fato deste ser um legítimo zeitgeist.


THE DAMNNATION

Os portões do Carioca Club foram abertos para todos precisamente às 14:11, pouco após do horário estabelecido, com um calor digno da estação do Verão castigando a fila que se encontrava preenchendo a esquina para o rolê do dia.

Nos perímetros de consumação da casa, os itens esperados à venda estavam disponíveis: camisas, patches, CD, discos de vinil... as opções eram numerosas.

Tais atrações serviram para ajudar a passar o tempo até a marca pontual das 14:30, ocorrendo a 1ª abertura das correntes na tarde escaldante de Sábado para o ato inicial do festival: a THE DAMNNATION.

Mesmo com o horário cedo, havia um pessoal já presente na famosa casa de shows do Pinheiros, por mais tímido que fosse. O trio formado em 2019 por Renata Petrelli (vocais/guitarra), Fernanda Lessa (baixo) e Leonora Mölka (bateria) começou os trabalhos com uma abordagem mais direta, sem muitas cerimônias, com PARASITE. Um ponto diferencial é que, ao contrário da maioria das oferendas do tipo, é possível ouvir claramente a nitidez de cada instrumento da mescla de Thrash/Death entregue por elas.

Por mais que a presença do público estivesse ainda acontecendo, isso não impediu que Renata prestasse consideração por aqueles que já se encontravam no recinto, trajando uma respeitável camisa do KING DIAMOND.

Assim como em ABSU (porém de maneira atenuada, pois o baterista é o vocal principal), outro diferencial do THE DAMNNATION é ouvir segmentos vocais vindos da bateria de Leonora, e WAY OF PERDITION serviu para soltar um ritmo que gradualmente se elevava, o que iria pintar um clima que estava marcado no horizonte para as horas que o Dark Dimensions Fest duraria.

APOCALYPSE foi a última entrega do trio, um puro suco de Thrash Metal que toma proveito de uma clareza mais moderna, sem ignorar a forte influência vista dos primórdios do SEPULTURA.

Como em uma apresentação de teatro, as cortinas se fecharam para provocar a multidão com uma sensação de curiosidade com que acontecera nos bastidores, até a chegada da próxima atração. Este modus operandi seria uma constante por toda a duração deste evento, para que também fosse possível mirar as atenções com certas necessidades sociais e biológicas que vem com o território de um festival.


The Damnation – setlist:

Parasite

World's Curse

Grief of Death

This Pain Won't Last

Way of Perdition

Unholy Soldiers

Slaves of Society

Apocalypse


THROW ME TO THE WOLVES

O que foi visto aqui seria a última vez que veríamos o início ser dado no horário pristinamente estabelecido, já que certos imprevistos começariam a participar durante o desenrolar do festival, o que não chega a ser algo fora do habitual. Exatamente às 15:30, o palco estava povoado com os membros do 2º ato programado do Dark Dimensions Fest: o THROW ME TO THE WOLVES, a mais nova do elenco.

A abertura instrumental serviu para gerar uma continuação com CHAOS, e com o tocar das primeiras notas, os mais iniciados no Death Metal Melódico podem sacar que a inspiração que reina o quinteto vem da cena de Gotemburgo dos anos 90 lá da Suécia, personalizadas por nomes como DARK TRANQUILITY e IN FLAMES.

Por conta disto, não só por ser formada há pouco tempo, mas eles são o que menos fazem parte da predominância do Thrash, o que coloca um destaque a parte para a banda que tem apenas pouco menos de 2 anos de idade. Levando em conta como as canções são estruturadas, ponto bastante positivo por deixar que cada membro consiga ter seus momentos de destaque, em linhas gerais.

Seja em TARTARUS ou em GATES OF OBLIVION, não faltou demonstração técnica e movimentação constante entre todos os instrumentistas de cordas e do vocalista Diogo Nunes com um ótimo alcance vocal.

Gui Calegari e Lucas Oliveira formam os chamados "gêmeos das guitarras", alternando ocasionalmente entre melodias e solos, colocando seus nomes para se prestar atenção num futuro próximo pelo que fora apresentado aqui. Rodrigo Gagliardi complementa apresentando uma performance de presença, e com Maycon Avelino na posição de baterista, eles certamente vieram para ficar.

É de se lembrar que GAIA conta com a participação especial do vocalista Bjorn "Speed" Strid (conhecido pelo SOILWORK e pelo THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA).

Tendo já feito entusiastas no meio da vastidão, THROW ME TO THE WOLVES é um nome que ainda será pronunciado aos ouvidos dos participadores da cena, em especial quando seu álbum de estreia for lançado ainda em 2025, entitulado Days of Retribution.


Throw Me To The Wolves – setlist:

Intro

Chaos

Tartarus

Days of Retribution

Gates of Oblivion

Fragments

An Hour of Wolves

Gaia


ESKRÖTA

Com o fim iminente da apresentação anterior, era possível observar um aumento na movimentação num dos locais mais famosos do bairro Pinheiros. Em uma reprise, as cortinas se mantinham fechadas para a construção de suspense entre o que acontecia nos bastidores.

No horário exato das 16:28, a abertura das cortinas tornou a acontecer, revelando os dizeres E.S.K.R.Ö.T.A., cujo trio experiencia uma ascensão considerável, tendo tocado recentemente no ROCK IN RIO e no KNOTFEST BRASIL, e feito uma turnê com o NAPALM DEATH pela América Latina no fim do ano que se passou.

Vindo do interior paulista, o trio conta com Yasmin Amaral (vocais e guitarra), Tamyris Leopoldo (baixo e backing vocal) e Jhon França (bateria), entregando um som como se fosse um "Megazord" de Crossover, Thrash Metal e Hardcore, sendo talvez a mais diferente das 6 bandas.

A abertura com GRITA já mostra algumas características que se tornaram marga registrada da ESKRÖTA: letras ácidas, críticas e políticas, casadas com um som bem cru e direto. Em uma tentativa de promover atitudes contra platitudes, desde o show no KNOTFEST se tornou tradição ver uma leva de bolas infláveis que contam com o logotipo do super trio voando pela plateia.

E neste meio tempo, a vocalista e guitarrista Yasmin aproveita a oportunidade para comentar sobre o quão importante é o serviço promovido pelo Dark Dimensions Fest, por trazer uma participação feminina maior diante de um cenário que ainda se mantém desproporcional no caso em tela.

Reais hinos como ÉTICAMENTE QUESTIONÁVEL e CENA TÓXICA evidenciam as supramencionadas características do que se pode esperar de uma entrega da ESKRÖTA, e PLAYBOSTA já alcançou a condição de um clássico do conjunto de São Carlos e Rio Claro.

Porém, nem só de letras com cunho político compõem o seu arsenal. Com inspiração em filmes de terror, NÃO ENTRE EM PÂNICO é uma das armas vistas em seus shows, com a participação de Vicki fazendo o papel do personagem Ghostface, tanto no palco como nas rodas de mosh.

FILHA DO SATANÁS, como de costume, mostrou ser o epicentro da apresentação, com uma descarregada magnificada de energia, sem perdoar qualquer ser vivo que estivesse em seu trajeto de ataque. O encerramento ficou por conta de MULHERES, culminando com uma passada de mensagem executada com sucesso, sem contar um wall of death similar a um arrastão elevado à décima primeira potência.

Seja pelo acaso ou por design, o uso do personagem Ghostface acabou criando um tipo de gancho para o que estava por vir em seguida, deixando a partir deste ponto com que o festival chegasse à metade das atrações.


Eskröta – setlist:

Grita

Playbosta

Cena Tóxica

Episiotomia

Não Entre Em Pânico / Exorcist in the Pit (com participação de Vicki, como Ghostface)

Homem É Assim Mesmo

Mosh Feminista

Éticamente Questionável

Instagramável

Filha do Satanás

Massacre

Mulheres


ELM STREET

Pelo nome da desconhecida ELM STREET, um pode adivinhar que faz referência ao famoso filme do Freddy Krueger, "A Hora do Pesadelo" (Nightmare On Elm Street), e esse palpite estaria correto. Vinda da Austrália, ela possui algo em comum com a ESKRÖTA: foco em filmes de terror. E tem algo em comum com a NERVOSA também: eles as acompanham abrindo para a banda brasileira na turnê de 15 anos na América Latina.

Na marca exata das 17:26, se iniciou a 1ª aparição dos australianos aqui no Brasil, iniciando com A STATE OF FEAR através de um Heavy tradicional com toque moderno. Pode-se perceber aqui que a predileção por filmes de terror fica cravada nas temáticas das composições, não na estética em si. E sem demorar muito, Aaron Adie (guitarra) puxou as atenções para si com uma quantidade impressionante de solos cativantes.

Pairava um certo ar de incerteza e curiosidade entre o público presente, o que fez com que Nick Ivkovic (baixo) ficasse se "movendo nos 220v" para agitar o recinto, por várias vezes se colocando no ponto de limite que separa o palco da pista central, interagindo freneticamente, sem perder uma batida.

Ben Batres (vocal/guitarra) se prontificou em deixar claro que, apesar do nome fazer alusão a um pesadelo, não seria onde estaríamos dentro, mas sim o de um sonho de Heavy Metal tradicional com pitadas de Speed, como ocorre em HEART RACER.

Para deixar todos mais familiarizados com os membros, eles inteligentemente possuíam em seu repertório um cover do IRON MAIDEN na forma de RUNNING FREE, tudo enquanto entregavam um instrumental muito bem elaborado, o que pode fazer muitos se perguntarem o que os levaram a não terem vindo ao Brasil antes.

O mencionado instrumental era complementado por Tomislav Perkovic, que esmurrava a sua bateria com a força proporcional do seu tamanho físico.

Por fim, com uma menção honrosa a DIO, a finalização ficou por conta de METAL IS THE WAY, se consolidando como uma opção acertada e que provará surpreender aqueles que dedicarem seus tempos para conhecerem algo novo e de qualidade aprovável.

Talvez não tão nova assim porque eles já possuem um pouco mais de 15 anos de idade, o que não elimina a possibilidade de ser uma boa descoberta para quem se dispor a conhecê-los.


Elm Street – setlist:

A State of Fear

Face The Reaper

Heart Racer

Elm St's Children

Take The Night

The Last Judgement

Behind The Eyes of Evil

Running Free (Iron Maiden Cover)

Barbed Wire Metal

Heavy Metal Power

Metal Is The Way


TORTURE SQUAD

O TORTURE SQUAD não ser o headliner do evento não muda o fato de ser uma atração que sempre chama a atenção onde irá realizar uma apresentação. Afinal, quando estamos falando de veteranos com décadas de experiência que dignificam o nome do Brasil mundo afora no cenário da música extrema, é natural a criação de uma receita que tem um ingrediente básico como o seu alicerce: ouvintes que praticam a tática da fidelidade como se fosse uma necessidade natural do corpo humano, como dormir ou se alimentar.

Isso é evidenciado pelo fato de que ao redor deste momento, o Carioca Club se aproximou da lotação máxima para que todos possam ver melhor o que pode ser aprendido por esta instituição nacional do Thrash Metal. Algo que já foi aprendido, no entanto, é testemunhar um show com um ritmo bem energético, com headbangings acelerados e um teste à capacidade dos equipamentos de som, caso aguentem o tranco.

Desde o lançamento do trabalho mais recente, DEVILISH, se tornou um padrão a abertura ficar por conta de HELL IS COMING, oportunidade para a vocalista Mayara Puertas demonstrar a ampliação do seu escopo como musicista ao não ficar apenas na tarefa vocal, e sim ao ser acompanhada pelo elemento do violão. Para além dela exalar uma voz limpa, assim que ela solta a sua gutural necromântica, você entende o motivo dela ser professora nesta modalidade de canto, personificando aquela valia da vida de que ações valem mais do que palavras.

Antes do anúncio de ABDUCTION WAS THE CASE, houve a menção respeitosa sobre o falecimento recente de Cristiano Fusco, por motivo de câncer. Em sinal cortês, este foi o momento de prestar a devida homenagem pelo fundador da banda com uma de suas favoritas.

Outro ponto de foco antes que RAISE YOUR HORNS fosse tocada é a contemplação do que acontece quando alguém alcança um nível de excelência por dedicação contínua. Em um solo destruidor e de gerar admiração, não é à toa que Amílcar Christófaro é visto como um dos melhores bateristas em seu ramo em solo brasileiro, com uma habilidade quase descomunal por trás do seu kit.

WARRIOR possui um propósito triplo: não só foi o momento para elogiarmos o técnico de som, que permitiu com que as sólidas linhas de baixo de Castor fossem claramente audíveis, tornando a sua possível ausência notada, como também alterou o ar da apresentação com uma vibe mais Hard Rock. 

Foi aqui que a icônica Leather Leone (mais conhecida pela sua estada na CHASTAIN) foi convidada ao palco para dar ainda mais vigor com a sua presença exótica, ao passo de que Mayara mostrava uma vez mais seu vocal limpo e a multidão vibrava consideravelmente enquanto Leather tentava arrancar um Português.

Em HORROR AND TORTURE, além de MURDER OF A GOD antes dela, vimos oportunidades para René Simionato performar riffs frenéticos e impactantes enquanto se agita constantemente entre as dimensões do palco e nos pontos limítrofes do mesmo, ligando-se com a multidão ao redor.

Foi através de muito suor, trabalho e esforço que o TORTURE SQUAD chegou ao patamar que hoje possui erguido, e assistir um show com um nível assustadoramente exemplar de profissionalismo e de produção é razão para se ter gosto em ser um headbanger. Com a mesma certeza de que o Sol iria nascer após algumas horas, muitos chifres foram erguidos não como um procedimento qualquer, mas por um senso de orgulho.

Em atmosfera explosiva, assim foi finalizado o último ato com a clássica THE UNHOLY SPELL antes da chegada do último motivo para o rolê do dia, o que fez com que surgisse a dificuldade comum em se movimentar aos arredores da casa de shows, pois o limite de pessoas foi atingido.


Torture Squad – setlist:

Hell Is Coming

Flukeman

Buried Alive

Abduction Was The Case

Raise Your Horns

Murder of a God

Warrior (com a participação de Leather Leone)

Pull The Trigger

Horror And Torture

The Unholy Spell


NERVOSA

...E assim chegamos ao chamativo central da noite. Uma vez mais, as cortinas se mantinham fechadas para a produção de ânimo e animação generalizada entre todos ali presentes.

Desde a abertura dos portões até chegarmos aqui, mais de 6 horas haviam se passado do festival, e era fácil observar que a casa estava lotada para presenciar algo que logo provou ser um autêntico evento.

Ainda que com um atraso considerável, na marca precisa das 20:25, a escuridão completa tomou conta do local e o começo em playback da memorável SEED OF DEATH era a audição dominante, com a abertura das cortinas ocorrendo em ato contínuo. Tal abertura aconteceu com um barulho quase ensurdecedor por parte dos expectadores, ansiosos por verem a headliner desta comunhão do Metal.


- A PAZ ENVOLVENTE NUNCA FOI UMA OPÇÃO

A introdução sozinha de SEED OF DEATH pode significar uma miríade de coisas. Como o meme de internet da franquia Street Fighter "O Tema de Guile Combina Com Tudo", ela pode suplicar por um senso de empoderamento o qual as palavras falhariam em traduzir. Ou uma manifestação sonora de um renascimento das cinzas, como a ave mitológica Fênix, talvez? Este é um dos vários efeitos que a música causa no corpo humano, já que dificilmente é a mesma sensação em indivíduos diferentes.

Uma regra não escrita do universo é que a tranquilidade é sempre ameaçada pela tempestade. Com a abertura das cortinas pela última vez no dia, era possível ver Gabriela Abud lá atrás, recém-completando o seu 1º ano na NERVOSA e exalando o seu carisma quase imensurável, observando a todos por trás do seu kit. A grega Helena Kotina entrou no palco logo na sequência saudando a todos, e simultaneamente para a surpresa do povo, a holandesa Emmelie Herwegh surgiu para realizar as tarefas do baixo, substituindo Hel Pyre já no passado e aqui novamente.

Completando o quarteto, a guitarrista e fundadora Prika Amaral surge para elevar a euforia da multidão com um cumprimento que já se tornou a sua marca registrada.

Se lembra da tranquilidade ameaçada, dita agora há pouco? É exatamente o que acontece com o final da introdução da música mencionada acima, já que o Carioca Club estava na iminência de ser tomado de assalto.


- CUIDADO! OUVIR NERVOSA PEDALANDO O(A) FARÁ ULTRAPASSAR CARROS!

O esforço multinacional composto pela trindade Brasil, Grécia e Holanda se prontificou em estabelecer a tonalidade do que iria ser desvendado com a promessa do maior repertório até então executado pela NERVOSA; promessa esta que foi cumprida. Uma duração apropriada para o 1º show de celebração dos 15 anos de aniversário de um autêntico quarteto fantástico.

Para uma apresentação diferenciada, o repertório fez um passeio por todo o histórico da NERVOSA. Victim of Yourself, Agony, Downfall of Mankind, Perpetual Chaos, e naturalmente, o álbum mais recente: Jailbreak. Todos os álbuns da discografia estiveram presentes na incrível quantidade de 19 músicas apresentadas no total.

Por ser o mais recente, o alvo dos holofotes foi justamente Jailbreak (que inclusive, consta no nome da turnê de 15 anos), álbum composto durante um período muito peculiar em seu trajeto, cujo título pode ser descrito como um grito primal de liberdade.

Merece ser lembrado que, em entrevistas e coletivas de imprensa nos dias que antecederam o início dos shows em solo latino, o show de São Paulo em específico contaria com algumas surpresas únicas, o que desenhou um clima de especial logo para a 1ª data brasileira. Previamente revelado foi que o show da capital paulista seria filmado para a posteridade.

Quando BEHIND THE WALL sucedeu a abertura, certas características se tornaram um padrão: o senso de realização e alegria ao estarem ali presentes no solo do Carioca Club, porque a história não só da NERVOSA, mas do Metal nacional estava sendo feita naqueles minutos.


- AS HERDEIRAS DIRETAS DO LEGADO DO SEPULTURA

Lá no fundo, sempre animando a multidão com um alto astral capaz de rivalizar com o de um grupo de pessoas, Gabriela Abud (tendo substituído a búlgara Michaela Naydenova há pouco tempo) demonstra que a idade é um mero número, já que mesmo sendo muito nova, descarrega uma barricada de uma pessoa só ao "marretar" impiedosamente o seu kit com as linhas de bateria compostas pelas suas antecessoras (e com adicionais da própria em certas passagens, como na introdução do encerramento), comprovando que não deixa a desejar em afirmar domínio em seu instrumento.

Inicialmente introduzida como baixista em 2022 com os primeiros shows da NERVOSA após o período da pandemia que assolou os arredores do planeta, a grega Helena Kotina se mantinha em constante movimentação do palco nos intervalos de seus riffs e solos que puxavam a atenção a si devido ao vigor dos próprios, como um pré-requisito essencial, sempre no ponto de limite do palco e a pista central para agitar o local.

Uma face não desconhecida, só que pela 1ª vez em turnê no Brasil foi corporificada pela holandesa Emmelie Herwegh nas tarefas do baixo, que substituiu a grega Hel Pyre pela passagem na América Latina por questões de deveres maternais. Sua presença entra em sinergia com as demais pelo grande sorriso contínuo que não escondia ao estar compartilhando este ocorrido, trazendo a combustão emocional necessária aos presentes na casa.

Com mudanças na formação em rápida sucessão entre os dois últimos lançamentos, um chamativo para aqueles que não puderam acompanhar o SUMMER BREEZE BRASIL 2024 era o fato de presenciar os vocais apresentados pela líder Prika Amaral, quem tomou mais uma responsabilidade em suas mãos ao realizar esta tarefa enquanto performa riffs violentos no front, assim como as ocasionais tarefas de solo, como puderam ser vistas em KILL THE SILENCE e em VENOMOUS. 

Adicionalmente, em sinal de respeito, a própria mencionou a ausência de Hel Pyre e voluntariamente explicou que é pelo fato de ter que cuidar da sua filha em casa, como consideração pela membra ausente e praticando empatia por aqueles que colocam a família em primeiro lugar.

E felizmente, a aceitação de Emmelie pela nação headbanger brasileira como um todo foi, na prática, unânime.


- KINDER OVOS VÊM EM FORMATOS DIFERENTES

O repertório teve espaço para canções que já são "figurinhas carimbadas" e que definem o que a banda veio a ser. Um dos propósitos de DEATH! era deixar as pessoas mais tranquilas com as suas mudanças de tempo e para quem já acompanha a NERVOSA há anos. MASKED BETRAYER era esperada para aparecer em alguma hora, por se tornar tradição em suas apresentações, e com uma cantoria fácil de ser gravada.

A ótima PERPETUAL CHAOS (faixa-título do penúltimo álbum) traz um paradoxo: apesar de ter um ritmo menos rápido do que a maioria das que foram tocadas, ela serve como um testamento para quem tinha dúvidas quanto à qualidade com a mudança vocal. Por análise empírica, havia gente que não esperava o quão potente seria a gutural de Prika in loco, que dispensa o uso de qualquer modificação para alterar o seu efeito imponente.

Reza uma das leis da vida de que, por definição, surpresas são inesperadas. Pois bem: a 1ª delas foi a participação de Alex Camargo em UNGRATEFUL, que foi merecidamente recebido por uma recepção calorosa. Afinal, estamos falando de um veterano de um dos maiores expoentes da música extrema nacional: o grande KRISIUN. 

Era notável um certo desconforto do próprio: natural, pois ele geralmente performa com um instrumento em mãos, então vê-lo fora da sua zona de conforto foi, no mínimo, curioso. Isso não pareceu ser um problema para aqueles que estavam lá, que extraiam mais energia de seus corpos, os quais pareciam não ter.

URÂNIO EM NÓS possui um fato curioso: foi a escolha de Prika como um teste para ver se ela conseguiria tocar guitarra e realizar os deveres de canto simultaneamente. Num saldo geral, pudemos observar que sim, e a descrição desta, assim como a de outras como HOSTAGES, deu a impressão de que um flashback desde o nascimento até a chegada dos 15 anos estava sendo transmitido, contando o progresso da NERVOSA.

Eventualmente, era a hora da próxima surpresa: CULTURA DO ESTUPRO foi tocada pela 1ª vez ao vivo, contando com as presenças de Yasmin Amaral (ESKRÖTA) e de Mayara Puertas (TORTURE SQUAD) participando nos vocais, fazendo com que Prika tirasse por um tempo a sua guitarra e as acompanhassem com mais liberdade de movimentação. A presença delas não foi sem um propósito, já que as vocalistas usaram aquele instante como protesto de uma realidade que infelizmente assola todo o mundo, usando as suas vozes para demonstrarem indignação com este fenômeno.

Ver as três bangeando circularmente de forma uníssona foi um significado de arte pura.

Se aproximando do fim, o último "kinder ovo" da performance veio na forma de WAYFARER, que assim como a canção antecessora, também fora tocada pela 1ª vez nos palcos. O adendo veio com o fato dela ser cantada com a voz limpa de Prika, o que invocou muitos rostos maravilhados com esta diferença.

Apesar da fundadora ter lançado um teste à plateia ao realizar uma piada autodepreciativa questionando a sua capacidade em fazer isso em específico mais vezes, a onda sonora de entusiasmo recebida como resposta diz que sim, é uma boa ideia tal tentativa ser repetida mais vezes.

Uma apresentação de todas as membras veio na sequência, anunciando a aparição do final, embora o público não tenha demonstrado em nenhum instante que estava com as energias gastas, mesmo após mais de 7 horas de festival.


- LÁGRIMAS DE ALEGRIA NÃO SÃO SINAIS DE FRAQUEZA; SÃO UM TESTEMUNHO DE GRATIDÃO POR ESTAR VIVO

Quando se trata de violência sonora, a canção que iria encerrar esta verdadeira festa carrega esta característica desde a sua concepção. Fazendo uma ode ao gênero ao qual faz parte, e seguindo a tradição desde o lançamento mais recente, o final ficou por conta da majestosa ENDLESS AMBITION.

Sendo a última oportunidade de aproveitar o que provou ser mais do que um show comum, não foi nada incomum presenciar uma aglomeração maior no mosh no meio do Carioca Club e um headbanging mais visceral pelo grau de pancada que a canção detém. Por mais que a raça humana tenha o deleite em se autointitular como "evoluída", ENDLESS AMBITION é um lembrete amigável de que não estamos acima da agressão física (ainda que organizada).

Em oposição a um sussurro, o 1º Dark Dimensions Fest foi terminado com um imenso estouro, deixando a audiência animada o suficiente para um ovacionamento mais forte do que todos os que vieram antes deste, em êxtase por um concerto digno vindo de uma das principais embaixadoras da expressão cultural extrema brasileira que é a NERVOSA.

Ainda que mal pudessem sair do palco, e com um voo para a cidade de Recife num prazo apertado, deve ser mencionada a consideração pela audiência presente (que são os responsáveis pelo plateau que o conjunto se encontra no atual cenário) por parte de todas, mesmo que fosse um atendimento bem breve para parabenizar pela performance, uma foto de recordação ou a assinatura de algum item. Isso se manteve até o momento de fechamento da casa, até que a leva de pessoas fosse dissipada.

Desta forma, o aniversário da maior cidade da América Latina deu um recado de que o Metal Extremo está vivo e bem, e o Dark Dimensions Fest tem o potencial de se consolidar como um dos principais festivais de Metal de reconhecimento nacional, nutrindo o desejo de que o próximo tenha uma entrega de, pelo menos, no mesmo nível do que o da 1ª edição.


Texto: Bruno França

Fotos: Amanda Vasconcelos

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Dark Dimensions

Mídia Press: JZ Press


Nervosa – setlist:

Seed of Death

Behind The Wall

Death!

Nail The Coffin

Kill The Silence

Perpetual Chaos

Venomous

Ungrateful (com Alex Camargo, do Krisiun)

Masked Betrayer

Under Ruins

Hostages

Urânio Em Nós

Kill Or Die

Cultura do Estupro (com Yasmin Amaral e Mayara Puertas, da Eskröta e do Torture Squad, respectivamente)

Into Moshpit

Jailbreak

Wayfarer

Guided By Evil

Endless Ambition

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Entrevista - Rick "Avenger" Barro: "Na mesma trilha dos gigantes da Guitarra

 

- Olá Rick. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Reasons For My Vengeance”, pois o material ficou de primeira…

Olá! Eu que agradeço à Road To Metal pelo espaço e interesse pelo meu trabalho. Será um imenso prazer bater esse papo com vocês e compartilhar um pouco do que faço.

- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?

Eu compararia o processo, da composição ao lançamento, ao trabalho de um astronauta em missão solo: você passa por toda uma preparação física, pressão psicológica, encara todo o risco sozinho e, quando finalmente sai da órbita do planeta, está deslumbrado a encantadora visão da Terra e do cosmo, misturando alegria, comoção, solitude, êxtase… 

Compor um trabalho instrumental é de uma exigência muito maior do que compor uma canção, pois a canção tem a voz como elemento central e a letra como elemento de conexão, enquanto a guitarra terá seu momento de maior complexidade nos solos mas, na música instrumental, sempre está rolando algo com a guitarra em primeiro plano.

 Manter a eloquência ao elaborar temas e frases que sejam cativantes, não saturar a experiência do ouvinte, mostrar técnica satisfatória com naturalidade e desenhar uma curva emocional envolvente, não é uma tarefa fácil. Por isso foi muito importante ouvir novas referências, checar impressões de amigos e ponderar as observações do meu produtor, Thiago Bianchi.

- Eu escutei o álbum diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?

Acredito, pelos feedbacks que tenho recebido, que o álbum seja democrático, pois é capaz de comunicar com um público que não é músico, ao mesmo tempo que apresenta suas contribuições técnicas para outros instrumentistas e conhecedores de música. Há camadas mais discretas e outras mais explícitas de complexidade. Essas impressões podem variar muito, dependendo do background musical do ouvinte.

- Existem planos para uma nova prensagem de “Reasons For My Vengeance” através da MS Metal Records, atual gravadora de vocês?

Espero que sim. O termômetro para isso serão as vendas realizadas. Eu, particularmente, sou adepto das mídias físicas e gostaria até de lançar e outros formatos, mas o filtro da viabilidade passa pela vontade e participação do público.

- Adorei o fato de você trabalhar com o instrumental, mas isso não pode vir a atrapalhar você no mercado internacional? O fato de não ter um cantor, pode deixar o material nichado, concorda?

Depende da ótica. Há muitas pessoas que apreciam música instrumental em todo o mundo e, uma vez que a música possua letra, a mensagem terá que passar pelo filtro do idioma. Na música instrumental não existe esse filtro, e há grandes festivais internacionais para esse tipo de linguagem também. 

A música instrumental também abre possibilidades de sync, podendo ser incorporada a produções cinematográficas, publicitárias e videogames, o que ajuda a popularizar aa obra.

- Soubemos que você focará o seu trabalho em 2025 em aulas presenciais e online. O que você pode nos falar a respeito destes cursos?

Iniciei 2025 com 28 turmas presenciais e estou testando alguns formatos para o ensino online: mentoria, cursos por módulos, cursos curtos com temas específicos, com suporte ou estudo livre etc. Interessados podem entrar em contato através da minha conta no Instagram (@rickbarrosofficial).

- Quem foi o responsável por assinar a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?

A capa é assinada por um ilustrador de Sorocaba/SP, Ernst Eskelsen. A imagem ilustra o tema do álbum: Razor, líder da resistência Scorpio Kai,  combatendo os autômatos da Ordem do Eclipse às margens do Império das Máquinas, pela libertação da raça humana. A história de cada uma das músicas pode ser apreciada por aqueles que adquirirem o CD físico. A capa possui diversos easter eggs.

- “Reasons For My Vengeance” foi todo produzido pela equipe do Fusão Studios, confere? Foi satisfatório seguir por este caminho?

Sim, trabalhar com o Thiago Bianchi foi uma das premissas desse álbum, e algo que já tentei viabilizar antes com a banda Scars, durante a produção do álbum “Predatory”. 

Em “Reasons For My Vengeance” pudemos concretizar isso e o resultado foi muito positivo. Fui muito bem acolhido pelo Thiago, sua esposa Roberta e toda equipe do Fusão: Dougão, Gabriel, Lemon... Falando tecnicamente, as contribuições do Thiago começaram com suas ponderações sobre as músicas desde a composição e arranjo, acompanhamento durante todo processo de gravação, realização da mixagem e masterização comigo ao lado e recrutamento do Lemon Marodin para dirigir os vídeos.

- Imagino que já esteja trabalhando em novas músicas. Se sim, como está se dando o processo e como elas estão soando?

Quando compus E@rth-2 e Deathstalker, percebi que essas músicas seriam a transição entre o Reasons e o próximo álbum, pois foi natural o desejo de partir para afinações mais baixas. No final de 2024 recebi dos parceiros da Blend a SM7, minha primeira guitarra de 7 cordas, que está me possibilitando novos recursos e ideias musicais que ainda não havia explorado mais amplamente. 

O que venho compondo soa mais pesado, percussivo e técnico que as músicas do álbum atual. Talvez inclua algo das novas composições durante os shows de divulgação do “Reasons For My Vengeance”.

- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao mundo da música instrumental... O espaço agora é seu para as suas considerações finais... 

Agradeço, mais uma vez, ao Road To Metal e seus leitores pelo espaço e interesse pelo meu trabalho. Juntos somos mais fortes e essa é a essência do nosso underground! 

Aproveito para convidar todos a visitarem meu site (rickbarros.com), meu Instagram (@rickbarrosofficial) e a adquirirem o álbum “Reasons For My Vengeance”, que traz em seu encarte a experiência completa do álbum, com transcrição de toda história narrada por cada uma das músicas da obra. Forte abraço a todos. Stay metal!