quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Avatarium: A Beleza do Peso e Melancolia

 


A sonoridade do Avatarium é algo que se tornou bem próprio, e a música pesada, emotiva e emocional, passeia por diversas nuances. Aquele passado mais Doom Metal do início, quando ainda era, digamos, um side-project de Leif Edling, foi dando espaço para horizontes mais amplos, colocando nesse mix musical as influências do classic Rock Setentista, blues, psicodélico e progressivo.

Neste novo álbum, "Between You, God, The Devil & The Dead", o segundo já sem a colaboração de Leif, eles trazem mais peso que o seu antecessor, e a roupagem Doom ainda é sentida, junta aos flertes com os anos 70, como podemos confirmar em "Long Black Waves", com seu andamento arrastado, de tons baixos, peso e melodias pintadas pelo Hammond (não há nada que traga mais sabor 70's do que a sonoridade do Hammond, não é mesmo?)

Os vocais de Jenni-Ann são sempre dignos de comentários à parte, pois sua voz e interpretações beirando o brilhante são carregadas de sentimento, passando o clima das canções e tocando a alma do ouvinte. Pessoalmente sempre me arrepio ouvindo-a.

"My Hair is on Fire (But I'll Take Your Hand)", acho que traduz um pouco do que expressei acima. Densa, pesada e melancólica. Jennie-ann nos faz mergulhar fundo na música, e os trechos de piano e voz realmente causam arrepios.

"Lovers Give a Kingdom to Each Other", traz também essas diversas camadas que o Avatarium nos submete. É preciso ficar imerso à música para apreciar por completo, embora eles tenham a capacidade de prender o ouvinte mesmo em uma audição mais superficial, culpa das melodias bem construídas e os incríveis e penetrantes vocais.

Em "Lovers..." Temos uma "balada" melancólica e cheia de beleza em suas melodias acústicas e no solo viajante de Marcus. E abro aqui um parêntese para elogiar o talento e criatividade do guitarrista, que dosa muito bem o feeling e técnica, trazendo muitas cores ao som do grupo.

"Being With Dead" mostra novamente que as raízes Doom estão mais evidentes, com seus riffs que estouram os alto- falantes. Peso, densidade e melodia e criatividade nas mudanças de climas e andamentos, receita que não falha nesse jeito "Avatarium" de fazer música.

Só para concluir, vou falar ainda da faixa título, que fecha o álbum e nos traz praticamente tudo que o Avatarium gosta de oferecer: Belíssimas e melancólicas melodias, os penetrantes e emotivos vocais de Jennie-Ann e momentos de peso, reflexão e poesia. 

Uma sinfonia épica e Dark, onde é impossível não mergulhar profundamente nas melodias do refrão, principalmente na parte final da música.

O Avatarium se tornou aquele tipo de banda a qual já se sabe que vai entregar um material de qualidade e musicalidade indiscutíveis. Com certeza merecem muito mais destaque e reconhecimento. E essa dupla, o casal Marcus e Jennie-Ann são um time e tanto de compositores, vivem a música e da música. 

Texto: Carlos Garcia  

Avatarium "Between You, God, The Devil & The Dead" (2025)
AFM Records 

AVATARIUM é:
Jennie-Ann Smith (Vocals)
Marcus Jidell (Guitars)
Andreas Habo Johansson (Drums & Percussion)
Mats Rydström (Bass)


AFM Records PR Contact:
Mona Miluski
ALL NOIR
info@all-noir.com 

Tracklist:
01.  Long Black Waves
02. I See You Better In The Dark
03. My Hair Is On Fire (But I'll Take Your Hand)
04. Lovers Give A Kingdom To Each Other
05. Being With The Dead
06. Until Forever And Again
07. Notes From Underground
08. Between You, God, The Devil And The Dead




segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Marko Hietala: Reflexões e Novos Caminhos no Heavy Metal

Por Jessica Tahnne Valentim

Marko Hietala, conhecido por sua carreira no Nightwish e no Tarot, está prestes a lançar Roses from the Deep, seu segundo álbum solo, no dia 7 de fevereiro pela Nuclear Blast. Durante uma entrevista coletiva com jornalistas sul-americanos, Marko compartilhou detalhes sobre o novo projeto, que reflete sua jornada pessoal, liberdade artística e experimentação musical. 

Por que um álbum solo? 

Marko explicou que a ideia de criar um álbum solo veio de forma natural durante o período de isolamento da pandemia, enquanto superava um longo episódio de depressão e ansiedade. “Eu já tinha começado a compor antes mesmo de decidirmos oficialmente fazer um álbum. A ideia cresceu quando percebi que tinha as pessoas certas para trabalhar comigo e explorar sonoridades diferentes das do Tarot ou Nightwish.” Ele destacou que Roses from the Deep é menos centrado no heavy metal tradicional e combina rock clássico, metal progressivo e elementos acústicos. 

Som cinematográfico e diversidade 

A atmosfera cinematográfica de faixas como Frankenstein’s Wife chamou a atenção dos entrevistadores. Marko explicou: “Não foi algo exatamente intencional, mas quando adicionamos camadas, dinâmicas de banda e orquestras, o resultado se torna expressivo dessa forma. Buscamos variedade entre as músicas sem perder a coerência do álbum como um todo.” 

Influências e temas 

Marko mencionou que Left on Mars reflete seu amor por ficção científica: “Tenho um grande histórico de leitura de ficção científica, então uso simbolismos fortes conscientemente nas letras.” Já Impatient Zero é mais pessoal, abordando um período de escuridão em sua vida: “Essa música é como colocar em palavras e música uma parte sombria da minha história, algo para eu observar e processar.”

Colaborações marcantes 

O álbum inclui participações especiais, como Tarja Turunen em Left on Mars e JP Leppäluoto em Two Soldiers, uma balada orquestral com tema anti-guerra. “JP e eu compartilhamos uma espécie de irmandade de estrada, então foi natural fazer essa parceria. A música ganhou um impacto emocional tão forte que até minha esposa e sogra choraram ao ouvi-la pela primeira vez.” 

Um álbum com identidade própria 

Marko enfatizou que o processo criativo foi profundamente colaborativo. “Eu sempre entrego demos aos caras da banda e deixo espaço para eles contribuírem. Isso enriquece o resultado final e adiciona elementos que eu nunca teria pensado sozinho.” Ele também ressaltou que a gravação seguiu uma abordagem "old school", com a banda tocando junta no estúdio: “Queríamos capturar o groove e a vibe do grupo, e não algo excessivamente polido ou artificial.” 

Turnês e futuro 

A turnê de lançamento começa no mesmo dia do lançamento do álbum, na Finlândia, com a participação de Nora Louhimo (Battle Beast). Depois, Marko se junta a Tarja Turunen para uma série de shows na Europa, antes de chegar à América do Sul em maio. Sobre os planos futuros, ele afirmou: “Não quero me limitar a um gênero específico. Se surgir uma ideia que seja realmente poderosa e sinfônica, eu a seguirei. Mas, no momento, estou gostando da liberdade de explorar diferentes estilos.”

Reflexões pessoais 

Hietala revelou que o diagnóstico de TDAH o ajudou a compreender melhor sua jornada: “Estar deprimido e ansioso é exaustivo. Quando alcancei um ponto em que comecei a melhorar, isso também se refletiu na música. Este álbum é mais enérgico e positivo, mesmo que algumas faixas ainda tenham uma atmosfera sombria.” Roses from the Deep não é apenas um álbum, mas um testemunho da resiliência e criatividade de Marko Hietala, unindo narrativas profundas, sonoridades diversificadas e sua marca única no heavy metal.

Agradecimentos à Nuclear Blast e ao Marcos Franke pelo oportunidade de ter participado da coletiva online

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Entrevista: Bruthus - Um Soco no Estômago dos Incautos

 

- Olá Gustavo. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Comigo Não”, pois o material ficou de primeira...

Primeiramente muito obrigado à Road To Metal por abrir espaço pra nossa banda! Estamos na ativa desde 2017, com a mesma formação e com sangue no olho! Obrigado pelo elogio ao disco! Realmente “saiu no capricho”!! Rsrs


- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?

Sempre gostamos de som pesado, com distorção e com riffs que soem bem aos ouvidos! Desde o primeiro ensaio tivemos a meta de fazer som autoral, e isso é muito satisfatório! As músicas foram sempre desenvolvidas pelo Eduardo Peixe na guitarra, e pelo Alexandre Sorin na bateria. 

É nessa hora que mais curtimos a banda, pois são as experimentações! A sonoridade da Bruthus tem se mostrado cada vez mais sólida! Basta conferir os 2 singles que foram lançados após o “Comigo Não”! As letras são escritas por todos nós! Cada um vai contribuindo com palavras e frases!


- Eu escutei o álbum diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?

Não se trata de dificuldade. O que podemos dizer é o que os ouvintes nos passam: dentro do disco, tem vários estilos dentro do metal. Tem músicas mais rápidas e pesadas, como têm também musicas mais cadenciadas, com uma pegada também mais Rock’ n Roll! Sempre tem quem curta mais um ou outro! 

E se o disco faz o ouvinte ouvir diversas vezes pra descobrir e captar a ideia, então estamos contentes, pois “a parada é essa aí”!! rsrsrs


- Existem planos para o relançamento de “Comigo Não” através da MS Metal Records, atual gravadora de vocês?

A MS está nos auxiliando na distribuição do disco físico para os veículos especializados no meio do heavy metal. Estamos muito satisfeitos com esse trabalho. Cremos que um lançamento inédito seja o mais apropriado! Já estamos nos mobilizando.


- Adorei o fato de trabalharem com o português, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado internacional?

Obrigado pelo elogio! Cantar em português sempre foi a “nossa praia”! Temos mais facilidade de nos comunicarmos! Não creio que interfira no mercado internacional. O mundo está cada dia mais globalizado, e temos acesso ao metal cantado em vários idiomas inusitados também. É mais uma questão de costume.


- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?

Sempre tocamos muitas músicas do disco! Aí que te falo, que a composição em português ajuda! Muita gente canta facilmente os refrões nos shows da Bruthus!


- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?

Carlos Fides! O cara é fera demais! Nada melhor do que ter nossos rostos transformados fielmente em crânios! Essa capa faz muito sucesso e foi até transformada em uma de nossas estampas de camisas e em um de nossos backdrops! O designer André Lima que fez o encarte e Luiz Gustavo Jordão que fez as fotos, também são muito importantes nesse projeto!


- “Comigo Não” foi todo produzido pela equipe do Fusão Studios, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?

Sim! O Thiago Bianchi é um produtor muito experiente, captou a “vibe” do disco, participou dos coros nos refrões e deu a ideia do nome “Comigo Não”. Somos uma banda que gosta de tocar ao vivo, e esse feeling ele proporcionou. Gravamos em um fim de semana!


- Imagino que já estejam trabalhando em um novo full lenght. Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?

2025 realmente vai ser o ano que estaremos mais tempo enfurnados no nosso estúdio compondo. Algumas bases e riffs já estão gravados em nossos celulares...rsrs...as ideias vão aparecendo entre as músicas nos dias de passagem de repertório!


- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao BRUTHUS... Agora é contigo para as suas considerações finais... 

Obrigado mais uma vez pela oportunidade! Sigam nosso Instagram (@bruthusnovafriburgo)! Acessem nossa página no Youtube para ouvir o disco, os singles e nossos 3 vídeo clips (Bruthus Banda)! Acessem nosso site (www.bruthusnf.com.br) pra saber das novidades! Sempre será um prazer responder a todos! Ser uma banda de Metal no Brasil tem os seus desafios, mas isso serve como combustível pra mantermos nossos ideais! Que mais meios de comunicação nos ofereçam voz! Vida longa à Road To Metal também!




quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Resenha: Debrix – Tales from the Rabbit Hole (2024)

Por Guilherme Formaggio

Banda recém formada no início de 2024 em São José dos Campos, no interior de São Paulo, pelo guitarrista Frigg Mad Beats (Chaos Synopsis), com Fellipo nos vocais, Alisson Magno no Baixo e Diego Sanctus na guitarra e Abel Saviot na bateria.

Desde março de 2024 a banda vem ganhando destaques principalmente por ter participado como banda de abertura de um dos shows, em Belém do Pará, da última turnê que celebrou os 40 anos do Sepultura, e por terem dividido os palcos com o The Calling e a com a Pitty além de terem realizado mais de 20 shows ao longo do ano passado. Em 19 de Abril de 2024 eles lançaram o seu primeiro Single,."Push It!" em todas as plataformas digitais como o YouTube, Deezer e Spotify.

Em 5 de Dezembro de 2024, eles lançaram o seu primeiro EP de estreia, intitulado "Tales from the Rabbit Hole", com um total de cinco faixas e com selo independente.

A banda bebe das fontes do Hard Rock, Grunge e Classic Rock trazendo uma inovação e qualidade em seus riffs pesados e letras intensas que abordam os temas relacionados a confiança, segurança, determinação colocando em destaque a superação dos medos e frustrações. Em seu primeiro EP, a figura do coelho representa o ser humano acuado, com seus medos e anseios perante a sociedade, tendo que superar seus desafios ao enfrentar o mundo lá fora ao sair de sua toca para sua sobrevivência do dia a dia.

"Roadflow" faixa que abre o EP é um Hard Rock com uma pitada de Classic Rock, a música se inicia com pesados riffs de guitarra, possuí uma bateria bastante cadenciada com destaque para o groove pesado do baixo de Alisson Magno e o vocal limpo de Fellipo – destaque também para os solos de guitarra de Diego Sanctus. O tema central da letra da música é o início de uma jornada com imprevistos ao longo do caminho.

"Thunderstorm" como a própria música diz ela começa como uma tempestade com uma leva estrondosa e pesada da bateria de Abel Saviot, com destaque no cymbal e nas viradas sensacionais que trazem um peso pra a música, com riffs e solos duros de guitarra e um baixo estrondoso, música excelente com uma pegada bem Hard Rock. Sua letra fala dos desafios pessoais na busca por um abrigo perante a tempestade da vida, sem ninguém pra ajudar e tendo que seguir em frente por si mesmo, pois todos os seus amigos se foram.

"Running Feat" é uma música mais cadenciada que explora o lado grunge da banda, possui um solo de guitarra mais melódico, com destaque para as linhas de baixo bastante gostosas de ouvir e uma bateria um pouco mais lenta, mas sem perder o peso. Sua letra retrata as frustrações ao longo do caminho durante a jornada, as lâminas do destino qual trazem as visões da dor e as decisões perdidas ao qual só permanecem as cicatrizes profundas. Pés correndo, parece fogo. Perigos escondidos, puro desejo.

"Perigo!" tem uma pegada mais Hard Rock, música cantada em português brasileiro, com riffs pesados e solos de guitarra bastante harmônicos – por Frigg Mad Beats e Diego Sanctus – e uma bateria bastante demarcada, destaque para o solo de gaita ao fundo da música. Como o próprio título diz, a música fala dos perigos que encontramos no nosso caminho e nem mesmo sirene, alerta e alarme de incêndio pode nos salvar.

"Bullseye" a última faixa do EP, trás um Hard Rock bastante técnico, é uma música bastante cadenciada com solos e pentatônicas bem harmoniosas e um groove insano de baixo, com destaque no belo trabalho de bateria de Abel Saviot. A letra fala sobre renascimento, determinação e superar os desafios. Agora não tem mais volta baby, a reação começou. Paredes tremem, pilares quebram, é um terremoto se formando. Em suas marcas, tiros disparados, alvo abatido.

"Push It!" apesar da música ser um single separado do EP, ela tem uma ligação, pois ela também fala de determinação e de superar os desafios a frente. Ela possui uma pegada grunge, com uma bateria  bastante cadenciada com algumas viradas, um poderoso groove de baixo e riffs duros de guitarra –destaque para o vocal de Fellipo nos refrãos da música. Empurre com força o caminho, eles dizem empurre com força ou fique longe. Eles não ligam para a nossa visão. Quando nós precisamos, eles não estão lá. Os olhos de alguém nos perseguem. Nos deixando vazios e fedorentos.

Considerações Finais

Banda possuí um futuro promissor, bastante recomendada para os amantes do Hard Rock. A banda traz um trabalho bastante técnico em seu EP de estreia com muitas referências e inovações. O EP e o single da banda se encontra disponível em todas as plataformas digitais como Spotify, Deezer e YouTube. Vale muito a pena dar uma conferida! 


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sábado, 18 de janeiro de 2025

Cobertura de Show: Left To Die – 08/01/2025 – Gravador Pub/POA-RS

Por: Renato Sanson

Fotos: Vinny Vanoni

O show do Left To Die não foi apenas mais um show, mas em caráter especial para minha pessoa, já que, foi o primeiro show de Metal da minha filha! Algo inimaginável e uma emoção e tanto!

Não poderia começar melhor, com um time estelar de músicos saudando o nosso gênio Chuck Schuldiner.

A ideia do Left To Die é justamente homenagear os primeiros anos da banda Death, mais precisamente os lançamentos iniciais: “Scream Bloody Gore” (87) e “Leprosy” (88). Os embriões do que viria a se tornar o Death Metal.

Para essa missão nada fácil o projeto conta com os lideres Rick Rozz que gravou as guitarras de “Leprosy” e esteve com Chuck nos anos iniciais do Death quando ainda se chamava Mantas e Terry Butler que apesar de não ter gravado os dois primeiros álbuns, esteve com o Death em diversas oportunidades ao vivo entre 87 e 90. 

Mas deixou também sua contribuição em estúdio gravado algumas faixas do álbum “Spiritual Healing” (90).

Para o trabalho árduo de fazer o papel de Chuck nos shows foi recrutado o monstro Matt Harvey do Exhumed e o baterista Gus Rios ex-Malevolent Creation.


Human Plague mostra a força do Metal Extremo Gaúcho 

Mas para o aquece desta noite épica e brutal, tivemos os gaúchos de Santa Maria da Human Plague. 

Destilando seu Death Metal brutal e técnico. Ainda que o público estive meio tímido, já se encontrava uma galera de peso dentro do Gravador Pub e puderam prestigiar este grande nome do Metal extremo nacional.

Pois o que nos foi apresentado, foi algo de gente grande e com doses cavalares de peso e violência. Com o som bem equalizado e potente. Esse é um dos grandes trunfos do Gravador Pub, por ter uma aparelhagem própria de alto nível.

Algo que gostei bastante também foi à banda ter levado o seu merchan para venda e anunciar em palco para apoiarem e consumirem material físico. 

Além do Debut álbum também tinha uma variedade interessante de camisetas. Algo cada vez mais raro hoje em dia, mas o material físico não morrera se depender de nós aficionados!

A banda também está já com novo álbum pronto para ser lançado este ano. Aguardemos.


Left to Die despeja chuva de clássicos do Metal Extremo 

Passado das 21h30min a casa já se encontrava lotada e todos estavam à espera do massacre sonoro que viria e não demora muito para os músicos irem entrando e fazendo pequenos ajustes no som, deixando todos eufóricos para em seguida as luzes baixarem, a intro ecoar nos PA’s e a chuva de riffs iniciar com “Leprosy”, seguida de “Born Dead” e “Infernal Death”.

Uma trinca matadora e uma banda coesa e extremamente bem entrosada e é impossível não dizer que Matt é o destaque, além de cuidar dos vocais e se aproximar o máximo possível do que Chuck fazia nessa época, é também um guitarrista notável e assumindo o problema que é replicar os solos doentios e técnicos da lenda.

Seguindo a destruição com poucas palavras, mas muito carisma envolvido a enxurrada “Sacrificial”, “Forgotten Past” e “Open Casket” geram rodas e mais rodas e aí começa a chuva de moshs! De fato o pessoal não se conteve e o clima era anos 80 no talo, Death Metal old school do mais alto gabarito.

O show seguiu com um set tocando na integra o clássico “Leprosy”, com a adição de mais seis musicas do Debut. Sendo uma delas após o clássico “final fake” e muito pedida pelos fãs: “Evil Dead”, levando a casa abaixo!

Claro que os clássicos imortais “Zombie Ritual” e “Pull the Plug” foram cantados a plenos pulmões e a energia era de estarmos em algum beco da Florida curtindo o melhor que o Metal já produziu.

Além de Matt, vale a menção ao carismático Rick Rozz segurando a base com todo o peso e seus riffs intrincados, Terry sendo o motor da cozinha e não desperdiçando uma nota e Gus massacrando o seu kit por cada musica. Músicos excelentes em um desempenho avassalador.

Antes do encerramento Matt saúda o Death Metal old school, agradece Porto Alegre por tanta energia e enaltece o legado de Schuldiner se não fosse o mesmo nada daquilo seria possível ou existiria. Levando a galera a gritar em uníssono “Chuck, Chuck, Chuck...”.

Por fim, uma noite épica e destruidora e fazendo nós fãs carentes da banda Death termos a oportunidade de vermos um pouquinho de como seria se Chuck ainda estivesse vivo.

Os músicos ao final recolhendo seus equipamentos, desceram do palco, distribuíram autógrafos e tiraram muitas fotos com os fãs. Mais perfeito impossível!

Fica o nosso agradecimento a MAD Produtora por mais um excelente show e uma ótima produção. Que venham os próximos...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Cobertura de Show: Angra – 20/12/2024 – Tork N' Roll/CWB

Curitiba foi palco de diversos shows internacionais em 2024, com grandes nomes como Eric Clapton, Bruce Dickinson e o festival I Wanna Be Tour, entre outros.

Encerrando a temporada de shows, o Angra se apresentou na capital paranaense no Tork N’ Roll, com a Temple of Shadows Tour, celebrando os 20 anos de lançamento do álbum homônimo.

A abertura do evento ficou por conta da banda Azeroth, de power metal melódico da Argentina. Apesar de o local ainda não estar totalmente lotado, a banda contou com um público considerável. 

Formada por Ignacio Rodríguez (vocal), Pablo Gamarra e David Zambrana (guitarras), Fernando Ricciardulli (baixo), Daniel Esquível (bateria) e Leonardo Miceli (teclado), a banda fez um set empolgante, passando por sua discografia de forma coesa e pontual. 

Além de músicas como "Left Behind", "La Salida" e "The Promise", o grupo levantou a plateia com um cover de "Prelude to Oblivion", do Viper. Sem dúvidas, uma excelente surpresa.

Embora o Angra tenha executado o álbum Temple of Shadows na íntegra, o set incluiu também outras músicas de sua carreira, o que tornou o show ainda mais interessante. Marcado para as 22 horas, a banda entrou pontualmente com "Faithless Sanctuary", do mais recente álbum de estúdio Cycles of Pain. 

A essa altura, a casa já estava completamente lotada, tornando o clima ainda mais quente. No palco, telões exibiam animações condizentes com cada momento do show. Na sequência, a favorita de muitos fãs, "Acid Rain", com destaque para os magníficos vocais de Fabio Lione. 

Inclusive, essa apresentação foi a melhor performance vocal que já vi do vocalista. Para finalizar essa primeira etapa, a banda tocou "Tides of Change" Part I e II, também do Cycles of Pain. Pessoalmente, essas são minhas músicas favoritas do álbum, então foi muito agradável poder presenciá-las ao vivo.

A introdução "Deus le Volt!" precedeu o que viria a seguir: a tão aguardada apresentação do Temple of Shadows na íntegra. Considerado por muitos como o melhor álbum do Angra, o disco, que recebeu críticas mistas na época do seu lançamento por não conter tantos elementos brasileiros como os álbuns anteriores, foi aclamado ao vivo. 

"Spread Your Fire" já vale o disco, na minha opinião, e, ao vivo, então, demonstra todo o entrosamento entre Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa (guitarras), Felipe Andreolli (baixo), Bruno Valverde (bateria) e Fabio Lione (vocal). "Angels and Demons" e "Waiting Silence" mantiveram a energia do público, que cantava todas as músicas com muita empolgação.

Fábio, como sempre carismático, interagiu com o público entre todas as músicas. Nesse momento, ele anunciou a próxima música, dizendo saber que aquela era a que todos queriam ouvir. "Wishing Well" foi um belíssimo momento do show, e pude ver algumas lágrimas entre os fãs fervorosos na grade. 

As ótimas "The Temple of Hate" e "The Shadow Hunter" deram sequência ao set, que até então estava perfeitamente executado. "No Pain for the Dead", que tive a oportunidade de presenciar no show acústico com a participação da vocalista Vanessa Moreno, seguiu. 

Devo admitir que, após ter visto Vanessa participar do show acústico, senti falta dela, que traz outra pegada a essa música. Mas, nem por isso, foi menos incrível (OBS.: a cantora fez participação no show seguinte, em São Paulo, no Tokio Marine Hall).

Ainda faltavam quatro músicas para essa etapa do show: "Winds of Destination", "Sprouts of Time", "Morning Star" e "Late Redemption". Me perdoem os fãs, mas para mim, o álbum poderia ter se encerrado em "Winds of Destination" (embora "Late Redemption" tenha um belo momento que, no álbum, conta com a participação do genial Milton Nascimento, trazendo um dueto português/inglês). 

A banda estava realmente entrosada, com destaque para os solos de Marcelo Barbosa, que parece não errar nenhuma nota. Além disso, os duetos com Rafael são sempre um prazer de assistir. Sem tempo para respirar, após a etapa Temple of Shadows, "Make Believe" voltou a levantar o público, desta vez com toda a banda (em apresentações anteriores, esse momento era marcado por um acústico). 

A lindíssima Vida Seca foi aclamada, e esse bloco finalizou com "Rebirth". Nem preciso dizer que foi super bem recebida e cantada por todos os presentes, certo?

Após uma breve pausa, chegava a hora da etapa final, o encore. "Unfinished Allegro" já indicava que, a seguir, o maior clássico do Angra (e talvez do metal nacional), "Carry On", estava chegando. Essa é daquelas músicas que, por mais que as pessoas digam que estão enjoadas, todo mundo canta. 

Nas apresentações ao vivo, o Angra “emenda” Carry On e "Nova Era". É um momento muito especial do show e, sem dúvida, super esperto finalizar dessa forma. Assim, o Angra nos entregou um show de altíssima qualidade, como de costume. A banda tem mais algumas datas dessa tour até março de 2025, antes de entrar em hiato, conforme anunciado alguns meses atrás nas redes sociais. 

Uma pena, mas compreensível. Sinto que o Angra, mesmo levando o nome do metal brasileiro mundo afora, não tem total reconhecimento por seus feitos aqui. Fica o sentimento de gratidão por todo o trabalho, e esperamos que o hiato não dure muito tempo.


Texto: Jessica Tahnne Valentim

Fotos: Clovis Roman (Acesso Music)

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Top Link Music 


Azeroth – setlist:

Left Behind

Falling Mask

Urd

The Promise

La Salida

Beyond Chaos

Prelude to Oblivion (Viper cover)

Trails of Destiny


Angra – setlist:

Faithless Sanctuary

Acid Rain

Tide of Changes - Part I

Tide of Changes - Part II


Temple of Shadows

Deus le Volt! / Spread Your Fire

Angels and Demons

Waiting Silence

Wishing Well

The Temple of Hate

The Shadow Hunter

No Pain for the Dead 

Winds of Destination

Sprouts of Time

Morning Star

Late Redemption


Make Believe

Vida Seca

Rebirth 

Bis

Carry On

Nova Era