sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Calando a boca de muitos: Metallica e seu “Death Magnetic”
O Metallica é uma das bandas que literalmente é odiada e amada. Surgiram no inicio dos anos 80, fazendo um som que seria chamado de Trash Metal, juntamente com outras bandas, como Exudos e Megadeth, e se consagraram pelo peso, velocidade e letras agressivas, cantadas por um James Hetfield nada menos agressivo.
Então, já para a metade final da década de 80, morre o baixista Cliff Burton, num trágico acidente com o ônibus da banda. Mas a banda segue adiante com o novo baixista, Jason Newsted, lançando “...And Justice For All” (1988) e expandindo seu território ao redor do mundo. Nesse disco a banda ainda demonstra peso, mas agora com músicas mais longas e trabalhadas.
Anos depois, em 1991 lançam o tão conhecido “Black Album”, que na verdade chama-se simplesmente “Metallica”, e leva o nome pela capa marcante toda preta. Bom, aqui a banda alcança seu ápice de sucesso comercial, gravando vários vídeos clips, fazendo uma turnê gigantesca, que é considerada uma das maiores da história do rock. É nesse disco que as músicas mais populares se encontram, como “Nothing Else Matters”, “The Unforgiven” e “Enter Sandman” e “Sad But True”.
Depois de 5 anos esperando por material inédito, a banda lança “Load”. Foi um baque! Embora eu goste muito do disco, muitos fãs ficaram muito decepcionados (alguns já estavam com o lançamento anterior) e a coisa piorou com “Reload”, lançado um ano depois. Os álbuns estavam muito diferentes do som que a banda se consagrou, inclusive havendo uma mudança na imagem da banda, com os caras cortando o cabelo, Kirk Hammet usando brincos e maquiagem. Por mais estranho que pareça, a imagem é uma das coisas que muitos fãs acham essencial.
Bem, só vão lançar um disco inédito em 2003, agora com Robert Trujillo nos baixos. E mais uma vez a banda modifica seu som, fazendo algo muito parecido (mais pesado, claro) com o que estava em alta nos Estados Unidos, o New Metal. Particularmente para mim o álbum bate muito bem para concorrer como um dos piores do estilo, sendo pior ainda que “Reload” (pois músicas como “Fuel”, “The Unforgiven II” e “Attitude” se destacam). Nesse disco, apenas “Unnamed Feelling” e “Some Kind of Monster” (muito longa) me agrada de verdade.
Então, embora muitos tenham gostado do disco (pelo menos era mais pesado que os 2 anteriores), os caras penaram na mão da mídia e dos fãs ditos “verdadeiros”. E para completar, problemas com álcool e drogas assolam a banda. Claro, como os outros lançamentos, vendeu muito bem.
Demoram novamente 5 anos (até esta virando um ritual) até chegarem ao presente ano de 2008: lançam “Death Magnetic”. Porém, desde o ano passado, a banda, durante os shows, foram apresentando uma ou outra música inédita, mas que nada me agradaram, inclusive me fizeram perder a esperança de algum dia o Metallica pegar seu lugar de topo no Metal mundial.
Mas então, sai um cover da “Remember Tomorrow”, do Iron Maiden, em mais um tributo à banda (vide matéria abaixo) e quem toca: Metallica. E foi essa música que me devolveu esperança de que a banda lançasse músicas daquele mesmo “naipe”.
E não é que, após escutar o novo disco, os caras calaram a minha boca?! É com toda certeza um dos melhores álbuns da carreira da banda, embora não diga que supere os primeiros (era outra época, outro baixista, etc.).
Temos uma banda com riffs mais “nervosos” e lembrando as épocas primordiais de álbuns como “Mater of Puppets” e “... And Justice for All”. Há vários destaques: “That Was Just Your Life”, que abre o disco e que mostra a banda caprichando, “The End of the Line” traz riffs que não há como negar que os guitarristas são os mesmos que gravaram os primeiros álbuns da banda, “The Day That Never Comes” tem vídeo clipe e lembra muito músicas como “One”, o que é mais que um elogio e já vale para ser mais um clássico da carreira da banda, “The Judas Kiss” quebra tudo e é, para mim, a melhor música do disco (riffs com a marca do Metallica, bateria detonando tudo, baixo indo na cola e o James mostrando do que ainda é capaz nos vocais), “Suicide & Redemption” é a música instrumental e também a mais longa. Mas antes de ser chata, traz vários elementos como dedilhados melódicos (daqueles que encontramos em “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters” por exemplo), riffs pesados e duetos nos solos. Por fim, “My Apocalypse” lembra “Damage Inc.”, do álbum mais amado pelos fãs, “Master of Puppets”, encerra o disco.
Vale falar aqui de músicas como “Cyanide” e “The Unforgiven II”: a primeira traz uma caráter mais comercial (e não me impressionarei dela ganhar um vídeo clipe) e a segunda não mereceria o nome que recebeu. Infelizmente a banda não conseguiu novamente representar o que a “The Unforgiven” do início dos anos 90 passa quando à ouvimos. Nela destaco apenas a parte mais calma da música e a introdução.
De uma forma geral, esse é um disco que, embora não seja um álbum como outros da banda, com certeza superaram minhas expectativas e me faz crer que a banda que ouço no disco é o Metallica que todos nós, headbangers, sempre pedimos que voltassem. E eles estão aí, para quebrar tudo (inclusive recordes: em três dias vendeu quase 500.00 cópias nos EUA).
Saty on the Road
Texto: EddieHead
Track List:
1-That Was Just Your Life
2-The End Of The Line
3-Broken, Beat & Scarred
4-The Day That Never Comes
5-All Nightmare Long
6-Cyanide
7-The Unforgiven III
8-The Judas Kiss
9-Suicide & Redemption
10-My Apocalypse
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