O W.A.S.P. é uma banda que continuou produzindo bons álbuns, mantendo uma legião de fãs fiéis, embora, assim como muitas outras, tenha tido seu auge "comercial" nos anos 80, principalmente com o primeiro e segundo álbuns ("W.A.S.P." e "The Last Command"), quando causaram impacto com suas letras e shows carregados de efeitos visuais, chegando a receber o selo da PMRC (órgão de censura criado pela esposa do senador Gore) por seu conteúdo. A banda, diga-se seu mentor Black Lawless, evoluiu em seu conteúdo, seguindo um caminho mais sóbrio, de conteúdo crítico, político, social e religioso, sendo que já em 1992, com o conceitual "The Crimson Idol" pode ser observada essa mudança.
Bons álbuns se seguiram, apesar de alguns terem um espaço considerável entre eles, e após o conceitual "The Neon God", dividido em duas partes, lançado em 2004, não ter tido o impacto esperado, com "Dominator" (2007) a banda voltou a produzir excelente material, em um trabalho forte, com Lawles influenciado pelos problemas com a guerra no golfo, criticando fortemente o governo Norte Americano.
"Babylon", de 2009, também seguiu essa muito boa fase, sendo um álbum levemente superior. O Hard/Heavy da banda sempre rende canções com ótimos ganchos, a exemplo de "Crazy", num estilo que lembra a "Wild Child", com aquelas melodias de guitarra e refrão bem característico da banda e "Babylon's Burning", num andamento "cavalgado", também muito cativante, Hard/Heavy de rápida assimilação, impossível os fãs não adorarem.
E aquelas baladas pesadas que Lawless sempre soube fazer muito bem, aqui temos "Into the Fire", com um Hammond que contribui mais no clima dramático, e belos solos de Doug Blair, que fez um excelente trabalho no álbum; voltando um pouco, destaque também para a versão de "Burn", do Purple, bem fiel a original, um pouco mais pesada, e com os vocais de Lawless, não tem como não saber quem é que fez a versão, e coube bem no conceito, que aborda o apocalipse, e o "fogo" está presente em vários títulos das músicas.
Na sequência do álbum, o fôlego diminui um pouco, parecendo que poderia ter um melhor equilíbrio na distribuição das faixas, mas nada que comprometa, talvez porque as primeiras cinco realmente se destacam, mas "Thunder Red" é uma boa faixa, e a versão para "Promised Land", de Chuck Berry, que ficou legal, e no estilo W.A.S.P., mas veja que são duas versões em 9 faixas, será que Lawless não tinha mais alguma boa canção na manga ao invés de colocar duas versões?
Em suma, um álbum que é muito bom, com uma banda muito competente cercando Lawless, destacando a sua voz sempre inconfundível, além do bom trabalho de guitarras e canções cativantes, naquele estilo que o velho Blackie sabe fazer tão bem.
Esse line-up se manteve até o recente "Golgotha" (2015), completando uma sequência muito boa de 3 álbuns fortes ("Dominator", "Babylon" e "Golgotha"), que mostram que o W.A.S.P. tem ainda muita relevância, deixando os fãs satisfeitos e com todo o potencial para seguir ganhando novos. Felizmente esses relançamentos e o álbum mais recente foram disponibilizados no Brasil pela Shinigami, nessa parceria com a Napalm Records, que agora tem a banda em seu cast, melhorando a distribuição desses álbuns.
Texto: Carlos Garcia
Ficha Técnica:
Banda: W.A.S.P.
Álbum: Babylon (2009 - relançamento)
País: EUA
Estilo: Heavy Metal, Hard/Heavy
Selo: Napalm Records/Shinigami
Line-Up:
Blackie Lawless: Guitarra, Teclados e Vocal
Mike Dupke: Bateria
Doug Blair: Guitarra
Mike Duda: Baixo e Vocais
Track List:
Live to Die Another Day
Babylon’s Burning
Burn (Deep Purple cover)
Into the Fire
Thunder Red
Seas of Fire
Godless Run
Promise Land (Chuck Berry cover)
Babylon’s Burning
Burn (Deep Purple cover)
Into the Fire
Thunder Red
Seas of Fire
Godless Run
Promise Land (Chuck Berry cover)
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