Depois que o Vitor Rodrigues deixou o Torture Squad, o vocalista vem
vivendo uma nova trajetória diante da sua nova banda, Voodoopriest, que já se
tornou relevante após as críticas com o álbum de estreia “Mandu” (2014),
lançado há dois anos, falando sobre o guerreiro indígena Mandu Ladino. É sobre
essa fase que buscamos o próprio para falar sobre o atual momento da carreira,
os dois anos de “Mandu” e os planos para o próximo álbum. (English Versions)
Road to Metal: Lembro que, quando você se desligou do Torture Squad, o
impacto da sua saída da banda foi muito grande. Às vezes, quando a pessoa sai
de alguma banda ou projeto, costuma dar um tempo e pôr as ideias em ordem, mas
você já foi certeiro e montou o Voodoopriest no mesmo ano. Sair de um ambiente
que já durava 20 anos e começar uma coisa do zero, que é sua, foi uma redenção?
Vitor: Sim. Aliás, continua sendo um aprendizado. Na verdade, a
minha ideia, era dar um bom tempo, depois retornar com uma banda e ter novos
integrantes. Só que depois do anúncio da minha saída do Torture Squad, eu
recebi tanta mensagem de apoio, força e de positividade por parte dos
headbangers, não tinha noção qual era a dimensão disso, e eu só fui saber depois
que aconteceu isso daí. E a partir daquele momento, eu percebi o seguinte:
emocionou muito, vou voltar com uma banda nova e vou chamar integrantes que
possam fortalecer o Metal nacional com essa banda, que acabou se tornando o
Voodoopriest.
O começo, realmente, foi difícil, porque eu tive que fazer uma listagem de futuros músicos. E tinha muitos músicos que estavam em outras bandas, então eu não queria tira-los delas. Só que, paralelo a isso, eu recebia e-mails do Covero e do Renato de Lucas. Aliás, o Covero, mandava nos e-mails dele algumas músicas, e no terceiro ou no segundo e-mail, ele falou: ‘Vamos fazer um negócio legal juntos?’ E aí eu juntei ele, o Renato De Lucas, que trouxe o Bruno Pompeu (baixo), e depois chamei o Edu Nicolini (bateria) e formamos o Voodoopriest. No começo foi difícil, mais depois que a banda se encaixou no primeiro ensaio a coisa começou a engrenar.
O começo, realmente, foi difícil, porque eu tive que fazer uma listagem de futuros músicos. E tinha muitos músicos que estavam em outras bandas, então eu não queria tira-los delas. Só que, paralelo a isso, eu recebia e-mails do Covero e do Renato de Lucas. Aliás, o Covero, mandava nos e-mails dele algumas músicas, e no terceiro ou no segundo e-mail, ele falou: ‘Vamos fazer um negócio legal juntos?’ E aí eu juntei ele, o Renato De Lucas, que trouxe o Bruno Pompeu (baixo), e depois chamei o Edu Nicolini (bateria) e formamos o Voodoopriest. No começo foi difícil, mais depois que a banda se encaixou no primeiro ensaio a coisa começou a engrenar.
RtM: Pro Voodoopriest ter ganhado o ritmo e o saldo que está tendo
hoje, vocês e os outros precisaram seguir um determinado roteiro. O primeiro
foi à montagem da banda, o segundo foi descobrir a identidade de cada um
através de ensaios, ideias e etc, o EP de estreia para apresentar ao público de
como é a banda e, por fim, o passo final que foi o “Mandu”, fora os shows que
fizeram também. Esse simples planejamento, que é tradicional de banda, foi
determinante para que o Voodoopriest crescesse de forma rápida?
Vitor: Não só foi como está sendo, porque a gente tem sempre um
planejamento e sempre tentamos se adequar a ele, que é o lançamento de um
disco, fazer toda a propaganda em cima dele e essas coisas normais de banda. Eu
acho que o que ajudou muito Voodoopriest foi que fizemos uma campanha forte nas
redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram não só no EP, mas também no
lançamento do “Mandu” e, futuramente, nos discos que virão. Então, nesse trabalho,
a gente estudou bem para poder se organizar, e hoje a gente tem a ajuda do
pessoal da 1 a 1, que é uma assessoria de imprensa muito legal, da Iris. E eles
agora estão fazendo essa parte, enquanto a gente cuida mais na parte musical,
porque é duro no Brasil você ter que se virar nos 30: você tem que compor
música, compor riffs, compor solos, fazer propaganda no Facebook eTwitter,
entrar em contato com sponsors e com um monte de gente para poder viabilizar o
nome da banda no cenário. Mas agora, com a ajuda do pessoal da Um a Um, a coisa
se tornou mais fácil. Esse roteiro não só vale na música, mas também em setores
profissionais, porque você tem que seguir um planejamento, estudar o
planejamento e seguir isso até você chegar no objetivo final da coisa.
RtM: Falando sobre o “Mandu”, o disco gira sobre esse guerreiro
indígena, e quando eu estava ouvindo o disco, eu fui procurar saber sobre ele
através de pesquisas que eu fiz na internet. E a frase que diz que Índio bom é
índio morto, do Jorge Velho, traduz muito bem o que o Mandu e outros indígenas
passavam e até hoje passam. Sempre foi um desejo seu falar sobre tema,
independente de que banda estivesse mostrando que os índios não são exatamente
indigentes?
Vitor: Boa pergunta! Para te falar a real, nos 19 anos que eu
estive a frente do Torture Squad, em nenhum momento ocorreu de eu falar de um
tema ligado ao índio, a cultura indígena ou até mesmo sobre o Brasil, salvo a
música ‘174’, do álbum “AEquilibrium” (2010), que eu falo sobre aquele rapaz
que sequestrou um ônibus no Rio de Janeiro e tal. Mas depois da minha saída,
com a criação do Voodoopriest, logo de cara, no EP, vieram três músicas falando
sobre esse tema. E a partir desse momento, eu comecei a me aprofundar, porque
eu venho de descendência indígena. E tanto meu pai como minha mãe, eles
contavam histórias de índio, que era muito legal. E quando eu montei o
Voodoopriest, essa ideia bateu em cheio em mim. E quando estava pesquisando para
o primeiro álbum, que foi o álbum de estreia mesmo, Full, eu comecei a
pesquisar histórias, lendas e folclores, e eu cheguei justamente no review de um
jornalista piauiense sobre o livro do Anfrisio Lobão Castelo Branco, que falava
sobre o índio Mandu Ladino.
Infelizmente, eu não pude ter, em mãos, a primeira e a segunda edição dos livros, porque elas foram retiradas da prateleira. Então eu tive que fazer uma pesquisa como se fosse quebra cabeça, juntar aquelas informações que eu tinha naquele momento, indo nas bibliotecas e me aprofundar na internet, fazer uma pesquisa para chegar até esse personagem maravilhoso. Eu, até aquele momento, nem sabia que ele existia, porque nas escolas a gente aprende uma coisa que é totalmente diferente do que realmente é. Aprofundei-me tanto nesse tema que, aquilo que era para ser apenas um tema para uma música, se tornou um tema para o álbum todo. Então o que eu fiz: desmembrei todo o contexto da coisa e eu fui jogando nas músicas. Gravamos o disco no Norcal Studios, com o Brendan Duffey e o Adriano Daga, finalizando o álbum falando sobre o Mandu Ladino, que é uma história muito bonita, forte e legal.
Infelizmente, eu não pude ter, em mãos, a primeira e a segunda edição dos livros, porque elas foram retiradas da prateleira. Então eu tive que fazer uma pesquisa como se fosse quebra cabeça, juntar aquelas informações que eu tinha naquele momento, indo nas bibliotecas e me aprofundar na internet, fazer uma pesquisa para chegar até esse personagem maravilhoso. Eu, até aquele momento, nem sabia que ele existia, porque nas escolas a gente aprende uma coisa que é totalmente diferente do que realmente é. Aprofundei-me tanto nesse tema que, aquilo que era para ser apenas um tema para uma música, se tornou um tema para o álbum todo. Então o que eu fiz: desmembrei todo o contexto da coisa e eu fui jogando nas músicas. Gravamos o disco no Norcal Studios, com o Brendan Duffey e o Adriano Daga, finalizando o álbum falando sobre o Mandu Ladino, que é uma história muito bonita, forte e legal.
RtM: E a própria faixa título, que foi a escolhida como single de
apresentação, define bem esse conceito. E um trecho que eu acho explicito e
muito interessante nessa faixa em especifico é o seguinte: “Eles lutam contra a escravidão, lutam por
sua terra/Corações cheios de ódio dos crimes do homem branco”.
Vitor: Exatamente! Infelizmente, eu fico muito triste com isso. É
atual, porque antes do homem branco chegar aqui na América, aqui no Brasil existiam 11 mil índios, mais ou menos. E infelizmente, com a chegada do homem
branco, esse número diminuiu consideravelmente. E isso é triste, porque,
até então, eles eram os donos da terra que nem mesmo eles se autodenominavam
donos. Eles tinham uma relação com a terra muito forte, de irmandade, onde a
terra era mais importante para eles, porque provinha todo alimento e toda vida, mas só que, claro, com a ganancia do homem branco, infelizmente
muitas etnias morreram e muitas comunidades indígenas foram massacradas com a
invasão dos bandeirantes, dos portugueses e entre outros. E a gente vê essa realidade até hoje. Hoje, o
índio, não tem direito de nada! O negro, pelo menos, ele tem o dia da consciência
negra, que é feriado. O índio não tem isso, só tem a data que é a data que as
escolas lembram para as crianças ficarem pintando indiozinho, entendeu? E é
deprimente isso daí. Eu acho que deveria haver muito mais respeito e leis que
favorecessem mais o indígena em todo o seu contexto.
RtM: A capa do disco foi criada pelo polonês Ralf The Might, que já
trabalhou com grandes nomes do Thrash Metal mundial. E a arte, além de ser
legal e muito bem feita, ele conseguiu caracterizar o tema do álbum através dela. Em cima disso, a intenção, desde o começo, é que a pessoa,
quando for comprar o disco, olhar a capa e título do álbum, já vai saber do que
realmente se trata?
Vitor: Na realidade, eu queria que a capa dele fosse simples, mas
impactante, que as pessoas já olhassem de cara e que fosse impactante. O lance
da caveira, em si, representa os antepassados dos indígenas e do nosso povo
brasileiro. E eu fiz questão de colocar o cocar verde amarelo, com a pena
vermelha, que representa o sangue desses índios que foram mortos e ainda
continuam morrendo, porque não temos uma política forte e uma política de ajuda
aos índios do Brasil. E é isso, o Mandu representa a força guerreira do índio.
E mesmo as pessoas que não tem descendência indígena, mas quem se considera um
indígena é bem-vindo, porque, na verdade, o que nós estamos querendo preservar,
dessa forma, é a memória e a força da espiritualidade do índio, que venho de
eras em eras, e que continua até hoje lutando pela liberdade deles.
RtM: A escola musical do Voodoopriest está ligada ao Thrash Metal e
Death Metal, estilos que você já trabalhava no Torture Squad, mas unindo-se as
influências do Covero, Renato, Bruno e o Edu. Como foi trabalhar nas
composições do disco com eles e absorver todas as ideias musicais deles? Teve a
participação de algum deles nas composições do “Mandu” ou só você foi o
responsável pelas letras?
Vitor: A alquimia foi muito perfeita! Nós temos o Edu Nicolini
(baterista), que é da escola do Thrash Metal dos anos 80 e tem uma veia
Hardcore muito forte. Ele é Thrash puro! No baixo, temos o Bruno Pompeu, que
ele consegue mesclar as influencias desde MPB até Death Metal, Thrash Metal e
Grindcore. Ele emula tudo isso de forma soberba, e tem até uma parte
percussiva vinda dele. E eu tive a sorte e a felicidade de ter dois guitarristas
que se encaixaram muito bem, porque o Covero vem da escola do Kerry King
(Slayer) e também gosta de fazer algumas ideias do estilo do Meshuggah, com
aquela coisa 3 por 4, sabe? Isso vai de encontro também ao Renato De Lucas, que
tem uma veia mais melodiosa, no estilo do Alex Skolnick (Testament) e do Jeff
Lomis (Nevermore).
Então, com a união deles, houve essa alquimia muito legal. Conseguimos mesclar, dessa forma, uma grande personalidade no som do Voodoopriest. Então, quando você escuta, a pessoa vai saber que é o som do Voodoopriest justamente por causa disso. E no quesito das letras, como eu cheguei a ter o tema, ler e me debruçar em cima dele, naturalmente ficou para mim todo esse lance do tema. E quando a gente estava começando a criar as músicas, eu comecei a ver a posição de cada faixa no disco, dando uma dinâmica, eu queria colocar uma coisa que fosse fluindo naturalmente. E o mais interessante é que, quando começamos a ensaiar as músicas para o “Mandu”, a coisa foi engrenando. Foi um trabalho árduo, mais no final das contas foi muito gratificante.
Então, com a união deles, houve essa alquimia muito legal. Conseguimos mesclar, dessa forma, uma grande personalidade no som do Voodoopriest. Então, quando você escuta, a pessoa vai saber que é o som do Voodoopriest justamente por causa disso. E no quesito das letras, como eu cheguei a ter o tema, ler e me debruçar em cima dele, naturalmente ficou para mim todo esse lance do tema. E quando a gente estava começando a criar as músicas, eu comecei a ver a posição de cada faixa no disco, dando uma dinâmica, eu queria colocar uma coisa que fosse fluindo naturalmente. E o mais interessante é que, quando começamos a ensaiar as músicas para o “Mandu”, a coisa foi engrenando. Foi um trabalho árduo, mais no final das contas foi muito gratificante.
RtM: Além da faixa “Mandu”, destaco as pesadas ‘Dominate and Kill’,
‘Religion In Flames’, ‘Warrior’ e a ‘Trail Of Blood’. O mais legal nessas
músicas é que há toda uma atmosfera indígena sem precisar colocar os
instrumentos que os índios usavam, passando somente para o instrumental. Creio
que não foi muito difícil fazer isso?
Vitor: Não foi, porque, na verdade, o objetivo era fazer um álbum agressivo. Não ligamos muito em colocar partes percussivas para
dar mais clima na coisa. É claro que a ideia nasceu com o “Roots”, do
Sepultura, e com o “Holy Land”, do Angra. E através do tempo e da história,
venho o Glory Opera também, que é uma banda de Metal melódico que fez um
trabalho muito legal que é o “Rising Moangá”, vindo outras várias depois. E
hoje culminou, junto com o Voodoopriest e outras bandas, o Levante do Metal
Nativo, que é muito legal também. E a sonoridade do Voodoopriest é exatamente
isso, pegamos justamente a parte pesada, dos riffs e dos licks de guitarra, a
bateria mais Thrash e algumas partes mais Death Metal. E também partes mais
melodiosas, porque tem uma veia Heavy Metal no meio disso tudo. E juntando isso
daí, mesclou e criou a personalidade do álbum.
RtM: Falando sobre o Levante do Metal Nativo, essa ideia meio que
começou quando vocês lançaram o “Mandu”. E várias bandas vêm falando sobre os
fatos históricos daqui do Brasil, como o Aclla no Pindorama; o Arandu Arakua,
que canta na língua dos índios; Tamuya Thrash, Armahda e entre outras. Vocês
meio que estão montando uma tribo do Heavy Metal em cima desse movimento?
Vitor: Legal isso daí né? (risos) Na verdade, é um grupo e, como se
diz, um levante. Não tem nada a ver com panelinha e essas coisas todas, é que a
gente combinou e a coisa nasceu naturalmente, porque quando o Voodoopriest
lançou o “Mandu”, na mesma época, o som do Arandu Arakua estava sendo mostrado
também. O Tato, do Aclla, com o Pindorama, como você falou; o Armahda também
estava lançando discos falando sobre a história do Brasil; o Tamuya Thrash e o
Hate Embrace (Rio de Janeiro). Temos o Morrígan, lá do norte do país e entre
outros. Culminou justamente de essas bandas falarem do Brasil e naquele exato
momento, então pensamos: ‘Por que não
unir essas bandas num diferencial que seria, justamente, falando não só sobre a
cultura indígena, mas também sobre a história do Brasil?’ E aí que nasceu o
Levante do Metal Nativo, que perdura até hoje e que vai perdura por muito
tempo. Queremos fazer muitos projetos a frente e vamos ver no que vai dar. Quem
sabe role até um festival num futuro promissor...
RtM: Muitas bandas, que nem eu falei, estão retratando sobre a história
do Brasil, até o próprio Torture Squad, que falou sobre a Ditadura Militar no
“Esquadrão de Tortura”. O “Mandu” ele serve para a pessoa mais desinformada a
procurar saber sobre fatos indígenas e estudar sobre eles?
Vitor: Com certeza, porque eu fui uma dessas pessoas que não sabia
nada sobre o Mandu Ladino e nem da existência dele. E com a pesquisa desse
índio e desse guerreiro, eu fiquei sabendo de muitas coisas. Eu fiquei sabendo
de uma outra história legal, de que um dos maiores algozes dos índios, se
converteu e começou a ajudar os índios, porque ele viu, no meio da mata, um
índio que curava as pessoas e, de alguma forma, ele percebeu que aquele cara
era espiritual e tal. Era um negócio muito louco! São muitas histórias que nós
temos aqui que ainda não foram pesquisadas e não foram mostradas a público.
Então, com toda certeza, a pessoa que não conhece nada respeito do “Mandu” ou
do índio, consequentemente ele vai conseguir, com o “Mandu”, chegar nesse
conhecimento.
Acho que eu sou a primeira pessoa que está perguntando isso. O
Voodoopriest caiu nas graças do público, que quando alguém está com o disco ou
com a camiseta da banda, vocês falam que a pessoa foi voodozada e tudo mais.
Isso é meio que uma ação de marketing da banda?
Vitor: Isso aconteceu naturalmente em um ensaio, quando estávamos
tocando as músicas, e nos mesmos estávamos empolgados com a música que a gente
estava tocando, com o tema e com tudo o que estava rolando com a banda. E eu
lembro que foi o Bruno que chegou com essa ideia, falando: ‘Puxa, está legal demais! Vamos voodoozar
esse evento e esse show!’ Foi um negócio muito louco que pegou, então isso
serviu como um jargão da banda.
RtM: Saindo do circuito do Voodoopriest, desde a sua saída do Torture
Squad, você fez participações em algumas bandas, na música “Shades Of War”, do
Hevilan, junto com o vocalisa Warrel Dane. E também você fez participação, que
não vou lembrar a música agora, no evento Super Peso Brasil. Como foi a
sensação de ter feito essas duas participações?
Vitor: Foi uma sensação maravilhosa! Eu, particularmente, tenho o
maior respeito por essas bandas que fiz participações, tanto com o Stress e o
Hevilan. Aliás, a do Hevilan, foi legal, porque foi um lance do meu amigo Biek,
que tenho, há muitos anos, uma amizade muito grande e ele me convidou para
participar. E foi bacana, porque eu cheguei lá não só fazendo a participação no
disco, mas também no vídeo clip da “Shades Of War” junto com o Warrel Dane, que
é um cara que tenho profundo respeito e admiração. E com o Stress também,
porque eles são paraenses e meu pai também, meio que uma espécie de
conterrâneo. E o Super Peso Brasil, organizado pelo Ricardo Batalha, foi
fantástico, porque juntou um monte de headbangers ali tudo em prol do Metal
nacional. Foi uma celebração fantástica, ou seja, são duas participações que eu
tenho orgulho de ter feito.
RtM: Chegando ao final da entrevista, como você está enxergando o
cenário metálico no meio de tantas plataformas digitais, downloads ilegais e às
pessoas não se interessando pelo material físico?
Vitor: Então... Na verdade, as pessoas deviam participar mais indo
aos shows e comprando merchandising da banda, que é dessa forma que vai fazer o
cenário ainda reviver. Infelizmente, o CD hoje já é uma coisa antiga. Ninguém
escuta e compra CD hoje.(N. do R.: Datavenia! O público Metal ainda é um público que compra bastante material físico)
RtM: Tanto que vocês lançaram o “Mandu”, antecipadamente, de forma
virtual no Youtube.
Vitor: Exatamente! Lançamos primeiro de forma virtual e depois,
mais para a frente, lançamos de maneira física. Só que muitos setores, por
exemplo, o Sesc, eles não aceitam virtual e nem em MP3, eles só querem físico.
Então a gente ainda manda fabricar nesse sentido. É engraçado, porque da mesma
forma que hoje as pessoas estão meio que dispensando o CD, elas, por um outro
lado, estão voltando a cultuar o vinil, que é muito legal. E um dos meus sonhos
é poder fazer, tanto o EP como o CD “Mandu” em vinil, que deve ficar lindo pra
caramba naquele tamanho todo. Mas é isso, acho que as pessoas deveriam se
interessar mais e apoiar mais as bandas indo aos shows, prestigiando os
músicos, compartilhando a sonoridade dos músicos e comprando o merchandising,
porque é disso que a banda sobrevive. Sem isso, não vai haver banda e não haver
nada! Tem que haver um comprometimento da galera aí.
RtM: E como está sendo a recepção do “Mandu” tanto aqui no Brasil
quanto no exterior?
Vitor: Estamos comemorando dois anos de “Mandu”, e com relação a
essa comemoração, lançamos lyric-videos de todas as músicas do “Mandu”, como se
fosse capítulos. E é bem interessante! Estamos indo bem, queremos fortalecer
ainda mais o cenário nacional aqui, que é o mais importante, mas também temos
contatos lá fora e estamos enviando para esses contatos. E esses contatos estão propagando a banda internacionalmente. Vamos ver se no final desse
ano, ou no ano que vem, embarcamos numa turnê internacional e começar a
girar as coisas por lá.
RtM: Sobre o próximo disco, ele vai ser tratado novamente sobre temas
indígenas ou você vai expandir sobre temas diversos?
Vitor: Sobre temas, eu não tenho certeza para dizer ai para o
pessoal do Road To Metal, porque é uma coisa muito relativa. Talvez eu possa
sair daqui agora e achar um tema super legal. Posso fazer um tema conceitual de
novo e de um outro guerreiro indígena, africano, ou seja, lá quem seja, como
também posso fazer de variados temas. Mas em relação às músicas, a gente está
fazendo algumas músicas e riffs novos. Já estamos criando, mondando e
estruturando as músicas que vão fazer parte do segundo álbum.
RtM: Há alguma previsão de quando vai ser lançado?
Vitor: No ano que vem com certeza, mas eu até arrisco, para o final
do ano, da gente ter uma novidade legal aí para os headbangers. Agora temos que
esperar né? (risos)
RtM: E quais são os seus planos tanto no Voodoopriest e fora dele?
Vitor: No Voodoopriest, queremos fazer muitos shows por aí, estamos
agendando mais alguns shows. Quem se interessar, vamos deixar o link aí para
vocês colocarem no site. E fora isso tem minha carreira profissional também,
fazendo workshops e participações de shows em outras bandas. E vamos indo, a gente tem mais é de não
deixar a peteca cair, sempre divulgando o lance do Metal em todos os sentidos.
RtM: Vitor, muito obrigado pela oportunidade de termos essa conversa. E
o espaço é todo seu para deixar sua voodozada para os leitores.
Vitor: Quero agradecer demais a você, Gabriel, ao pessoal do Road
To Metal e a todos os headbangers. Estou hoje aqui graças a vocês, porque vocês,
simplesmente, são a parte mais importante da minha vida. E é legal que você,
com o Road To Metal, está divulgando o Metal aqui no Brasil, que é importante para
nós. Hoje vivemos num universo onde a música sertaneja e o funk são
‘mainstream’ que, infelizmente, são músicas totalmente pífias, pobre de letra e
até mesmo de musicalidade. E fazer Metal aqui no Brasil é um negócio muito
difícil, então parabéns para você, Gabriel, e para todos os headbangers aí.
Vamos voodoozar que aqui é Metal na veia!
Entrevista: Gabriel Arruda
Fotos: Divulgação
Edição/Revisão: Renato Sanson/Carlos
Garcia
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Um comentário:
Que papo mais brega e cafona. "Simboliza os nossos índios que morreram e continuam morrendo". Essa escória vermelha é um pé no saco mesmo, com essa idiotice do politicamente correto. Que se explodam os índios e as ONGs ridículas que defendem esses malas.
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