Na ativa desde 1991, a Carniça já se tornou um estandarte para o Thrash metal nacional e um sinal vivo dentro do underground. É uma destas bandas da casa que nos trazem muito orgulho, e que demonstram a verdadeira identidade de quem está nesse caminho pelo amor a arte. Viver da arte em nosso País não é uma tarefa muito fácil para quem não se rende a pressão do sistema, agora imaginem essa situação para quem confronta diretamente o monstro, cara-a-cara. Trocamos algumas ideias com o baterista Marlo Lustosa em busca de relembrar momentos importantes da carreira e de como funciona o mecanismo que move a banda, confira:
RtM: Durante os vinte e cinco anos de existência da Carniça, muitas situações foram vividas. Entre o lançamento do Rotten Flesh (1999) e Temple's Fall... Time to Reborn (2011), o que aconteceu com a banda?
Marlo Lustosa: Pós lançamento do “Rotten...” fizemos muitos shows,
naquela época festivais com muita gente mesmo... daí depois surgiu o convite
para participar do tributo ao Running Wild, gravamos e mandamos para a
gravadora (seria a Sanctuary Records) o próprio Rock and Rolf gostou e nos
respondeu por e-mail... tudo estava dando certo, haveria dois shows na Alemanha
para lançar o tributo, mas daí a gravadora decidiu lançar o tributo apenas com
bandas que faziam parte de seu cast e o tributo conosco e outras bandas do
mundo acabou saindo apenas no formato para download, está lá ate hoje na Page
dos caras para baixar. Ficamos bem frustrados na época, um dos membros teve
questões lances pessoais e no fim em 2005 fizemos uma parada. Para em 2008
retomamos e 2011 lançamos o “Temple’s...”
RtM: No trabalho mais recente, Nations of Few, a música escolhida para
ilustrar toda fúria do disco em um videoclipe foi a Corruption. Por que ela foi
escolhida?
Marlo: Cara, esse som era o mais “calmo” do disco e tem uns riffs
de guita dobrados, batidas cadenciadas que nos remetem a uma espécie de baile
(risos) mas a letra é direta, um soco na cara de todos políticos corruptos (99%)
desse país e mundo podre.
Assista ao videoclipe AQUI
Assista ao videoclipe AQUI
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"A Carniça sempre procurou e procura fazer seu som próprio! Não me lembro de alguma vez tenhamos procurado seguir uma tendência ou moda da época... " |
RtM: Como a banda enxerga a relação entre o consumo da música e os fãs
atualmente?
Marlo: Hoje em dia somos muito conhecidos pelo Brasil e até fora,
graças a internet. Temos uma galera que nos segue. Mas os tempos são outros, material
das bandas já foi mais vendido...
RtM: Percebe-se que a Carniça mantém a formação desde o nascimento, o
que não é muito comum em bandas. Pessoas diferentes trazem opiniões diferentes
até em grupos mais próximos (como família, por exemplo). Algum segredo especial
é utilizado como catalisador na hora de manter o trio unido?
Marlo: Cara... (muitos risos) a banda tem muitas brigas internas na
hora de compor, gravar, ensaiar e etc. Mas somos uma família realmente,
Mauriano e eu irmãos e Parahim nosso primo... nos criamos juntos e a amizade
está acima de tudo! Hoje em dia você pode pegar os melhores e mais virtuosos
músicos e formar uma banda... mas o lance de amizade e parceria dificilmente
vai existir.
RtM: A Carniça continua de olho no que acontece dentro do Thrash Metal
e ouvem bandas mais recentes?
Marlo: Cada um de nós escuta coisas diferentes um do outro, mas temos
muitos gostos parecidos... não seguimos tendências, como se vê por aí... essa
ou aquela banda que soam exatamente iguais, tanto nos riffs como na gravação. Você
fecha os olhos e soa igual. Tem muita banda foda por aí, aqui no Sul, no Brasil
e fora também. Eu particularmente tenho escutado muito metal anos 80, 90, mais
recentes black, thrash, death. Sem rótulos! Se o som é bom, eu escuto.
RtM: Quais as lembranças do processo de gravação da demo World Putrefation?
Marlo: Gravação tosca, na corrida, com poucos recursos financeiros
e técnicos hehehe mas foi massa porque faz parte da nossa história!
RtM: Considerando que os fãs sempre sustentam uma opinião de como a
banda deve soar, vocês levam isso em consideração na hora de compor ou é um
processo mais orgânico?
Marlo: A Carniça sempre procurou e procura fazer seu som próprio!
Não me lembro de alguma vez tenhamos procurado seguir uma tendência ou moda da
época... tem muita banda foda por aí... rápidas, ou técnicas ou muito pesadas e
agressivas... não queremos copiar ou competir com ninguém... queremos mostrar o
nosso trampo e fazer o que gostamos com a nossa identidade.
Entrevista por: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson
Entrevista por: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson
Links
Relacionados:
https://soundcloud.com/carnicaband
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