Mais de 20 anos de história e um legado solido e cravado eternamente no underground nacional. Essa é a Sacrario e sua persistência em prol do Heavy Metal, tendo em sua discografia quatro discos oficiais, um EP e diversas Demos, criando assim uma solidez eficaz e evolutiva, chegando ao status de referencia nacional.
Confira nas linhas a seguir nosso bate papo com o guitarrista/vocalista Fabbio Webber:
Road to Metal: Quando se inicia um projeto duradouro, como a Sacrario,
muitos sentimentos rondam no começo. Conseguem listar como foi esse turbilhão
de sentimentos no inicio da banda e as expectativas na época?
Fabbio Webber: Quando começamos não pensávamos em voos mais altos,
apenas fazíamos o que gostávamos, sem qualquer tipo de preocupação, desde a
gravação de uma “demo” até shows no underground. Mas a vontade e as ideias em
fazer uma música de qualidade e profissionalismo foi se desenvolvendo ao longo
do tempo em que amadurecemos como músicos e como pessoas.
RtM: As letras da Sacrario abordam temas provocativos e diretamente
críticos. Como acontece o equilíbrio entre a crítica e a provocação na hora de
compor as músicas?
Fabbio: As nossas letras tiveram uma evolução bastante
significativa, pois no início sentíamos como se elas simplesmente fossem apenas
um complemento da música, porém essa postura mudou. Escrevemos sobre temas
reais, que ocorrem no dia a dia, entretanto não opinamos explicitamente nas
letras para que as pessoas possam pensar e refletirão seu modo. Cito como exemplo,
Neither God Nor Devil, pois aqui não está
explícita a nossa definição sobre o que pensamos a respeito, simplesmente
deixamos para que todos reflitam acerca da existência de Deus, do Diabo, de
apenas um deles, ou a inexistência de ambos.
RtM: Em todos esses anos de atuação da banda, qual foi o período de
maior agito?
Fabbio: No ano de 2011, com a nossa primeira tour fora do país, na
Argentina. Preparamos o álbum “Stigma of Delusion” no ano anterior para essa
tour. Logo depois, ao retornar ao Brasil, fizemos vários shows, e ainda
participamos do Metal Battle Festival, o qual fomos para a cidade de Varginha
participar da etapa final com mais 19 bandas. Nesse período, houve muita
correria entre gravação de um álbum, ensaios e tour, todavia foi ótimo e muito
gratificante, visto que a banda passou a ser mais conhecida. Além disso
conhecemos muitos músicos, fãs e pessoas ligadas ao metal, e de uma forma
geral, fizemos muitos contatos.
RtM: Hoje sabemos que a Sacrario já é uma referencia para a região e
para o País. Mas para os integrantes, o que a Sacrario significa?
Fabbio: Apesar de não vivermos de música, vemos e encaramos a banda
com seriedade, como um trabalho, e com compromisso. Amamos o que fazemos, somos
fãs de nós mesmos. E é na banda que podemos expressar não apenas nossa arte,
mas também os nossos sentimentos, já que além de sermos músicos, somos
artistas.
RtM: Como foi a chegada do baixista Cristiano Kappaun, na banda?
Fabbio: Não poderia ter sido melhor, pois o entrosamento foi
perfeito, tanto do lado pessoal quanto do lado musical. Temos muita coisa em
comum, desde gostos musicais até a maneira de compor. Ademais, o foco e os
objetivos são os mesmos, o que são fatores essenciais em uma banda onde há
várias mentes pensando e trabalhando ao mesmo tempo.
RtM: Quando a Sacrario compõe, as experiências dos trabalhos anteriores
são analisadas e levadas em conta?
Fabbio: Muito pouco, apenas procuramos não nos tornar repetitivos,
e no momento que finalizamos um álbum, já estamos pensando no próximo. Quando
estamos compondo, deixamos que tudo flua de forma natural e espontânea, sem
qualquer tipo de pressão. Particularmente, durante o período de composição,
procuro não ouvir nenhuma banda, evitando assim, influências diretas nas
composições.
RtM: Há pouco tempo à banda
excursionou pelo exterior. Poderiam nos comentar como foram os shows na turnê
Argentina? Qual o ponto positivo e quais as maiores dificuldades?
Fabbio: Essa foi a quarta vez que
excursionamos na Argentina, e desde a primeira vez até agora, as coisas sempre
tiveram uma evolução. Os shows por lá foram ótimos, o público é muito animal e
viciado em cerveja e metal; houve shows em que muitos cantavam partes de nossas
músicas, o que foi muito gratificante para nós. De positivo temos o bom público
que comparece aos shows, o enorme respeito com a banda; a forma como somos e
sempre fomos tratados e recepcionados, seja pelas pessoas e fãs, seja pelos
produtores, com profissionalismo e seriedade. Uma das maiores dificuldades é o
grande trabalho e tempo necessários para se agendar uma tour, pois implica
muitos detalhes, e para que isso ocorra perfeitamente, é relevante que as
pessoas envolvidas sejam sérias, honestas, comprometidas, e acima de tudo,
profissionais.
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