No dia 22 de julho (sábado) rolou a primeira edição do THRASH disCONCERT na capital paulista. O local escolhido para realização desta primeira edição foi o Red Star Studios, localizado na rua mais musical de São Paulo, Teodoro Sampaio, que fica a poucos minutos da estação Clinicas do metrô.
Vale lembrar que, todas as sextas feiras, às 22hrs o estúdio é reservado para o programa Kiss Club, da Kiss Fm, receber as bandas mais novatas (e também as veteranas) a se apresentarem ao vivo em um espaço reduzido.
O
início dos shows estava previsto para começar às 18hrs, porém essa primeira
hora foi dedicada para que o Tosco,
Faces Of Death e o Trendkill Inc.
– bandas escolhidas para essa primeira edição – pudessem fazer a passagem de
som. Os que estavam presentes, assim como eu, não acharam ruim a decisão. Logo
que cada banda terminava de fazer a passagem os músicos iam para a parte de
trás do estúdio para tomar umas, trocar uma ideia e colocar as histórias em dia
antes da pancadaria comer solta.
Após
mais alguns ajustes no som os paulistanos do Trendkill Inc. abriram os
trabalhos da noite por volta das 19hrs, com a presença baixa de público, que só
deu uma leve melhorada no decorrer da apresentação. Os que estiveram presentes
– e dos que só chegaram na metade da apresentação – apreciou, em bom som, um
ótimo show de Heavy/Thrash Metal com muita alusão a escola oitentista.
Com menos de uma hora de show o set abordou músicas do EP estreia, com destaque para “Silence Or Death”, introduzida por uma ótima melodia de baixo. Mas a banda – hoje formada por Diego Veras (vocal/guitarra), Ivan Santos (guitarra), Sandro Cezar (baixo) e Ale Fontana (bateria) – mostrou algumas novidades: a pesada “Corrupted Corrosion” e “Metal Man” – a última, segundo Diego, é uma mera homenagem a todos os headbangers do planeta – são algumas das músicas que estarão no primeiro álbum do quarteto, ainda sem previsão de lançamento.
Mas dentro
desse quadro de novidades as músicas que responderam bem o público foram “Fear”
e “Downway To Hell”, que remete muito a fase áurea do Metallica e um pouco do
Testament nos tempos de “The Ritual”.
Quem acompanha a banda nesses poucos anos de atividade percebe facilmente que a latente influência do Metallica não só está no som, mas também na personalidade de alguns membros: a Gibson Explorer toda preta do Diego – somada as palhetadas para baixo – e do baixo Warwick do Sandro deixava evidente a reverência ao James Hetfield e ao Robert Trujilo. Isso é uma crítica? De forma alguma, pois ter a inspiração da banda de Heavy Metal que tem o maior número de fãs do planeta é sinônimo de vantagem nos dias de hoje.
Perto
das 20h30 foi a vez dos pindamonhangabenses do Faces Of Death colocar o estúdio
abaixo com seu Thrash/Death Metal de levantar a alma. Muito mais do que isso, a
banda – formada pelo membro/fundador Laurence Miranda (guitarra/vocal) – fez
com que o público agitasse sem parar em cada música apresentada. Muito antes de
iniciarem os trabalhos, o público berrava o nome da banda junto com os urros de
“To Hell”, grito de guerra que deve ter sido criado pelo Laurence.
Outro
ponto bastante interessante é a formação atual: baixista Sylvio Miranda (vulgo
Bill Ward) é irmão do Laurene, guitarrista Luiz Amadeus – que lembra muito o
Kerry King do Slayer tocando – é pai do membro mais novato, Niko Teixeira, na
bateria. Muito legal ver esse clima familiar dentro de uma banda de Heavy
Metal, que fortaleceu ainda mais o ótimo momento que a banda vem tendo desde a
volta à ativa.
O repertório foi concentrado nos dois últimos álbuns, “From Hell” (2018) e o mais recente (e mais aclamado pela crítica) “Usurper of Souls” (2020). Mas dentre a seleção de dez músicas, a que vai me fazer lembrar desse dia é “I am the Face Of Death” com Laurence – dono de um driver matador e bases poderosas – errando o tempo da música que, não satisfeito, parou e pediu para começar de novo.
O mais
engraçado foi o motivo dessa perda, onde o público (e o próprio Laurence) chagaram
a conclusão que era por falta de cerveja. E o ‘frontman’ foi retribuído com
várias Heineken para que o show seguisse da melhor maneira possível.
Demais destaques ficam para as antigas “Monster Medium” e “Human Race”, das duas primeiras demos, lançadas em 1994/1996, é que teve uma crítica publicada na sessão “Demo Sounds”, na extinta revista Rock Brigade.
Por
fim, às 21h45, os santistas do Tosco – que recentemente lançou seu terceiro
álbum, “Agora É a Sua Vez” –, faziam sua estreia na capital paulista mantendo o
mesmo clima deixado pela banda antecessora. E o também quarteto – formado por
Osvaldo Fernandez (vocal), Ricardo Lima (guitarra), Carlos Diaz (baixo) e Paulo
Mariz (bateria) – logo emplacaram duas pedradas que estão no novo disco com
“Mais Uma Vez” e “Issaki Não Tem Jeito”.
Assim
como as outras duas bandas, o DNA americano rola em cada nota executada pelos
músicos. O Thrashcore – banhado pelas influencias de Nuclear Assault e S.O.D – consegue
ser mais perverso do que em estúdio. E todos os que prestigiaram aguardaram
ansiosamente por esse momento, fazendo valer a pena a espera para ver está
banda que também vem crescendo na cena underground.
As
letras compostas e cantadas em português notificam os fatos que ocorrem (e que
já ocorreram) aqui no Brasil com o vocalista Osvaldo explicando o que cada uma
retrata, e a lição foi dada ao mandar as intensas “Dois Psicopatas”, “Dias de
Decisão” – ambas do álbum “Sem Concessões” (2020) – e “O Brasil É o Crime”,
presente também no mais novo trabalho. Mas a música que caiu no gosto dos presentes,
e que originou o primeiro videoclipe, foi “Cala Boca Globo”, que pelo próprio
título, já diz para quem ela se refere.
Com a influência de S.O.D mencionada acima, a banda encerrou o show fazendo cover de “United Forces” – presente no primeiro disco dos americanos, “Speak English or Die” (1985) – com Laurence Miranda invadindo o palco para cantar o clamoroso refrão junto com um fã do Faces Of Death.
E logo que encerraram, Laurence mandou os caras do Tosco a continuarem no palco para tocar um clássico do Motörhead, “Orgasmatron”, mesmo não tendo se preparado para tocá-la, mas que com o apoio do Laurence e de mais algumas pessoas, a performance encerrou o evento de forma animadora.
Que
seja a primeira de muitas edições. E quem sabe, na próxima, podemos ter mais
bandas e um dia inteiro para apreciar muito Thrash Metal...
Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Patricia Biancala Rodrigues / Johnny Z
Edição / Revisão: Renato Sanson
Agradecimentos pelo
convite: Johnny Z (JZ
Press / Metal na Lata)
Trendkill Inc.
Trendkill
Silence
Or Death
Sharpshooter
Corrupted
Corrosion
Metal
Man
Fear
Downway
to Hell
Duality
Shattered
Life
Faces Of Death
Intro
/ Priest From Hell
Usurper
of Souls
New
World Order
I
Am the Face of Death
Fucking
Human Gods
Monster
Medium
Human
Race
Anno
Domini
Killer...
In the Name of God
King
of Darkess
When
Calls the Death
Tosco
Intro
D.A. / Mais Uma Vez
Issaki
Não Tem Jeito
2
Psicopatas
Dias
de Decisão
O
Brasil é O Crime
Cenário
de Chacina
Cala
a Boca Globo
Mercadores
da Morte
João
do Cão
United
Forces (cover S.O.D)
***Jam
Session***
Orgasmatron
(cover Motörhead)
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