O Farpado é um daqueles tantos novos nomes que surgem na cena e merecem ser "descobertos". O faz um Thrash/Death Metal e foi fundado em Campos Gerais (MG), em fevereiro de 2023. Contando com a dupla Eduardo Oliveira no vocal e Clayton Ferreira nos demais instrumentos, eles contam que o Farpado surgiu da vontade de compor e gravar material autor
E sem contar com capital para investir a dupla conta em seu release: "Nós mesmos demos nosso sangue pra aprender o que era necessário para gravar e produzir o álbum, além de criar a arte da capa."
A banda foi criada e já iniciou trabalhando firme, lançou inicialmente os singles “Autofagia” e “Invasão” com videoclipes criados pelo coletivo Motim Underground, e em dezembro de 2023 foi lançado o primeiro álbum: “Devorador de Sí”.
O álbum contém nove faixas e o grupo enfatiza que seu foco é o peso e crítica social. Com letras todas em português, eles contam que elas tratam "da destruição causada por nós ao meio ambiente e as nossas escolhas egoístas e cruéis que mantém tantos em miséria."
E o que ouvimos é exatamente isso, peso e crítica social com letras bem elaboradas, sonoridade Thrash, às vezes com nuances mais contemporâneas e passagens com riffs bem Death, além de Flertes com o Crossover, destacando a criatividade do trabalho de Clayton, criando bases e riffs que empolgam e convidam ao headbanging. Além claro, de ser responsável por gravar os demais instrumentos.
Falando um pouco sobre algumas das faixas desta muito boa surpresa vinda de Minas, destaco já a "Lamaçal", que alterna momentos mais velozes a outros com mais "Groove" e andamentos mais lentos. O vocal alterna o gutural com trechos mais berrados e "discursados" e limpos.
"Autofagia" alterna trechos mais compassados com outros mais diretos e mais rápidos, inclusive trechos com riffs e cozinha Death Metal, além do solo áspero e cortante; "Invasão", cuja letra fala sobre a subjugação histórica de povos sobre outros, tentando inclusive impor seus costumes e não respeitando as culturas diversas. Thrash porrada, que termina flertando com o Punk/Hardcore.
"Estrutura Biológica" é Thrash/Death, alternando trechos meio tempo com outros mais arrastados, numa levada Doom Metal de riffs soturnos e pesadíssimos. Tem também participação de Francieli Oliveira nos vocais, médica e musicista mineira, que mandou muito bem, alternando vocais agressivos e mais limpos.
"Discriminação", o título já fala por si só, então você já sabe que a letra trata de um assunto que infelizmente ainda a humanidade precisa muito evoluir. Com seu andamento arrastado e peso esmagador, nos incita a bangear de punhos cerrados contra todos os tipos de discriminação.
"Acrobata da Dor" , poema de Cruz e Sousa aqui recebendo uma musicalidade Metal, mais um dos pontos altos, com suas variações e peso, unindo o Thrash e Death. Lembrando de destacar as variações vocais de Eduardo Oliveira no álbum, alternando vocais guturais, limpos e mais "berrados", bem Thrash tradicional.
Resumindo, uma boa surpresa, Thrash/Death pesado e direto, mas ainda assim com variações que mantém o interesse do ouvinte e convidam a bater cabeça. Em pouco mais de meia hora apresenta credenciais de assumir o posto de uma das boas revelações do cenário Metal nacional. Confira!!
Tracklist:
01-Revolta Regente
02-Autofagia
03-Lamaçal
04-Mendigagem
05-Discriminação
06-Acrobata da Dor
07-Estrutura Biológica
08-Invasão
09-Natureza Morta
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