quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Matéria Especial: Black Sabbath Completa 4 Décadas - Parte IV (Final)




Continuando esta série de 4 matérias especiais, cada uma delas abarcando uma década de existência dos Pais do Heavy Metal Black Sabbath, que em 2010 completaram exatos 40 anos do lançamento do primeiro disco, chegamos a parte final dessa trajetória histórica.



Boatos de um álbum inédito tornaram-se fortes em 2001, mas que não se realizaram. Até hoje, o tal inédito com a formação original nunca aconteceu, mas, como veremos mais para o final da postagem, certos eventos indicam que ainda é possível.

Em 2002 saiu uma raridade ao vivo. O álbum “Past Lives” (2002) trazia, finalmente oficializado, o primeiro ao vivo da banda ainda em 1972 e que fora lançado com o nome “Live at Last” mas não tivera o consentimento da banda nem da gravadora, sendo que o responsável pelo lançamento fora um ex-empresário.



Por um período de 4 anos, a banda se apresentava em certos festivais, dentre eles o Ozzfest, com a formação original, mas nada de inédito saia desses eventos, enquanto Ozzy seguia sua carreira solo, Iommi se envolvia em projetos e seu primeiro disco solo realmente (o ótimo “Fused” com Glenn Hughes nos vocais). Em 2000 receberam prêmio de “Melhor Desempenho de Metal” no Grammy para a clássica “Iron Man”.

Em 2004, a banda mais uma vez participa do Ozzfest, agora com Rob Halford (Judas Prieste, Fight) novamente na banda, para aquele show, já que Ozzy estava doente e a banda não queria cancelar a apresentação. Esse show rendeu um bootleg em áudio e vídeo digno de uma lançamento oficial.



O ano de 2006 (aqui mais um “Greatest Hits” da fase Ozzy) rendeu mais honrarias ao lendário grupo. Finalmente vão parar no Rock & Roll Hall of Fame, onde o quarteto original é homenageado, tendo o Metallica tocado versões para as músicas “Iron Man” e “Hole in the Sky” para uma seletiva platéia que contava com o quarteto de Birmingham e jornalistas e alguns sortudos fãs.

Com a década pouca produtiva para a banda (de todas, as que menos renderam shows e material inédito), em outubro desse ano saiu uma notícia bombástica e, de certa forma, quista por muitas pessoas. A banda voltaria com shows regulares e com uma das suas melhores formações: Iommi (guitarra), Butler (baixo), Ward (bateria) e Dio (vocal), exatamente os mesmos que há 26 anos lançaram um dos maiores clássicos do Rock e Metal, o álbum “Heaven and Hell”.



Porém, a grande novidade fora que Bill Ward acabou recusando o convite e nem chegou a tocar com o grupo. A banda, que queria focar no material da fase com Dio nos vocais, mudou o nome para Heaven and Hell, anunciando que não tocariam músicas de outras fases. Assim, pela primeira vez em toda a história da banda, clássicos como “Black Sabbath”, “Paranoid” e “War Pigs” não seriam executadas, o que aprecia colocar de vez o último prego no caixão para uma volta da formação original.



O Black Sabbath, agora chamado Heaven and Hell, seguiu em turnê com Vinny Appice de volta às baquetas (mesma formação de “Mob Rules” e “Dehumanizer”) e o sonho de muitos fãs verem essa formação ao vivo se realizou, já que desde 1993 o grupo não tocava junto.



Para coroar essa volta, lançam uma coletânea contando apenas músicas da fase Dio. “The Dio Years” (2007) também trouxe esperança de um disco inédito (a proposta era apenas para shows) já que contava com três inéditas: “The Devil Cried”, “Shadow of the Wind” e “Ear in the Wall”. O Black Sabbath também lança o ao vivo “Live at Hammersmith Odeon” (2007) com gravação de um show em 1982.



Como parecia inevitável, a banda lança álbum inédito com essa formação (antes lançaram um duplo ao vivo). Chamado “The Devil You Know”, foi lançado em 2009 (você confere resenha aqui no blog) e foi o primeiro material em formato de full-lenght desde 1995, quando a banda lançou “Forbidden”.

O álbum marcou uma revolução. Todos os elementos que compunham um disco do Black Sabbath estava presente: o peso, as letras “macabras”, clima sombrio, riffs de Iommi como há muito não fazia, Dio no auge de seu vocal, Appice e Butler em harmonia perfeita. Um verdadeiro clássico.



Com a turnê que se seguiu, a banda deu continuidade ao Heaven and Hell e começava a cogitar a possibilidade de cantar alguns clássicos da fase Ozzy. O grupo passou pelo Brasil em shows nas cidades de São Paulo (duas datas), Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte no mês de maio de 2009, e um dos shows de São Paulo aconteceu no dia 16 de maio, exatos um ano antes de uma trágica notícia.



No ano de 2010 Dio fora diagnosticado com câncer. Nesse período, a banda poucas apresentações fizera, sendo que teve que cancelar uma turnê européia (inclusive como atração do Wacken Open Air) enquanto esperava a recuperação do vocalista. Inclusive havia show marcado junto ao Iron Maiden.

Notícias do período davam conta de que o câncer estava em faz e inicial e que Dio, aos seus 67 anos, estava respondendo bem à quimioterapia. Regularmente ele e sua esposa Wendy davam notícias claras sobre seu estado e recebiam apoio dos fãs e músicos da cena, numa verdadeira corrente de pensamentos positivos pela saúde desse grande vocalista.



Porém, de uma forma abrupta e inesperada (claro que sua idade dava indícios que não resistiria, mas decaiu muito rapidamente), no domingo dia 16 de maio de 2010 fora anunciada pela própria Wendy o falecimento do vocalista.

Esse dia foi um dia muito triste para o Metal e o Rock em geral. Afinal, morria um dos grandes vocalistas da história, uma pessoa que sempre fora considerada (e não apenas devido sua morte) algo de outro mundo em simplicidade e carisma. Definitivamente a perda mais significativa para o Metal.



Muito abalados, Iommu e Butler (este ainda mais, sendo o melhor amigo de Dio) anunciaram o fim do Heaven & hell, já que um de seus membros jamais cantaria novamente. Iommi chego a cogitar que deixaria a música por tempo indeterminado.

Um memorial em Los Angeles fora organizado com grandes nomes do Rock para uma última homenagem à Dio, que tinha seu corpo a mostra para despedida dos fãs.

Como último adeus, o Heaven & Hell decidiu realizar seu último show em homenagem a Dio. Chamaram dois grandes nomes para dividirem os vocais no show dia 24 de julho n High Voltage Festival em Londres: Glenn Hughes (Trapeze, Deep Purple, Black Sabbath, Black Country Communion) e Jorn Lande (Ark, Masterplan, Avantasia), este último um fã declarado de Dio que preparava um disco tributo antes mesmo do anúncio de doença do vocalista (confira resenha aqui).

O show marcou muita emoção, como se pode conferir nas fotos e resenha na revista Roadie Crew edição 141, tendo até a participação emocionada de Phil Anselmo (Pantera, Superjoint Ritual) que teria sido “espontânea” e que não era esperada pelos membros da banda.



Feito isso, uma das mais importantes fases do Black Sabbath encerrava sua atividade para sempre. Jamais veremos Black Sabbath com Dio e, provavelmente, caso haja alguma volta da banda, não ouviremos mais os clássicos “Heaven and Hell”, “Néon Knights”, “Children of the Sea” e tantos outros.

Um pouco menos deprimido, Iommi começa a aparecer aos poucos e parece elaborar o luto pela perda do amigo e companheiro de banda. Ao mesmo tempo, Ozzy e Ward, membros originais e que estavam afastados da banda, começam a se colocar disponíveis para reunião da formação original. Inclusive Geezes Butler começa a falar em um disco de estúdio e uma turnê de despedida.



Inevitavelmente a banda deverá acabar como começou: com os 4 mestres que criaram o Heavy Metal. Esperamos que haja realmente uma volta e um derradeiro final dessa história e que desavenças passadas não empeçam de que haja um final sabático.

Stay on the Road

Texto: EddieHe

Um comentário:

Caco Garcia disse...

Grande matériaEduardo!!o Pais do Metal merecem nossa homenagem eterna!