ROAD to Metal Heavy Metal & Classic Rock: Slasher: Thrash Metal Sem Dó ou Piedade

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Slasher: Thrash Metal Sem Dó ou Piedade

Banda lança "Katharsis"

Que a Slasher tomou em assalto o cenário underground brasileiro com seu primeiro disco “Pray For the Dead” (2011) não é novidade para quem gosta de Thrash Metal bem criado e executado.

Devido a isso, havia grande expectativa para seu sucessor, “Katharsis” (2014), que recebeu vida ao ser lançado de forma independente em fevereiro deste ano com apoio do Governo do Estado de São Paulo e contando com a produção do gigante Tue Madsen na Dinamarca, cara responsável por produzir nomes como Vader, Kataklysm e Rob Halford.

Com uma turnê europeia anunciada, banda segue divulgando seu 2º disco

São 9 faixas de um trabalho feito com grande esmero e raiva. Parece que a banda conseguiu potencializar ainda mais seu peso em composições ricas e complexas, não apenas pesadas ou barulhentas, mas com cada instrumento, cada nota, cada frase colocada da melhor forma possível. Aqui você não fica com a sensação de que a banda poderia ter feito diferente.

Elementos mais arrastados, com alguns riffs beirando o Doom Metal, não tiram de cena a velocidade e agressividade do Thrash contemporâneo da banda. Chamo assim porque chamar de moderno pode tirar o foco dos headbangers mais exigentes e chamar de clássico seria diminuir a evolução natural do gênero, o que a Slasher fez foi dar um passo a mais dentro do Thrash e coloco minha mão no fogo por esses caras, pois eles tem tudo para se tornarem A Banda a partir deste lançamento.

Após a abertura calma da faixa-título, “Disposable God” vem como carro-chefe e arrasa-quarteirão, assim como “Overcome”, primeiro vídeo clipe promocional do álbum (assista abaixo) e que já mostrava a força do grupo e a estreia do novo vocalista Skeeter.

Os riffs de Lucas Aldi e Lúcio Nunes convidam ao headbanging e são, provavelmente, os melhores que você ouviu em muito tempo. A bateria insana de Taddei Roberto empolga em sua variação, dosando e explorando bem os elementos do instrumento, e, claro, Wllington Clemente no baixo, uma das figuras mais marcantes da banda e que sabe tocar grave ao extremo.

Grandes destaques para faixas como “Final Day” (porrada sensacional!), “Jamais Me Entregar” (cantada em português) e “Hostile” (a mais rápida e violenta do disco), mas de modo geral “Katharsis” agrada da primeira à última faixa, até mesmo o cover de “Suffocated” da banda Mosh parece ser composição da banda e não destoa das composições próprias. Fechando o disco a ótima "All Covered in Blood", que traz momentos com vocais limpos e alguma melodia um pouco estranha ao restante do álbum, mas que só comprova a qualidade de composição do quinteto de Itapira/SP.

Slasher já havia dado um passo importante com sua estreia forte e carimbada, agora com este novo álbum e uma turnê europeia que acaba de ser confirmada, a tendência é que vá cravando a ferro e fogo seu nome como um forte candidato a referência no Thrash.

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore

Fotos: Divulgação

Assessoria: Metal Media Press