Exatamente dois anos se passaram
desde a primeira vinda dos suíços do Eluveitie a Porto Alegre/RS. E agora
retornando com sua nova turnê do disco “Origins” (2014).
Se na primeira passagem pela
capital gaúcha não tivemos a presença de Anna Murphy, nesta nova vinda não
teríamos presentes a violinista Nicole Ansperger e o baixista Kay Brem, que
ficaram em seus países devido a problemas de ordem pessoal.
O local escolhido para essa nova
apresentação foi o aconchegante Teatro do CIEE, que infelizmente recebeu um
público pequeno na noite do dia 13/04 (segunda-feira).
Então era hora dos mestres do
Folk Metal entrarem em cena e pontualmente às 21h pouco a pouco cada integrante
foi tomando seu posto enquanto a intro “Origins” era tocada. E sem muito tempo
para respirar a monstruosa “King” entra em cena e faz o Teatro estremecer.
Mantendo o alto nível “Nil” (do
disco “Everything Remains (As It Never Was)”de 2010) e “King” (do álbum mais
recente) tomam forma e encantam os presentes, e de fato mostra como Anna faz
falta ao grupo ao vivo, além de ter uma bela presença de palco suas partes
vocais são insubstituíveis, assim como o som único de sua Viola de Corda.
Falando em instrumentos vale
sempre ressaltar a diversidade que se encontra num show do Eluveitie, onde
abrem mão dos samplers e mostram toda sua destreza com flautas, bandolim,
percussão, Gaita de fole (que tinha um som belíssimo) e etc.
Seguindo a festa Folk certamente
um dos momentos mais aguardados, quando o carismático vocalista Chrigel
Glanzmann anunciava uma música que não tocavam a bastante tempo, e era de seu
Debut “Spirit”, então os berros de “Uis Elveti” começam a surgir da plateia
para banda iniciar essa obra do Folk Metal.
O contraste vocal de Anna e
Chrigel nesta faixa é fantástico, pena que só mais uma música desse disco
figuraria nesta noite.
“Primordial Breath” do “Slania”
também teve uma ótima recepção, mas um dos momentos mais especiais da noite se
daria pela bela Anna Murphy, que assumiu os vocais largando sua Viola de Corda para execução da épica “The Call of the Mountains” ou “De Ruef vo de Bärge” (em
alemão), pois antes de sua execução Anna perguntou aos presentes qual versão
gostariam de ouvir, se em inglês ou alemão.
Então a belíssima canção acabou
sendo dividida tendo uma parte cantada em alemão e outra em inglês, além da
simpatia da musa do Folk Metal da atualidade, ganhando os presentes com seu
jeito doce e enigmático.
Após a instigante “Inception”
onde Chrigel disse que ali era um show de Heavy Metal e gostaria de ver alguns
moshs e rodas, era hora do set acústico comandado pelo disco “Evocation I - The
Arcane Dominion”, onde Anna comandou em mais um show particular, mas com os
demais dando uma aula nos instrumentos diferenciados, não há como não mencionar
o novo membro da banda Matteo Sisti, e sua destreza com as flautas, dando um
toque ainda mais refinado ao som do Eluveitie, além de fazer as partes do violino na flauta doce.
O set acústico nos brindou com a
instrumental “Memento” e as belas “Brictom” e “A Rose for Epona” (cantada em uníssono
pelos fãs).
A poderosa “The Nameless” volta a
agitar os presentes com os guitarristas Ivo e Rafael se destacando. E falando
em destaque, o baterista Merlin Sutter é de fato um monstro, com sua bateria
com seus mais de 12 pedestais, senta o braço literalmente, além de ser provido
de uma técnica acima da média.
Após o final fake que precedeu
músicas dos discos mais atuais (e com parte da banda retornando ao palco vestindo camisetas do Brasil), tivemos “Inis Mona” para alegria geral dos
presentes, e a intensa e já carimbada “Tegernakô” (do disco “Spirit”) , que fechou o show do mesmo
modo que começou, em alto nível.
Parabéns a Dark Dimensions por
trazer de volta essa grande banda ao nosso estado, além de levar a apresentação
para um dos melhores teatros do RS, o que engrandeceu em muito a apresentação.
Fica aqui a ressalva pelo pouco
público que prestigiou, pois quem não foi perdeu uma apresentação emblemática,
fazendo de fato a alegria dos reais fãs.
Fica a dica, não adianta reclamar
que as bandas não voltam ao estado ou que não tem show de fulano ou beltrano se
o público não colabora. Os shows dependem de nós fãs, sem público não se há evento.
Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Felipe Pacheco
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