2015
foi o ano do Hardcore em Porto Alegre. Além do cenário independente que nunca
para, bandas como Pennywise, Face to Face e Satanic Surfers marcaram presença
na capital. O NOFX que era para se apresentar alguns meses antes (mais
precisamente em março), cancelou a primeira data marcada por conta de problemas
internos, mas fechou com chave de ouro esse ano especial para o HC.
O público
que já acompanhava a banda no backstage passaport parte 3 pela web compareceu
em peso numa quente noite do dia 15 de dezembro. Noite propícia para tomar uma
cerveja e pogar ao som dos clássicos da banda que já não passava por aqui desde
2010.
A
abertura ficou por conta da banda Reffer que apresentou um set curto porém
direto e sem dó. Melodias colantes, guitarras aceleradas e bateria frenética
chamaram a galera toda para o pogo, que apesar de tímido respondeu com energia.
Enfim,
vamos ao prato principal: a banda entra saudando a galera e é muito bem
recepcionada. De cara Fat Mike (trajado por um baby doll cor de rosa) já se
depara com um garoto com uma camiseta do Slayer na frente e atacam com “60%”
(uma lentinha) só para debochar. Os caras brincam muito e interagem sem
cerimônia com a plateia: Fat oferece sua agua para a galera, mas já adianta que
tem urina, El hefe encorajando Mike a mostrar seus peitos sem timidez.
O
pessoal mais chegado já sabe que o setlist varia muito conforme o humor medonho
de Fat. Ouve a notícia de que tocaram “The Decline” (o clássico absoluto) interinha
no show anterior então obviamente um clima de expectativa tomava conta. Logo
depois de clássicos como “Eat The Meek”, “Leave it Alone”, “Dinossaurs” e “Franco
Unamerican” eis que começa “The Decline”, a banda anuncia como quem não quer
nada o som que alguns aguardavam pra ouvir ao vivo desde 97 no primeiro show em
solo gaudério. Uma emoção toma conta do lugar, sem dúvidas o ponto mais alto do
show: um vago silencio seguido da introdução da bateria, seguida do riff de
baixo. Era o momento. “The Decline” executada na íntegra para delírio dos fãs e
deste que vos escreve.
Era
como se todos fizéssemos parte de um mesmo time comemorando com o hino. Cada
trecho foi reverenciado. Cada momento daqueles 18 minutos de duração da faixa
foi absorvido e apreciado por este mísero espectador. Confesso que já posso
morrer tranquilo depois desse dia. Depois desse fato a insanidade tomou conta
do lugar.
A
banda se sente à vontade na casa destilando pérolas como “Moron Brothers”, “Don't
Call Me White” e “Perfect Government”. Antes de uma saída estratégica para o
bis “Linoleum” é tirada da cartola pra arrebentar quem estava de bobeira. Pausa
e a banda se retira. Era o fim? Bem capaz eles queriam é ouvir a multidão: “Olê,
olê, olê, olê, NOFX, NOFX” ecoava por toda cidade baixa. Era a hora de voltar
com “Bob”. Fat ironiza a piazada presente na plateia e ataca com “Fuck The Kids”,
brinca com o segurança em “Kill All The White Man”, pede desculpas pelo erro em
“Bottles to the Ground” e quebra tudo com “The Brews”.
Enfim,
uma apresentação calorosa, autentica e contagiante como um show de Hardcore
deve ser.
Cobertura
por: Ériton da Silva
Fotos:
Billy Valdez
Revisão/edição:
Renato Sanson
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