A espera por um show do Venom na
capital gaúcha foi mais do que aguardada, pois desde o cancelamento do show em
1986 ao lado do Exciter, ficou essa lacuna na história do Heavy Metal em Porto
Alegre.
Então 29 anos após este episódio,
mais precisamente no dia 15/12 (terça-feira), eis que o Venom desembarca em
POA, mas uma verdadeira reencarnação do mais próximo Venom, pois se tratava do
Venom Inc., que traz Mantas e Abbadon juntos novamente, com a adição de
Demolition Man, que foi o substituto de Cronos na segunda fase da banda
inglesa.
A euforia e ansiedade eram
grandes por parte do público old school, que compareceu em bom número no ótimo
Theatro Ypiranga.
A Sorrowful Dream |
A banda responsável por abrir a
noite foram os gaúchos da A Sorrowful Dream, que vem divulgando seu mais novo
disco, “Passion”. Porém um ponto a se ressaltar é a grande diferença de
estilos, pois de fato a ASD não foi a melhor escolha para abertura, pois destoou
bastante do evento em si. Tendo em sua frente uma plateia tímida, sendo que
muitos ficaram do lado de fora. A apresentação dentro do seu estilo (Dark
Metal), foi bastante competente, agradando aqueles que os já conheciam, e se
demonstrando uma boa surpresa para quem torceu o nariz.
Então era hora de os mestres
entrarem em cena, e passado um pouco das 23h (um horário bem complicado, ainda
mais se tratando de uma terça-feira) Mantas, Abbadon e Demolition Man adentram
o palco para felicidade dos presentes, e logo de cara despejam um de seus maiores
clássicos, “Prime Evil”, mas que acabou sendo ofuscado pelos problemas técnicos
no som, pois não conseguíamos ouvir a voz de Demolition, o que deixou o mesmo
bastante irritado em palco, mas mesmo assim o público cantou junto e fez bonito
enquanto “arrumavam” o microfone.
Ainda com problemas técnicos, o Venom Inc. seguiu com mais um clássico absoluto “Die Hard”, onde fez as
primeiras rodas se abrirem, mostrando total euforia dos fãs em ver essa lenda do Heavy
Metal tão de perto.
Seguindo o baile e com o público
na mão, tome chuva de clássicos e a trinca “Don't Burn the Witch”, “Live Like
an Angel (Die Like a Devil) e “Buried Alive” transformou a casa em um
verdadeiro caldeirão, pois era impossível ver alguém parado.
A vitalidade que o Venom Inc.
mostra ao vivo é de deixar muita banda com inveja, Mantas é um verdadeiro
showman ao lado de Demolition, ambos interagindo a todo instante e mostrando
total domínio em seus instrumentos. Abbadon mesmo errando a maioria das
músicas, seu feeling é impressionante, e não poupou esforços para socar a
bateria do começo ao fim. Essa entrega da banda que faz valer a pena, e com
certeza entregaram o seu melhor naquela noite.
Como se tratava de uma turnê recheada
de clássicos e uma noite especial para o público e para a banda, não houve
espaço para pontos baixos no setlist, ainda mais quando o mesmo apresenta
músicas do calibre de “Warhead”, “Schizo”, “The Seven Gates of Hell” e “In
Nomine Satanas”, fazendo muitos ficarem perplexos com o que estavam
presenciando.
Se aproximando do final do show
os moshs começaram a acontecer assim como as rodas que não paravam, e quando
Mantas começou o riff clássico de “Welcome to Hell”, posso dizer que não ficou
pedra sobre pedra, a emoção era latente, e todos estavam cantando seu refrão ao
comando de Demolition.
E claro que o final deste show só
poderia ser apoteótico, já que um dos maiores clássicos do Heavy Metal mundial
é executado a já carimbada “Black Metal”, seguida de “Countess Bathory” (um dos
momentos mais alucinantes da noite), e de dois bis que não figuravam no set, “Witching
Hour” e “In League With Satan”, fechando seu show de forma histórica e
marcante.
Uma verdadeira aula de Metal old
school e carisma, proporcionada por uma das maiores lendas do Heavy Metal. Com certeza Porto Alegre ficará marcada na história do Venom Inc., assim
como ficamos marcados na história do Heavy Metal por ter a chance de presenciar
tamanho espetáculo.
Considerações finais:
Algo que não poderia deixar de
citar foi a má qualidade de som desta noite, o show do Venom em si teve muitos
problemas técnicos, o que deixou a banda um pouco desconfortável no começo, mas
passaram por cima das adversidades e mostraram muito profissionalismo, que
mesmo com o som não satisfatório seguiram com seu show e ainda nos presentearam
com duas músicas a mais no setlist. Há também de mencionar a boa iluminação no
show, assim como o ótimo espaço físico do Theatro Ypiranga.
O horário do evento também foi um
grande tabu, pois se tratava de uma terça-feira, e com a atração principal subindo
ao palco a partir das 23h impedia para quem não é de Porto Alegre (e até mesmo
para quem é de POA) voltar para casa com tranquilidade, pois depois das 23h o
transporte público é praticamente escasso, o que dificulta bastante.
No mais fica o nosso
agradecimento para a produtora Som do Peso e que mais apresentações desse nível
invada a capital gaúcha em 2016!
Cobertura por: Renato Sanson
Foto setlist: Fabian André
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