Desde
abril de 2014, o vocalista norte americano Warrel Dane adotou o Brasil como sua
segunda casa, conquistando a simpatia e o carinho do público de forma rápida,
acompanhado sempre de grandes músicos brasileiros ao seu lado. Se tratando de
uma grande pessoa como ele, o qual fez história registrando grandes trabalhos com o Sanctuary, Nevermore e carreira-solo, é sempre bom reve-lo por aqui. Residindo em São Paulo temporariamente para trabalhar no seu
segundo CD solo, que promete ser bastante pesado, o ‘front-man’ deu novamente,
no sábado passado, a chance dos fãs brasileiros poderem vê-lo ao vivo na capital paulista, durante a tour “Dead Heart,
In A Neon Black”. cantando
os grandes clássicos da sua carreira.
Com
um calor que beirava os 30º graus no lado de fora, os fãs aguardavam
ansiosamente a abertura da casa, que teoricamente era pra ter dado o ‘abre
alas’ a partir das 18h30min conforme o combinado, tendo um atraso de
meia hora para o público, aos poucos, ir tomando o Hangar 110, para já ir aquecendo, tomando uma água ou uma
cerveja antes de começar o evento, apreciando um DVD do Motörhead no telão,
homenageando o grande Lemmy Kilmister, falecido em dezembro passado.
Por
volta das 19h15min, os paulistanos do Furia Inc. deram o ponta pé inicial da
noite com o seu Thrash Metal ríspido e azedo. Dando ênfase no seu primeiro
trabalho, “Murder Nature”, o quarteto, oriundo de Guarulhos, formado por Victor
Cutrale (vocal), Gustavo Romão (guitarra), Bruno Nicolozzi (baixo) e Neto Romão
(bateria), não fez feio diante do público, levando muita gente ao agito com um
set matador de 40 minutos. No primeiro momento, a banda iniciou o petardo com “Pitchblack
Downfall” e “Crash”, ensurdecendo os presentes com riffs absurdos e uma cozinha
rítmica pesada, distinguindo também a grande presença de palco e o desempenho
vocal do Victor. Antes de anunciar “The Cage”, Victor agradeceu a presença de
todos para, logo em seguida, dar continuidade a porradaria com os fãs se
mostrando empolgados, dando o embalo imediato para faixa-título do primeiro
disco, “Murder Nature”.
Revisitando
o passado, foi anunciado “Screaming Inside”, que está presente no EP de estreia
da banda, “Before The Word Ends”, caindo muito bem ao vivo. “Breaking the
Silence” foi uma homenagem à cena Metal brasileira, onde o Victor aclamou que,
apesar da crise que o nosso país está vivendo, o Metal nacional se encontra
forte com grandes bandas e músicos tento a oportunidade de tocar fora do país, citando o guitarrista Kiko Loureiro (Angra, Megadeth) como exemplo.
Chegando
ao fim, a banda ainda queria mais energia, e foi aí que as rodas começaram a se
abrir durante as faixas “There Is No God” e “Into the Mirror”, essa última com
o Victor indo para o meio da galera participando no ‘mosh pit’. Uma forma digna
de encerrar o show, onde a banda mostrou, fazendo trocadilho, toda a sua “fúria”
a cada momento.
O
Hangar já se encontrava bastante cheio durante a pausa para recarregar o fôlego
e apreciar a atração principal da noite, que durou, aproximadamente, 40 minutos
de intervalo. E por volta das 21h, Warrel Dane,e a sua trupe de brasileiros deram início ao espetáculo. A baixa durante o show é que o vocalista estava um
pouco debilitado, provavelmente pelos seus problemas de saúde (N.T.:
Warrel Dane, há um tempo, enfrenta problemas de diabete), não estando nas suas
perfeitas condições: um banquinho de batera, um ventilador e um pedestal, na
qual ficou apoiado em boa parte do show, realçou que o negócio
foi sério. Já a banda, formado por Thiago Oliveira e Johnny Moraes (guitarras),
Fabio Carito (baixo) e Marcus Dotta (bateria), teve a árdua missão de ir para o
ataque e colocar a bola dentro do gol, provando que são as pessoas perfeitas
para acompanha-lo.
O
set foi recheado de clássicos, mas devido ao estado que o Warrel se encontrava,
muitas vezes ele não conseguia atingir o tom certo das músicas e, até mesmo,
dando algumas derrapadas nas letras. E a primeira hora do show foi dedicada a
momentos do álbum “Dreaming Neon Black”, dando início aos trabalhos para a
“Beyond Within”, com o Warrel tentando dar o seu esforço máximo, pois os fãs já
perceberam que ele não estava bem, mas que, em momento algum, não comprometeu a
satisfação de todos. O negócio começou a ficar bom em “The Death Of Passion”,
com o público cantando o refrão a plenos pulmões unindo-se para ajudar o
vocalista, feito muito bonito por parte deles. Tal façanha foi progredida com a
“Poison Godmachine” e “The Fault Of The Flash”, marcado também pelo
instrumental forte e pesado da banda. “Forever”, umas das mais melódicas do
disco, teve erros por parte de Warrel na afinação e na letra, sendo, talvez, o
ponto mais baixo da noite. “Dreaming Neon Black”, faixa-título do disco, teve
como convidada especial à vocalista Rafaela Vilela, do Ravenland. Mas o dueto
não surtiu muito efeito, quase não sendo possível ouvir a voz da moça devido ao volume
muito baixo do seu microfone. E dessa maneira, foi encerrada a primeira parte
do set.
Após
todos os conceitos apresentados com o “Dreaming Neon Black”, Warrel anunciou
“When We Pray”, faixa que se encontra do seu primeiro trabalho solo, “Praises
To The War Machine” (2008), mas o momento épico ficou com “Brother”, que levou
muita gente à emoção por se tratar de uma música muito prestigiada da sua
carreira.
Enquanto
rolava uma pausa para um rápido descanso, a intro “Procognition” dava indícios
de que hora de executar o aclamado “Dead Heart In A Dead Word”, e após o
termino, o Hangar virou de cabeça pra baixo com a “Narcosynthesis”, faixa que dá abertura ao disco, levando o público ao extremo delírio. A carga
foi aumentando cada vez mais com “We Desingrate”, “Inside Four Walls” e “The
River Dragon Come”, onde os fãs queriam se aproximar de qualquer jeito do palco
para cantar junto com o Warrel. “The Heart Collectors” foi dedicado a um casal
e para duas garotas que estavam no meio da pista, bastante empolgadas durante
essa parte do show. Os momentos finais ocorreram com “Believe In Nothing” e
“Dead Heart In A Dead World”, tendo mais uma vez alguns tropeços por parte do
Warrel na letra. A banda voltou do bis tocando “The Godless Endeavour”, mas o
show encerrou por ai devido o Warrel ter estourado o seu limite de cota, pois
no set ainda havia a “Future Tense”, do Sanctuary.
O
show foi ruim? Não. Mais uma veze a banda dispensou comentários com um
surpreendente espetáculo, apenas faltando sorte para o Warrel Dane, que não
estava 100% do seu ideal no dia. Que ele esteja bem nos próximos shows que irá
fazer ao redor do Brasil.
Cobertura: Gabriel Arruda
Fotos: Gabriel Arruda
Revisão: Renato Sanson
Furia Inc.
01. Pitchblack Downfall
02. Crash
03. The Cage
04. Murder Nature
05. Screaming Inside
06. Breaking the Silence
07. There Is No God
08. Into the Mirror
Warrel
Dane
01. Ophidian (intro)
02. Beyond Within
03. The Death of Passion
04. Poison Godmachine
05. The Fault of the Flesh
06. Forever
07. Dreaming Neon Black
08. When We Pray
09. Brother
10. Precognition (intro)
11. Narcosynthesis
12. We Disintegrate
13. Inside Four Walls
14. River Dragon Has Come
15. The Heart Collector
16. Believe In Nothing
17. Dead
Heart, in a Dead World
18. This Godless Endeavour
Agradecimentos: Tiago Claro (TC7 Produções) e Luciano
Piantonni (Lanciare Comunicação & Entretenimento)
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