Cobertura por: Renato Sanson
Onze anos desde sua última
passagem pela capital gaúcha. A Donzela de Ferro retorna aos fãs gaúchos com a tour
“The Legacy of the Beast” trazendo
uma mescla de praticamente todas as suas fases com uma produção animalesca,
onde o dia 09/10/19 na Arena do Grêmio entrou para história e seus mais de 40
mil presentes puderam presenciar o maior espetáculo da terra.
Mas antes de chegarmos lá, as
bandas Rage In My Eyes e The Raven Age (banda do filho de Steve Harris, George –
guitarrista), ficaram com a missão de pavimentar o caminho para a maior banda
de Heavy Metal do mundo.
Por volta das 19h30min os gaúchos
da Rage In My Eyes (antiga Scelerata) sobem ao palco para apresentar suas novas
composições, já que o grupo lançou neste ano o Debut “Ice Cell”.
Mesmo com problemas técnicos no
som (tendo como maior prejudicado o guitarrista Magnus) a banda mostrou o seu
recado e o quanto este novo momento marca uma evolução musical e técnica considerável,
seja pelas composições novas que soam mais maduras e diversificadas e pela
inclusão da música regionalista tendo em palco a participação de um Gaiteiro
estreitando este novo momento, onde o Heavy Metal moderno se entrelaça com a
música gaúcha.
Formado por: Jonathas Pozo
(vocal), Magnus Wichmann (guitarra), Leo Nunes (guitarra), Pedro Fauth (baixo)
e Francis Cassol (bateria) a Rage In My Eyes soube lidar com as adversidades
das falhas técnicas sonoras e apresentou um bom show onde mexeu bastante com o
público, deixando uma ótima impressão musical aos presentes.
Setlist Rage In My Eyes:
Regret (Intro)
Forever & Ever + Hole in the Shell
Death Sleepers
Soul Gatherer
In My Blood
Enemy Within
Não demorou muito para o palco
tomar forma e a The Raven Age entrar em cena. Tendo no Metalcore seu carro
chefe e alguns flertes com o Metal Tradicional, se mostrando competente no que
apresentaram, mesmo não sendo um grande fã do estilo me cativaram,
principalmente pelas guitarras onde ambos apresentaram grande técnica e ótimas
variações de riffs.
Boa presença de palco, mas que
ainda necessita um maior “cozimento” ao vivo, as composições em si são mais melódicas
que o normal para o estilo e isso se deve também as linhas vocais que fogem do
tradicional, tendo poucas inserções agressivas que ficava a cargo do baixista. Porém
não fizeram feio e conseguiram cativar boa parte do público com suas interações
e sempre ressaltando que aquela noite era especial, pois em seguida teríamos o
Iron Maiden.
Setlist The Raven Age:
Intro
Betrayal of the Mind
Promised Land
Surrogate
The Dy the World Stood Still
The Face That LAunched a Thousand Ships
Fleur de Lis
Grave of the Firelines
Seventh Heaven
Angel in Disgrace
Então era hora deles, dos mestres!
Com os pequenos ajustes que os roads iam fazendo os presentes já se alvoroçavam.
A produção de palco já mostrava o que teríamos, o que mostra uma banda e equipe
mais que profissional, preocupada com cada detalhe do show, assim como podemos
notar na hora em que os fotógrafos se posicionaram, pois, antes dos cliques
mágicos a produção da banda se dirigiu aos mesmos para um briefing das posições
dos músicos nas três músicas que iriam fotografar, para facilitar e auxiliar
para que todos pegassem os melhores ângulos e momentos. Como relatado pelo
fotografo Uillian Vargas: “Esta foi a
primeira vez que alguém nos dá um briefing na hora de fotografar, o que foi
demais, pois assim todos saem ganhando e desta forma conseguimos pegar os
melhores ângulos. Não é à toa que o Iron Maiden chegou a esse status e seu
profissionalismo não é só em cima do palco.”
Quando ecoou nos PA’s “Doctor Doctor” do UFO todos sabiam que o espetáculo começaria, e
quando surgiu nos telões o discurso de Winston Churchill as lagrimas vieram,
pois não existe abertura de show mais impactante e memorável que com “Aces High” ainda mais quando uma réplica
em tamanho real de um avião modelo Spitfire (aviões utilizados na segunda
guerra mundial) surge junto com as melodias do trio Adrian Simith, Dave Murray
e Janick Gers, com o baixo estalante de Harris, a bateria mais que precisa de
Nicko e a garganta voraz de Bruce, deixando todos boquiabertos com o que
estavam presenciando.
Um ar épico com uma produção cinematográfica,
já que os telões ao fundo mudavam a cada música, assim como Bruce mudava seu
figurino, se encaixando perfeitamente em cada momento do show, soando teatral e
monstruoso. Com toda a sua bagagem e experiência, muito podemos notar alguns
improvisos que o Iron Maiden se dá ao luxo de realizar em seus shows, como na
grandiosa “Where Eagles Dare” (e que
introdução de bateria sensacional!) onde Dave Murray esqueceu os protocolos e improvisou
um solo ao meio da mesma, solando até chegar realmente em sua parte de solar, o
que fez provar o quanto esse sexteto é entrosado, pois seguiram como se nada
tivesse acontecido.
O ato I do show era
dedicado as guerras, e nada melhor que embalar a noite com “2 Minutes do Midnight” e a épica “The Clansman” (fase Blaze Bayley) e está
última merece uma menção especial, pois como soa bem na voz de Bruce, parecendo
que a composição foi escrita para o mesmo. Aos gritos de “Freedom”, “Freedom”
temos a primeira participação do Eddie no show, um monstrengo gigantesco com
uma espada em mãos onde ora “atacava” os músicos e em outros momentos solava e
instigava os presentes, com Dickinson brincando com Eddie a todo instante, onde
ambos duelaram com espadas, com o vocalista pegando a bandeira
brasileira e dando um tiro em Eddie para que saísse do palco, momento mais que
marcante.
O próximo ato era dedicado as
religiões, e “Revelations” chegava
para deixar todos sem pulmões, que foi seguida da ótima “For The Greater Good Of God” que abriu caminho para aquele que
seria o momento mais épico da noite e porque não belo e ao mesmo tempo
assustador, a poderosa “The Sign Of The
Cross” (outra da fase Bayley que parece que foi escrita especificamente
para a voz de Bruce) chegava para deixar todos espantados, pois era impactante
o que estávamos presenciando, onde o palco mudou de figura e se tornou sombrio
e muito belo, com Bruce deslizando de um lado para o outro com uma gigantesca
cruz em mãos que brilhava no escuro, mudando o clima diversas vezes e seguindo
o temperamento da composição.
“Flight of Icarus” também ressurgia em seu setlist, mas de forma
visual imponente, com um grande anjo atrás do palco suspenso por cabos de aço e
com Bruce com um lança chamas em mãos, que não parava de disparar até mesmo cantando.
A já batida “Fear of the Dark” não
poderia ficar de fora, deixando o público extasiado, mostrando o porquê de
estar até hoje em seu set, pois a interação da plateia com está composição é
mágica e funciona perfeitamente.
O final de se aproximava e o
monstrengo Eddie retornaria em “Iron
Maiden” e seus riffs hipnóticos, mas desta vez como uma cabeça grandiosa de
demônio com olhos cintilantes que pareciam que te seguiam, um momento mágico e
poderoso.
A trinca final do show era para
nenhum fã colocar defeito, no meu caso eu só mudaria a ordem, pois para quem já
viu o Maiden fechar o show com “Hallowed
Be Thy Name” se sente um pouco “decepcionado” com eles fechando com “Run to the Hills” (risos). Brincadeiras a parte, o final foi emblemático
com “The Evil That Men Do”, “Hallowed Be Thy Name” e “Run to the Hills”.
Sensacional, épico e inesquecível,
pois tivemos mais uma vez (3° passagem da Donzela por terras gaúchas) a chance
de presenciar a maior banda de Metal do planeta em nossa cidade.
Vale mencionar o quanto a banda
está bem ao vivo e o quanto esse tal de Bruce Dickinson CANTA!
Setlist Iron Maiden:
Transylvania (Legacy of the Beast Promo)
Doctor Doctor (faixa do UFO nos
PA’s)
Churchill’s Speech
Aces High
Where Eagles Dare
2 Minutes to Midnight
The Clansman
The Trooper
Revelations
For the Greater Good of God
The Wicker na
Sign of the Cross
Flight of Icarus
Fear of the Dark
The Number of the Beast
Iron Maiden
The Evil That Men Do
Hallowed Be Thy Name
Run to the Hills
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