É muito bom ver promissores novos nomes surgindo no cenário do som de peso, e o Brasil, apesar de todas as dificuldades geográficas, econômicas e financeiras, segue sendo um celeiro de bandas muito interessantes.
O
Dinnamarque teve seu início e 2002 em Minas Gerais, idealizada pelo baixista e
vocalista Rafael Dinnamarque, e foi buscando seu espaço, compondo seu material
e lançando em 2007 o EP “Fight”, tendo ótima repercussão, principalmente em sua
terra natal, onde em 2009 foi vencedora da etapa mineira do concurso Wacken
Metal Battle.
Finalmente em 2020 a banda lançou seu debut, “One Spirit of Thousand Faces”, contendo 11 músicas, mostrando seu Power Metal contemporâneo, com nuances do Metal Tradicional e Prog, tendo passagens pesadas e agressivas, mas sem descuidar das melodias, inclusive com bem dosadas linhas de teclado, que dão um clima mais grandioso a algumas faixas.
Ao contrário de algumas bandas de Power Metal atual, não espere melodias "felizes ou festivas", o som do Dinnamarque é mais "sério" e mais pesado.
Nota-se um cuidado em criar melodias e refrãos marcantes e diversidade nas composições, mesclando temas mais velozes, melodiosos, cadenciados e pesados, com os teclados deixando ainda mais encorpada a massa sonora do grupo, transitando por trechos sinfônicos e outros beirando o Thrash. Realmente muito boa essa diversidade e personalidade imprimida.
As letras falam desde temas de fantasia, espiritualidade, temas históricos, cotidiano e histórias de horror. Por exemplo, “Path of the Warrior”, fala sobre Xena, a guerreira (personagem de série dos anos 90), “The Death Dresses White”, sobre uma enfermeira serial killer.
A faixa título “One Spirit of a Thousand Faces” fala sobre a controversa ideia das vidas passadas, em que uma pessoa ou uma alma pode ter várias faces no decorrer da sua eterna jornada (a ideia da capa reflete essas várias “vidas”).
Em um álbum de muito bom nível, destaco a faixa título, com suas mudanças de andamento, passando por momentos mais pesados e outros mais melodiosos, guitarras dobradas e sempre com o acompanhamento preciso dos teclados; a progressiva e de nuances épicas "Battlefields";
"The Death Dresses White", de andamento mais cadenciado, teclado e guitarra trabalhando juntos no riff pricipal, melodias marcantes e um grande refrão; a veloz e de riffs agressivos e com cozinha pesadíssima "Krusty Eyes".
A pandemia atrasou alguns planos, mas o grupo segue divulgando seu trabalho nas redes, inclusive lançando um novo vídeo de nova música, cantada em português, “Desordem e o Regresso”, que, assim como o álbum de estreia, está disponível nas plataformas digitais.
Com um time de músicos experientes e talentosos, o Dinnamarque fez uma ótima estreia em full-lenght, em um trabalho que foi sendo composto e amadurecido através dos anos, muito bem feito, com músicas fortes e marcantes.
Texto: Carlos Garcia
Dinnamarque é:
Rafael Dinnamarque (voz e baixo), Ronan Lopes (guitarra e backing vocals), Leo Lanny (guitarra e backing vocals) e Riccardo Linassi (bateria).
Tracklist:
1. Fight
2. Path of Warrior
3. The Death Dresses White
4. Revelations
5. Evil Celebrities
6. Krusty Eyes
7. Battlefields
8. Reason
9. Changes
10. Clash of Mind
11. One Spirit of a Thousand Faces
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