O ano de 2011 não parecia estar trazendo tantos grandes discos à luz em comparação com o ano passado. Mas isso começou a mudar, principalmente com alguns grandes lançamentos. Dentre eles, o novo trabalho dos mestres do Prog Metal Symphony X.
O grupo norte-americano divide, ao lado de Dream Theater, o posto de maior banda de Prog Metal do mundo. Obviamente que as comparações existem, mas a verdade é que Symphony X tem uma pegada muito mais Metal e, por assim dizer, agrada, sobretudo aos fãs do som pesado.
Parecia que depois de “Paradise Lost” (2007), último trabalho do grupo e que é considerado uma obra prima do gênero, a banda não conseguiria se superar, como muitas outras acabam não fazendo, decaindo no disco seguinte.
Symphony X é (esquerda para direita): Michael Leopold, Jason Rullo, Michael Pinnella, Russel Allen e Mike Romeo
Não foi o que aconteceu. Acontece que a banda formada por Russel Allen (vocal), Mike Romeo (guitarra), Michael Pinnella (teclados), Michael Leopold (baixo) e Jason Rullo (bateria) pode até demorar para lançar um novo disco (o hiato agora foi de 4 anos e já foi maior entre um disco e outro), mas quando a bolacha sai, é certeza de que seremos surpreendidos positivamente.
Com “Iconoclast” (2011), provavelmente o trabalho mais ousado da carreira da banda, o Symphony X lança seu melhor disco! Não é exagero pela novidade do lançamento. Um álbum que saiu em formato duplo (dois CDs com inéditas), cujo “tema do álbum é baseado no conceito de tecnologia, tento sobre a humanidade”, como nos contou o próprio Russel Allen (vocal) em entrevista exclusiva que já postamos aqui.
Então, uma temática tão contemporânea, em que a batalha entre homem e máquina, a hibridinização do humano com o tecnológico e uma possível luta pela liberdade dessa realidade fazem de “Iconoclast” um disco muito atual.
Symphony X se apresentou no Brasil divulgando seu novo trabalho. Na foto, Russel em SP.
Ao total, divididas em dois discos, temos 12 músicas que, obviamente apresentando muita técnica, são das mais pesadas da carreira da banda. A verdade é que a cada disco a Symphony X aumenta sua agressividade, sobretudo nas guitarras de Mike Romeo e nos vocais sem igual de Russel Allen, que, mesma não sendo membro original, é a cara da banda.
Músicas potentes, pesadas, cadenciadas e com algo de Black Sabbath, como “Bastards of the Machine” e “Dehumanized” (essa divulgada antes do lançamento do disco) não te deixam parado. Havia muito que não ouvia um disco tão empolgante, do começo ao fim. Desafio você a ouvir as músicas citadas, bem como “Heretic” e “Iconoclast”, sem sentir vontade de sair “quebrando tudo”, ou como gosto de dizer, sair chutando a avó, rs.
Ou ainda, conseguir ficar sem cantar o refrão e músicas como “Children of the Faceless God” e “When All is Lost”, a única balada do disco e um dos sons mais bonitos que já ouvi.
No disco II, há ainda mais peso, como em “Electric Messiah”, que inicia essa segunda parte. Destaque para os teclados inspiradíssimos de Michael Pinnella, que já tem um estilo próprio, meio que sinfônico, que casa com o clima do álbum.
Michael Lepond (baixo) e Jason Rullo (bateria) fazem um incrível trabalho. O primeiro com muito peso tem seu baixo mais destacado que nos demais discos, enquanto Rullo parece ter mesclado Mike Portnoy (ex-Dream Theater) e Aquiles Priester (Hangar), fazendo seu melhor trabalho que já ouvi.
Resta destacar ainda “Reign In Madness”, que tem como fio condutor teclados executados por Michael Pinnella com a cara dos anos 80, lembrando vagamente Van Halen (!?).
Essa mescla toda pode levar a duas coisas: um disco caótico, barulhento, ou uma real obra-prima. E, com o Symphony X, só podemos esperar superação a cada disco. Definitivamente, melhor disco de 2011 até o momento.
Stay on the Road
Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Symphony X
Álbum: Iconoclast
Ano: 2011
País EUA
Tipo: Prog Metal
Formação
Russel Allen (Vocal)
Mike Romeo (Guitarra)
Michael Pinnella (Teclados)
Michael Leopold (Baixo)
Jason Rullo (Bateria)
Tracklist
CD 1
CD 2
03. Light Up the Night
04. The Lords of Chaos
05. Reign In Madness
Acesse:
Veja “The End of Innocence” ao vivo
Leia entrevista exclusiva com Russel Allen aqui
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