Luís Mariutti é uma das figuras mais queridas e expressivas do Metal brasileiro, reconhecido mundialmente pelo seu trabalho principalmente como o Angra e depois Shaman, André Matos Band, e claro, outras bandas relevantes como Henceforth, About 2 Crash e Motorguts. A nova empreitada, o Sinistra, e também a mais festejada novidade, a reunião do SHAMAN, são os principais acontecimentos da carreira do baixista neste 2018. (English Version)
São mais de 3 décadas de carreira, onde além dos grupos citados acima, Mariutti gravou com alguns dos principais nomes em termos de produção no cenário Metal, como Chris Tsangarides, Roy Z, Charlie Bauerfiend e Sascha Paeth. Reconhecidos por diversas publicações como um dos melhores baixistas do Heavy Metal mundial, como na japonesa Burrn, e no Brasil chegou a ser escolhido o melhor baixista por 12 anos consecutivos. Além do Metal, Luís também é um aficcionado por esportes, como futebol e artes marciais. Falando em futebol, quem não lembra do apelido "jesus", que recebeu no saudoso programa MTV Rock e Gol, onde Mariutti mostrava seus dotes como zagueirão!
Agora em 2018 os fãs receberam uma notícia esperada há tempos, o retorno do Shaman. E o que seria apenas um concerts, foi ganhando proporções maiores, com a reunião transformando-se praticamente numa tour e abrindo a possibilidade de um retorno definitivo, com álbum novo e tudo! Conversamos com Mariutti para falar sobre essa reunião, o futuro do Shaman, um pouco de história e outras novidades! Confira:
"Os shows estão sendo incríveis, o que torna a convivência cada vez melhor, e é daí que saem as decisões futuras." |
Luís Mariutti: Eu já
tinha conversado separadamente com todos os outros integrantes, sobre essa
possibilidade, mas só com a ajuda dos fãs as coisas se desenrolaram. Acho que
isso fez com que tivéssemos a dimensão do quanto eles queriam essa reunião,
dando um sentido pra tudo isso.
RtM: E como vocês estão se sentindo
atualmente? Para muitos, o rompimento da banda deixou um vazio, uma obra
inacabada, pois se esperava uma longevidade do grupo. Você sente que é possível
vocês voltarem a fazer músicas novas juntos, e quem sabe seguir de onde pararam
e lançar um trabalho novo com essa formação?
LM: As coisas
estão acontecendo naturalmente. A primeira ideia era um show, que viraram oito
e, na minha cabeça eu gostaria de fazer bem mais. Se esses outros shows se
concretizarem, teremos muito tempo juntos para pensar em um futuro para a banda.
"A ajuda dos fãs fez sentirmos a dimensão, dando um sentido para tudo isso" |
LM: Como
disse anteriormente as coisas estão acontecendo naturalmente e de uma forma
muito positiva. Temos a FreePass trabalhando conosco, e tenho a total confiança
que tudo está sendo planejado da melhor maneira para todos. Os shows estão sendo incríveis, o que torna a
convivência cada vez melhor, e é daí que saem as decisões futuras.
RtM: “Ritual” foi lançado pela
Universal, e inclusive emplacou um sucesso comercial que atingiu um público
fora do Metal, com a balada “Fairy Tale”, que virou até tema de novela. A banda
lançou um DVD e também teve uma extensa tour.
Mas apesar desses resultados houve rompimento com a Universal, e também
era sinalizada uma mudança de direcionamento na sonoridade. Conte pra gente o
porquê dessas mudanças e a troca de gravadora?
LM: O
direcionamento musical foi uma mudança natural, foi o que saiu da banda naquele
momento, não teve nada a ver com troca de gravadora. Que por sua vez foi feita,
pensando em ter uma gravadora que estivesse mais próxima do Rock.
RtM: Gostaria que você comentasse um pouco sobre o “Ritual”, que foi a estreia de vocês. Luís, Ricardo e André, após a saída do Angra, e contrariando algumas expectativas, pois para muitos seria até mais confortável seguir por um caminho parecido ao da sua banda anterior, mas vocês buscaram uma sonoridade e uma cara bem própria.
RtM: Gostaria que você comentasse um pouco sobre o “Ritual”, que foi a estreia de vocês. Luís, Ricardo e André, após a saída do Angra, e contrariando algumas expectativas, pois para muitos seria até mais confortável seguir por um caminho parecido ao da sua banda anterior, mas vocês buscaram uma sonoridade e uma cara bem própria.
LM: É um
disco que me orgulha muito. Penso sempre nos discos que gravei como uma
continuidade natural da minha música. Naquela época apostamos nos climas, no
peso, sem esquecer das características que nos levaram ao sucesso com o Angra,
inovamos. O Shaman tem muito disso, sempre buscamos dar o melhor de nós, sem
fórmulas, apenas permitindo as ideias fluírem.
RtM: O “Reason” foi um disco que
dividiu, e ainda divide, muitas opiniões (eu achei e acho uma baita
disco! Soa mais pesado e mais “dark”, trazendo novos elementos ao som da
banda). Como você avalia e vê esse trabalho agora, 13 anos depois do seu
lançamento? Provavelmente muitas pessoas demoraram um pouco a entender esse
disco, e mudaram de opinião.
LM: O "Reason" é um disco muito bom de tocar, eu particularmente gosto muito e, acho que as
execuções nos shows tem sido surpreendentes, acho também, que isso ajuda a quem
tem uma certa dificuldade em compreende-lo.
RtM: Lembro de um músico, inclusive de
uma banda bem conhecida de vocês, que em uma entrevista criticou o “Reason”,
dizendo que era um álbum aquém do que vocês poderiam ter feito, e que o fato de
declararem ter partido para um direcionamento mais direto e pesado, era uma
desculpa porque vocês haviam se transformado em músicos desleixados. Na época
me pareceu também haver sido criada, por parte de imprensa e até fãs, uma certa
“disputa” entre Angra e Shaman.
LM: Acho que
ele deve ter ficado com inveja de termos gravando um ótimo disco com poucas
notas! (risos)
RtM: De “Reason”, quais as suas faixas
preferidas e as que você acha mais fortes?
LM: A "Reason" é a minha preferida, apesar de gostar de todas as composições desse disco.
RtM: Lembro que antes da separação, a
banda chegou a anunciar que estaria preparando um EP com músicas novas. Existem
composições que ficaram prontas? Vocês chegaram a definir o direcionamento do
que seria o trabalho seguinte?
LM: As
músicas que ficaram prontas saíram no disco do Andre Matos "Time to Be Free" (2007), uma delas é a "RIO".
"No Shaman sempre buscamos dar o melhor de nós, sem fórmulas, apenas permitindo as ideias fluírem."
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LM: Nenhum.
As coisas aconteceram naturalmente na minha carreira e, tive grandes pessoas
que me deram conselhos que me fizeram chegar até aqui. Consegui tudo na minha
carreira através de muito esforço pessoal, me orgulho disso e não mudaria nada.
RtM: Além desses shows com o Shaman,
sobre seus projetos pessoais em bandas, o que você tem de novidades para
adiantar aos fãs?
LM: Estou
gravando para a banda Sinistra (foto abaixo) que conta com Edu Ardanuy (guitarra), Nando
Fernandes (vocal), Rafael Rosa (bateria), e é uma banda com uma pegada Sabbath,
cantado em português. Está ficando muito bom e, será lançado ano que vem,
fiquem ligados! Mantenho também a banda Dirty Dogz com o atual vocalista do
Viper, o Leandro caçoilo, onde fazemos clássicos do Metal e hard rock. Fora o
meu canal no youtube que tem quase 20000 inscritos e tenho me dedicado
semanalmente a ele.
Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Canais Oficiais:
Youtube
Shaman Facebook
10 comentários:
Que entrevista fantástica
Amei
parabéns pela entrevista.
Muito bom! Sou fã desse cara
O que mais gosto no Luís é que ele não enrola nas respostas, sempre muito preciso e direto. Muito boa a entrevista.
Muito boa a entrevista!
Curioso e ansioso pelo som do sinistra.
Papo reto, literalmente. Agora ficamos na expectativa do que tem por vir!!!
Luís deixou no ar muita coisa. Acho que os planos de gravar um novo álbum serão meio que surpresa.
Excelente entrevista, continuem com o bom trabalho. Cheguei aqui através da Newsletter do Whiplash no WhatsApp, seria legal vocês criarem algo assim.
Quem é o músico ou banda que fez a crítica do Reason que citaram na entrevista ?!
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