Os músicos do Epica vêm numa ascendente já há alguns anos, sobretudo com seus dois últimos trabalhos de estúdio. Após o lançamento de “Requiem For the Indifferent” (2012), parecia difícil que o grupo conseguisse compor um álbum mais grandioso, mais completo e ainda mais forte que ele.
"The Quantum Enigma" trata de Física Quântica, do poder da nossa mente em modificar a realidade |
Apesar da banda já ter dado uma mostra do que veria a seguir com os vídeos das gravações e a música “The Essence of Silence” (vide aqui), é com “The Quantum Enigma” (2014), que está sendo lançado hoje (02/05), que o grupo de Simone Simons (vocal) e Mark Jansen (guitarra e vocais guturais) comprova que pode ir mais longe.
Que álbum, meus amigos! Você ouve e saí cansado ao seu término de tanta força, peso e velocidade, sendo disparadamente o álbum mais agressivo da carreira da banda, sendo também o mais sinfônico, ajudados pela presença do coral Kamerkoor e de um competente grupo de cordas, além dos backing vocals de Marcela Bovio (Stream of Passion), que ocupa o lugar clássico de Amanda Sommerville.
São 13 faixas, incluindo a introdução, que mostram um grupo no seu auge. Poucas vezes ouvi um disco com tamanha qualidade e coesão, bastante harmônico e não caindo de qualidade em momento algum. Ligaram o 220 e esqueceram de desligar. Nem mesmo composições longas como a faixa-título (mais de 11 minutos), tornam a audição difícil, pelo contrário, você acaba o disco esperando que tenha um CD 2 com mais composições do mesmo nível.
Simone Simons, uma das maiores musas do Metal, está na melhor fase. Há um nítido amadurecimento na sua forma de cantar, visível na bela “Canvas of Life”. Não está abusando de passagens muito agudas, cantando mais comedida, mas sempre com grande emoção e a qualidade que a coloca como um dos nomes lembrados quando o assunto são as grandes cantoras líricas mezzosopranos. Isso já se evidencia em “The Second Stone”, primeira música após a introdução, forte candidata a figurar como um dos momentos mais interessantes da nova turnê.
O novo disco também marca estreia da nova formação, com a chegada do baixista Rob van der Loo (ex-Delain), substituindo Yves Huts, o que não parece ter afetado a aplicação do instrumento nas canções, mantendo o peso característico.
Mark Jansen, figura de grande simpatia, mas quando abre a boca tem um dos vocais mais característicos dentre as bandas que usam vocais guturais e femininos. No disco, Mark se supera, a exemplo de toda banda, mostrando força, ritmo e peso, encaixando perfeitamente nos momentos mais agressivos do disco, como na já conhecida “The Essence of Silence” (porrada na orelha e a prova que dá para fazer um som muito pesado e melódico).
“Victims of Contingency”, à exemplo da faixa anterior, é bastante pesada, perfeita ao headbanging e um dos momentos que melhor te levam a imaginar um novo show do grupo. Certamente fará parte do setlist.
Após um período de descanso depois de dar a luz ao primeiro filho, Simone retorna em sua melhor performance |
A parte instrumental, com a bateria incansável de Ariën van Weesenbeek, os teclados/piano que são a cereja no bolo de Coen Janssen, aliado aos esparsos mas eficientes solos de Isaac Delahaye, são dignas do nome que carregam. Aliás, falando em coesão de banda, vale apontar que todos os integrantes, inclusive o novato, participaram do processo de composição, como revelou Mark em entrevista: “Mais do que qualquer um dos nossos álbuns anteriores, “The Quantum Enigma” é o resultado de um esforço de grupo”. Percebe-se.
A temática das letras, compostas por Simone e Mark, vão de encontro à Física Quântica, tratando a realidade como uma forma mutável através do pensamento humano. Diz Simone que o álbum é “uma exploração da mente subconsciente”.
Mudança na formação não atrapalhou o álbum |
Difícil não fazer um “faixa-a-faixa” do álbum, afinal, todas as canções são dignas de comentários. Mas, para não estender ainda mais, deixo como grandes destaques, além das já citadas, “Sense Without Sanity (The Impervious Code)” (talvez o melhor e mais belo momento do coral do álbum), “Unchain Utopia” (destacando o coral até explodir numa das passagens mais sinfônicas e rápidas do disco), “Chemical Insomnia” (elementos sinfônicos iniciais que chegam a lembrar a atual fase do Dimmu Borgir) e “Omen (The Ghoulish Malady)” (piano e melodias sensacionais).
Com a nova turnê iniciando agora, é aguardarmos para conferir as novas composições em cima do palco, na esperança de que, na passagem da banda pelo Brasil, tenhamos vários shows. Afinal, com um disco desses, quem já era fã, seguirá, quem não era, terá grandes chances de se tornar um. Ouça e confira.
Stay on the Road
Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Epica
Álbum: The Quantum Enigma
Ano: 2014
País: Holanda
Tipo: Metal Sinfônico
Gravadora: Nuclear Blast Records
Formação
Simone Simons (Vocal)
Mark Jansen (Guitarra e Vocal Gutural)
Isaac Delahaye (Guitarra)
Rob van der Loo (Baixo)
Coen Janssen (Teclados e Piano)
Ariën van Weesenbeek (Bateria)
Tracklist
1 - Originem
2 - The Second Stone
3 - The Essence Of Silence
4 - Victims Of Contingency
5 - Sense Without Sanity (The Impervious Code)
6 - Unchain Utopia
7 - The Fifth Guardian (Interlude)
8 - Chemical Insomnia
9 - Reverence (Living In The Heart)
10 - Omen (The Ghoulish Malady)
11 - Canvas Of Life
12 - Natural Corruption
13 - The Quantum Enigma (Kingdom Of Heaven Part II)
Confira o lyric video de “The Essence of Silence”
Veja/ouça o teaser do álbum
Ouça a faixa-título executada ao vivo no show de lançamento em 30/04/14
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