Novamente estávamos lá para ver a
apresentação icônica do Angra ao passar por Porto Alegre mais uma vez. A noite
começou cedo, impulsionada pelos velhos (e novos) clássicos do Metal, sobre o
comando do Maicon Leite (Velho Milg de guerra), tive a impressão que foi uma
verdadeira aula sobre novas variações do velho Metal. Maicon fez questão de
explorar outros estilos, que não o Melódico, já que em algumas horas teriam uma
overdose Power Metal injetada pela anfitriã da noite (particularmente, queria
agradecer o Milg pelo Powerwolf que rolou, entre outras).
Logo em seguida a Celestial Flames entrou em cena, praticamente uns bebês perto dos 23 anos de experiência do
Angra, nossos garotos tomaram o palco como gente grande. Porém com os joelhos
dobrados, apenas o suficiente para demonstrar respeito aos verdadeiros astros
da noite que entrariam em ação mais tarde.
Mesmo com a galera agitando nas
quatro músicas que a Celestial executou, a banda precisa rever algumas
questões, presença de palco é uma delas, e mesmo seu som soando forte, ainda é clichê
demais, tendo pouco diferencial.
Tudo no seu devido lugar após o
aquecimento com a Celestial Flames, o som estava acertado, público com ponto de
ebulição e câmeras fotográficas calibradas. Cada um queria guardar ao menos um
fragmento desses momentos para recordar mais tarde. As luzes iniciaram uma
decida gradual, como fosse um sinal de “preparar”, mas na realidade era algo
muito mais que um sinal, era a certeza que era chegada à hora do Angra assumir
o (dês) controle da elevação emocional do local. O primeiro a se chegar ao
tablado é exatamente o integrante mais novo da banda, em hierarquia e idade, Bruno Valverde que assume a seu kit ao
som de aplausos.
Vale o comentário que Bruno
nasceu em 1990, um ano antes de o Angra receber o sopro vital, tem se mostrado
muito dinâmico e um músico excelente, vindo do gospel e tendo influências no samba deixou bem claro
no último domingo a razão pela qual foi escolhido para assumir os tambores de
batalha do Angra. Na seqüência entraram os demais integrantes, um a um, foram
recebidos calorosamente pelo público presente. Hora do show!
Como tem sido nos shows
anteriores desta turnê, a grande noite começou ao som de “Angels Cry”, música
que dá nome ao álbum lançado em 3 de novembro de 1993, e que esta tour comemora
os 20 anos do lançamento. Apesar da turnê chamar-se “Angels Cry 20th Anniversary Tour”, o que vimos na noite do dia 28
de setembro, em Porto Alegre no Bar Opinião, foi um passeio pela história da
banda.
A afirmação ilustra bem a segunda
música “Nothing to Say”, que pertence ao álbum “Holy Land”, já a essa altura da
noite (começo) o acender e apagar das luzes revelava uma platéia de braços
erguidos e com as letras das músicas em prontidão na “ponta da língua”. A narrativa
sonora segue com “Waiting In Silence” do aclamado disco “Temple Of Shadows”. A
banda sempre esteve em harmonia durante todo o tempo do espetáculo (e sim, foi
um espetáculo), Lione mostrou-se em movimento o tempo todo, sempre comunicativo
entre as performances.
Buscou a latinidade do Italiano, um pouco do inglês misturou
tudo e saiu um “portaliano” que rendeu uma conversa muito divertida. Dando seqüência no show foi à vez de “Time” e
“Evil Warning” vindas do disco homenageado essa noite. Logo em seguida, do álbum “Fireworks” chegou
“Lisbon” encantadora e carregada de lembranças.
Com o público na mão era hora de
uma das melhores músicas da fase Falaschi, e “Millennium Sun” entra em cena pra
deixar todos sem pulmões, impossível não ressaltar o mestre Fabio Lione, um
show de interpretação e simpatia, um frontman sem questionamentos.
Ao meio a problemas no som (que
de fato estava satisfatório, mas parecia incomodar os músicos em cima do palco)
Bruno Valverde mostra toda sua
habilidade em seus tambores, em um solo de bateria de alto nível.
Eis um dos momentos mais
marcantes do show (se não o mais), onde Lione chama ao palco o “coração do
Angra”, Rafael Bitencourt, que chega com seu violão em mão, dizendo que irá
executar uma das músicas mais belas que gravou, e que não era composição dele,
mas sim de Edu Falaschi.
E aproveitando a deixa, Rafael
agradeceu a todos os ex-integrantes que passaram pela banda, dizendo se não
fossem todos envolvidos, o Angra jamais chegaria onde está, e “pasmem” ele fez
uma menção especial a Aquiles Priester, que só em mencionar o nome do baterista
o coro de “Aquiles, Aquiles, Aquiles...” tomou força. E segundo Rafael Aquiles
foi peça fundamental no Angra, assim como é a principal influencia do baterista
Bruno Valverde.
Ao meio a todos esses agradecimentos
“Bleeding Heart” toa forma, com Rafael cantando a mesma em uma bela
interpretação.
A trinca seguinte viria para
emocionar, e antes dela Lione fala ao microfone que a banda tinha uma surpresa
pra ele, e que o deixou bem curioso, e seguindo o baile “Gentle Change”, “Acid
Rain” e a surpresa da noite “Make Believe”, que a banda não tinha nem ensaiado
segundo Lione, e que é uma das músicas que mais gosta da banda.
Se aproximando do final “Spread
Your Fire” (onde mostrou grande competencia de Bruno na bateria), “Rebirth”
(com todos cantando a pleno pulmões) e o mix de Carry On/Nova Era pra não
deixar duvida da boa forma em que o Angra se encontra.
Após muitas polemicas, saída de músicos
importantes, é fato que o Angra retorna com tudo, e se demonstra feliz com seu
momento atual e com os grandes músicos que os acompanham. Mais um grande evento
realizado pela Pisca Produtora, e mais um grande show do Angra na capital
gaúcha.
Cobertura por: Uillian
Vargas/Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas
Edição/Revisão: Renato Sanson
Setlist:
01 Angels Cry
02 Nothing to Say
03 Waiting Silence
04 Time
05 Evil Warning
06 Lisbon
07 Millennium Sun
08 Winds of Destination
09 Drum Solo
10 Bleeding Heart (acoustic)
11 Gentle Change
12 Acid Rain
13 Make Believe
Deus le Volt!
14 Spread Your Fire
15 Rebirth
Encore:
Unfinished Allegro
16 Carry On / Nova Era
Um comentário:
Agradeço fortemente a referência a nós, da Celestial Flames.
Respeitamos as suas críticas, e inclusive concordamos com elas. Como estamos muito no início ainda, será necessário para nós trabalhar tanto em presença de palco quanto no estilo clichê. Nós mesmos consideramos as músicas do nosso primeiro álbum realmente clichês, inclusive comparado com as grandes inovações do trabalho do Angra. Todavia, prometemos mudar isso no segundo álbum, o qual oferecerá uma inovação nunca vista antes no Power Metal. Nossas composições para quase três álbuns já estão feitas, mas como somos pequenos, não temos investimento o suficiente para gravar todos de uma vez. Mas, graças a sua divulgação e de todas pessoas que nos apoiam, ganhamos reconhecimento e força para seguir em frente com a evolução musical e com as gravações bancando com o que temos.
Agradecemos sua Review, e adoramos o show de ambas bandas.
Abraços,
O teclado. ;-)
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