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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Marko Hietala: Provando Que Possui Cacife para uma Carreira Solo

 



Marko Hietala tornou-se um nome conhecido mundialmente com seu trabalho marcante no gigante finlandês Nightwish, mas o vocalista e baixista já tinha um respeito na cena escandinava, com a sua cultuada banda Tarot, onde sua voz de “gralha” e timbre característico, eram marca registrado. 

Tão cultuado que Tuomas, líder do Nightwish, o convidou para fazer parte do line-up, decisão acertada, tornando-o uma parte essencial da sonoridade da banda, e muitos fãs lamentam sua saída, tanto quanto a de Tarja na época do doloroso rompimento com o Nightwish. 



Mas, com a recente colaboração de Tarja e Marko na sua tour conjunta e inclusive compondo músicas, o coração dos fãs receberam alento, podendo reviver a eletrizante performance dos dois juntos novamente no palco e estúdio.

Bom, enquanto há expectativa de um álbum conjunto da dupla, Marko Hietala lançou "Roses From The Deep", seu mais recente álbum solo, mergulhando em sonoridades densas e emocionalmente carregadas que em alguns momentos dialogam com sua trajetória no Tarot e no Nightwish, trazendo um direcionamento mais Metal, mesclando suas influências clássicas, como Purple, Alice Cooper, Rainbow, com nuances modernas e sinfônicas.

Hietala e seus companheiros, que são a mesma formação do álbum anterior, sentiram-se mais livres e confortáveis do que em seu trabalho anterior, mais conservador e de sonoridades mais sombrias e introspectivas.


Podemos perceber  a influência do heavy metal melódico e sombrio que marcou sua carreira no Tarot, banda que fundou nos anos 1980 e onde seu vocal rouco e poderoso se consolidou como assinatura. 

Os momentos em que as orquestrações sutis, os arranjos mais etéreos e a melancolia épica lembram sua fase como baixista e vocalista do Nightwish, a partir de álbuns como "Once" (2004) e "Dark Passion Play" (2007), como a faixa "Two Soldiers".

A canção "Roses From the Deep", que dá nome ao álbum, é um bom exemplo dessa intersecção, e é uma bela balada sinfônica com letras introspectivas e vocais dramáticos.

“Frankenstein Wife” creio também ser um bom exemplo, Metal Melódico de levada cativante, com nuances modernas, riffs pesados, melodias e refrãos marcantes, riff pesados; e claro, não podemos deixar de citar a parceria com Tarja em “Left on Mars”, seguindo essa mesma proposta, ou seja, Metal Melódico cativante, arranjos sinfônicos e melodias que grudam no cérebro e dão vontade de assoviar. 


Destaques também para a “Zeppeliniana” “The Devil you Know”; a épica, pesada e carregada de mudanças de climas "The Dragon Must Die" e o Hard agradável de “Rebel of The North”, mostrando a versatilidade de Marko e dando uma dinâmica ao álbum que não o torna cansativo.

A produção do álbum é meticulosa, com destaque para os arranjos vocais — Hietala alterna entre o grave “cavernoso” e o agudo rasgado com domínio técnico e expressividade. As letras exploram temas como sofrimento, identidade, vício e superação, refletindo o afastamento do músico da indústria e sua luta pública contra a depressão.

Marko inclusive declarou em releases e entrevistas que passou por um período “sabático” e de reinvenção, e "Roses From The Deep" não é apenas um retorno musical, mas uma declaração de autonomia artística, no qual ele prova que tem cacife para seguir uma carreira solo. É Marko Hietala em sua forma mais crua, sincera e mostrando todas suas facetas.

Uma obra verdadeira, que mostra por que Hietala continua sendo uma das vozes mais icônicas e respeitadas do metal escandinavo. 

Texto: Caco Garcia 
Fotos: Divulgação 

Artista: Marko Hietala 
Álbum: "Roses From The Deep" 2025
Estilo: Metal Melódico
País: Finlândia 

Links Relacionados:

TRACKLIST
1. Frankenstein’ s Wife
2. Left On Mars
3. Proud Whore
4. Two Soldiers
5. The Dragon Must Die
6. The Devil You Know
7. Rebel Of The North
8. Impatient Zero
9. Tammikuu
10. Roses from The Deep

FORMAÇÃO
Marko Hietala - vocal, baixo
Tuomas Wäinölä - guitarra
Vili Ollila - teclados
Anssi Nykänen - bateria









quarta-feira, 11 de março de 2015

Cobertura de Show - Sonata Arctica: Resgatando o Passado e Tentando Firmar o Presente (Bar Opinião - 06/03/15)


Depois de 13 anos os finlandeses do Sonata Arctica retornam a Porto Alegre/RS, e se na primeira visita traziam a tour do aclamado “Silence”, agora trazem a tour de “Pariah's Child”, álbum lançado em 2014 que resgata um pouco do que o Sonata era em seu começo de carreira.

Em paralelo trazendo a divulgação da regravação do clássico absoluto da banda “Ecliptica” (99), o que trouxe muitos fãs do começo de carreira do grupo ao Bar Opinião.

Ao chegar no Opinião era notável a bela estrutura de palco, deixando um clima bem propício ao público, que se entrelaçava com muitos jovens, e muitos acompanhados de seus pais, irmãos e etc.


Pois bem, mas o que esperar do Sonata Arctica depois de tantas mudanças em sua sonoridade? Mesmo lançando um disco que resgate um pouco de sua essência os excessos comerciais ainda estão presentes, e como muitos sabem, ao vivo a banda sempre deixou a “desejar”, seja pela execução das faixas que fogem das versões originais (principalmente nas músicas dos três primeiros discos, claro que as mudanças na formação influenciam) ou pela baixa performance vocal de Tony Kakko que não alcança os tons apresentados em estúdio.

Mesmo com uma visão pessimista (pelo menos por parte dos fãs mais antigos), a expectativa de vê-los era grande. Então às 20h em ponto a intro “Preacher/ Larger Than Life” começa a ecoar nos PA’s, e o primeiro a subir no palco foi o baterista Tommy Portimo vestindo uma camiseta do Brasil onde tirou muitos gritos da plateia, com os demais integrantes tomando seus postos e por ultimo a estrela da noite Tony Kakko, pra logo de cara “The Wolves Die Young” (do novo disco) entrar em cena e fazer o Opinião cantar mais alto que a própria banda (tá certo que o som estava mais baixo que o de costume, porém muito bem equalizado e sem falhas).


Sem tempo de respirar o primeiro clássico da noite “8th Commandment” e sua velocidade estonteante, porém não soou tão grandiosa como em tempos anteriores, Kakko se demonstrava bem empolgado e se esforçava para alcançar as notas mais agudas, mas já seu tecladista Henrik Klingenberg (que tem papel fundamental nas composições da banda) não demonstrava nenhuma simpatia, em um palco especifico para o mesmo lá ficava em uma postura nenhum pouco amistosa.

“Paid in Full” (do fraquíssimo “Unia”) mostra que sim, muitos dos presentes acompanham e gostam desta fase mais atual do Sonata, onde cantaram em uníssono ao comando de Kakko, que se movimentava a todo instante e mostrando grande simpatia.


Acalmando os ânimos a cadenciada “What Did You Do in the War, Dad?” que abriu espaço para desnecessária “Losing My Insanity”. Voltando aos tempos áureos “Black Sheep” (do disco “Silence”) vem para incendiar os presentes e mostrar toda habilidade do guitarrista Elias Viljanen, que demonstrava boa presença, porém não tirava os olhos de sua guitarra.

“Letter to Dana” (do “Ecliptica”) vem para deixar todos extasiados em uma bela performance de Tony. Porém o show entrou num declínio um tanto comprometedor com a sequencia “Blood”, “I Have a Right”, “X Marks the Spot” e “Love” que de fato esfriou a apresentação, deixando-a monótona.

Na tentativa de reviver os fãs um de seus maiores clássicos enfim chega “Fullmoon”, mas que perdeu o clima devido ao erro na introdução do tecladista Henrik, mas que mesmo assim deixou os fãs satisfeitos e cantando junto.


A dobradinha “UnOpened” e “San Sebastian” certamente foram um dos momentos mais altos do show, e vale destacar a precisão de Tommy em seu kit, sentando o braço e metralhando os bumbos.

O baixista Pasi Kauppinen também apresentava grande carisma, bangueando e interagindo com os presentes, o que deu um gás a mais para o show, ainda mais pela trinca final com “My Land”, “Replica” (com grande interpretação de Kakko sentando a beira do palco bem perto da galera) e “Don't Say a Word” finalizando sua segunda passagem pelo Rio Grande do Sul.


Um bom show, mas que poderia ter menos excessos e quem sabe uma colocação melhor em seu setlist, pois foram inevitáveis alguns momentos entediantes, assim como a falta de vontade de Henrik, que surpreendeu a todos negativamente.



Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Felipe Pacheco

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Entrevista - Sonata Arctica: Devoção e Carinho pelo Brasil

Read also in English 


Vinte anos de história em serviço ao Power/Melódico, esse é  Sonata Arctica que conquistou muitos fãs mundo a fora, seja pela simplicidade imposta em seu som ou pelas melodias cativantes, é fato que inovar também se fez presente em todo esse tempo, lançando alguns discos que destoaram de seus primórdios, mas que mesmo assim lhe trouxeram muitos fãs.

E sobre todos esses aspectos o tecladista Henrik Klingenberg (na banda desde 2003), nos comentou sobre primórdios, essa nova tour que chega ao Brasil, a mudança da sonoridade e claro o novo disco “Pariah’s Child”.

No momento estamos retornando das férias e começando a voltar ao trabalho. “Pariah’s Child” saiu há quase um ano, e no ultimo outono estávamos relançando nosso primeiro álbum “Ecliptica”. No momento a banda está em turnê e vamos continuar na estrada até o final de 2015.


 Perguntado sobre a mudança de sonoridade que começou no álbum “Unia”, Henrik responde que:

Eu acho que é uma progressão natural, em cada álbum você vai descobrir algo novo e quer evoluir e experimentar novos sons, etc... Eu espero que nós continuemos a nos mover em direção a algo com cada álbum.


 Sobre a Finlândia ser um paraíso para bandas de Heavy Metal Henrik explica:

Sim e não, para mim é a Finlândia, meu lar, minha família e amigos e assim por diante, mas especialmente aqui no norte, onde vivemos, não há realmente nenhuma cena Metal. Se você está procurando Metal o melhor lugar é o sul da Finlândia. O que temos aqui é um monte de natureza bonita que eu aprecio muito.


Em 2012 o Sonata lançou “Stones Grow Her Name”, que mesmo seguindo a linha dos últimos trabalhos, destoava ainda mais sua sonoridade, tendo um apelo comercial muito grande, o que de fato incomodou muitos fãs. Mas em 2014 com “Pariah’s Child” a banda resolveu voltar as suas origens, executando novamente o Power Metal clássico que os consagrou, e Henrik fala sobre esses dois parâmetros:

SGHN foi o nosso álbum de "rock", por assim dizer e mesmo que eu goste muito do trabalho que criamos, realmente não era o Sonata Arctica.  Fizemos alguns exames de consciência antes de começar a fazer o “Pariah’s Child”, e trouxemos de volta alguma das primeiras influências e sons que a banda tinha no início.

Sobre a saída de Jani Liimatainen e a entrada de Elias Viljanen:

Nós tivemos outro cara e Elias fazendo testes para o trabalho, e Elias se ajustou melhor.

Sabíamos que o trabalho foi apenas para o preenchimento de Jani para alguns shows, enquanto ele iria fazer seu trabalho pessoal junto aos trabalhos com a banda... Eventualmente ele não o fez, por isso pedimos a Elias para se juntar a nós em tempo integral.


Referente à regravação do clássico “Ecliptica”:

Nossa gravadora japonesa sugeriu isso para nós, e depois de pensar nisso por algum tempo, decidimos que por que diabos não? Eu considero que isso seja mais como uma homenagem ao álbum original, o line-up não é o mesmo. Nós também não estamos tentando substituir a versão original, muito menos irritar os fãs que conheceram e apreciaram o álbum. Como sempre às vezes quando você solta algo assim alguns fãs gostam outros não.


Sobre “Winterheart's Guild” (2003) ser o álbum mais “sombrio” do Sonata Arctica Henrik rebata que:

Eu não acho que ele é realmente tão sombrio ou obscuro, o “The Days of Grays” é provavelmente o álbum mais sombrio que fizemos até agora... Enfim eu não estava na banda durante as gravações do WHG, então eu não tenho ideia porque ele acabou soando ou sendo considerado tão obscuro...


O Sonata desembarca novamente no Brasil em março, mas desta vez para sua maior tour no país, sendo assim Henrik fala o que os fãs brasileiros podem esperar:

Vocês podem esperar algumas coisas do “Pariah’s Child” , assim como alguns “hits” mais antigos, sempre tentamos fazer um show equilibrado, com muita energia e nós estamos ansiosos para ter bastante tempo no palco e fazer essas noites mais do que especiais para nossos fãs.


Estamos todos realmente ansiosos para voltar ao Brasil, nossos fãs têm sido muito bons para nós ao longo dos anos e desta vez nós vamos tocar em vários shows em novas cidades, então eu tenho certeza que vamos ter uma explosão juntos.


Entrevista/revisão/edição: Renato Sanson
Tradução: Nanda Vidotto/Marlon Mitnel

Conheça mais a banda:




sábado, 10 de janeiro de 2015

Entrevista - Soulspell: "O quarto álbum do Soulspell será um dos maiores lançamentos do Heavy Metal mundial em 2015"


Um projeto audacioso e que renderia muito destaque a nossa cena, já que não é todo dia que se vê uma Metal Opera priorizando os músicos do próprio país. E é isso que o idealizador, e também baterista do projeto, Heleno Vale fez, criando o primeiro Metal Opera nacional, e já se vão dez anos e três discos, com uma aceitação incrível perante os fãs e a mídia especializada.

Consolidação, amadurecimento e muita dedicação, resume a trajetória do Soulspell até então, pois de fato, ter um trabalho tão bem elaborado com diversos músicos nacionais e internacionais não é uma tarefa fácil.

E conversamos com Heleno sobre todos esses parâmetros, e claro, sobre o novo disco que será lançado ainda este ano.

Confira agora mesmo:


Road to Metal: Dois anos se passaram desde o lançamento de “Hollow's Gathering”, o qual você considera o lançamento mais surpreendente do projeto até o momento. Esse disco definiu o amadurecimento que o Soulspell pretendia chegar?

Heleno: Em partes, sim, isso é verdade. O disco foi uma produção bem mais consciente, em outras palavras, não foi um tiro no escuro como o segundo e, principalmente, o primeiro álbum. As composições do Soulspell já tinham alguma estrutura e vida própria e nada teve que ser forçado ou copiado. A palavra certa para definir as emoções que estou tentando transcrever talvez seja mesmo: amadurecimento. Porém, claro, dois anos se passaram e hoje eu tenho uma visão um pouco diferente de todos esses trabalhos. Hoje eu enxergo alguns equívocos e alguns excessos que talvez tenham impossibilitado os fãs de darem o devido valor ao terceiro álbum, por exemplo. Esses “erros” já foram corrigidos. Esses dez anos de experiência nos levarão, certamente, em 2015, ao melhor álbum produzido pelo Soulspell até então, dessa vez, sem qualquer dúvida! O quarto álbum do Soulspell será um dos maiores lançamentos do Heavy Metal mundial em 2015.

RtM: Já existe material novo para o próximo ato? Se sim, o que você pode nos adiantar quanto à sonoridade e sobre a quarta parte da história?

Heleno: O quarto álbum está quase pronto. Pretendemos lançá-lo em 2015, mas sem data definida. Eu fiz questão de não ter data definida para o lançamento, pois esse é um álbum divisor de águas pra mim e eu preciso que ele saia da maneira que eu o imagino. Digamos que jogarei na mesa o “ás” que o Soulspell pode produzir com dez anos de experiência acumulados. Sobre a sonoridade, eu acredito que uma característica importante do Soulspell é que cada álbum tem uma relação forte com a trama, porém, ao mesmo tempo, cada um deles soa bem diferente um do outro. Esse quarto álbum tem músicas com diferentes pegadas, coisas que o Soulspell nunca fez antes, porém, na maior parte do tempo, é um disco rápido e direto. Acredito que ele seja mais rápido e mais direto que os seus anteriores, um pouco mais parecido com nosso primeiro álbum.


RtM: Quanto à produção, mixagem e masterização desse futuro álbum, quem, além de você está ou estará trabalhando?

Heleno: Tito Falaschi é o produtor e a mixagem e masterização será feita na Europa, dessa vez, pelo melhor artista do Heavy Metal melódico nesse ramo. Vocês todos sabem de quem estou falando, não? :)

RtM: Os últimos shows do Soulspell em 2014 contaram com a participação do vocalista Andre Matos, seria um presságio que ele participará do novo lançamento?

Heleno: Sim, o próprio Andre divulgou em entrevista que ele participou em quatro faixas do novo álbum do Soulspell. Essa gravação aconteceu bem antes de ele participar dos nossos shows. Ele é uma pessoa bastante especial e eu tenho certeza que é um grande reforço para o nosso time de vocalistas nacionais que já era bastante forte. Seus trechos ficaram maravilhosos!

A lenda Andre Matos e a revelação Daísa Munhoz ao vivo com o Soulspell
RtM: Quais as principais diferenças entre os três lançamentos? Teria algo que você gostaria de mudar?

Heleno: Eu estou bastante feliz com nossos três lançamentos. Como eu disse, um é bem diferente do outro e o próximo álbum não fugirá a essa regra. Sem dúvida alguma eu mudei bastante, pois estou sempre aprendendo muito com todos os músicos espetaculares que passam pelo projeto. O quarto álbum será o grande álbum do Soulspell até então. Sendo mais específico um pouco, eu acredito que o terceiro álbum é maravilhoso, porém talvez ele tenha ficado complexo demais para a maioria dos fãs. Digo isso em função da história, das músicas, dos personagens, enfim, tudo. Eu tentei simplificar um pouco as coisas no quarto álbum e a princípio deu muito certo. Vamos esperar para ver a resposta dos fãs.

RtM: E sobre participações, já existe contato com alguns músicos ou a base será mantida? Teremos novamente participações internacionais, pode nos dar alguma “pista”?

Heleno: O disco está quase pronto. Quase todos os contatos já foram feitos e gravados. Trabalhamos muito nesses últimos dois anos nesse álbum. Dessa vez, teremos o melhor cast de Heavy Metal de qualquer projeto já lançado. A dica é: reunimos todos os vocalistas do Heavy Metal mundial que têm como seu ponto forte os agudos.

RtM: “Hollow’s Gathering” foi lançado no exterior pela Innerwound Recordings, como foi à repercussão e os resultados do álbum lá fora? E a parceria com esse selo foi válida? Para o próximo álbum você já tem algo em vista em termos de exterior?

Heleno: A parceria foi válida sim, porém em termos financeiros a situação do Soulspell e, acredito eu, de quase todas as bandas de Heavy Metal do Brasil e do mundo é precária. Vou tentar mudar algumas coisas para o lançamento do quarto álbum em termos de divulgação e formas de parceria.  Hoje em dia, há diversas maneiras alternativas para a viabilização desses lançamentos e eu estou pensando muito nisso ultimamente. Precisamos aprender de uma vez por todas a viver ou sobreviver na era da Internet.


RtM: E quanto ao concurso Soulspell de vocalistas, que já revelou bons nomes? Você já tem planejado o próximo? Inclusive, um concurso bem mais legal e interessante que alguns que são promovidos em algumas redes de TV!

Heleno: Muito obrigado. Penso bastante nisso também, porém, infelizmente, não será para o quarto álbum. Talvez para o quinto. O concurso é muito injusto com os organizadores. Veja, inscrevem-se 150 e ganha apenas 1, então você acaba criando 1 amigo e 149 inimigos. Não é fácil lidar com seres humanos, muito menos com o ego de músicos. Torço para que as pessoas mudem aos poucos e vejam o quanto os concursos foram importantes para o Heavy Metal brasileiro em longo prazo.

O concurso revelou Pedro Campos, que hoje está no Hangar, Jefferson Albert e Victor Emeka que hoje estão na banda ao vivo do Soulspell. Além disso, revelamos, também o Raphael Dantas e muitos outros grandes vocalistas que poderiam assumir qualquer banda de Heavy Metal do planeta na minha opinião.

Pedro Campos (Hangar), uma das revelações do concurso Soulspell
RtM: Acredito que você tenha planos de lançar algo em vídeo oficial. Quais são as possibilidades? Um show especial, quem sabe com produção de palco caracterizando a história e personagens, convidados e aí registrar... Seria muito interessante!

Heleno: O Soulspell já faz shows caracterizados. Cada vez mais estamos tentando melhorar nessa parte. Esse é um de nossos objetivos principais para 2015. Pretendemos lançar o quanto antes um DVD de comemoração dos 10 anos de banda. Acho que isso vai acontecer em 2015 ou 2016. Nesse DVD estarão presentes diversas participações especiais nacionais e internacionais. Entre os outros planos da banda está um disco de tributos, um disco “best of” com a coletânea de nossas melhores faixas dos quatro álbuns e, no mínimo, mais 2 vídeo clipes. Um deles está quase pronto e é de uma música do terceiro álbum e o outro será de um single do quarto álbum.

RtM: Falando do cenário Metal, quanto às bandas mais recentes, tem alguma que tem lhe surpreendido, lhe inspirado, ou mesmo com algum vocalista que tenha lhe despertado o interesse do tipo “Eu queria esse cara fazendo um personagem no novo álbum”?

Heleno: Eu gostei muito dos últimos álbuns da banda Sabaton, da Suécia, principalmente o "Carolus Rex" e o "The Art Of War". Essa é uma banda interessante e com um vocalista diferente. Algo que me inspirou muito ultimamente foram, também, os últimos álbuns do Ayreon, o "The Theory Of Everything" e o "01011001". Esse Arjen Lucassen é um gênio e seria uma honra extrema trabalhar junto com ele um dia. Quem sabe?


RtM: Em “A Legacy of Honor” a figura de Renato Tribuzy foi fundamental para o disco, porém nos lançamentos seguintes o mesmo já não figura entre os convidados. Teria algum motivo em especial? Você tem planos pra ele em relação à continuação do projeto?

Heleno: Eu converso bastante com o Renato e ele continua me ajudando muito até hoje. Ele é uma pessoa fantástica e um músico sensacional. O único motivo que vejo é que ele deu uma grande diminuída em sua carreira como vocalista para se dedicar à carreira de produtor. Essa é uma pergunta que você deve direcionar a ele na próxima entrevista que ele te conceder: “por que você não volta a cantar, Renato????????” :)

Entrevista por: Carlos Garcia/Renato Sanson
Edição/revisão: Renato Sanson


Conheça mais o projeto:







sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Marmor: Histórias, Fantasias e Música de Alto Nível


O limite do nosso imaginário está muito conectado com nosso repertório de conhecimento de histórias, contos e conhecimento de mundo (inclusive o mundo místico). Como se mede esse repertório? Quando se tem bagagem suficiente para contar histórias em forma de músicas, tão bem construídas e com melodias tão finas e fortes ao mesmo tempo, que conseguem explorar todas as nuances sentimentais.

E com toda essa bagagem surge MARMOR organizado por Marcelo Moreira (Bateria ALMAh),  Alexei Leão (da Stormental) ao lado de grandes músicos, escritores e uma equipe muito profissional que cuida do mundo digital que dá movimentos ao MARMOR, é projeto transmídia (Música, Livros, Desenhos, quadrinhos, pintura e RPG) que irá revolucionar e ser o precursor de um novo segmento do Metal.

Durante os quatro anos em que o projeto foi se solidificando, ele varreu os quatro cantos do mundo e por onde passou arrecadou um integrante que trouxesse maior valor cultural ao projeto. Com tamanha complexidade e versatilidade, é até complicado definir um trabalho sem pares para que se tenha uma bengala em que se apoiar. Em contra partida, o que não fica difícil, é sentir todos os corações pulsando junto às notas das músicas.


Das composições às instrumentações, dos “papirus” às construções visuais que animam os vídeos, é possível sentir o pulsar do sangue apaixonado fervilhando de alegria, em estar realizando algo imenso e sem precedentes.

Herman Melville, em Moby Dick (1851), falou por viajantes de todas as épocas e meridianos. Ele disse: - “Sou atormentado por uma vontade insaciável de tudo que é remoto, amo velejar em mares proibidos e desconhecidos”. Essa mesma vontade, essa mesma paixão pelo desconhecido e fantástico, deu vida ao projeto. E MARMOR, conheceu a luz do sol ao som de palmas, pois tem sido muito bem aceito e comentado por aqueles que prestigiam o estilo.


Fez a sua primeira apresentação e lançamento na ComiCon SP, no dia 04 de dezembro e depois desse lançamento as notícias que se receberam pelas redes social do projeto é que os exemplares estão se esgotando nos pontos de vendas (mas tenham calma, serão repostos).  Para que se tenha ideia do que estou discorrendo aqui, deixo o vídeo da “17th Day of the Moon”. Mas existem mais vídeos no canal da banda.

Fiquem ligados, pois muita coisa interessante ainda está por vir e tenho certeza que os fãs de metal, RPG e contos fantásticos irão pirar com as novidades.

Texto: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cobertura de Show - Edguy, Hammerfall & Gotthard em Porto Alegre/RS (06/12/14)




Dia 06/12/14 (sábado) marcava o retorno das bandas Edguy e Hammerfall a Porto Alegre, depois de 7/8 longínquos anos. E de quebra teríamos os suíços do Gotthard, para completar a festa com seu Hard Rock de primeira qualidade.

A indecisão.

Primeiramente o evento seria no Bar Opinião, e algumas semanas antes foi anunciado o praticamente Sold Out dos ingressos, surgindo a possibilidade de transferência do mesmo para o Pepsi On Stage caso a procura continuasse grande.

Porém a mudança em primeira estância não houve, mas após uma interdição do Bar Opinião pela prefeitura por “poluição sonora”, foi decretado que o show passaria a ser no Pepsi. O que foi visto por muitos como uma ótima noticia, pois teríamos três bandas de renome e o Opinião lotado não é o melhor lugar para se ver o show.

Porém dias antes do “mini festival” temos o anuncio que o show voltaria para o Bar Opinião, já que o mesmo teria conseguido a liberação para funcionar normalmente. O que gerou a alegria de uns e descontentamento de outros.

O inferno.

Ao chegar no Opinião já víamos uma fila quilométrica, que passavam varias quadras indicando que a casa estaria lotada, o que de fato seria preocupante. Os portões abriram por volta das 16h, já que o Gotthard subiria ao palco exatamente às 17h.

Um pouco antes do Gotthard subir ao palco a casa estava praticamente cheia, em sua capacidade máxima, e o que me perguntava era: Seria possível suportar o calor absurdo dentro do Opinião por mais de três horas?


Pois é, prova de fogo, pois realmente a casa demonstra um despreparo imenso para shows de grande porte, pois com muita gente gera aglomera mento, os condicionadores de ar não estavam dando conta (sendo que em alguns pontos os condicionadores não estavam ligados), o que gerava mal estar, e sensações de desmaio (sendo que sim, algumas pessoas chegaram a desmaiar pelo abafamento).

Sem contar que em show lotado pessoas portadoras de deficiência não conseguem ver o espetáculo em si, e por quê? Porque não há um local especifico para pessoas com deficiência (digo isso com muita propriedade, pois sou cadeirante, e frequento a casa há anos, e o despreparo continua grande).


Para um evento dessa magnitude, não seria mais prudente transferi-lo para um local maior? Onde de fato os fãs teriam mais conforto, comodidade e segurança.


Gotthard: Energia, musicalidade e empolgação.


Então era hora da lenda do Hard Rock suíço entrar em cena, e apresentar ao público gaúcho seu novo disco “Bang!” (segundo álbum a contar com o vocalista Nic Maeder).

E após a intro “Let Me in Katie”, “Bang!” e “Get Up 'n' Move On” abrem o show com muita energia, com uma banda extremamente carismática e comunicativa.

Nic fica impressionado com o público, seja pela quantidade de fãs ou pela receptividade que foi fantástica. “Sister Moon” mantém o alto nível, com um refrão marcante e uma banda muito bem entrosada.


Vale ressaltar a nova voz do Gotthard, que demonstra um belo timbre, já que sua missão era de substituir o imortal Steve Lee. “Right On” vem para brindar a nova fase da banda, onde o guitarrista Leo Leoni usa um artefato em seu microfone que modifica sua voz para acompanhar o riff principal da música, com uma levada bem empolgante.

Da fase Steve Lee tivemos a clássica “Master of Illusion” (com boa parte do público cantando), a belíssima “The Call”, “Lift U Up” (que levantou a galera) e fechando o show com o clássico “Anytime Anywhere”.


Antes mesmo do primeiro “final fake” tivemos uma grata surpresa com o cover de “Hush” do músico Billy Joe Royal (música essa eternizada pelo Deep Purple), fazendo o Opinião cantar em massa seu refrão marcante.

O Gotthard se despedia com missão cumprida, em um belo show, onde os músicos demonstravam muita satisfação de estar ali e com certeza deram o seu melhor, é torcer que voltem as terras gaúchas, pois impressionou positivamente os presentes, desde os que já conheciam aos que nunca ouviram a banda.

Setlist:

01 Bang!
02 Get Up 'n' Move On
03 Sister Moon
04 Right On
05 Master of Illusion
06 Feel What I Feel
07 The Call
08 Remember It's Me
09 What You Get
10 Starlight
11 Hush (Billy Joe Royal cover)
12 Lift U Up
13 Anytime Anywhere


Hammerfall: A volta dos mestres.


Após uma mudança rápida de palco era hora dos suecos do Hammerfall entrarem em cena, trazendo a tour de seu novo disco o ótimo “(r)Evolution”. Sua ultima passagem por Porto Alegre foi em 2007, sendo assim a ansiedade para revê-los era grande.

E após as luzes se apagarem “Hector's Hymn” inicia e a galera explode de vez, Joacim Cans entra e é mais do que ovacionado, sem contar a empolgação da galera que chegava a cantar mais alto que o vocalista, tamanha emoção que estavam.

Seguindo o clima em alta “Any Means Necessary” e “B.Y.H.” mostrando que os trabalhos mais recentes da banda são muito bem aceitos, com o público cantando todas e deixando os músicos mais do que satisfeita.


Joacim brincava com os fãs dizendo que estava muito calor, chegando a dizer que aquele era o show mais quente que o Hammerfall teria feito em sua carreira (era notável que ele estava realmente desconfortável com a temperatura, imagina a galera que estava ali desde as 16h...). Seguindo o baile era hora do primeiro clássico da noite “Let the Hammer Fall” vem para deixar o Opinião ainda mais pequeno, todos com punhos erguidos cantando ao sinal de Oscar e Joacim.

Algo que chamou atenção de muitos foi uma pequena mudança na formação da banda, Anders Johansson não estava na bateria e sim David Wallin (Pain) e no baixo pasmem o ex-guitarrista Stefan Elmgren, que esta substituindo temporariamente Fredrik Larsson, que se afastou da banda por um período devido ao nascimento de seu segundo filho.


Com a chegada do primeiro clássico e sem deixar a euforia cair “Renagade” e “The Metal Age” deixam todos extasiados, principalmente “The Metal Age” que é uma faixa que dificilmente o Hammerfall toca.

O Hammerfall apresenta grande performance ao vivo, Joacim é um frontman incrível, assim como a dupla de guitarras Oscar e Pontus que demonstram uma presença de palco animal, sempre agitando e interagindo com o público. Falar de Stefan é chover no molhado, sempre carismático e um bageador nato. E David cumpre muito bem seu papel, sendo preciso e técnico.

Como estávamos em um evento com três bandas, certamente algumas faixas ficariam de fora de todos os sets, e no Hammerfall não seria diferente, pois a balada mais clássica do Metal Melódico não entrou no set, “Glory to the Brave” teve só o comecinho executado, deixando os presentes na expectativa.


A épica “Last Man Standing” vem com seu refrão pomposo e mostrando uma banda coesa e entrosada, e para fechar sua apresentação uma trinca para fã nenhum botar defeito “Hammerfall”, “Templars of Steel” e “Hearts on Fire”, deixando aquele gostinho de quero mais, em uma apresentação impecável.

Que voltem logo ao Sul, pois deixaram saudades mais uma vez!

Setlist:

01 Hector's Hymn
02 Any Means Necessary
03 B.Y.H.
04 Blood Bound
05 Let the Hammer Fall
06 Renegade
07 The Metal Age
08 Last Man Standing
09 Bushido
10 HammerFall
11 Templars of Steel
12 Hearts on Fire  


Edguy: Ansiedade a flor da pele.


Era nítido que muitos estavam ali pelos alemães do Edguy, mas não é para menos, seu frontman Tobias Sammet vem em uma crescente há anos com o seu projeto Avantasia, o que deixou um pouco de lado sua banda principal.

Precisos oito anos de sua ultima passagem pela capital gaúcha, gerava grande expectativa do show, já que seu ultimo álbum “Space Police” mostra o Edguy em sua antiga forma, voltando a suas raízes mais melódicas.

Chegado a hora e o baterista Felix Bohnke faz sua tradicional entrada chamando o público e pedindo para gritarem mais alto, e “Love Tyger” do novo álbum entra em cena e o barulho dos fãs era ensurdecedor, e quando Tobias apareceu ai a casa caiu de vez, tirando muitos sorrisos do alemão.


O refrão foi cantado em uníssono, mostrando a ótima aceitação do novo material. “Space Police” vem na sequencia mantendo a extasia do público, e para brindar os fãs mais antigos o clássico “All the Clowns”.

A banda que completa o Edguy é de fato um show a parte ao vivo, todos extremamente carismáticos, mas destaque total ao baixista Tobias Exxel, que rouba a cena em muitos momentos.

De uma forma mais contida, Tob mostra sua presença de palco e de como consegue ter o público em mãos, mas algo que soou exagerado foi os discursos que o vocalista dava ao final de cada música, era tanto falatório que chegou a falar de Copa do Mundo e do show anterior na Argentina que tinha sido fantástico (gerando aquele descontentamento clássico dos presentes), mas duvido que ele tenha tido uma receptividade tão forte e calorosa  como em Porto Alegre.


“Superheroes” chega para gerar histeria entre os fãs mais novos, assim como “Defender of the Crown”. “Vain Glory Opera” vem para relembrar o passado glorioso da banda, mas mostrando que os fãs mais novos não a conheciam ou não gostam tanto assim do passado do Edguy.

Após o solo de bateria de Felix (bem parecido com o de 2006, exageradamente grande e pouco atrativo) “Ministry of Saints” do fraco “Tinnitus Sanctus” é tocada, e um de seus maiores clássicos surgem “Tears of a Mandrake”, mas que não teve a receptividade que merecia.


Fechando a apresentação às batidas “Lavatory Love Machine” e “King of Fools”. Um show curto e que priorizou os chamados “hits”, deixando de lado muito de seus clássicos, principalmente o maior deles, a eletrizante “Babylon”.

O que podemos notar que o Edguy conquistou novos fãs com seus discos mais recentes, porém a banda se afastou do belo passado que construiu nos anos 90.

Setlist:

01 Love Tyger
02 Space Police
03 All the Clowns
04 Superheroes
05 Defenders of the Crown
06 Vain Glory Opera
07 Drum Solo
08 Ministry of Saints
09 Tears of a Mandrake
10 Lavatory Love Machine
11 King of Fools

Três excelentes bandas, mas que poderiam ter feito seu show em um local mais adequado, pois em primeiro lugar o público, certo?


Cobertura: Renato Sanson
Fotos: Diogo Nunes