A noite estava com clima incerto,
tanto dentro como fora do Pepsi On Stage. Na rua, chovia e parava, mas nada que
impedisse os fãs de aproveitar mais uma noite com Petrucci e sua trupe. Já
adentrando a casa, um grande telão na frente do palco, pelos rumores dos shows
anteriores já era certo que haveria um vídeo de intro, mas antes mesmo do clip
começar, e enquanto a galera começava a chegar, um sujeito subiu no palco com
sua guitarra e começou a tocar.
Guga Munhoz tocou próprias e covers, e sim, o
cara toca, afinal, tava abrindo os trabalhos para ninguém menos que o pessoal
do Dream Theater.
O rapaz desce, o telão ganha vida
e as diversas capas dos ábuns da banda são animadas e é dada a largada. O show
começa bem, o público novamente animado neste terceiro show em Porto Alegre, e
com as canções” On the Backs of Angels” e “Trial of Tears” embalam o público
sedento por mais uma noite de puro metal progressivo.
Infelizmente, assim como já vem
acontecendo frequentemente no Pepsi, a qualidade do som deixou a desejar. Em
muitos momentos o som do vocal saía embolado com a guitarra e com o teclado.
Particularmente, o baixo que eu tanto gosto do adorado Myung merecia uma dose
de volume extra, o que nao aconteceu, deixando assim a performance da banda
como um todo menos vigorosa.
Sempre fui fã do Mike Portnoy,
mas o Mangini não deixou nada a desejar. Tá certo, não tem a presença de palco
do antigo dono das baquetas, mas no que tange a habilidade, Mangini passou
longe de causar vexame. LaBrie foi pra lá e pra cá, chamou quem tava na pista,
mas não estava numa noite inspirada. Nisso, o próprio setlist pode ter sua
parcela de culpa, já na metade do show, não havia mais tanta emoção, e os fãs
demonstravam falta de empatia com o som.
Jordan Rudess, o mago dos
teclados, esbanjou simpatia e técnica como sempre vem fazendo desde que escuto
Dream Theater. E é claro, não poderia deixar de citar o grande nome: John Petrucci. Existe um topo onde os grandes
guitarristas podem se dar ao luxo de permanecerem por certo tempo. Steve Vai,
Ritchi Kotzen, Malmsteen e Petrucci estão neste patamar, e não à toa ele é
aclamado por muitos músicos e não músicos.
A grande cartada, e que nunca
falha, veio nos minutos finais onde Tocaram as clássicas do disco “Scenes from a Memory”, uma nova dose de
adrenalina foi injetada no público, que cantou junto e com emoção as quatro
últimas canções do show. Foi o suficiente pra galera que foi prestigiar mais
uma vez os virtuoses do Metal Progressivo, mas sempre fica aquele gostinho de
quero mais, e de que poderia ter sido melhor.
Falar em qualidade citando Dream
Theater é redundante. Que o instrumental deles é simplesmente fantástico e de
uma técnica única é indiscutível. Aliás, discutir Dream Theater é perda de
tempo, quem gosta, vai gostar sempre, e quem não gosta, volta e meia dá o braço
a torcer.
Texto: Henrique Lippert
Edição/revisão: Renato Sanson
Fotos: Henrique Lippert
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