sábado, 4 de outubro de 2014

Dream Theater: Mostrando Sua Genialidade Pela Terceira Vez em Porto Alegre/RS


A noite estava com clima incerto, tanto dentro como fora do Pepsi On Stage. Na rua, chovia e parava, mas nada que impedisse os fãs de aproveitar mais uma noite com Petrucci e sua trupe. Já adentrando a casa, um grande telão na frente do palco, pelos rumores dos shows anteriores já era certo que haveria um vídeo de intro, mas antes mesmo do clip começar, e enquanto a galera começava a chegar, um sujeito subiu no palco com sua guitarra e começou a tocar.

 Guga Munhoz tocou próprias e covers, e sim, o cara toca, afinal, tava abrindo os trabalhos para ninguém menos que o pessoal do Dream Theater.


O rapaz desce, o telão ganha vida e as diversas capas dos ábuns da banda são animadas e é dada a largada. O show começa bem, o público novamente animado neste terceiro show em Porto Alegre, e com as canções” On the Backs of Angels” e “Trial of Tears” embalam o público sedento por mais uma noite de puro metal progressivo.

Infelizmente, assim como já vem acontecendo frequentemente no Pepsi, a qualidade do som deixou a desejar. Em muitos momentos o som do vocal saía embolado com a guitarra e com o teclado. Particularmente, o baixo que eu tanto gosto do adorado Myung merecia uma dose de volume extra, o que nao aconteceu, deixando assim a performance da banda como um todo menos vigorosa.


Sempre fui fã do Mike Portnoy, mas o Mangini não deixou nada a desejar. Tá certo, não tem a presença de palco do antigo dono das baquetas, mas no que tange a habilidade, Mangini passou longe de causar vexame. LaBrie foi pra lá e pra cá, chamou quem tava na pista, mas não estava numa noite inspirada. Nisso, o próprio setlist pode ter sua parcela de culpa, já na metade do show, não havia mais tanta emoção, e os fãs demonstravam falta de empatia com o som.

Jordan Rudess, o mago dos teclados, esbanjou simpatia e técnica como sempre vem fazendo desde que escuto Dream Theater. E é claro, não poderia deixar de citar o grande nome:  John Petrucci. Existe um topo onde os grandes guitarristas podem se dar ao luxo de permanecerem por certo tempo. Steve Vai, Ritchi Kotzen, Malmsteen e Petrucci estão neste patamar, e não à toa ele é aclamado por muitos músicos e não músicos.


A grande cartada, e que nunca falha, veio nos minutos finais onde Tocaram as clássicas do disco “Scenes from a Memory”, uma nova dose de adrenalina foi injetada no público, que cantou junto e com emoção as quatro últimas canções do show. Foi o suficiente pra galera que foi prestigiar mais uma vez os virtuoses do Metal Progressivo, mas sempre fica aquele gostinho de quero mais, e de que poderia ter sido melhor.


Falar em qualidade citando Dream Theater é redundante. Que o instrumental deles é simplesmente fantástico e de uma técnica única é indiscutível. Aliás, discutir Dream Theater é perda de tempo, quem gosta, vai gostar sempre, e quem não gosta, volta e meia dá o braço a torcer.




Texto: Henrique Lippert
Edição/revisão: Renato Sanson
Fotos: Henrique Lippert

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