segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Entrevista - Alkanza: Destruindo o Sistema

Baixe agora mesmo o EP "Destroyed the System" AQUI
Destruindo o sistema em formato de música, é assim que os catarinenses do Alkanza caminham, moldando sua estrada e falando das realidades do nosso país, que vai de mal a pior a cada ano que passa.

Temas para falar do nosso querido Brasil não faltam e o Alkanza demonstra isso em seu primeiro lançamento o excelente EP “Destroyed the System”, com um singelo nome que brinda o que muitos gostariam de fazer e com letras retratando nossa verdadeira realidade.

Conversamos com o baixista/vocalista Thiago Bonazza que nos fala um pouco desse tema abordado, da certa polemica que entraram sobre o que pensam de bandas covers e muito mais, confira agora mesmo:

Road to Metal: “Destroyed the System” foi lançado este ano somente em formato digital, e apresenta composições fortes e poderosas. Com um Thrash Metal variado e intenso. Como foi o processo de composição do mesmo?

Thiago Bonazza: Foi tranquilo, venho compondo de forma natural, como tenho muitas influencias  acaba tendo varias ideias e isso é importante para não virar cópia de algumas bandas, e as letras surgem de forma natural vendo e muitas vezes sentido na pele os seus temas.

RtM: O Alkanza já está gravando seu primeiro disco, alguma música de “Destroyed...” contará no álbum? E existe a possibilidade do EP ser lançado em formato físico?

TB: Já adianto que todas as faixas do EP estarão no disco, mas com algumas pequenas modificações. Lançamos em formato digital para que nossa música fosse divulgada de forma rápida e sem custo para as pessoas conhecerem a banda, e dessa forma quando o disco sair saberem se querem compra-lo ou não, porque se você gostou do EP já é garantia que 50% de seu dinheiro foi bem gasto, e garanto que gostará de 100% dele após ouvi-lo. O EP não será lançado em formato físico e será retirado para download, então quem tem é um material único, e quem não têm baixe, pois é gratuito, mas por tempo limitado.

Leia nossa resenha AQUI
RtM: As letras desse primeiro trabalho são bem ácidas, como um tapa na cara da sociedade. Qual foi a inspiração para as mesmas?

TB: No cotidiano do brasileiro, das crueldades e desrespeito dos governantes e do próprio povo. Poderia falar de guerras e essas coisas que muitas falam, mas se não arrumamos nossa casa para que falar da casa dos outros? O mundo é um só, mas nosso povo brasileiro filhos de uma pátria rica e corrupta aonde você é o que você tem, onde nossos idosos morrem no lixo, nossas crianças nascem no piso, e a maioria do povo esta preocupado com o final da novela das oito que começa as nove (risos)... É foda, mas estamos ai na luta. Sou contra a violência, mas aqui pecamos por excesso de paciência.

RtM: A capa de “Destroyed the System” mostra um hospital em chamas, o que de fato retrata a realidade da saúde no Brasil, cada vez mais decadente. O que vocês pensam a respeito do futuro do nosso país?

TB: Cara tenho o infeliz parecer que se nada mudar radicalmente (o que acredito que não acontecerá tão cedo) continuará na mesma ou pior, enquanto não existir leis que façam os políticos terem que usar o serviço público, que façam os corruptos irem para a cadeia e perderem tudo, que tenhamos educação de qualidade e professores bem remunerados e motivados, que tenhamos policiais bem equipados, preparados  e instruídos na defesa da sociedade e não de quem tem grana, que façam o menor infrator pagar por seus crimes como maior (por que se sabe matar, tem que saber ir preso também), que tenha oportunidades para quem foi preso, mas quer uma nova vida, que a sociedade seja menos egoísta, preconceituosa, alienada no consumismo e que preste atenção nas pessoas. Essa porra vai continuar no mar de lama e merda que esta, pegue o álbum “Brasil” do R.D.P e me diga se de lá para cá muita coisa mudou? A quem diz que está tudo uma merda desde os anos 80. Lamentável.


RtM: Recentemente vi nas redes sociais o Alkanza em uma certa polemica, pela seguinte nota lançada: “Músico é quem faz a música, não quem reproduz algo já feito”. O que vocês teriam a acrescentar neste assunto?

TB: Foi MINHA OPINIÃO, e em nenhum momento falei que ela é certa ou errada ou que todos tem que pensar igual a mim, mesmo sabendo que existem muitos que pensam assim. Algumas pessoas que não respeitam opiniões adversas opinaram, e eu respeito, mas outras vieram de forma desrespeitosa com tentativas de colonizar o que eu penso, e falaram sobre humildade, só quero deixar claro que eu RESPEITO às opiniões adversas a minha, e isso é mostrar humildade, é saber que não somos donos da verdade e temos muito a aprender, mas que devemos sim manter nossos pensamentos com respeito, caráter e dignidade. Quem não respeita opiniões adversas e não aceitam esses sim não são humildes, pois pensam que são donos da verdade absoluta. Temos que manter nossos pensamentos, pensar por nos mesmos e não sermos colonizados de forma banal por pressão.

RtM: E sobre o disco de estreia, o que podemos esperar do Alkanza?

TB: Nosso melhor, creio que seja a palavra certa para definir oque estamos fazendo, e se você gostou do EP certamente vai querer o disco.


RtM: Para finalizar gostaria que nos falassem de suas influencias e de quais bandas estão ouvindo no momento.

TB: Minhas influencias são as mais variadas que você possa imaginar, vou do Black Sabbath até Slipknot.

No momento ouço muito Godsmack, S.O.A.D, Sepultura, Judas, Accept, Anthrax, Exodus, Testament., ZoidZ, Sized, e mais algumas do underground que não recordo os nomes por que são varias e de ótima qualidade, pena que muitos aqui no Brasil não dão o valor merecido porque são melhores que muitas bandas gringas que lotam casas aqui.


Não tenho preconceito com nenhum estilo, ouço primeiro, vejo se gosto, e isso tem me rendido grandes descobertas.


Entrevista/edição/revisão: Renato Sanson


Conheça mais a banda:

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