Dia 06/12/14 (sábado) marcava o retorno
das bandas Edguy e Hammerfall a Porto Alegre, depois de 7/8 longínquos anos. E
de quebra teríamos os suíços do Gotthard, para completar a festa com seu Hard
Rock de primeira qualidade.
A indecisão.
Primeiramente o evento seria no
Bar Opinião, e algumas semanas antes foi anunciado o praticamente Sold Out dos
ingressos, surgindo a possibilidade de transferência do mesmo para o Pepsi On
Stage caso a procura continuasse grande.
Porém a mudança em primeira estância
não houve, mas após uma interdição do Bar Opinião pela prefeitura por “poluição
sonora”, foi decretado que o show passaria a ser no Pepsi. O que foi visto por
muitos como uma ótima noticia, pois teríamos três bandas de renome e o Opinião
lotado não é o melhor lugar para se ver o show.
Porém dias antes do “mini festival”
temos o anuncio que o show voltaria para o Bar Opinião, já que o mesmo teria
conseguido a liberação para funcionar normalmente. O que gerou a alegria de uns
e descontentamento de outros.
O inferno.
Ao chegar no Opinião já víamos uma
fila quilométrica, que passavam varias quadras indicando que a casa estaria
lotada, o que de fato seria preocupante. Os portões abriram por volta das 16h,
já que o Gotthard subiria ao palco exatamente às 17h.
Um pouco antes do Gotthard subir
ao palco a casa estava praticamente cheia, em sua capacidade máxima, e o que me
perguntava era: Seria possível suportar o calor absurdo dentro do Opinião por
mais de três horas?
Pois é, prova de fogo, pois
realmente a casa demonstra um despreparo imenso para shows de grande porte,
pois com muita gente gera aglomera mento, os condicionadores de ar não estavam
dando conta (sendo que em alguns pontos os condicionadores não estavam ligados),
o que gerava mal estar, e sensações de desmaio (sendo que sim, algumas pessoas
chegaram a desmaiar pelo abafamento).
Sem contar que em show lotado
pessoas portadoras de deficiência não conseguem ver o espetáculo em si, e por
quê? Porque não há um local especifico para pessoas com deficiência (digo isso
com muita propriedade, pois sou cadeirante, e frequento a casa há anos, e o
despreparo continua grande).
Para um evento dessa magnitude,
não seria mais prudente transferi-lo para um local maior? Onde de fato os fãs
teriam mais conforto, comodidade e segurança.
Gotthard: Energia, musicalidade e empolgação.
Então era hora da lenda do Hard
Rock suíço entrar em cena, e apresentar ao público gaúcho seu novo disco “Bang!”
(segundo álbum a contar com o vocalista Nic Maeder).
E após a intro “Let Me in Katie”,
“Bang!” e “Get Up 'n' Move On” abrem o show com muita energia, com uma banda
extremamente carismática e comunicativa.
Nic fica impressionado com o
público, seja pela quantidade de fãs ou pela receptividade que foi fantástica. “Sister
Moon” mantém o alto nível, com um refrão marcante e uma banda muito bem
entrosada.
Vale ressaltar a nova voz do
Gotthard, que demonstra um belo timbre, já que sua missão era de substituir o
imortal Steve Lee. “Right On” vem para brindar a nova fase da banda, onde o
guitarrista Leo Leoni usa um artefato em seu microfone que modifica sua voz
para acompanhar o riff principal da música, com uma levada bem empolgante.
Da fase Steve Lee tivemos a
clássica “Master of Illusion” (com boa parte do público cantando), a belíssima “The
Call”, “Lift U Up” (que levantou a galera) e fechando o show com o clássico “Anytime
Anywhere”.
Antes mesmo do primeiro “final
fake” tivemos uma grata surpresa com o cover de “Hush” do músico Billy Joe
Royal (música essa eternizada pelo Deep Purple), fazendo o Opinião cantar em
massa seu refrão marcante.
O Gotthard se despedia com missão
cumprida, em um belo show, onde os músicos demonstravam muita satisfação de
estar ali e com certeza deram o seu melhor, é torcer que voltem as terras
gaúchas, pois impressionou positivamente os presentes, desde os que já
conheciam aos que nunca ouviram a banda.
Setlist:
01 Bang!
02 Get Up 'n' Move On
03 Sister Moon
04 Right On
05 Master of Illusion
06 Feel What I Feel
07 The Call
08 Remember It's Me
09 What You Get
10 Starlight
11 Hush (Billy Joe Royal cover)
12 Lift U Up
13 Anytime Anywhere
Hammerfall: A volta dos mestres.
Após uma mudança rápida de palco
era hora dos suecos do Hammerfall entrarem em cena, trazendo a tour de seu novo
disco o ótimo “(r)Evolution”. Sua ultima passagem por Porto Alegre foi em 2007,
sendo assim a ansiedade para revê-los era grande.
E após as luzes se apagarem “Hector's
Hymn” inicia e a galera explode de vez, Joacim Cans entra e é mais do que
ovacionado, sem contar a empolgação da galera que chegava a cantar mais alto
que o vocalista, tamanha emoção que estavam.
Seguindo o clima em alta “Any
Means Necessary” e “B.Y.H.” mostrando que os trabalhos mais recentes da banda
são muito bem aceitos, com o público cantando todas e deixando os músicos mais do
que satisfeita.
Joacim brincava com os fãs
dizendo que estava muito calor, chegando a dizer que aquele era o show mais
quente que o Hammerfall teria feito em sua carreira (era notável que ele estava realmente
desconfortável com a temperatura, imagina a galera que estava ali desde as
16h...). Seguindo o baile era hora do primeiro clássico da noite “Let the
Hammer Fall” vem para deixar o Opinião ainda mais pequeno, todos com punhos
erguidos cantando ao sinal de Oscar e Joacim.
Algo que chamou atenção de muitos
foi uma pequena mudança na formação da banda, Anders Johansson não estava na
bateria e sim David Wallin (Pain) e no baixo pasmem o ex-guitarrista Stefan
Elmgren, que esta substituindo temporariamente Fredrik Larsson, que se afastou
da banda por um período devido ao nascimento de seu segundo filho.
Com a chegada do primeiro
clássico e sem deixar a euforia cair “Renagade” e “The Metal Age” deixam todos
extasiados, principalmente “The Metal Age” que é uma faixa que dificilmente o
Hammerfall toca.
O Hammerfall apresenta grande
performance ao vivo, Joacim é um frontman incrível, assim como a dupla de guitarras
Oscar e Pontus que demonstram uma presença de palco animal, sempre agitando e
interagindo com o público. Falar de Stefan é chover no molhado, sempre
carismático e um bageador nato. E David cumpre muito bem seu papel, sendo
preciso e técnico.
Como estávamos em um evento com
três bandas, certamente algumas faixas ficariam de fora de todos os sets, e no
Hammerfall não seria diferente, pois a balada mais clássica do Metal Melódico
não entrou no set, “Glory to the Brave” teve só o comecinho executado, deixando
os presentes na expectativa.
A épica “Last Man Standing” vem
com seu refrão pomposo e mostrando uma banda coesa e entrosada, e para fechar
sua apresentação uma trinca para fã nenhum botar defeito “Hammerfall”, “Templars
of Steel” e “Hearts on Fire”, deixando aquele gostinho de quero mais, em uma
apresentação impecável.
Que voltem logo ao Sul, pois
deixaram saudades mais uma vez!
Setlist:
01 Hector's Hymn
02 Any Means Necessary
03 B.Y.H.
04 Blood Bound
05 Let the Hammer Fall
06 Renegade
07 The Metal Age
08 Last Man Standing
09 Bushido
10 HammerFall
11 Templars of Steel
12 Hearts on Fire
Edguy: Ansiedade a flor da pele.
Era nítido que muitos estavam ali
pelos alemães do Edguy, mas não é para menos, seu frontman Tobias Sammet vem em
uma crescente há anos com o seu projeto Avantasia, o que deixou um pouco de lado
sua banda principal.
Precisos oito anos de sua ultima
passagem pela capital gaúcha, gerava grande expectativa do show, já que seu
ultimo álbum “Space Police” mostra o Edguy em sua antiga forma, voltando a suas
raízes mais melódicas.
Chegado a hora e o baterista
Felix Bohnke faz sua tradicional entrada chamando o público e pedindo para
gritarem mais alto, e “Love Tyger” do novo álbum entra em cena e o barulho dos
fãs era ensurdecedor, e quando Tobias apareceu ai a casa caiu de vez, tirando
muitos sorrisos do alemão.
O refrão foi cantado em uníssono,
mostrando a ótima aceitação do novo material. “Space Police” vem na sequencia
mantendo a extasia do público, e para brindar os fãs mais antigos o clássico “All
the Clowns”.
A banda que completa o Edguy é de
fato um show a parte ao vivo, todos extremamente carismáticos, mas destaque
total ao baixista Tobias Exxel, que rouba a cena em muitos momentos.
De uma forma mais contida, Tob
mostra sua presença de palco e de como consegue ter o público em mãos, mas algo
que soou exagerado foi os discursos que o vocalista dava ao final de cada
música, era tanto falatório que chegou a falar de Copa do Mundo e do show
anterior na Argentina que tinha sido fantástico (gerando aquele
descontentamento clássico dos presentes), mas duvido que ele tenha tido uma
receptividade tão forte e calorosa como
em Porto Alegre.
“Superheroes” chega para gerar histeria
entre os fãs mais novos, assim como “Defender of the Crown”. “Vain Glory Opera”
vem para relembrar o passado glorioso da banda, mas mostrando que os fãs mais
novos não a conheciam ou não gostam tanto assim do passado do Edguy.
Após o solo de bateria de Felix
(bem parecido com o de 2006, exageradamente grande e pouco atrativo) “Ministry
of Saints” do fraco “Tinnitus Sanctus” é tocada, e um de seus maiores clássicos
surgem “Tears of a Mandrake”, mas que não teve a receptividade que merecia.
Fechando a apresentação às
batidas “Lavatory Love Machine” e “King of Fools”. Um show curto e que
priorizou os chamados “hits”, deixando de lado muito de seus clássicos,
principalmente o maior deles, a eletrizante “Babylon”.
O que podemos notar que o Edguy
conquistou novos fãs com seus discos mais recentes, porém a banda se afastou do
belo passado que construiu nos anos 90.
Setlist:
01 Love Tyger
02 Space Police
03 All the Clowns
04 Superheroes
05 Defenders of the Crown
06 Vain Glory Opera
07 Drum Solo
08 Ministry of Saints
09 Tears of a Mandrake
10 Lavatory Love Machine
11 King of Fools
Três excelentes bandas, mas que
poderiam ter feito seu show em um local mais adequado, pois em primeiro lugar o
público, certo?
Cobertura: Renato Sanson
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