quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cobertura de Show - Edguy, Hammerfall & Gotthard em Porto Alegre/RS (06/12/14)




Dia 06/12/14 (sábado) marcava o retorno das bandas Edguy e Hammerfall a Porto Alegre, depois de 7/8 longínquos anos. E de quebra teríamos os suíços do Gotthard, para completar a festa com seu Hard Rock de primeira qualidade.

A indecisão.

Primeiramente o evento seria no Bar Opinião, e algumas semanas antes foi anunciado o praticamente Sold Out dos ingressos, surgindo a possibilidade de transferência do mesmo para o Pepsi On Stage caso a procura continuasse grande.

Porém a mudança em primeira estância não houve, mas após uma interdição do Bar Opinião pela prefeitura por “poluição sonora”, foi decretado que o show passaria a ser no Pepsi. O que foi visto por muitos como uma ótima noticia, pois teríamos três bandas de renome e o Opinião lotado não é o melhor lugar para se ver o show.

Porém dias antes do “mini festival” temos o anuncio que o show voltaria para o Bar Opinião, já que o mesmo teria conseguido a liberação para funcionar normalmente. O que gerou a alegria de uns e descontentamento de outros.

O inferno.

Ao chegar no Opinião já víamos uma fila quilométrica, que passavam varias quadras indicando que a casa estaria lotada, o que de fato seria preocupante. Os portões abriram por volta das 16h, já que o Gotthard subiria ao palco exatamente às 17h.

Um pouco antes do Gotthard subir ao palco a casa estava praticamente cheia, em sua capacidade máxima, e o que me perguntava era: Seria possível suportar o calor absurdo dentro do Opinião por mais de três horas?


Pois é, prova de fogo, pois realmente a casa demonstra um despreparo imenso para shows de grande porte, pois com muita gente gera aglomera mento, os condicionadores de ar não estavam dando conta (sendo que em alguns pontos os condicionadores não estavam ligados), o que gerava mal estar, e sensações de desmaio (sendo que sim, algumas pessoas chegaram a desmaiar pelo abafamento).

Sem contar que em show lotado pessoas portadoras de deficiência não conseguem ver o espetáculo em si, e por quê? Porque não há um local especifico para pessoas com deficiência (digo isso com muita propriedade, pois sou cadeirante, e frequento a casa há anos, e o despreparo continua grande).


Para um evento dessa magnitude, não seria mais prudente transferi-lo para um local maior? Onde de fato os fãs teriam mais conforto, comodidade e segurança.


Gotthard: Energia, musicalidade e empolgação.


Então era hora da lenda do Hard Rock suíço entrar em cena, e apresentar ao público gaúcho seu novo disco “Bang!” (segundo álbum a contar com o vocalista Nic Maeder).

E após a intro “Let Me in Katie”, “Bang!” e “Get Up 'n' Move On” abrem o show com muita energia, com uma banda extremamente carismática e comunicativa.

Nic fica impressionado com o público, seja pela quantidade de fãs ou pela receptividade que foi fantástica. “Sister Moon” mantém o alto nível, com um refrão marcante e uma banda muito bem entrosada.


Vale ressaltar a nova voz do Gotthard, que demonstra um belo timbre, já que sua missão era de substituir o imortal Steve Lee. “Right On” vem para brindar a nova fase da banda, onde o guitarrista Leo Leoni usa um artefato em seu microfone que modifica sua voz para acompanhar o riff principal da música, com uma levada bem empolgante.

Da fase Steve Lee tivemos a clássica “Master of Illusion” (com boa parte do público cantando), a belíssima “The Call”, “Lift U Up” (que levantou a galera) e fechando o show com o clássico “Anytime Anywhere”.


Antes mesmo do primeiro “final fake” tivemos uma grata surpresa com o cover de “Hush” do músico Billy Joe Royal (música essa eternizada pelo Deep Purple), fazendo o Opinião cantar em massa seu refrão marcante.

O Gotthard se despedia com missão cumprida, em um belo show, onde os músicos demonstravam muita satisfação de estar ali e com certeza deram o seu melhor, é torcer que voltem as terras gaúchas, pois impressionou positivamente os presentes, desde os que já conheciam aos que nunca ouviram a banda.

Setlist:

01 Bang!
02 Get Up 'n' Move On
03 Sister Moon
04 Right On
05 Master of Illusion
06 Feel What I Feel
07 The Call
08 Remember It's Me
09 What You Get
10 Starlight
11 Hush (Billy Joe Royal cover)
12 Lift U Up
13 Anytime Anywhere


Hammerfall: A volta dos mestres.


Após uma mudança rápida de palco era hora dos suecos do Hammerfall entrarem em cena, trazendo a tour de seu novo disco o ótimo “(r)Evolution”. Sua ultima passagem por Porto Alegre foi em 2007, sendo assim a ansiedade para revê-los era grande.

E após as luzes se apagarem “Hector's Hymn” inicia e a galera explode de vez, Joacim Cans entra e é mais do que ovacionado, sem contar a empolgação da galera que chegava a cantar mais alto que o vocalista, tamanha emoção que estavam.

Seguindo o clima em alta “Any Means Necessary” e “B.Y.H.” mostrando que os trabalhos mais recentes da banda são muito bem aceitos, com o público cantando todas e deixando os músicos mais do que satisfeita.


Joacim brincava com os fãs dizendo que estava muito calor, chegando a dizer que aquele era o show mais quente que o Hammerfall teria feito em sua carreira (era notável que ele estava realmente desconfortável com a temperatura, imagina a galera que estava ali desde as 16h...). Seguindo o baile era hora do primeiro clássico da noite “Let the Hammer Fall” vem para deixar o Opinião ainda mais pequeno, todos com punhos erguidos cantando ao sinal de Oscar e Joacim.

Algo que chamou atenção de muitos foi uma pequena mudança na formação da banda, Anders Johansson não estava na bateria e sim David Wallin (Pain) e no baixo pasmem o ex-guitarrista Stefan Elmgren, que esta substituindo temporariamente Fredrik Larsson, que se afastou da banda por um período devido ao nascimento de seu segundo filho.


Com a chegada do primeiro clássico e sem deixar a euforia cair “Renagade” e “The Metal Age” deixam todos extasiados, principalmente “The Metal Age” que é uma faixa que dificilmente o Hammerfall toca.

O Hammerfall apresenta grande performance ao vivo, Joacim é um frontman incrível, assim como a dupla de guitarras Oscar e Pontus que demonstram uma presença de palco animal, sempre agitando e interagindo com o público. Falar de Stefan é chover no molhado, sempre carismático e um bageador nato. E David cumpre muito bem seu papel, sendo preciso e técnico.

Como estávamos em um evento com três bandas, certamente algumas faixas ficariam de fora de todos os sets, e no Hammerfall não seria diferente, pois a balada mais clássica do Metal Melódico não entrou no set, “Glory to the Brave” teve só o comecinho executado, deixando os presentes na expectativa.


A épica “Last Man Standing” vem com seu refrão pomposo e mostrando uma banda coesa e entrosada, e para fechar sua apresentação uma trinca para fã nenhum botar defeito “Hammerfall”, “Templars of Steel” e “Hearts on Fire”, deixando aquele gostinho de quero mais, em uma apresentação impecável.

Que voltem logo ao Sul, pois deixaram saudades mais uma vez!

Setlist:

01 Hector's Hymn
02 Any Means Necessary
03 B.Y.H.
04 Blood Bound
05 Let the Hammer Fall
06 Renegade
07 The Metal Age
08 Last Man Standing
09 Bushido
10 HammerFall
11 Templars of Steel
12 Hearts on Fire  


Edguy: Ansiedade a flor da pele.


Era nítido que muitos estavam ali pelos alemães do Edguy, mas não é para menos, seu frontman Tobias Sammet vem em uma crescente há anos com o seu projeto Avantasia, o que deixou um pouco de lado sua banda principal.

Precisos oito anos de sua ultima passagem pela capital gaúcha, gerava grande expectativa do show, já que seu ultimo álbum “Space Police” mostra o Edguy em sua antiga forma, voltando a suas raízes mais melódicas.

Chegado a hora e o baterista Felix Bohnke faz sua tradicional entrada chamando o público e pedindo para gritarem mais alto, e “Love Tyger” do novo álbum entra em cena e o barulho dos fãs era ensurdecedor, e quando Tobias apareceu ai a casa caiu de vez, tirando muitos sorrisos do alemão.


O refrão foi cantado em uníssono, mostrando a ótima aceitação do novo material. “Space Police” vem na sequencia mantendo a extasia do público, e para brindar os fãs mais antigos o clássico “All the Clowns”.

A banda que completa o Edguy é de fato um show a parte ao vivo, todos extremamente carismáticos, mas destaque total ao baixista Tobias Exxel, que rouba a cena em muitos momentos.

De uma forma mais contida, Tob mostra sua presença de palco e de como consegue ter o público em mãos, mas algo que soou exagerado foi os discursos que o vocalista dava ao final de cada música, era tanto falatório que chegou a falar de Copa do Mundo e do show anterior na Argentina que tinha sido fantástico (gerando aquele descontentamento clássico dos presentes), mas duvido que ele tenha tido uma receptividade tão forte e calorosa  como em Porto Alegre.


“Superheroes” chega para gerar histeria entre os fãs mais novos, assim como “Defender of the Crown”. “Vain Glory Opera” vem para relembrar o passado glorioso da banda, mas mostrando que os fãs mais novos não a conheciam ou não gostam tanto assim do passado do Edguy.

Após o solo de bateria de Felix (bem parecido com o de 2006, exageradamente grande e pouco atrativo) “Ministry of Saints” do fraco “Tinnitus Sanctus” é tocada, e um de seus maiores clássicos surgem “Tears of a Mandrake”, mas que não teve a receptividade que merecia.


Fechando a apresentação às batidas “Lavatory Love Machine” e “King of Fools”. Um show curto e que priorizou os chamados “hits”, deixando de lado muito de seus clássicos, principalmente o maior deles, a eletrizante “Babylon”.

O que podemos notar que o Edguy conquistou novos fãs com seus discos mais recentes, porém a banda se afastou do belo passado que construiu nos anos 90.

Setlist:

01 Love Tyger
02 Space Police
03 All the Clowns
04 Superheroes
05 Defenders of the Crown
06 Vain Glory Opera
07 Drum Solo
08 Ministry of Saints
09 Tears of a Mandrake
10 Lavatory Love Machine
11 King of Fools

Três excelentes bandas, mas que poderiam ter feito seu show em um local mais adequado, pois em primeiro lugar o público, certo?


Cobertura: Renato Sanson
Fotos: Diogo Nunes

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