O Heavy Metal
foi ganhando tantas subdivisões que atualmente, e muitos defendem isso, o mais
racional é chamar tudo simplesmente de Metal, pois muitas bandas se utilizam de
variadas nuances do estilo para forjar sua sonoridade, sendo difícil rotular
muitas como simplesmente “ah, essa banda é Prog Metal...essa outra é Death...”,
e chega a ser engraçado ler às vezes que
tal banda é Progressive/Power/Symphonic/Modern Metal ou Thrash/Death
Roll/Crossover hahaha!, brincadeiras à parte, apesar de tudo essas subdivisões
e estilos ajudam ao público a ter um horizonte, principalmente no que diz
respeito ao que se pode esperar ouvir quando lemos uma resenha de um álbum, e
somado a isso, ainda temos a facilidade da internet, bastou “googlar” que você
vai achar algo da banda pra ouvir e ainda ter acesso à mais informações e
opiniões.
Bom, feita a “divagação
de abertura” (ha ha ha!), que explico porque, ao ouvir o som do Uganga pela primeira vez, já tive os
caras como um grupo que se enquadra no que falei acima, ou seja, apesar de se
enveredar para o lado mais extremo do Metal, principalmente o Thrashcore, ainda
é difícil rotulá-la, e, esses mineiros estão aí na estrada desde 93, e possuem
uma identidade já forjada e agora consolidada.
Em “Opressor”,
que em meu ver é o álbum mais equilibrado e maduro do Uganga, a banda prossegue
sua saga de peso, boas doses de melodia, em um trabalho bem “trampado”,
variações e quebras de tempo que tornam o som dinâmico. Podemos aí, chegando no quesito “situar o
leitor”, encontrar elementos mais evidentes de Thrash Metal, mas o grupo
transita por elementos do Hardcore, do Metal mais tradicional e elementos
brasileiros, que ajudam a dar o clima proposto pela temática das letras, que
são problemas sociais que aumentam assustadoramente, como a invasão de drogas
como o crack, inversão de valores, a população a mercê da violência e também da
corrupção, mas também trata de outros temas da nossa terrinha, como a Umbanda (“Aos
Pés da Grande Árvore”) e também temas
históricos, como o holocausto (na faixa “o
Campo”). O que é muito bom, afinal são temas diversos e que fazem parte da
nossa realidade.
O fato de
cantar em português, exceto na versão para “Who are the True?” do Vulcano, também
condiz muito bem com o contexto, e, aliás, as letras e os vocais de Manu Joker
estão muito bem encaixados (aliás, a sonoridade e os vocais por vezes ora
lembram Dorsal Atlântica, ora RDP), e assim como os vocais, toda a banda está
muito bem, e a produção é de um nível excelente, coisa de primeiro mundo. Som
claro, nítido, pode-se ouvir tudo muito bem, entender perfeitamente os vocais,
pois às vezes, ainda mais se tratando de Metal Extremo, uma produção de baixa
qualidade, ou uma masterização ruim, pode embolar tudo. Parabéns ao Gustavo Vazquez pelo trabalho na produção ao lado da banda.
Uma banda que
possui uma personalidade, que se encontra no auge e lançou um ótimo álbum em
todos os quesitos. Merece as várias citações como melhor álbum de Metal/Rock do ano passado em diversas publicações/sites. Destaques? Ah....todo o álbum, mas vou arriscar as que mais “grudaram”
na minha mente, “O Campo”, “Nas Entranhas do Sol”, “Aos Pés da grande Árvore” e
“Guerreiro”.
Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação/Arquivo da banda
Ficha Técnica:
Banda: Uganga
Álbum: "Opressor" (2014)
País: Brasil
Selo: Sapólio Rádio
Assessoria: Som do Darma
Canais oficiais da banda:
O Uganga é:
Manu Joker
(vocais)
Christian
Franco (guitarra)
Thiago Soraggi
(guitarra)
Raphael Ras
Franco (baixo)
Marco
Henriques (bateria)
01. Guerra
02. O Campo
03. Veredas
04. Opressor
05. Moleque de
Pedra
06. Casa
07. L.F.T.
08. Modus
Vivendi
09. Nas
Entranhas do Sol
10. Aos Pés da
Grande Árvore
11. Noite
12. Who Are
The True
13. Guerreiro
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