quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Uganga: Personalidade Consolidada em Seu Melhor Álbum



 
O Heavy Metal foi ganhando tantas subdivisões que atualmente, e muitos defendem isso, o mais racional é chamar tudo simplesmente de Metal, pois muitas bandas se utilizam de variadas nuances do estilo para forjar sua sonoridade, sendo difícil rotular muitas como simplesmente “ah, essa banda é Prog Metal...essa outra é Death...”, e chega a ser engraçado ler às vezes  que tal banda é Progressive/Power/Symphonic/Modern Metal ou Thrash/Death Roll/Crossover hahaha!, brincadeiras à parte, apesar de tudo essas subdivisões e estilos ajudam ao público a ter um horizonte, principalmente no que diz respeito ao que se pode esperar ouvir quando lemos uma resenha de um álbum, e somado a isso, ainda temos a facilidade da internet, bastou “googlar” que você vai achar algo da banda pra ouvir e ainda ter acesso à mais informações e opiniões.

Bom, feita a “divagação de abertura” (ha ha ha!), que explico porque, ao ouvir  o som do Uganga pela primeira vez, já tive os caras como um grupo que se enquadra no que falei acima, ou seja, apesar de se enveredar para o lado mais extremo do Metal, principalmente o Thrashcore, ainda é difícil rotulá-la, e, esses mineiros estão aí na estrada desde 93, e possuem uma identidade já forjada e agora consolidada.


Em “Opressor”, que em meu ver é o álbum mais equilibrado e maduro do Uganga, a banda prossegue sua saga de peso, boas doses de melodia, em um trabalho bem “trampado”, variações e quebras de tempo que tornam o som dinâmico.  Podemos aí, chegando no quesito “situar o leitor”, encontrar elementos mais evidentes de Thrash Metal, mas o grupo transita por elementos do Hardcore, do Metal mais tradicional e elementos brasileiros, que ajudam a dar o clima proposto pela temática das letras, que são problemas sociais que aumentam assustadoramente, como a invasão de drogas como o crack, inversão de valores, a população a mercê da violência e também da corrupção, mas também trata de outros temas da nossa terrinha, como a Umbanda (“Aos Pés da Grande Árvore”)  e também temas históricos, como o holocausto (na faixa  “o Campo”). O que é muito bom, afinal são temas diversos e que fazem parte da nossa realidade.


O fato de cantar em português, exceto na versão para “Who are the True?” do Vulcano, também condiz muito bem com o contexto, e, aliás, as letras e os vocais de Manu Joker estão muito bem encaixados (aliás, a sonoridade e os vocais por vezes ora lembram Dorsal Atlântica, ora RDP), e assim como os vocais, toda a banda está muito bem, e a produção é de um nível excelente, coisa de primeiro mundo. Som claro, nítido, pode-se ouvir tudo muito bem, entender perfeitamente os vocais, pois às vezes, ainda mais se tratando de Metal Extremo, uma produção de baixa qualidade, ou uma masterização ruim, pode embolar tudo. Parabéns ao Gustavo Vazquez pelo trabalho na produção ao lado da banda.


Uma banda que possui uma personalidade, que se encontra no auge e lançou um ótimo álbum em todos os quesitos. Merece as várias citações como melhor álbum de Metal/Rock do ano passado em diversas publicações/sites. Destaques? Ah....todo o álbum, mas vou arriscar as que mais “grudaram” na minha mente, “O Campo”, “Nas Entranhas do Sol”, “Aos Pés da grande Árvore” e “Guerreiro”.


Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação/Arquivo da banda

Ficha Técnica:
Banda: Uganga 
Álbum: "Opressor" (2014)
País: Brasil
Selo: Sapólio Rádio
Assessoria: Som do Darma

Canais oficiais da banda:

O Uganga é:
Manu Joker (vocais)
Christian Franco (guitarra)
Thiago Soraggi (guitarra)
Raphael Ras Franco (baixo)
Marco Henriques (bateria)

01. Guerra

02. O Campo

03. Veredas

04. Opressor

05. Moleque de Pedra

06. Casa

07. L.F.T.

08. Modus Vivendi

09. Nas Entranhas do Sol

10. Aos Pés da Grande Árvore

11. Noite

12. Who Are The True

13. Guerreiro


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