Muitos já cansaram de ouvir que viver de música aqui no Brasil, ainda mais dentro do Heavy Metal, nunca foi uma missão das mais fáceis. Bandas, e até mesmo músicos, sempre tem suas dificuldades em cravar o seu espaço, ainda mais quando os mesmos tentam expor, nacionalmente e mundialmente, o seu primeiro registro fonográfico, tendo que investir dinheiro, juntar-se a pessoas experientes e, o mais difícil, conquistar o público alvo. Os ‘debutados’ discos de estúdio, às vezes, não alcançam o esperado, seja o o resultado musical ou comercial, mas nada disso quer dizer que a banda não tem valor nenhum, podendo se redimir e crescer em discos futuros.
Não há desculpa para não poder fazer um trabalho de qualidade, hoje o Brasil oferece profissionais e estúdios experientes no ramo, além da facilidade dos contatos com o exterior através da internet. Ótimos equipamentos e produtores, inclusive do mais alto escalão, estão ao alcance nos dias de hoje. Mas nada vai cair do céu, trabalhando muito e colocando sua criatividade/ideias em prática, não há quem possa passar por cima dos seus sonhos.
Um exemplo de busca pela excelência, é a banda que abordo nesta resenha, que depois de muitos anos compondo e desenvolvendo suas músicas, eis que surge a Heaviest, do ABC paulista, entrando em ação com o poderoso “Nowhere”.
“Qualidade Acima do Imaginado”, pelo alto nível já apresentado,
assim defini a estreia deste quinteto, que farda a sua
sonoridade através de nuances modernas e pesadas, com técnica e melodia, e podemos colocar como referência Adrenaline Mob, Stone Sour e
Disturbed como backgrounds centrais. Não tem como não ficar fascinado pelos riffs
ganchudos, que são verdadeiros socos na cara, uma parede desenvolvida pela
dupla de guitarrista Guto Mantesso e Márcio Eidt, com seus timbres fortes, abrasivos
e solos inspiradores.
A cozinha se mostra versátil e precisa o tempo todo, apesar de um dos setores responsáveis ter sofrido mudança, com Felipe Perini (baterista que gravou o álbum) dando lugar ao Vito Montanaro. E não poderia deixar de mencionar o que é a cereja do bolo: nada menos que o conceituado Mario Pastore (Titânio, Acid Storm Opera’s Noise, Tailgunners, Sacred Sinner, Projeto Hamlet, Delpht, Soulspell, Pastore e Powerfull) nos vocais, dessa vez utilizando os seus vocais de forma mais agressiva e bruta, mas sem perder a sua classe técnica.
A cozinha se mostra versátil e precisa o tempo todo, apesar de um dos setores responsáveis ter sofrido mudança, com Felipe Perini (baterista que gravou o álbum) dando lugar ao Vito Montanaro. E não poderia deixar de mencionar o que é a cereja do bolo: nada menos que o conceituado Mario Pastore (Titânio, Acid Storm Opera’s Noise, Tailgunners, Sacred Sinner, Projeto Hamlet, Delpht, Soulspell, Pastore e Powerfull) nos vocais, dessa vez utilizando os seus vocais de forma mais agressiva e bruta, mas sem perder a sua classe técnica.
A produção do
material, assim como a mixagem e a masterização, foi consumada pelo próprio
Guto e Márcio. E dá pra perceber (logo na primeira audição fica evidente)
que há uma limpidez e uma sonoridade extremamente atual e nítida, sendo possível que disco seja escutado no volume 10 (não esqueça a moderação,
claro!!). A capa, elaborada por Guilherme Grolla, também traz a modernidade à
tona com requintes e toques de elegância, mas ao mesmo tempo passando uma
mensagem integral e plena.
Fico sem palavras
para descrever o empenho e a capacidade que o grupo colocou nesse magnifico
trabalho, em músicas uma melhor que a outra. E apesar de ser um nome
totalmente novo dentro do cenário, confirmou-se a expectativa gerada
bem antes do lançamento. Afinal, onde tem o dedo do Pastore, além dos capacitados músicos que formam o Heaviest, era sinal que vinha algo no mínimo próximo do primoroso.
Marcando território,
“Buried Alive” já mostra que a banda passará na prova de fogo que é a estreia, com riffs pesados e precisos e boas variações, conduzidos por melodias bem ricas assim como linhas vocais inteligentes.
Típica faixa daquelas de abrir qualquer show de Metal/Rock; mais cadenciada,
“Decisions” possui traços progressivos, mas sem perder o tradicional peso, solos cheios de feeling e vocais alcançando notas altas; a
faixa-título, “Nowhere”, foi a primeira música a entrar em cena, detendo o
status de ‘hit’ (sendo uma espécie de single), destilando riffs pegajosos, azedos
(fundindo nuances diferentes na ponte final) e refrãos que colam na sua mente;
“Betrayed” se afoga em guitarras super intrincadas e melódicas, fazendo reavivar o
glorioso momento dos anos 90 que outrora foi do Pantera (outra influência
confessa do quinteto). Outra canção que nos prende com belos refrãos
marcantes.
“Crawling Back”
destoa momentos robustos e agressivos nos vocais (que ora ecoa alguns agudos do
Pastore) e no instrumental, perfeita para o sujeito descarregar toda sua raiva
e fúria; seguindo o mesmo terreno, “Torment” encoraja reflexões modernas, riffs bem encaixados e melodias bem dosadas; “Time” é equilibrada,
abrange um clima mais intenso, conduzidos pelos ótimos arranjos
rítmicos e vocais interessantes (um pouco soturnos no refrão);
“Resurrection” da
uma amornada nos ânimos, anexando riffs flexíveis e refrões fervorosos.
“Falling a Way” é uma deslumbrante balada, com passagens melódicas e elegantes
(pesada ao mesmo tempo) e vocais emocionantes, mostrando a maestria e perfeição de Mario Pastore (vocalista que , pela sua capacidade e experiência, é capaz de se encaixar em qualquer
grupo de Metal e outros estilos); “Land Of Sin” fecha o disco de forma bem
rápida e intensa, colocando em prática o dinamismo do grupo, principalmente nos
acordes de baixo do Renato Dias.
Não é porque o Pastore está com a camiseta do Road que falamos bem do álbum hein, o disquinho é muito bom mesmo! heheheh! Bela camisa Pastorão! |
Heaviest não é
apenas, de fato, uma revelação, e sim um nome que vem com força para sucumbir o
Metal nacional. E sem grandes equívocos e apavoramentos, de olho fechado é o
melhor disco de Metal nacional do ano.
Com certeza, depois
de ler essa resenha, você ai de trás deve esta com muita vontade de ouvir essa
obra-prima, não é mesmo? Então o quê está esperando pra poder adquirir logo o
seu CD?
Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Heaviest
Álbum: Nowhere
Ano: 2015
Estilo: Traditional Heavy Metal
Gravadora: Ms Metal Records
Assessoria: Ms Metal Agency
Formação
Mario Pastore (Vocal)
Guto Mantesso
(Guitarra)
Márcio Eidt
(Guitarra)
Renato Dias (Baixo)
Felipe Perini
(Bateria)
Track-List
01.
Buried
Alive
02.
Decisions
03.
Nowhere
04.
Betrayed
05.
Crawling
Back
06.
Torment
07.
Time
08.
Resurrection
09.
Finding
a Way
10.
Land
Of Sin
Contatos
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