Sei que a
banda tem inúmeros detratores ou ex-apreciadores, que deixaram de acompanhar o grupo no passado por achar que tenha ficado ‘acessível demais’. De certa forma,
o fato é que o CRADLE OF FILTH, não tem feito álbuns efetivos já vai algum
tempo, na opinião deste que vos escreve. Não escutei muita coisa dos discos
mais recentes. Mas é preciso dizer que a banda sempre teve músicos de primeira
linha e experientes. Tu podes até não curtir o som dos caras, mas deve admitir
que é bem construído e bem tocado. No entanto, devo me atentar, por ora, a este
“Hammer Of The Witches”, lançado neste ano de 2015.
E o fato é que
a banda está mais direta, pesada e sem muita enrolação. Não há tantas partes
orquestradas e ‘majésticas’, os vocais de Dani Filth estão com menos firulas
também, enquanto que as guitarras de Richard “Ashok” Smerda e “Richard Shaw”
despejam riffs atrás de riffs e promovem boas bases da mesma forma e
intensidade. Claro que tem a intro “Walpurgis Eve” pra criar o clima, mas o som
que realmente abre a bolacha, “Yours Immortality” começa pra quebrar pescoço;
“Enshrined in Crematoria” mantém a linha; “Deflowering the Maidenhead,
Displeasuring the Goddess” é rápida, enérgica e com bons solos.
Um dos destaques
do disco; “Blackest Magick in Practice” apresenta as habituais referências ao
Metal Tradicional e Gothic; “The Monstruous Sabbat (Summoning the Coven)” é uma
vinheta; segue com a faixa título, de maneira pomposa, teclados climáticos e
riffs pegajosos, e ainda há os vocais femininos de Lindsay Schoolcraft que
ficaram bem colocados. Certo que esta música também merece ser destacada;
“Right Wing of the Garden Triptych” começa com uns barulhinhos meio estranhos e
com vocais femininos, numa aura mais sinfônica até, e com solos, para, logo
depois, acelerar o andamento. “The Vampire at my Side” é outra música que traz
bons riffs influenciados pelo Metal Tradicional e pegadas insanas de
blast-beats, pedal duplo e partes mais cadenciadas.
“Onward Christian Souls” lembra
um pouco “Malice Through The Looking Glass” com o início nos teclados.“Blooding
The Hounds Of Hell” encerra o CD de forma climática, com teclados majestosos.
Levando em
consideração o que ouvi em “Hammer...” levo a crer que o CRADLE OF FILTH achou
novamente o caminho das pedras, tendo em vista que a audição deste disco foi
tranquila, sem percalços e/ou dúvidas acerca da qualidade. É óbvio que não se
pode comparar a álbuns emblemáticos como seu debut ou “Dusk And Her Embrace”, de
qualquer modo, merece elogios o conjunto da obra. Saliente-se, também, a linda
capa, obra do artista letão Arthur Berzinsh, sendo a temática do álbum baseada
no livro Malleus Maleficarum. A produção ficou a cargo de Scott Atkins (AMON
AMARTH, BEYOND THE GRAVE, GAMA BOMB). A se destacar de negativo a ‘corpsepaint’
de Dani Filth, que ficou bizarro.
Texto:
Marcello Camargo
Edição: Carlos
Garcia
Lançamento:
Nuclear Blast
Line-up:
Dani Filth -
vocals
Martin
Skaroupka - drums
Daniel Firth -
bass
Richard Shaw -
guitar
Ashok - guitar
Lindsay
Schoolcraft - keyboards and female vocals.
Track-List:
"Walpurgis
Eve"
"Yours
Immortally..."
"Enshrined
in Crematoria"
"Deflowering
the Maidenhead, Displeasuring the Goddess"
"Blackest
Magick in Practice"
"The
Monstrous Sabbat (Summoning the Coven)"
"Hammer
of the Witches"
"Right
Wing of the Garden Triptych"
"The
Vampyre at My Side"
"Onward
Christian Soldiers"
"Blooding
the Hounds of Hell"
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