Entrevista por: Renato Sanson
Entrevistados: Matheus Oliveira
(vocal) e Natanael Couto (baixo) – banda Vakan de Santa Maria/RS.
Em 2018 foi lançado o tão
aguardado Debut do Vakan – “Vagabond” – conte-nos um pouco sobre a história por trás desse álbum.
Matheus Oliveira – Pouco tempo depois de a gente lançar o Freeze!, nosso EP e primeiro registro,
em 2012, nós já começamos a compor músicas para aquele que seria o nosso álbum
de estreia. Só que muita coisa aconteceu e vários fatores acabaram atrasando
esse projeto, desde problemas com a produção até mudanças na formação,
faculdade, etc. Até que a gente compilou as músicas, fez os ensaios e foi pro
estúdio. O álbum ainda foi lançado um ano depois de tudo gravado, fomos
estudando um pouco de marketing musical por conta disso. Álbum longo hoje é
matador de carreira de banda underground, mas foi divertido, hahaha.
Além da musicalidade que
transita entre o Power Metal e o Tradicional, também temos a inclusão da música
regionalista gaúcha. Como surgiu esta ideia?
Natanael Couto – A música regional
está ligada ao nosso dia-a-dia. Nossos pais, familiares, amigos e até mesmo nós
mesmos ouvimos em certo nível, então foi natural. Achamos que não faria sentido
utilizar o folclore de outras regiões do Brasil ou de outro país por não
corresponder à nossa realidade.
Recentemente vocês abriram o
show de retorno aos palcos da banda Hibria no histórico Bar Opinião em Porto
Alegre. Como foi ter tido essa grande oportunidade?
Natanael – Foi uma grande
oportunidade que tivemos, pois era o retorno de uma das maiores bandas de heavy
metal do país e de renome internacional. Poder fazer parte desta história é
algo muito especial, e também muito desafiador.
Matheus – Sou suspeito pra falar,
como fã do Hibria desde os tempos do Defying
the Rules. Ser escolhido pra abrir o show da volta de uma banda que você
admira é uma tremenda honra. Fora o fato de o público ter correspondido bem
demais à nossa apresentação, às nossas músicas. É um momento que vai ficar
guardado na memória.
Em termos de shows a Vakan vem
uma sequência bem interessante, pois além do Hibria vocês tocaram ao lado de
Tim Owens. Qual a importância para uma banda underground abrir shows de grandes
nomes?
Matheus – Olha, acho que essas oportunidades de abertura sempre foram
importantes, mas, considerando o número cada vez menor de eventos e de público,
abrir para uma banda grande e tocar em um festival são hoje a única chance que
uma banda underground tem de se apresentar pra um bom público. O comportamento
do público, o consumo de música, tudo isso mudou, de modo geral. A demanda pelo
físico foi reduzindo e a gente foi se adaptando, hoje basicamente tudo se dá na
internet, no digital. Quando surgem oportunidades como essas, a gente abraça e
aproveita ao máximo.
Dentre todas essas
oportunidades, tem aquela que foi mais especial?
Natanael – Acho que a uma das
oportunidades mais especiais foi nosso show no Theatro Treze de Maio aqui de
Santa Maria, por ser uma das mais importantes casas de espetáculo da cidade. Ter
sido selecionado dentro do projeto “Palco da Cultura” mostra o reconhecimento
da banda dentro da cidade. Também podemos citar a abertura do show do Hibria,
já que essa apresentou a nossa música a um público novo. Seria até injusto
elencar as oportunidades, já que no ano de 2019 tivemos ótimas delas, que
fizeram a banda amadurecer e crescer.
“Vagabond” ganhou excelentes
críticas Brasil afora. Como vocês enxergam esta receptividade?
Matheus – O lançamento do Vagabond
foi um momento importante, não só por finalmente jogar no mundo o nosso
primeiro álbum, depois de um longo processo, mas também pela oportunidade de
alcançar mais pessoas, novos públicos. Me pareceu que a primeira impressão
dessa grande parte que ainda não conhecia o Vakan foi positiva, a gente recebeu
muita mensagem elogiosa do público brasileiro e latino-americano. As resenhas
críticas, em geral, também nos apontaram como uma banda promissora, então
acredito que o Vagabond tenha passado
um bom recado como álbum de estreia. A gente pretende ainda lançar mais dois
videoclipes, relançar como singles com bônus ao vivo nas plataformas, e aí já
vamos partir para o próximo trabalho.
Existe algum tipo de pressão
para o segundo trabalho ser tão bom quanto o debut?
Matheus – Existe mais na forma de cobrança interna. A gente fez tantas
cagadas ao longo da produção do Vagabond,
que pelo menos já temos certeza do que NÃO se deve fazer, hahaha. Aparecem
várias ciladas no meio desse caminho, e uma delas tem sido o ciclo de álbum
para uma banda independente em plena era do streaming. Hoje eu acredito que um
meio-termo entre o EP e o álbum longo é o melhor caminho para uma produção mais
dinâmica, e isso afeta diretamente na qualidade das músicas. Junto com essa
readaptação, o Vakan ainda tem dois membros que não fizeram parte do processo
de criação do Vagabond (Natanael e
Isabel), e que certamente vão contribuir, então a tendência é que venha algo
mais criativo e com maior riqueza de detalhes e referências no próximo trabalho.
Acesse e conheça mais sobre o Vakan:
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