sábado, 9 de dezembro de 2023

Cobertura de Show: Hardcore Superstar – 18/11/2023 – Carioca Club/SP

São doze discos gravados, singles e vários vídeos clipes ao longo dos anos. Esse é um breve resumo do Hardcore Superstar, banda de Hard Rock sueca, que nunca havia feito shows no Brasil e América Latina. Mas graças a produtora Dark Dimensions, essa longa espera acabou, e finalmente eles estrearam em solo brasileiro em novembro último (N.T.: show era para ter acontecido em outubro, mas devido a motivos de força maior do guitarrista Vic Zino, foi postergada para novembro).

O verão mal começou e as principais capitais tem recebido uma forte onda de calor, que bateu os 40º graus na semana que antecedeu o show em São Paulo, tanto que, por ordem política, foi determinado a distribuição de água natural em eventos ao ar livre. Os locais fechados, porém, ficaram isentos dessa regra, mas para evitar que algo de ruim acontecesse, o Carioca Club fez questão em colocar ventiladores com jato d’água para refrescar a galera.

Infelizmente, a presença de público foi abaixo do esperado, o que comprova que o gênero é destinado para um nicho específico. Porém, para quem gosta de assistir shows de forma mais reclusa,  se sentiram bem à vontade para ver os suecos e brasileiras InluztNite Stinger, responsáveis por iniciarem os trabalhos do dia.

Devido alguns contratempos, não consegui pegar o comecinho do show da Inluzt, um dos nomes promissores do Hard Rock brasileiro. Oriunda de Ribeirão Preto e com quase meia década de atividade, o quarteto entregou uma apresentação excelente e cheia de atitude. Dentre as bandas de apoio, é a que mais se assemelha com os donos da festa em questão do som, flertando bastante com o Sleaze Rock.

E falando em Sleaze, o baterista Lexxi Souza, que tocou que nem um monstro, é o que mostrou todo esse lado na parte visual; Fabz foi um herói por ter entregado toda sua energia em cima do palco quente e com pouca ventilação, chegando a pedir gelo e qualquer tipo de bebida para manter o folego até o final. Uma pessoa, em sã consciência, logo atendeu o favor – Roxx (guitarra, vulgo Nikki Sixx) e Brun (baixo) completam a formação.

Vindo direto de Curitiba e sem ter feito passagem de som, o Nite Stinger também entregou uma inolvidável performance, que teve pequenos problemas no som de início. 

Formado pelo vocalista Jack Fahrer, os guitarristas Bruno Marxx e Marc DeLuca – que se encaixou perfeitamente na banda –, e o baixista Bento Mello vem ganhando cada vez mais notoriedade nessa nova era de bandas de Hard Rock que vem surgindo no país, e graças a esse reconhecimento que a banda foi escalada para tocar, ano que vem, na segunda edição do Summer Breeze Open Air Brazil.

Sempre muito carismático, Jack Fahrer mostrou toda sua pinta de ‘rockstar’, falando em inglês em determinados momentos e explicando o conceito por de trás de algumas músicas como “Let Met In” e “Gimme Some Good Lovin’”, primeiro single do até então ‘debut’ álbum. 

Mas o grande destaque ficou para a nova (e esperada) “All Nite & Day”, que será lançada esse mês e que estará no próximo álbum, a ser lançado em abril do próximo ano e que tem tudo para se tornar o maior hit do gênero no Brasil. E eu posso garantir: QUE MUSICA!

Originalmente, a banda conta com o lendário Ivan Busic, do Dr. Sin, na bateria. Mas sem anuncio e aviso prévio, quem comandou as baquetas foi o grande Rafael Rosa, da Sinistra.

Depois de meia hora de atraso, os donos da festa, enfim, entraram em cena para deixar o clima ainda mais quente, às 19h35. 

Com a capa do Abrakadabra, lançado ano passado, sendo exibida atrás do palco, Joakim Berg (vocal), Vic Zino (guitarra), Martin Sandvik (baixo) e o produtor Johan Reivén (bateria) – que vem cobrindo a ausência do Magnus Andreason – iniciou os trabalhos justamente com a faixa título do último álbum após Joakim cumprimentar todos os que estavam pertinho do palco.

Quem já deve ter visto vídeos da banda tocando ao vivo sabe o quão é insano é o show dos caras. E era de se esperar por intensidade, que logo se relevou nas efusivas “Electric Rider” e “Into Debauchery”, ocasionando um inesperado apagão no sistema de som após o término, mas que não demorou muito para ser restabelecido. O ocorrido até que fez bem para o público e a banda, que estava super feliz de estar no Brasil, voltar com mais gás do que já estava no começo.

Boa parte do set abrangeu músicas do “Black Album” (não, não é do Metallica), que, para muito dos fãs, é considerado o melhor da carreira e que fortaleceu o nome da banda mundialmente, e as primeiras deste clássico vieram com “Wild Boys” – onde o público acompanhou Joakim nos ‘Oh, Oh, Oh’ e ‘Yeah, Yeah, Yeah’ na melodia que antecede o final dela –, e a empolgante “My Good Reputation”. “Liberation”, do pouco lembrado “Bad Sneakers and a Pina Colada", veio na sequência.

“Aqui está mais quente que o inferno”, dize Joakim que, junto com Vic, agitaram a pequena plateia com muita adrenalina, atenuada com as calmas “Standin’ on the Verge” e “Someone Special”. 

Os apaixonados por álcool tiveram uma surpresa no final, só que antes disso acontecer, o quarteto emplacou “Last Forever”, “Moonshine” (que tem um swing contagiante) e “Bag on Your Head”, que com todo o seu peso, colocou o Carioca abaixo. 

Com a cerveja na mão de Joakim, ficou evidente que a próxima seria “Last Call for Alcohol”, maior hit da história da banda. E por ela falar justamente sobre álcool e diversão, foram distribuídos vários ‘shots’ de Whiskey (se não for me corrijam, por favor) para os que estavam bem próximos do palco.

Como a maioria deve saber, o HCSS não gosta de celebrar os domingos, deixa perfeita para mandar outro clássico, “We Don’t Celebrate Sundays”, restando três horas para virar o dia.“You Can’t Kill My Rock ‘n Roll” pôs fim no show de quase duas horas. O título, que em tradução livre significa “Você Não Pode Matar Meu Rock ‘n Roll, ganhou uma camiseta a qual o Joakim usou no show e que foi vendida no merchandising.

Um show para lá de avassalador, onde público vibrou, cantou e pulou até o último minuto, que mesmo com os problemas no início, não pararam um segundo se quer. As únicas reclamações que deixo a respeito desse show é não terem tocado “Above the Law” e “Dreamin’ in a Casket”, que foi tocada nos shows de Belo Horizonte e Curitiba. Segundo Joakim, esse show será primeiro de muitos aqui no Brasil. Espero que não demorem muito para voltar.

 

Texto: Gabriel Arruda (@gabrielarruda07)

Fotos: André Tedim (@andretedimphotography)

 

Produção: Dark Dimensions (@darkdimensionsbrasil)

Mídia Press: JZ Press (@jzpressassessoria)

 

Hardcore Superstar

Abrakadabra

Electric Rider

Into Debauchery

Wild Boys

My Good Reputation

Liberation

Standin’ on the Verge

Someone Special

Last Forever

Moonshine

Bag on Your Head

Last Call for Alcohol

***Encore***

We Don’t Celebrate Sundays

You Can’t Kill My Rock ‘n Roll

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