quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Midnite City: Evolução Sem Risco

Pride & Joy Music (Imp.)

Por Fernando Queiroz

Da leva recente de hard rock, o Midnite City é uma das bandas mais notórias. Seu quinto registro completo, de 2025, é mais um passo na direção certa: não deixam a “alma hard” de lado, ao mesmo tempo que evoluem sua performance dentro do estilo, mesmo que com mais toques de “AOR”, perfeito para a proposta radiofônica.

Logo de cara, com a abertura Live Like Ya Mean It, mesmo que com certo peso, já vemos os teclados com algum destaque, e isso só aumenta na seguinte Worth Fighting For, onde o som dos sintetizadores é bem destacado. O padrão segue por boa parte do álbum, com canções muitas mais lentas, letras de superação, libertação, e todo aquele sentimento “para cima” que têm sido o foco da maioria das bandas do estilo na atualidade. Embora interessantes de começo, sinto que fica cansativo esse foco repetidamente.

A velocidade volta com Heaven In This Hell, em ótima música para “meio de show”, mas logo o som radiofônico volta na seguinte, Running Back To Your Heart, numa boa alusão a clássicos de bandas como o Boston. Ela já dá lugar a uma canção com bons riffs, e até certo virtuosismo, Lethal Dose of Love. Um interlúdio instrumental dá a letra para a bonita balada Seeing Is Believing, a mais longa do disco. Confesso que esperava a entrada de uma música mais pesada no lugar. No melhor estilo Journey, No One Wins tem uma mescla de certo peso com teclados altos, cheia de reverbs nas partes “grudentas” - aliás, o disco é cheio disso! É, no fim das contas, puro suco de Arena Rock anos oitenta, como vem sendo o padrão de bandas de hard rock europeu - algumas melhores, outras piores, e o Midnite City vem se mantendo entre o primeiro grupo.

Hang On Til Tomorrow mantém a atmosfera, mas é com o encerramento que vemos talvez o ápice: When The Summer Ends fecha o disco com claras influências da fase Sammy Hagar do Van Halen - em específico, há uma clara referência à música Dreams.

Um disco que mantém a regularidade, e joga seguro. Não se arriscam, evoluem sua fórmula, e não desapontam. Fica, porém, a sensação de que poderiam ter feito algo mais, colocado mais peso, e ido mais para o lado dos riffs de guitarra. Preferiram usar o teclado para ser o chamariz - não que estejam errados, mas chega um momento que deixa o ouvinte um pouco cansado.

Vale a pena ouvir? Sim! Vai virar clássico? Definitivamente não.

Nota: 7,5

Divulgação


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