Falar do legado de Max Cavalera no Heavy Metal é chover no molhado, pois ao lado do Sepultura ele fez história e, após sua saída traumática da banda mineira, veio o Soulfly, banda que gerou muita expectativa por parte dos fãs, mas que de começo não agradou a maioria, devido o excesso de elementos tribais aliado a composições que podemos classificar de New Metal.
Mas com o tempo, Max foi acertando a mão até chegar em “Dark Ages” (2005) e a partir deste álbum, o Soulfly começava a escrever uma nova história no cenário metálico, resgatando muitos fãs de sua fase no Sepultura, pois a evolução era notória. A cada lançamento o Soulfly vinha mais agressivo e inspirado, até chegar ao seu melhor lançamento. Estou falando de “Enslaved”, álbum que com certeza marcara época e será lembrado para sempre.
Tirando o guitarrista Marc Rizzo, que acompanha Max já há alguns anos no Soulfly, a banda vem revigorada e de cara nova com os experientes Tony Campos (baixo) e David Kinkade (bateria), deixando o som extremamente brutal, fazendo o Soulfly flertar por novos campos como Death e até mesmo o Black Metal.
As linhas de guitarras criadas por Max e Rizzo são de cair o queixo, com riffs espetaculares, muitas variações e solos geniais de Rizzo, que caem como uma luva para sonoridade da banda.
Após a intro “Resistence” temos “World Scum”, que já mostra o poder de devastação do novo álbum, com aquela pegada Thrash, mas flertando entre o Death e o Black Metal ainda mais com a participação de Travis Ryan (Cattle Decapitation) nos vocais, com grandes variações nos riffs chegando a uma pancadaria incrível.
“Gladiator” e “American Steel” vêm para mostrar toda a fúria de Max & Cia, mas com alguns elementos modernos que já acompanham a banda desde o inicio, mas com o Thrash Metal predominando e refrões grudentos, além de um show a parte da cozinha comandada por Tony e Kinkade. Sem falar nos riffs intrincados de Max e Rizzo.
Mas os destaques não ficam por aí, não teria como não mencionar a épica “Plata O Plomo” (a melhor do play pra mim), música esta que homenageia o traficante Pablo Escobar, cantada em português e espanhol, com a participação do baixista Tony Campos cantando as partes em espanhol. Grande composição que mescla o Heavy Metal contemporâneo com a música flamenca, enriquecendo ainda mais a sonoridade da banda.
O álbum ainda conta com “Revengeance”, que fecha o play (faixa está que Max fez em homenagem ao seu falecido enteado Dana Wells) e que conta com as participações dos herdeiros do trono de Max, o seu enteado Rich e seu filho Igor dividindo com ele os vocais e o outro filho Zyon na bateria, com todos mostrando grande competência em uma ótima composição, que com certeza deixou a família Cavalera muito orgulhosa.
Apesar de todas as polêmicas envolvidas com Max VS Sepultura, que de alguma forma acabou manchando um pouco sua reputação com seus fãs, ele continua firme e forte, e a prova está ai com o Soulfly não lançando apenas seu melhor álbum, mas sim um possível clássico do Heavy Metal.
Texto: Renato Sanson
Revisão/edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Soulfly
Álbum: Enslaved
Ano: 2012
País: EUA
Tipo: Groove/Thrash Metal
Gravadora/selo: Roadrunner
Formação
Max Cavalera (Guitarra e Voz)
Marc Rizzo (Guitarra)
Tony Campos (Baixo)
Tracklist
01. Resistance
02. World Scum
03. Intervention
04. Gladiator
05. Legions
06. American Steel
07. Redemption Of Man By God
08. Treachery
09. Plata O Plomo
10. Revengeance
Acesse e conheça mais sobre a banda
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