sexta-feira, 9 de março de 2012

Entrevista: Bestial – Barbárie em Formato de Música


Quem acompanha o Road to Metal deve ter acompanhado nossa euforia acerca da volta do Bestial aos palcos, e depois, os detalhes do show brutal que a mesma fez no Zoombie Ritual, por isso mesmo que decidimos trocar umas idéias com essa grande horda do Rio Grande do Sul.
Com 2 álbuns desgraçentos na sua história e com a formação estabilizada, Chuckill (baixo/vocal), V.Alex e Ed. Storm (guitarras) e Daniel (bateria) e ainda por cima preparando um novo petardo, não faltou assunto na entrevista abaixo. Confira a conversa com Chuckill (baixo/vocal).

Road to Metal: Obrigado pelo contato. Vocês estão no meio de gravação, então é muito legal acharem um tempinho para falar um pouco com a gente. Começamos usando uma declaração de vocês “o Bestial estava escondido, mas nunca paramos! Ficamos um tempo sem baterista, mas nunca deixamos de ensaiar e compor”. Vocês poderiam comentar como foram esses períodos fora do palco e como vocês chegaram no Daniel (Xarkeadaz)  que é um baterista fantástico?
Bestial: Ficamos quase dois anos sem baterista, mas como foi relatado anteriormente, nunca paramos, ensaiávamos nós 3 (Chuckill, Storm e Alex)e eu segurava a bateria só para dar vida ás músicas e íamos criando. Quem nos acompanhou neste período, viu nossa persistência e união pelo Bestial, tudo para voltar mais forte e insano aos palcos e aos trabalhos.

Quanto ao Xarkeadaz, cara ele ensaiava com um projeto dele no mesmo estúdio que frequentamos, daí um dia ele entrou no nosso ensaio e o assistiu, acompanhou até o fim, sem tirar atenção dos sons e nós nem sabíamos até então que ele era batera, só nos cumprimentávamos por educação mesmo, aí no final do ensaio conversamos um pouco e ele se propôs à um desafio de encarar o posto de batera do Bestial, lançamos dois sons pra ele e em uma semana tava ensaiando conosco... Vale ressaltar que ele nunca tinha tocado som do nosso estilo, tocava mais Thrash, mas era uma cavalíce o que fazia, hoje no Bestial ele se envolve muito, só nos ajudou à crescer mais e juntos temos só á propagar ainda mais nossa fúria! Força xarkeadaz!!!!

RtM: Eu estava presente no show do Zoombie Ritual e tenho que dizer que foi uma apresentação brutal, nem parecia que a banda estava fora dos palcos por algum tempo, mas para vocês lá em cima do palco como era a emoção de estar voltando e logo em um festival como o Zoombie?
Bestial: Pra gente foi uma das expectativas mais fortes que tivemos, era nossa volta aos palcos e também a primeira apresentação com o Xarkeadaz, num baita festival como o Zoombie Ritual, teve gente que veio de Santos de moto CG125 pra ver o Bestial, e isso foi mais combustível ainda! Estávamos seguros, claro que com certo nervosismo, mas isso é normal, tem que ter, onde quer que seja!


RtM: Nesse mesmo show foram apresentadas novas musicas (excelentes por sinal), sendo que elas provavelmente estarão presentes em um novo trabalho. Como anda a gravação do mesmo? Existe algum prazo estabelecido? E o contato com a Mutilation ainda é válido para esse novo trabalho?
Bestial: Já temos as guias prontas, todas no tempo certo e o xarkeadaz tá colocando a batera, mas vamos trabalhar com calma, sem prazo para lançar, vamos executar com precisão este disco, vamos fazê-lo por nós e pelos insanos que admiram a banda, sem gente pra

se meter e perturbar com opiniões furadas.
Seremos os músicos e os produtores desta nova conflagração. Quanto à Mutilation, temos história lá, porém neste próximo trabalho não temos nada definido, nosso objetivo é espalhá-lo lá fora, vamos lutar pra isso.


Os dois anteriores foram mal trabalhados neste quesito,mas serviram de alicerce e ascensão ao bestial, mas acho que lá por abril estará em mãos nosso nossa nova execução.

RtM: Voltando à ativa agora, quais diferenças vocês veem na cena da época do lançamento do “Final Presage” de 2004 para o momento atual e quais as dificuldades de se tocar metal extremo no Brasil?
Bestial: Em relação ao bestial, em 2004 foi o começo de uma nova experiência para a banda, tocamos em muitos lugares do país, mostramos nossa proposta, conhecemos muita gente que nos ajudou, que antes só víamos em revistas ou mantinha contato por cartas, pelos trabalhos anteriores que espalhamos (95, 97, 2000); não vejo diferenças que arruínam, acho que progrediu bastante até, hoje tá mais fácil o acesso às bandas; produtores vem e vão, mas sempre surgem gente nova e com intuito de bestificar ainda mais a nossa cena.


Tem eventos fortes como o próprio Zoombie, eu não tinha visto algo parecido ainda. Em questão às dificuldades, sempre tiveram e sempre vão ter, tem que ter! Underground é isso, se fosse fácil qualquer um tava dentro se promovendo de fodão e imagem é fácil de se obter, a essência da música fica fora, aí separa e selecionam os que erguem a bandeira e vão á luta e eliminam os aproveitadores.

RtM: Falando dos trabalhos anteriores, qual a opinião de vocês acerca dos seus antigos lançamentos “Final Presage”  e “Phalanx of Genocide” 2005, e de que forma eles influenciaram esse terceiro trabalho?
Bestial: Ambos são Bestial na essência! Temos orgulho destes trabalhos, cada um tem o seu valor e se tu escutar o “Final Presage” e depois o “Phalanx...”, tu vê que é o Bestial, mas ambos diferem um do outro; mas não nos prendemos à eles, o próximo disco vai fluir de acordo com nossa insanidade momentânea!

RtM: Tratando de aberturas o Bestial já dividiu os palcos com Marduk, Morbid Angel, Cannibal Corpse. Na visão de vocês é bom para as bandas fazerem shows de abertura sendo que às vezes o público não valoriza as bandas nacionais?
Bestial: Com certeza é válido! Para a banda é currículo e conhecimento; pessoalmente é vitória consagrada, pois nós que vivemos no extremo sul do país e nos situamos longe do eixo dos grandes shows, que é no centro-oeste, São Paulo especificamente, tocar com essas bandas que nos influenciaram e nos envenenam até hoje... ultramente inesquecível!!!! Só não é valido pagar pra tocar, produtores que exigem grana não estão nem aí pra sua banda, isso denigre seu trabalho, desvaloriza a banda, está se prostituindo pra aparecer, depois somem, o público não respeita isso, tem que ser na raça, no talento, muita banda aí que se establilizou, nunca precisou disto para seguir adiante e forte.


RtM: É claro que um novo trabalho vindo ai a banda vai focar mais as músicas novas, mas existe alguma música em especial que vocês da Bestial não podem deixar de tocar? (Obs: na minha opinião nunca pode ficar de fora “Blasphemy Blessing of Fire”).
Bestial: Sim, esta música é indispensável em nossas apresentações, é nossa marca desde o começo, tem história, sempre vamos tocá-la, iremos tirar mais uns sons dos dois discos... “Blasphemy” é certa, “Profane gods”, que pessoalmente acho uma música de muito vigor e do “Phalanx...”, “Fornicate the Holy Virgin” e “Time of Hunting”, mas isso é incógnito, podemos mudar ou inserir outras.

RtM:  Após o lançamento do CD a banda deve cair na estrada, tem algum plano para turnês pelo Brasil e no exterior, onde o cenário é muito suscetível para as bandas de Metal extremo brasileiras (vide Krisiun e Funeratus)?
Bestial: Já temos uma apresentação certa em São José do Rio Preto/SP, com Immolation e muitas outras fudidas hordas nacionais, mas as coisas neste sentido estamos organizando aos poucos, tem outros já em contato, porém nada fechado ainda, mas com certeza vai rolar e reiniciar a conflagração bestial novamente em muitos lugares neste nosso BRASIL! Já no exterior, tem que ser bem planejado, tanto financeiro quando aos locais por lá, não queremos cair em qualquer uma ou fazer turismo, só pra dizer que fomos pra fora tocar, não nos serve!


Funeratus é merecedora de todos os triunfos possíveis, tenho orgulho de dizer que são amigos que “ecoam na eternidade”, foram eles que abriram as portas em SP pra gente pra 4 shows com eles pelo interior, desejo muita força ao Funeratus E falar o que do Krisiun? São representantes do Metal nacional, sou fã da banda desde que viviam aqui no Rio Grande, erguem a bandeira e exaltam sua pátria, e seu som mortífero mostra a mais abrupta violência sonora! HAIL FUNERATUS, HAIL KRISIUN!

RtM: O Bestial possuí uma temática bem forte e profana. Para vocês, qual o papel do cristianismo na sociedade moderna?
Bestial: Na sociedade moderna o cristianismo não impera só, hoje em dia já tem novas “empresas” de manipulação, são grandes clínicas de psicologia barata, pregam a cura em troca de dinheiro, e está escancarado isso, não tem nem vergonha, cara de pau mesmo; mas isso vem desde o tempo que o cristianismo destruiu o império romano, colocou no ostracismo todas as conquistas culturais e científicas; pregam a miséria, a abnegação, a opressão, condenam o prazer e negam a vida em prol da salvação do além, o cristianismo foi o início da decadência e declínio da humanidade.

RtM: Obrigado novamente pela entrevista e a Bestial gostaria de deixar algum recado para os leitores do Road to Metal?
Bestial: Quero agradecer á todos que acompanharam esta entrevista pela Road to Metal, sigam apoiando estes canais de comunicação, assim como as bandas que gostam, vão aos shows, antes da tecnologia vivíamos bem, aproveitem esta ferramenta para disseminar nossas ideologias e cultura, vocês são o combustível o qual a cena e o movimento precisa para sobreviver, tenham personalidade e sigam de cabeça erguida e avante, com vigor e orgulho! Nos veremos em algum lugar infernal por aí em breve, com o nosso Kaotic Apocaliptic Kult!



Entrevista: Luiz Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore/Carlos Garcia
Fotos: divulgação

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