Enquanto alguns
buscam modernidade, por mais que seja até uma necessidade nos dias
de hoje, bandas mais novas gostam de buscar as origens e roupagens mais
clássicas dentro do Heavy Metal, não sendo nenhuma novidade. Influência e inspiração por algo todo e qualquer sujeito possui, mas poucos
conseguem por isso em prática com categoria e perfeição. Trazendo, musicalmente, o fascínio e a garra, abstraídos dos anos 80,
os curitibanos do Phantom impõem o prazer de fazer aquilo que gosta de forma
simples, porém com técnica, em seu ‘debut’ “Psycho Minds”.
Ostentado, como dito
acima, por uma linhagem tradicional, emergindo a envoltura do Classic Heavy
Metal da escola americana e europeia, o Phantom consegue imprimir composições
instigantes e variadas, dependendo do que sua música está exigindo,
intercalando nuances rápidas e pesadas, sua música é trajada por conjunturas melodicas marcantes
e inteligentes, não desleixando, de forma alguma, na harmonia e arranjos, com elegância na medida certa, destacando os vocais bem variados (ora
agressivos e ora limpos) encabeçados por riffs de guitarra marcantes, ligados
por um trabalho rítmico bastante orgânico.
A produção,
supervisionada por Vitor França e Madu, em parceria com a Roll Studio, além da mixagem e a masterização, com cuidado especial e variação nos timbres de guitarra, balanceando modulações pesadas e
melódicas, mas, como um todo, soando de forma coerente e homogênea,
apresentando uma sonoridade atual e equilibrada. A arte gráfica, edificada pelo pessoal da Designation Artwork, transmite a ideia do conceito do título, através do personagem principal que figura na capa, mostrando, ao fundo, uma espécie de presídio.
É fatigante
determinar algum gênero especifico para o Phantom, simplesmente a banda faz um
Heavy Metal sem se prender a chavões, alinhando, claro, suas principais
influências, remetendo-nos a vultosos nomes como Iron Maiden e Accept,
intervindo, até mesmo, timbres que lembram o Alice In Chains no começo da
carreira (principalmente nos vocais de Rafael Valente), tornando o disco
abrangente e variado.
Após a rápida
abertura com “Broadcast”, “Abduction” introduz pulsações sólidas, fomentado por
riffs pesados e diretos, realçando as variações vocais (muito bem arranjadas
por sinal) do Rafael Valente; clima fúnebre e soturno dá inicio para “Hard Like
Steel”, propondo ritmos mais balanceados através de dosagens mais cadenciadas,
que são proclamados por sons de baixo de puro azedume, salientando também o
ótimo trabalho nos backing-vocals; “Kill N’ Run” possui bases melódicas, e fiquei hipnotizado por elegantes dedilhados acústicos,
fazendo conversações com o baixo, para logo em seguida, atacar com explosões de
riffs grudentos e intensos, envelopado pelas características dos anos 80;
seguindo a mesma dimensão, “Traveller” acentua arranjos mais melódicos,
abordando linhas desplugadas, destacando bases de guitarras bem
postadas e solos marcantes;
“Queen Of Darkness” mostra variações
introspectivas, corroborando a criatividade e a dinâmica da banda, intercalando com a magnitude pesada
vinda das guitarras e da parte rítmica; com um começo a la Black Sabbath,
“Agent Of Chaos”, fazendo um trocadilho, traz o ‘caos’ enfurecedor à tona, culminando no instrumental intimo e tradicional do grupo, destacando as nuances
vocais como um dos pontos mais singulares.
O Brasil vem nos
dando várias alternativas e opções para apreciar qualquer gênero dentro do
Heavy Metal, e o Phantom é mais um excelente nome que busca por grandes
oportunidades neste amplo e concorrido cenário metálico nacional.
Vale a pena conferir
o trabalho desses fantasmas!
Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Carcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Phantom
Álbum: Psycho
Minds
Ano: 2014
Estilo: Heavy
Metal
Gravadora: Ms
Metal Records
Assessoria: Ms
Metal Agency
Formação
Rafael Valente
(Vocal)
Leandro Gomes
(Guitarra)
Rafael
Calmezini (Baixo)
Iago Marcondes
(Bateria)
Track-List
01. Broadcast
02. Abduction
03. Hard Like
Steel
04. Freewill
05. Kill N’
Run
06. Warned
07. Traveler
08. Queen Of
Darkness
09. Agent Of
Chaos
10. Hope
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