ROAD to Metal Heavy Metal & Classic Rock: Melyra: Agigantando o "Sexo Frágil"

domingo, 3 de janeiro de 2016

Melyra: Agigantando o "Sexo Frágil"

Que as mulheres sempre chamam atenção, principalmente dos homens (óbvio), não é de novidade, mas quando elas mostram que tem atitude, personalidade e bom gosto para o Heavy Metal, além da beleza física, a admiração pelo sexo oposto se torna cada vez mais alta. Se alguns ainda pensam que lugar de mulher Headbanger é apenas como frontwoman ou, por uma visão ainda mais machista, querendo pagar de ‘groupie’, está cometendo um grande equívoco.

Nos dias de hoje, a mulher é capaz de mostrar que possui talento e técnica tocando qualquer instrumento e desempenhando qualquer função, ascendendo uma forte gama de bandas femininas aqui no Brasil e lá fora, superando muito marmanjo que se acha o dono da verdade. Mostrando de si próprias e, claro, esmigalhando o típico preconceito machista, as cariocas do Melyra nos presenteiam com um ótimo trabalho em seu EP de estreia, “Catch Me If You Can”.

Desviando um pouco das questões machistas ou feministas, vamos à música, e o quinteto não decepciona em seu trabalho de estreia, dirigindo foco ao Heavy Metal tradicional oitentista da New Wave Of British Heavy Metal, ou seja, um trabalho super eficaz nas guitarras, apresentando energia e melodia em alto nível, interpretação vocal de forte assimilação, com composições fascinantes, destacando os backing-vocals vigorosos, dando espaço até a alguns guturais, não deixando de ressaltar também o aguerrido trabalho técnico na parte rítmica, aprumando influências de Iron Maiden e Judas Priest sem soar como cópia ou algo parecido.

O responsável pela produção foi Celo Oliveira, que soube explorar aquilo que as meninas queriam no disco, imprimindo um som raçudo e vigoroso nos arranjos sem recorrer a “maquiagens” de estúdio. O som, claro, poderia ser ainda melhor, sem dúvida nenhuma, e potencial existe para os registros futuros; a arte gráfica, concebida pela Gaby Spree, é simples, deduzindo o lado mulher de cada uma da banda.

Neste cartão de visitas, a banda rege atitude de sobra nas poucas faixas presentes no disco, com segurança em cada nota e cada interpretação vocal depositada nas composições, passando a beleza dessas guerreiras em formato de canções atrativas, em um Heavy Metal de refrão e melodias cativantes, com direito a refrãos idem e guitarras dobradas típicas.

Após um esquenta com a instrumental “Beyond Good And Evil”, “Nightmare” fustiga indóceis riffs vertiginosos pincelados de melodias, aduzindo acepções vocais soberbas, com direito a guturais bem encaixados; “Silence” (assista ao vídeo oficial AQUI) destaca palhetadas certeiras e refrãos que saltam aos ouvidos, apontando louváveis solos de guitarra; Um pouco mais cadenciada, e também mais pesada, a faixa-título, “Catch Me If You Can” (Assista AQUI o Vídeo Oficial) é permeada por passagens ganchudas, juntando um trabalho vocal completo, apadrinhado por melodias ricas vindas das cordas, solos dobrados e um refrão marcante.

“Fly” é uma balada pujante, demonstrando peso sem arruinar o encanto que a música exige; “Trip To Hell” traz a fragrância do Metal Tradicional à tona em todos os ângulos, e com certeza os fãs da NWOBHM vão, de prima, perceber de imediato.

Assim como no futebol, muitos proferindo que o esporte é exclusivamente para os homens, mas sabendo que a mulher tem a habilidade com a bola, o sexo frágil sofre também esse tipo injuria dentro do Heavy Metal, e isso vem sendo revertido pelo brocardo arbítrio não só do Melyra, como de outras bandas de Rock/Metal femininas. Lembrando que a vocalista Mariana Figueiredo e a guitarrista Maria Fernanda, já não fazem mais parte da banda, dando lugar para a vocalista Bu Bolzan e guitarrista Roberta Tesch.

Texto: Gabriel Arruda

Edição/Revisão: Carlos Garcia

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica

Banda: Melyra

EP: Catch Me If You Can

Ano: 2015

Estilo: Heavy Metal Tradicional

Gravadora: Independente

Assessoria: Ms Metal Agency

Formação:

Mariana Figueiredo (Vocal)