Jovens, mas
experientes e porque não
audaciosos. Isso resume um pouco a pequena trajetória do Sympherium até
o momento atual, onde lançaram
em 2015 o Debut “Philosophy
Of Symmetry”, que traz uma
sonoridade calcada no Metal Extremo regado a sinfonias e partes épicas, e também com um tema lírico
próprio. Para explicar um pouco sobre essas
ideias falamos com o vocalista Adi França
e os guitarristas Felipe Headley e Luiz Eduardo Viana.
Onde ambos
explicam este conceito lírico
próprio, a sonoridade criada em volta do
Metal Extremo e muito mais!
Road to
Metal: O Sympherium está
na ativa desde 2011, como foi o processo criativo até chegar na sonoridade atual?
Adi França: Começamos, na verdade, com a ideia
de colocarmos finalmente em execução um
estilo de música agressivo e com uso de
simulações sinfônicas que outrora tivemos a pretensão de tocar, mas que por falta de músicos e estrutura devida tivemos de
esquecer a ideia. Anos depois, mais experientes e com melhores recursos,
decidimos retomar a ideia. Fomos a procura de músicos e em pouco tempo estávamos com a formação
definida. Como todos os músicos
envolvidos já tinham um longo histórico com diversos projetos musicais,
acreditamos que isso facilitou o entrosamento e ajudou na construção dessa sonoridade do primeiro
trabalho.
RtM: Com
esse amadurecimento musical vocês
lançaram em 2015 o Debut “Philosophy Of Symmetry”, que apresenta uma sonoridade mais sinfônica. Como foi este caminho?
Adi França: Como disse anteriormente, já tínhamos a ideia de tocar um estilo de
música que simplesmente
mesclasse metal extremo e sinfonia, desde os tempos em que o black metal sinfônico começou a ficar em alta por aqui. Porém não víamos a
possibilidade de realizar isso naquela época.
Quando isso se tornou possível, não pensamos duas vezes. E parte dos
integrantes sempre apreciou a Música
Clássica também, então os elementos sinfônicos
jamais poderiam ser dispensados. Do mesmo modo, também, que sempre fomos atentos a não abusar dos recursos de simulação orquestral, pois trata-se de metal.
RtM: O Metal
Extremo na Paraíba
sempre teve muita força,
porem para o lado mais old school. Como está a receptividade do disco na cidade? E em um modo geral, como
vocês enxergam os elogios sobre o trabalho
Brasil a fora?
Felipe Headley: Em nossa
cidade o disco não teve
muita força, pois o público daqui não curte muito nosso estilo, os quais
preferem mais o lado old school (Death/Thrash). Porém, fora da cena local fomos pegos de
surpresa, começando
pela resenha feita pelo Leandro Vianna do Blog “A Música
Continua a Mesma”
falando muito bem do nosso CD, logo após veio
outra resenha do Marcos Garcia “Big
Daddy” para o blog Metal Sansara e
depois o mesmo fez outra resenha para site gringo Metal Temple. Muitas pessoas
de fora do país
curtiram nossa página e
comentaram nosso clipe nos elogiando muito. E de fato nos deu muita satisfação em saber que nosso trabalho
estava sendo apreciado por muitos headbangers mundo a fora.
RtM: Um
ponto que chama bastante atenção
em “Philosophy Of Symmetry” são as letras. Poderia nos falar um pouco sobre o conceito lírico e quais inspirações tiveram?
Adi França: Eu
e Felipe queríamos um projeto
com a sonoridade de um black metal sinfônico/melódico, porém queríamos fugir a todo custo desses temas já muito explorados ou muitas vezes até grotescos, como paganismo,
satanismo, ocultismo, misantropia, e por aí vai. Queríamos um tema lírico que casasse com a sonoridade agressiva, sinfônica e épica. Foi então que Felipe veio com a ideia de
um conteúdo do qual fosse
exclusivamente nosso, uma espécie de filosofia única e de nome próprio. A partir daí, como um brainstorming, fomos
construindo a coisa toda. Mais tarde vim com a ideia de um nome para essa
filosofia que envolvesse todos esses pensamentos e sonoridade, então me ocorreu de unir “imperium” e “synphonia” do
latim com “symmetrikós” do grego, servindo de etimologia para “Sympherium”. E assim batizamos a banda. Com
base nessas ideias iniciais fui escrevendo e amadurecendo algo sobre essa
filosofia, que se trata basicamente de um pensamento que tem como objetivo a
busca por aquilo o que poderia estar mais próximo da perfeição; o
equilíbrio e a grandeza de todas
as coisas. Por esse motivo a escolha da palavra “simetria”, por
remeter à beleza, ao equilíbrio e à harmonia. Mas não se deve confundir em nada com a vaidade,
pois trata-se primordialmente do mental e do espiritual, do interno ao externo.
Para o desenvolvimento desse pensamento, não tive
inspirações em alguma filosofia ou filósofo específicos. Há um pouco de tudo, de antigas
filosofias e filósofos
ocidentais a orientais, e grande parte do conteúdo lírico foi
resultado de observações e
reflexões próprias.
RtM: O Heavy
Metal no Brasil em termos de público
vai de mal a pior, shows vazios, desinteresse grande por materiais físicos e por aí vai... O que vocês
acham que poderiam solucionar esses problemas?
Luiz Eduardo Viana: Pois bem, essa
crise ainda irá durar por muito
tempo, acredito. A única solução é continuar o trabalho procurando manter
um investimento constante e moderado nos trabalhos. Por mais que acreditemos
que essa maré vá durar, mesmo assim precisaremos
nos manter prontos para o que vier. Um dos motivos de nosso lançamento ter sido inicialmente
digital é devido ao
desinteresse pelos materiais físicos. Contudo, devida a recepção, vimos necessidade da prensagem
de nosso álbum (que saíra em breve). Em relação aos shows, podemos dizer que
estamos bem “parados”, pois a nossa preocupação atual é a da conclusão das composições para um próximo disco. De qualquer forma,
estamos preparados para qualquer oportunidade de palco que venha a surgir.
RtM: Ainda
sobre o lançamento de “Philosophy Of Symmetry”, ele está disponível
em formato digital até
o momento, com um material tão
relevante porque decidiram disponibilizar o mesmo para download gratuito? Ele
será lançado em formato físico?
Luiz Eduardo Viana: Então, passamos por inúmeras situações, as quais atrasaram o lançamento do nosso álbum. Decidimos, inicialmente, lançá-lo de forma digital e gratuita
como uma forma de retribuir a cena underground pela paciência, incentivo e confiança que nos foram depositados. De toda
forma, estaremos lançando,
pela Eternal Hatred, o álbum
em formato físico em breve.
RtM: E sobre
shows, como anda a agenda do Sympherium? Pois como são um sexteto a proposta para show tem que ser no mínimo boa.
Felipe Headley: Por
enquanto estamos agendando alguns shows, enquanto aguardamos o CD físico ficar pronto e assim começarmos a turnê de divulgação do “Philosophy Of Symmetry” pelo
Brasil.
RtM: Agradeço pela atenção e deixo o espaço
final a vocês.
Sympherium: Ficamos
imensamente agradecidos pelo espaço, por
podermos falar mais sobre o Sympherium, uma banda que está lutando na cena underground
nacional. Digo também que
foi uma honra o contato e poder participar. Gostaria, em nome da banda, de deixar nítido o quão esses momentos são importantes para a cena do metal
nacional, o quão é importante disseminar a música autoral, fortalece e mantém vivo o trabalho. Agradecimentos a todos os nossos amigos, os quais nos
ajudaram e sempre nos colocaram para frente. Stay in Symmetry.
Entrevista por: Renato Sanson
Acesse e conheça mais a banda:
Assista o videoclipe de “The Last Civilization” agora mesmo: https://www.youtube.com/watch?v=tC96YUZ7ybA
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