Desta nova safra de grupos que fazem uma sonoridade totalmente inspirada pelos grupos "setentistas", os norte americanos do Scorpion Child é uma das que mais apresentam qualidade e honestidade no que fazem, pois geralmente quando um estilo está mais em voga, surgem algumas dezenas de "aproveitadores", e cabe ao público saber selecionar.
Praticamente uma resposta às bandas europeias do estilo, principalmente as vindas da Suécia, os norte americanos estão na estrada desde 2006, e lançaram este primeiro full-lenght pela Nuclear Blast, em 2013, e agora disponibilizado aqui pela Shinigami Records (já estão no segundo álbum, "Acid Roulette", lançado em junho deste ano).
Confesso que pela quantidade de grupos que surgiram fazendo esse som mais "setentista", seja numa linha mais Stoner, ou Classic Rock, eu não havia prestado a devida atenção a esta banda, e surpreendeu-me positivamente. Com uma linha mais próxima a sonoridade do Led Zeppelin, a qual acredito ser a melhor referência a fazer a respeito do som do Scorpion Child, além de alguns grupos como Kingdom Come, The Black Crowes e Bad Lands. Vale ressaltar a excelente produção, a cargo do indicado ao grammy Chris "Frenchie" Smith, guitarrista do Young Heart Attack, e que trabalhou com nomes como Slayer, Steve Hackett, The Darkness, The Dead Love e The Answer.
Com levadas bluesy, Hard, Classic Rock e Psicodelismo, esses americanos de Austin, Texas, liderados pelo vocalista e fundador Aryn Jonathan Black, e sua voz perfeita para o estilo, empolga e convence com sua proposta, que apesar de já sofrer várias mudanças de line-up, segue firme e soa bem autêntica.
O som "vintage" vitaminado pelos recursos atuais, possui bastante punch, não soando "plástico", e o grupo desce a mão legal, com sua mistura Hard/Classic Rock e maliciosamente bluesy. A abertura "Kings Highway" escancara aquele ar "Zeppeliniano", em uma levada mais cadenciada e com bastante groove e algo de psicodélico; "Polygon Eyes" inicia elétrica, com riffs carregados de flanger, com uma pegada e peso que beira o Metal. Outras que destilam essa aura "Zeppeliniana" são "Liquor" e "Red Blood" (The River Flows), destaques do álbum, ao lado das duas que o abrem.
O grupo passeia com propriedade por essa sonoridade "vintage", sempre com muito feeling, punch e melodia, além de não economizar em "porradas" mais diretas, como "Paradigm", faixas que trazem muitas nuances Blues e Psicodélicas, como na faixa "Salvation Slave", e seus temas viajantes na guitarra, e também baladonas com essa veia bluesy, como a já citada "Red Blood" e a ótima "Antioch", mais um dos destaques em um álbum de excelente nível.
Música nova com a pegada e a alma dos 70's, o Scorpion Child o faz com propriedade e autenticidade, em canções cativantes e carregadas de feeling. Sem dúvidas um dos melhores nomes dentre essa nova safra de grupos que seguem essa pegada "vintage", além de ser provavelmente uma ótima banda pra se ver ao vivo.
Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica:
Banda: Scorpion Child
Álbum: Scorpion Child
País: EUA
Estilo: Hard/Classic Rock
Produção: Chris "Frenchie" Smith
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records
Site Oficial
Track List:
1. Kings Highway
2. Polygon Of Eyes
3. The Secret Spot
4. Salvation Slave
5. Liquor
6. Antioch
7. In The Arms Of
Ecstasy
8. Paradigm
9. Red Blood (The
River Flows)
Faixa Escondida
10.Keep Goin'
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