O Heavy Metal
sempre permitiu que houvesse dobras e diversificações na criação de sua música, e também no direcionamento de alguma banda, e ver isso diante de uma banda que expressa agressividade e "azedume", colocando o Thrash Metal como exemplo, é algo que nem todas as bandas
(não desmerecendo ninguém) conseguem equilibrar, mantendo as coisas diretas, mas dosando momentos técnicos no meio de tanto peso. Vindo de
Bagé (RS), o Machinaria coloca toda essa aptidão em seu primeiro álbum, “Sacred
Revolutions/Profane Revelations”.
A inspiração
pelo Thrash Metal, claro, é clara de cima abaixo, mas não espere coisas que
trilham a velocidade e a porradaria, pois os gaúchos explicitam Heavy
Metal tradicional e Progessive Metal dentro do seu Thrash abrasivo e arrojado,
deixando a musicalidade do grupo refinada com melodia e técnica bem encaixadas.
O disco, na certa, vai dominar a audição dos que são devotados por Pantera e
Metallica, principalmente no disco ”And Justice For All...” (1988), no qual podemos sentir forte inspiração.
A produção ficou a cargo da própria banda, sendo que a mixagem e a masterização foram feitas
por Bruno Dachi (baterista). Em consequência disso, a sonoridade gradua
andamentos grudentos e latejantes, reforçando as timbragens de guitarra e
levadas de bateria, que são executadas deleitavelmente. A questão da arte, elaborada por Luciano
Ferraz, alude, de forma explicita, o conceito passado no disco, que retrata
sobre o período da Idade Média nas letras.
Dinamismo e domínio
são abundantes, pois o grupo consegue ter domínio e criatividade nos seus
arranjos, permeando momentos de pura hostilidade, complementados pela sabedoria
técnica e pela ascensão musical que o grupo demonstrou.
De cara, começo
a apontar a faixa de abertura, “Iconoclast”, que nivela velocidade e cadencia
nos riffs de guitarra, que engrandece com bons solos; “Scapegot” é destacada
pela rispidez e da empolgação do grupo, havendo momentos de pura energia e
agressividade (os vocais azedos a lá Phil Anselmo e os rapidíssimos andamentos
de bateria são a prova disso); “Act Of Justice” vem ainda mais carregada, que
já chega impactando pelo peso vindo das partes rítmicas, tendo nuances e
andamentos diferentes, que ora lembram “Ace Of Spades”, do Motörhead.
Em“Holy Office”
e a faixa título, “Sacred Revolutions/Profane Revelations” (essa com bastante
influência de Alice In Chains), a banda deposita melodia e graciosidade sem se abster do peso e da agressividade; “Burning My Soul”, que no disco está como
faixa bônus, apresenta riffs abrasivos e solos bem encaixados, além de um
refrão bem assimilante.
O disco é muito bom e merece ser ouvindo com atenção, mas ainda há espaço para evolução, que com certeza veremos, pois potencial não falta. E Sacred Revolutions/Profane Revelations” é apenas o começo de tudo.
Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Divulgação
Revisão/Edição: Renato Sanson/Carlos Garcia
Ficha Técnica
Banda: Machinaria
Álbum: Sacred Revolutions/Profane Revelations
Ano: 2014
Estilo: Thrash Metal
Gravadora: Ms Metal Records/Voice Music
Assessoria de Imprensa: Ms Metal Agency
Formação
Luciano Ferraz
(Vocal)
Matheus Leal (Guitarras)
Alan Quintana (Guitarras)
Antônio Munhoz (Baixo)
Bruno Dachi (Bateria)
Track-List
01. Iconoclast
02. Scapegoat
03. Act of Justice
04. Holy Office
05. Pictures of the Dark
06. Sacred Revolutions/Profane Revelations
07. New Eyes, Old Lies
08. Shallow Grave
09. Burning My Soul
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