O estrondoso
sucesso do grupo, que vinha de álbuns multi-platinados, despertou a ideia da
gravadora Casablanca de lançar simultaneamente quatro álbuns solos dos
mascarados, em setembro de 1978, partindo do princípio que os quatro discos
alcançariam o sucesso e a vendagem dos álbuns regulares, como o então recente
mega sucesso “Love Gun”, e aí colocou no mercado 4 milhões de cópias, e
estima-se que a metade acabou sendo devolvida aos depósitos da gravadora.
Pareceu uma boa ideia, mas ao invés de todos os compradores adquirirem também os 4 solos, muitos preferiram adquirir apenas o seu preferido. Estima-se também que a falta de hits mais poderosos não alavancou a venda, sendo que apenas Ace Frehley teve, com versão de “New York Groove”, do grupo Glam inglês Hello, um single bem colocado e que permaneceu um tempo no top 20 dos charts, e o álbum de Gene, que até chegou a figurar entre os 22 mais vendidos, mas despencou rapidamente.
Pareceu uma boa ideia, mas ao invés de todos os compradores adquirirem também os 4 solos, muitos preferiram adquirir apenas o seu preferido. Estima-se também que a falta de hits mais poderosos não alavancou a venda, sendo que apenas Ace Frehley teve, com versão de “New York Groove”, do grupo Glam inglês Hello, um single bem colocado e que permaneceu um tempo no top 20 dos charts, e o álbum de Gene, que até chegou a figurar entre os 22 mais vendidos, mas despencou rapidamente.
Fato é que tudo
relacionando a banda vira notícia, e sempre é motivo de muitas conversas e
discussões, e assim como outros álbuns do grupo, os solos, que já são quase "quarentões", também seguem rendendo
bons debates, e certamente, muita gente seguiu adquirindo os discos depois,
completando sua coleção, e até novas edições e boxes foram lançados.
Abaixo, segue um
texto cedido por um “Kissmaníaco”, músico conhecido na cena Metal da Alemanha e
Europa, atualmente baterista do Manilla Road e Roxxcalibur, Andreas Neudi
Neuderth, o qual também é jornalista, e sempre com textos inteligentes, informativos e
divertidos, nos traz ótimos momentos de leitura, então é uma honra para nós do
Road tê-lo aqui, e esperamos ter mais vezes. Confira a seguir o que Neudi
falou sobre os quatro álbuns solo, elegendo os seus preferidos!
Carlos Garcia
Sem dúvida, os
quatro álbuns solo do KISS foram uma “overdose” de KISS para os seus fãs, e a ideia
de lançá-los até foi inteligente, e fico imaginando porque houve, na época,
tantas devoluções pelas lojas de discos.
A qualidade de cada álbum foi
discutida várias vezes, inclusive aqui no Facebook. E há um livro lançado ("Gene,
Ace, Peter & Paul: A detailed exploration of the 1978 KISS solo
albums"), lidando apenas com os álbuns solo, incluindo entrevistas com
pessoas que estiveram envolvidas. Eu amo isso, e eu li o livro todo em um dia.
Então achei legal falar sobre o meu Top 4 agora, em ordem de preferência:
Número 1: ACE FREHLEY
Ace Frehley, o
cara que salvou "Dynasty" de ser um "desastre pop" com suas
três canções (incluindo o cover do Rolling Stones é claro, “2.000 Man”), fez o
álbum que mais ouvi, porque não é apenas o meu favorito dos quatro, ele também
contém grandes canções - com exceção da
versão do Hello, "New York Groove".
Eu nunca gostei dessa música com aquela batida primitiva horrível de bateria e
palmas, mas pelo menos rendeu um único hit para Ace/KISS (N. do R.: foi a
canção dos 4 álbuns solo, que melhor colocação teve nos charts). Outro
argumento é que eu realmente gosto do baterista que tocou no disco, Anton Fig,
mesmo que ele tenha dobrado muitas partes neste álbum (também em
"Unmasked" aqui e ali), algo que eu normalmente não gosto muito.
Neste caso, eu fiquei feliz quando eu finalmente percebi isso, porque os arranjos
de bateria em "Rip It Out" (especialmente a última antes da canção seguir
com o solo de guitarra) me deixaram louco por muitos anos!! "Rip It
Out" é a abertura perfeita, e, em seguida, fechando o álbum, a grande
instrumental "Fractured Mirror" é brilhante. As trocas de ritmo em "Wiped Out" são quase progressivas,
pelo menos partindo de algo que vêm da família KISS . E eu poderia viver sem
"What’s On Your Mind", embora
eu ache que é uma música ok.
Número 2: GENE SIMMONS
Ok, isso pode
ser uma surpresa agora, e houve momentos em que eu o teria classificado como
meu número 1. Este álbum caro (em relação ao trabalho de estúdio e os famosos
convidados) começa com uma intro maligna!! Mas, em seguida, se transforma em um bom
rock'n'roll ("Radioactive").
A
primeira vez que ouvi, ainda garoto, eu esperava algo selvagem após essa
introdução (que me assustou um pouco ...). Claro que a última música, "When
You Wish Upon A Star", é mais do que horrível !!!! É a maior besteira,
nunca deveria estar em qualquer álbum do Kiss. Mas eu realmente amo o resto do
LP. Eu sempre gostei de backing vocals femininos no Rock ou Metal, e é triste
que nós não tivemos isso mais vezes. Como
o Riot, em "Angel Eyes" ou Deep Purple, quando eles estavam em turnê
Austrália depois de Steve Morse se juntou à banda (Eu tenho um boxset bootleg
com seis shows).
Gene simplesmente escreveu boas canções e até mesmo a coisas
meio bobas, como na letra de “Living in Sin”: “I’m living sin in the holiday
Inn Day” ... WTF ??, me fazem sorrir e
eu gosto disso. Por muitos anos eu odiei esse álbum, mas as coisas mudaram
muito!
Mesmo em álbuns regulares
do Kiss, eu amava as composições de Ace e Gene muito mais. Peter fez
algumas coisas legais também. Eu acho que as canções de Paul são "mais KISS"
para a maioria dos fãs, e eu diria que este solo soa "mais KISS"
também. Eu amo a música de abertura, "Tonight You Belong To Me", mas
eu preciso pular "Move On" depois disso ... E é isso que acontece
durante a coisa toda.
Eu gosto de uma música e não gosto da próxima. A melhor
música para mim é "Take Me Away" ("Together As One", que é muito
Zeppelin e tem Carmine Appice na bateria, que entrega algumas grandes coisas
nos últimos dois ou três minutos. Mas, em geral eu acho que a bateria não está
em um volume alto o suficiente durante todo o álbum.
Número 4: PETER CRISS
Nenhuma surpresa
aqui eu acho ... Este Rock Country e R'n'B meio bobinho mostrou porque Criss nunca
foi muito feliz no KISS mais Hard Rock: Sua voz é ótima e as canções não são
ruins para esse tipo de música, mas não poderia estar mais longe do KISS, do Hard Rock ou mesmo do Rock. Ouvi muitas
vezes para ver se eu ia gostar um dia, mas ... nenhuma chance. Eu acho que mais
de 35 anos é tempo suficiente para este teste.
É muito
interessante que a ordem de preferência foi mudando ao longo dos anos, e faz um bom
tempo que já conheço esses álbuns. Mas Peter sempre foi meu número 4 com
certeza, durante todos estes anos. Imagine se todas as canções dos solos
fossem demos para um álbum regular do Kiss, entre “Love Gun” e “Dynasty”, quais
10 canções desses quatro você escolheria?
Texto: Andreas “Neudi”
Neuderth (Neudi, fã e colecionador de Kiss, além de NWOBHM e Metal Clássico, é
conhecido por seu trabalho em publicações programas de Rock e Metal, como Rock
Hard e Street Clip, além de trabalhar com mixagem e produção, é baterista
atualmente do Roxxcalibur e Manilla Road, tendo passado por diversas bandas
como Masters of Disguise, Trance e Savage Grace)
Leitura Recomendada:
"And
Party Every Day" by Larry Harris”
"Gene,
Ace, Peter & Paul: A detailed exploration of the 1978 KISS solo
albums"
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