O MY DYING BRIDE é uma daquelas bandas que possui uma forma bem própria de fazer música, sempre tendo como força motriz a mente criativa do seu mentor, Aaron Stainthorpe, convidando ao ouvinte a uma viagem, no mínimo interessante, com sua sonoridade densa, pesada, em sua maior parte lenta e "arrastada", de melodias melancólicas, belas, porém capazes de reações diversas, como angústia e introspecção.
De um passado onde a sua música era mais extrema, com maior predominância de vocais guturais, sendo um dos pioneiros do Death/Doom, passando por muitas trocas de formação, fases diferentes, inclusive se enveredando pela Electronic/Avantgarde music (quem lembra daquela álbum com título esquisito "1999's 34,788%"?), mas o peso e elementos do seu início, foram retornando, e as experiências mostraram que era uma banda ousada, foram ficando mais técnicos, lapidando essa identidade, mas mesmo com mais melodia e vocais mais limpos, o peso e densidade dos opus musicais melancólicos, por vezes longos, e complexos do My Dying Bride permanecem como características fortes.
Álbuns de bandas tão peculiares e complexas como o MY DYING BRIDE sempre são um exercício interessante, que requer audições cuidadosas, e que pode causar estranheza aos ouvidos que terão um primeiro contato com a música dos ingleses. Em "Feel the Mysery", que marca o retorno do guitarrista Calvin Robertshaw, a banda segue por um caminho que já vem sendo mais tradicional em seus últimos trabalhos, e é esta sonoridade que traduz melhor a identidade do grupo, talvez até mais direta com relação aos arranjos de teclados e violinos, o certo é que é um grande trabalho, um dos mais consistentes dos mais recentes.
Possui grandes momentos, como a abertura "And My Father Left Forever", bem dinâmica, em um andamento mais enérgico, riffs em palm-mute, peso descomunal, variações mais arrastadas, que ganham um toque mais melancólico com os violinos, destacando o trabalho muito bom nas guitarras. Grande abertura!
"To Shiver in Empty Halls" transborda peso, com os vocais mais urrados, e mantendo o magnífico trabalhos nas guitarras; "A Cold New Curse" as guitarras mais uma vez se destacam, apoiadas pelo muro sólido da cozinha. Uma faixa que alterna partes extremamente pesadas, com trechos quase etéreos e reflexivos.
"Feel the Misery", A faixa título chega grandiosa, estilo trilha sonora de um filme dramático, acho que é essa palavra que eu procurava: "dramaticidade". Algo explícito nesta faixa; "A Thorn of Wisdom" traz uma brisa de calmaria, onde linhas de teclado melancólicas e baixo e bateria fazem a cama para os vocais amargurados de Stainthorpe;
"I Celebrate Your Skin" tem um peso descomunal, andamento arrastado, que você se sente como se estivesse carregando uma pesada cruz; "I Almost Loved You" é um opus de belas e profundas melodias melancólicas, liderada pelos teclados; "Within a Sleeping Forest", fecha o álbum de forma grandiosa, sendo, ao lado da "And my Father...", as melhores do álbum. Belas melodias das guitarras e violinos, climática, grave e arrastada, com momentos de peso absurdo, destacando o trabalho da batera e baixo. Gloomy Doom de qualidade.
"To Shiver in Empty Halls" transborda peso, com os vocais mais urrados, e mantendo o magnífico trabalhos nas guitarras; "A Cold New Curse" as guitarras mais uma vez se destacam, apoiadas pelo muro sólido da cozinha. Uma faixa que alterna partes extremamente pesadas, com trechos quase etéreos e reflexivos.
"Feel the Misery", A faixa título chega grandiosa, estilo trilha sonora de um filme dramático, acho que é essa palavra que eu procurava: "dramaticidade". Algo explícito nesta faixa; "A Thorn of Wisdom" traz uma brisa de calmaria, onde linhas de teclado melancólicas e baixo e bateria fazem a cama para os vocais amargurados de Stainthorpe;
"I Celebrate Your Skin" tem um peso descomunal, andamento arrastado, que você se sente como se estivesse carregando uma pesada cruz; "I Almost Loved You" é um opus de belas e profundas melodias melancólicas, liderada pelos teclados; "Within a Sleeping Forest", fecha o álbum de forma grandiosa, sendo, ao lado da "And my Father...", as melhores do álbum. Belas melodias das guitarras e violinos, climática, grave e arrastada, com momentos de peso absurdo, destacando o trabalho da batera e baixo. Gloomy Doom de qualidade.
Cada faixa tem suas peculiaridades e muitos detalhes, um álbum para ser apreciado com muita calma, a fim de degustar cada momento que a música bela, pesada, melancólica e por vezes complexa, que o My Dying Bride produz. Um grande álbum com certeza, os fãs da banda e do estilo nada terão a reclamar.
Detalhe para os agradecimentos da banda no encarte, onde Aaron Stainthorpe escreve: "Gostaria de dizer olá e obrigado a ninguém." Aí até desconfio o porque da música melancólica e amargurada de sua banda soar tão verdadeira.
Texto/Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: My Dying Bride
Álbum: "Feel the Misery"
País: Inglaterra
Estilo: Doom Metal
Engenheiro de som: Dan Mullins (também gravou bateria e percussão)
Selo: Peaceville/Shinigami Records
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Line-Up:
Aaron Stainthorpe: Vocais e Guitarra
Calvin Robertshaw: Guitarra
Lena Abe: Baixo
Shawn Macgowan: Violino e Teclados
Andrew Craighan: Guitarra
Track List:
And My Father Left Forever
To Shiver in Empty Halls
A Cold New Curse
Feel the Misery
A Thorn of Wisdom
I Celebrate Your Skin
I Almost Loved You
Within a Sleeping Forest
Canais Oficiais:
Site
Youtube
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