Andre Matos, Supla,
Krisiun, Malta, Claustrofobia, Kiara Rocks, Oitão, Sioux 66, Pomparça, Trayce e Screams Of Fate
O mês de setembro foi movimentando de grandes shows pelo
Rock In Rio e na São Paulo Trip, realizado no Alianz Parque. Sem perder o ritmo
da coisa, só que mais diferente, o mês de outubro iniciou pesado com mais uma
edição do Rock Na Praça, mantendo a tradição, desde 2015, de promover shows de
grandes nomes do Rock/Heavy Metal nacional em caráter gratuito e ao ar livre, marcando
a sua 5º edição de grandes renovações perceptíveis e elevadas.
Pra edição desse ano, o idealizador Fabricio Ravelli e o
vocalista Marcello Pompeu (Korzus) resolveram ampliar o conceito do evento
tanto na parte de produção e do casting de bandas participantes, que nas
edições anteriores, eram concentradas apenas 4 bandas num só palco. Mas esse
número cresceu, trazendo 11 bandas reunidas em 2 palcos, novamente realizado no Vale do Anhangabaú e apontando um feito inédito ali pelas redondezas, já que
nem a Fifa Fan Fest, na Copa Mundo de 2014, conseguiu impor tal logística.
O mais interessante nessa tentativa é a união de grupos
de diferentes estilos, o que nos leva a ter respeito com os diversos gostos
musicais. E a seleção de bandas partia de nomes do underground até o mais
‘main-stream’, podendo conferir de tudo e pouco em apresentações que duravam em
torno de 1h30. E pra quem esteve presente, não teve do que reclamar, sabendo
lidar com as diferenças de um e de outro numa civilidade orgânica, fator que
sempre chama atenção em se tratando de Rock Na Praça.
Screams of Fate |
Agraciados por um favorável e sem qualquer ameaça de chuva, Fabricio deu a largada
na festa às 13h55, chamando ao palco os caras do Screams Of Fate, sendo a
surpresa do dia. Formado por Clayton Bartalo (vocal), Alexandre Bovo
(guitarra), Vicente Moreno (baixo e vocal) e Marcelo Toselli (bateria), o
quarteto, de Guarulhos, agradou o publico (que já era grande) através de groove
e peso, onde o repertório foi baseado no mais recente trabalho, “Neorganic”
(2016), com as faixas “Evil” e “Spilling Hate”. “Depression”, do EP “Corrupted”,
animou todos, contando com a participação do vocalista Marcelo Carvalho
(ex-Trayce).
Pulando rapidamente para o palco Anhangabaú, Glauber
Barreto, vocalista e guitarrista do Válvera, anunciou a próxima atração do dia:
o Trayce, vencedora da seletiva que o evento organizou para as bandas terem
oportunidade de tocar no dia, subindo ao palco às 14h25. A apresentação pecou
um pouco pela baixa qualidade de som, mas que não comprometeu no aspecto
intenso e vigoroso, destacando as faixas “Réus”, “Corpo Fechado” e “Domadores”.
O mais legal foi ver o quarteto vestido com as camisetas das bandas que
participaram da seletiva, atitude bastante respeitosa por parte da banda.
Trayce |
Novamente ao palco Rocks, chegou à vez da exclusividade
do festival entrar em cena, às 14h50. O Pomparças, formado por conhecidos nomes
da cena, entre eles Marcello Pompeu (vocal, Korzus), Heros Trench (guitarra,
Korzus), Marcelo Soldado (guitarra, Coração de Heroi, ex-Korzus), Fabio Romero
(baixo, Threat) e Henrique Pucci (bateria, ex-Project46), desfilaram clássicos
do Rock e Heavy Metal que balançaram todo o Vale do Anhangabaú, indo de “HighwayToHell”
(AC/DC), “War Machine” (Kiss), “Orgasmatron” (Motörhead, participação de Milena
Monaco, Sinaya) e de hits do Slayer, como “South Of Heaven” e “Raining Blood”.
Pomparças |
O Thrash Metal deu lugar para o Hard Rock, e quem teve a
missão de cumprir esse dever foi do Sioux 66, às 15h20, no palco Anhangabaú.
Recebendo a benção de Victor Guilherme (Mattilha), o quinteto, montado por Igor
Godoi (vocal), Mika Jaxx e Bento Mello (guitarras), Fabio Bonnies (baixo) e
Gabriel Haddad (bateria) se mostraram estáveis e convictos, cativando quaisquer
tipos de fãs de Hard Rock ali presentes, evidenciando às memoráveis “Porcos”,
“O Calibre” (releitura do Os Paralamas do Sucesso) e “Outro Lado”.
Sioux 66 |
Chegando à metade do casting, às 15h55, Vini Castellari
(Project46) convocou o pessoal do Oitão, sucedido por uma das apresentações
mais quentes da tarde, lançando o foda-se em tudo com músicas de puro protesto
e revolta contra o governo. E Henrique Fogaça (vocal, conhecido também por ser "chef" e da comissão de jurados do programa MasterChef Brasil), Ciero (guitarra), Ed
Chavez (baixo) e Marcelo BA (bateria) não deixou fúria e raiva em falta com os
resquícios de Thrash Metal, Crossover e Hardcore, salientando a paulada “Tiro
na Rótula”, a violenta “Trevas” e a frenética “Chacina”, tendo a participação
de Marcão (ex-Lobotomia), ultimando dignamente com “Imagem da Besta” e “Podridão
Engravatada”.
Oitão |
Às 16h30, o Kiara Rocks reativou os falantes do palco
Anhangabaú, que ainda apresentava um som bem abaixo do esperado. Voltando de um
hiato que quase resultou no fim da banda, Cadu Pelegrini (vocal/guitarra),
Bruno Carmo (guitarra), Raul Barroso (baixo) e Junior Van Loon, demonstraram
uma aparição meio morna, mas sólida, demostrando uma volumosa carga em músicas
como “Marcas e Cicatrizes”, “Sinais Vitais” e “Não Vai Adiantar”, com Marcelo de
Carvalho roubando mais uma vez a cena, além do cover de “Ace Of Spaces”
(Motörhead).
Kiara Rocks |
Quase impossível de se locomover e mudar de lugar, o
Claustrofobia implantou uma peleja que arruinou as extremidades do palco Rocks,
colidindo todos os que estavam perto do outro palco para formar fustigas rodas.
E o trio, formado por Marcus D’Angelo (guitarra e vocal), Daniel Bonfogo
(baixo) e Caio D’Angelo (bateria) correspondeu com o calor do publico por
intermédio do ‘Metal Maloka’, jargão inventado pela banda, executando momentos
mais recentes da carreira como “Generalized Word Infection”, “Paulada” e “Pino
da Granada”, e ainda uma versão mais pesada de “Rapante”, dos Raimundos.
Claustrofobia |
Encarando qualquer tipo de ironia e superando os
obstáculos, o Malta entrou no palco no fim da tarde com um set de poucas
músicas próprias, apostando num repertório praticamente montado de covers do
Rock mundial e nacional, passando por “Highway To Hell” (AC/DC), “Killing In The
Name” (Rage Against The Machine), “In The End” (Linkin Park), “Até Quando
Esperar” (Plebe Rude) e “Que País é Esse?” (Legião Urbana), realçado das
exclusivas “Igual a Ninguém” e “Indestrutível”. Vencedora do reality show
global “Superstar”, o quarteto, que da formação original estão presentes Thor
Moraes (guitarra), Diego Lopes (baixo) e Adriano Daga (bateria), vem atravessando
uma nova fase, com Luana Camarah assumindo o posto de ‘front-woman’ da banda.
Malta |
Krisiun |
O Punk Rock fechou as atividades do palco Anhangabaú com
uma apresentação pra lá de festiva e animada, surpreendendo com a produção de
palco e do time coeso que vem acompanhando o Supla, que tem nomes conhecidos
como Bruno Luiz (guitarra, Command6, Storm Sons), Henrique Baboom (baixo,
Storm Sons) e Ed Avian (bateria, Tales From The Porn). O set foi recheado de
clássicos, tendo no repertório “Garota de Berlin”, “Green Hair (Japa Girl)” e
“O Charada Brasileiro”, além de releituras de “Imagine” (John Lennon) e “Pet
Sematary” (Ramones), destacando também a irrelevante “TripScene”, que fez parte
do projeto Psycho 69.
Tristemente, o fechamento do festival causou certa
decepção e deslizes, e Andre Matos, ao lado de Hugo Mariutti (guitarra), Bruno
Ladislau (baixo) e Rodrigo Silveira (bateria), encerrou a 5º edição do Rock Na
Praça com um show muito abaixo do esperado, vendo o vocalista não tão disposto
e fora da sua forma ideal de voz, além do som ruim, culminando com uma falha geral durante uma das músicas. Já que a parte técnica transgrediu de maneira
esdruxula, o set pelo menos era interessante, com clássicos do Angra, como “Nothing To Say” e “Lisbon”.
“Fairy Tale” e “Time Will Come”, relembrando a fase áurea do Shaman; “I Will
Return” e “Liberty”, salientando a fase solo do Andre, e “Inside” e “Sign Of The
Cross”, presentes na Opera Metal Avantasia, encerrando com a magistral
“Carry On”.
O Rock Na Praça vem se tornando obrigatoriedade no
calendário cultural e Rock In Roll de São Paulo, garantindo, pelo Fabricio
Ravelli, a 6º edição para o ano que vem. E em conversa com este redator, o
próprio revelou que o evento pode se espalhar em mais cidades paulistanas. Aguardemos
as surpresas para 2018...
Texto:
Gabriel
Arruda
Fotos:
Edu
Lawless / Dener Ariani
Um comentário:
Mais uma vez. Show de cobertura.
Parabéns Gabriel Arruda e toda equipe Da Road to Metal.
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