A rotina de ficar dentro do estúdio gravando um disco e fazer uma turnê como parte do trabalho lançado gera diferentes ações e reações. partindo desde o trabalho de composição, gravação e promoção e longas viagens, o fatídico cansaço pela longa estadia na estrada. É claro que o descanso para repor esses gastos é de total necessidade, mas quando o prazo é largamente estendido, surgem muitas especulações. Ms, finalmente, depois de 8 anos em hiato, o Dimmu Borgir estabelece sua volta com o tão aguardado novo disco, “Eonian”.
Tratando-se de um álbum inédito após longo tempo, a expectativa por “Eonian” é quase obsessiva, pois à distância dele entre o “Abrahadabra” é bastante assombrosa, e sondando todo contorno das músicas, percebemos que no novo álbum predominam dimensões mais diretas, e não tão técnico e polido quanto o antecessor, apresentando mais peso, agressividade e outros cursores – bases que fundem seu poder sinfônico com a crueza do Black Metal no mais perfeito equilíbrio.
Na parte de produção, o grupo demonstra uma sonoridade mais contemporânea, trabalhando ao lado do respeitado Jens Bogren pra dar o conselho final na engenhosidade da banda. E tudo aqui está sublime, zelando por todo o conjunto de elementos da sonoridade do grupo, os arranjos orquestra, melodia, coros e rispidez típica do estilo. A arte faz referência ao contexto das letras, que é baseado no conceito filosófico da ilusão do tempo.
É certeza que “Eonian” irá surpreender muitos, pois algo que a banda não abre mão, é de buscar evolução a cada trabalho, e na opinião deste autor, trata-se do álbum mais rico em questão de harmonia e melodia da banda, atingindo o ápice de criatividade e ousadia, onde a experiência de 25 anos conspirou a favor de Shagrath, Silenoz, Galder, Daray e Gerlioz, valendo a espera (de muitos anos) por esta maravilha vir à tona.
Certas canções nos remetem aos discos “Enthroned Darkness Triumphant” e “Spiritual Black Dimensions”, mas o ponto mais fértil aparece em “Interdimensional Summit”, que emana peso, ótimas melodias e grandes arranjos orquestrais e de corais, além do trabalho rítmico volumoso. A enérgica “ÆTheric” se mostra homogênea, intercalando timbres destrutivos e acessíveis nas guitarras. Traços atmosféricos aparecem na melódica e soturna “Council of Wolves and Snakes” (prestem atenção nos elementos percussivos), enquanto “Lightbringer” acata nuances obscuras e um peso absurdo vindo dos riffs. Os vibrantes corais e orquestras dão uma forte luz na carregada “I Am Sovereign”, seguindo as derradeiras etapas com a tirânica “Archaic Correspondence” e da harmoniosa “Alpha Aeon Omega”.
Grande retorno desta lenda do Metal norueguês, não restando dúvidas que “Eonian” estará presente, não só minha, mas na lista de melhores do ano de muita gente.
Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Dimmu Borgir
Álbum: Eonian
Ano: 2018
Estilo: Symphonic Black Metal
País: Noruega
Gravadora: Shinigami Records (Nac.) / Nuclear Blast (Imp.)
Formação
Shagrath (Vocal)
Silenoz (Guitarra)
Galder (Guitarra)
Daray (Bateria)
Gerlioz (Teclado)
Track-List
1. The Unveiling
2. Interdimensional Summit
3. ÆTheric
4. Counci of Wolves and Snakes
5. The Empyrean Phoenix
6. Lightbringer
7. I Am Sovereign
8. Archaic Correspondence
9. Alpha Aeon Omega
10. Rite of Passage
Contatos
Nenhum comentário:
Postar um comentário