terça-feira, 2 de abril de 2019

Mob Rules: Longevidade e Consistência no Power Metal



É interessante como os alemães do Mob Rules conseguiram manter uma sonoridade consistente, evoluindo, e apresentando bons trabalhos, muito bons para ser mais justo. Já são quase 25 anos de estrada, e muitos grupos do estilo encerraram as atividades, outros mudaram a sonoridade, e até o nome, alguns outros não conseguiram mais do que apenas criar álbuns medianos, mas Klaus Dirks e asseclas vêm mantendo uma regularidade, com momentos muito bons e ainda trazendo frescor às composições.

Com seu nono álbum, "Beast Reborn", o grupo segue surpreendendo, não deixando que sua música soe previsível ou repetitiva. Características que me agradaram, e acredito serem trunfos fortes da banda, são a capacidade de criar melodias marcantes, mesclando o Power Metal com Hard Rock e Metal tradicional. A estréia com "Savage Land" (1999) me agradou bastante, e o timbre de Dirks e a mescla desses elementos que citei, foram ganchos que me fisgaram imediatamente.

Em "Beast Reborn", as nuances do Heavy Metal tradicional e do Symphonic Metal preenchem a base Power/Melodic, e podemos colocar como referência elementos de nomes como Avantasia e Iron Maiden.


Em "Ghost of a Chance", por exemplo, que aparece logo em seguida a abertura instrumental, que leva o nome do título do álbum, é um excelente exemplo de Power Metal bem feito, com andamento veloz, belas melodias e refrão cativante, e com os elementos que remetem ao tradicional, como as guitarras dobradas. Dá vontade de acompanhar as melodias das guitarras, bem marcantes.

Nessa levada temos também "Children's Crusade", onde a NWOBHM aflora no som do Mob Rules. Muito legal! O álbum tem uma diversidade bem distribuída, o que também contribui para manter o interesse do ouvinte, "Shores Ahead", por exemplo, inicia com uma pegada mais agressiva, e traz arranjos sinfônicos, transitando também por andamentos mais suaves, e "Traveller in Time" é uma peça grandiosa, que une magistralmente aquela pegada "Iron Maiden" e NWOBHM ao Metal sinfônico.

Destaque ainda para "War of Currents", com mudanças de climas e andamentos, e com direito a final épico, além do interessante tema sobre a rivalidade entre Thomas Edison e Nikola Tesla e a sinfônica e cativante "The Explorer", que traz um refrão, ótimo por sinal, numa linha bem Avantasia.


Não se pode dizer que este ou aquele estilo está saturado, o que acontece é que algumas bandas, ou não possuem criatividade e talento suficientes, ou simplesmente perdem aquela vontade de criar e compor boas canções. O Mob Rules está na categoria dos que buscam se superar, possuem ainda o sangue correndo quente nas veias e a vontade de criar, entregando mais um belo álbum de Metal, com sonoridade cativante, carregado de melodia e que lhe entregará bons momentos. Ah sim, vale destacar a belíssima capa, feita pelo baterista da banda, Nikolas Fritz.

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Mob Rules
Álbum: "Beast Reborn"
País: Alemanha
Estilo: Power Metal
Produção: Mob Rules
Mixagem:  Markus Teske
Masterização: Jens Bogren
Selo: SPV/Shinigami Records


Line-up:
Klaus Dirks: Vocais
Sven Ludke: Guitarras
Sonke Janssen: Guitarras
Markus Brinkmann: Baixo
Jan Halfbrodt: Teclados
Nikolas Fritz: Bateria

Tracklist
1. Beast reborn
2. Ghost of a chance
3. Shores ahead
4. Sinister light
5. Traveller in time
6. Children’s crusade
7. War of currents
8. The explorer
9. Revenant of the sea
10. Way back home
11. My sobriety mind (For those who left)

       


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