quarta-feira, 14 de julho de 2021

Helloween: As Abóboras Uniram-se e Criaram Seu Melhor Álbum em Anos


Um dos discos mais esperados do ano. Depois de um período de lapso criativo, o novo fôlego que a banda buscava surgiu com a reunião com Kai Hansen e Michael Kiske para a tour Pumpkins United, para alegria dos fãs, que há muito esperavam algo do tipo. 

As tours foram sucesso absoluto, mas muitas questões com certeza pairavam na cabeça do fã e comunidade Metal.  Um novo álbum funcionaria? Será que não haveria uma guerra de egos e tudo se arruinaria? A ótima recepção dos fãs e sucesso da tour daria a energia necessária para criarem um trabalho de qualidade? Ou somente largariam um produto burocrático e simples caça-níqueis para aproveitar o sucesso das tours?

Bom, "Helloween" está aí, e nós não poderíamos deixar de fazer uma audição cuidadosa, e expressar nossa opinião em uma matéria especial, com a visão dos nossos editores Caco Garcia e Renato Sanson sobre o álbum. Confira a seguir:



"Helloween" - Resenha por Caco Garcia

Creio que "Helloween" é o melhor trabalho da banda em anos, e se não chega a um patamar próximo dos melhores momentos da banda em sua totalidade, o álbum traz vacilos, mas muitos mais pontos positivos, e com momentos memoráveis.

Era o mínimo a se esperar, e seria decepcionante se este novo disco do Helloween não fosse o melhor trabalho da banda em anos. Pessoalmente, "Dark Ride" foi o último álbum que gostei, os seguintes foram bem irregulares, e a banda sofreu com um lapso de criatividade.

Não vou falar muito dos "vacilos", que aparecem em alguns momentos em que pecam pelos excessos, algumas músicas ficando longas demais e poluídas, nem sempre funcionando bem a utilização das 3 guitarras e das 3 vozes.

Os pontos positivos se sobressaem, e tenho certeza que a grande maioria dos fãs aprovou o álbum, assim como a crítica em geral.

A começar pela belíssima capa, temos também vários dos elementos clássicos da sonoridade da banda, que aparecem nos refrãos, andamentos fast-tempo, temas longos e épicos - elementos daquela fase dos 3 primeiros discos - e que se mesclam com os melhores anos da era Deris e ainda algumas pitadas de novidades. 

A sonoridade do Helloween contemporâneo, digamos assim, que soa mais Hard, e com menos elementos da primeira fase, é o que se sobressai, e aí está o principal: nada soou datado ou forçado em minha opinião, com exceção da "Skyfall", que me pareceu que eles criaram uma faixa longa meio como obrigação de ter uma música épica de longa duração, tipo "Halloween" ou "Keeper of the Seven Keys".

Andi e Kiske funcionam muito bem nos duetos e se intercalando, sendo que por vezes, Kai também aparece, mas muito menos acionado que os outros dois. As 3 vozes, claro, dão muito brilho aos refrãos e coros.

O disco inicia com "Out for the Glory", naquele estilo veloz e cheia de melodias pegajosas, coros e solos de guitarra, típico Helloween, um bom início, mas as que mais se destacam em minha opinião são "Fear of the Fallen", com Andi nos vocais principais,  tem peso nos riffs e grandes melodias, mesclando trechos velozes e melodiosos; "Best Time", que já inicia com uma melodia marcante nas guitarras, flerta com o Hard e AOR, lembrando faixas naquele estilo "If I Could Fly" e até algo de Unisonic. Ótimas e pegajosas melodias, o refrão gruda de imediato.

"Mass Polution", que também tem essa pegada mais pesada, Helloween contemporâneo de riffs bem Hard; "Angels", que também traz essa pegada mais Hard, com ótima performance de Kiske, e alguns flertes com o prog.

Resumindo, não espere um novo clássico, ou um retorno a eras anteriores, mas sim um álbum com boas e ótimas músicas, a banda em sua melhor versão desde o início dos anos 2000, e traz o Helloween de volta a um patamar elevado. Que essa formação prossiga para mais álbuns!🎃



"Helloween" -  resenha por Renato Sanson

Após a fantástica “Pumpkins United Tour” muito se falou de um novo trabalho de estúdio com essa mega formação, já que o Helloween conseguiu uma proeza para poucos, unir três diferentes fases em uma mega tour deixando os fãs fervorosos e ansioso pelos próximos passos.

Eis então que nasce “Helloween” o 16° álbum dos alemãos carregado de expectativa. E não seria para menos, pois ter os três vocalistas da história da banda a sua disposição e mais o guitarrista original e responsável por clássicos memoráveis não é todo o dia, e essa sintonia se mostrou muito afiada ao vivo e o mesmo se transcendeu para o estúdio.

Poderia discorrer uma opinião bem “fanboy” sobre o álbum, já que sou muito fã dos germânicos, mas certamente vocês teriam nojo da matéria (risos), então não venho aqui tecer elogios exagerados ou até mesmo chamar o disco de clássico, mas após ouvi-lo por uma semana inteira e entender sua dinâmica, posso dizer que “Helloween” é um grande trabalho que uniu tempos diferentes, mas com certa homogeneidade, mas é latente as influências de Gamma Ray e Unisonic (porque será né?!).

O retorno de Kai Hansen as guitarras deu um novo gás aos solos e riffs criados, já fazia um certo tempo que o Helloween soava demasiadamente pesado, mas sem melodia e feeling, pouca coisa dos últimos lançamentos soam marcantes. E nesse quesito riffs e solos marcantes Kai é um especialista.

É claro que com o retorno de Kiske o mesmo seria o protagonista do álbum, e acaba fazendo sentido, pois para muitos a fase “Keepers...” é o auge das aboboras e também sua voz casa perfeitamente com o Power Metal simples e melodioso aqui apresentado. 

O dueto com Deris em algumas faixas soam na medida certa, e as composições individuais de cada um, casam com suas respectivas épocas, com um certo adendo, já que a influência do Unisonic é gritante em Kiske e se reflete em algumas composições. Kai participa cantando em algumas faixas, soa mais como um vocal de apoio, mas que traz mais dinâmica e variações.

Seria um clássico? Penso que não. É o melhor trabalho desde “The Dark Ride” (00)? Quem sabe. Só o tempo poderá responder, a única certeza que tenho é que “Helloween” é um ótimo disco de Power Metal e traz a junção de diversos momentos da banda em um formato coeso e natural.

Um adendo a se fazer é a bela capa criada pelo artista Eliran Kantor, enigmática e remetendo aos diversos momentos da banda. Trazendo muitos detalhes que interligam desde “Walls of Jericho” à “Keeper Of The Seven Keys – The Legacy”. Nos deixando curiosos e descobrindo novos elementos a cada observação.🎃

Textos: Caco Garcia e Renato Sanson
Edição: Caco Garcia

Banda: Helloween 
Álbum: "Helloween" 2021
País: Alemanha
Estilo: Heavy Metal, Power Metal
Produção: Charlie Bauerfeind/Dennis Ward
Selo: Nuclear Blast - Edição nacional Shinigami Records (Adquira Aqui)

Curiosidades sobre "Helloween", o álbum:

A base deste álbum começou a ser erguida em estúdio com o uso do kit de bateria original de Ingo Schwichtenberg e gravando com os mesmos moduladores do estúdio caseiro da banda em Hamburgo, onde foram gravados os clássicos "Master Of The Rings", "The Time Of The Oath" e "Better Than Raw". Completamente analógico, o álbum contou com o trabalho do grande produtor Charlie Bauerfeind e com a coprodução de Dennis Ward antes de ser enviado a Nova York para a mixagem final no Valhalla Studios de Ronald Prent, que já trabalhou com bandas como Iron Maiden, Def Leppard e Rammstein.


TRACKLIST

Out For The Glory
Fear Of The Fallen
Best Time.
Mass Pollution
Angels
Rise Without Chains
Indestructible
Robot King
Cyanide
Down In The Dumps
Orbit
Skyfall





Nenhum comentário: