Por: Renato Sanson
Juliana, impossível não começar esta entrevista sem te perguntar sobre sua saída da Crucifixion BR. O porquê da decisão?
Devido ao acidente com o Maxx
Guterres em novembro de 2022, eu decidi não ficar parada e começar uma banda do
zero, ao invés de seguir com o Crucifixion sem ele, pois não seria justo com
ele. Então foi uma ótima ocasião pra criar uma nova banda, e o Michel Turim,
que também estava no dia do acidente, pois ele também tocava com o Crucifixion
BR, topou na hora.
Ao meio disso, surgiu a Adverse.
Com uma sonoridade até mesmo mais moderna. Se distanciando do Black Metal. Foi
intencional?
Acredito que tem um pouco de
sonoridade Black sim, por alguns riffs puxados para o Blackened Death Metal,
porém a base do som é o Death Metal, com elementos progressivos, acredito que
as cordas soem diferente pela afinação que o Michel usa que é praticamente Mi
standard, ele faz drop de Ré na de 6 cordas, e drop de Lá na de 7 cordas. Vou
te dizer que é a primeira vez que eu toco numa banda de Death Metal em que a
afinação não é no mínimo um tom abaixo em todas as cordas.
Michel: Na verdade não houve o distanciamento do Black Metal, pois, o gênero está presente em quase todas as nossas músicas, o que mudou foi que, as músicas estão mais Death Metal com alguns trechos e elementos do progressivo.
Já faz mais de uma década que você se mudou para São Paulo. Como você enxerga ambas as cenas? Já que vivenciou e vivencia os dois lados.
Acredito que a cena em São Paulo continua viva, com suas dificuldades de sempre, e ainda é democrática, tem vários eventos para todos os estilos e gostos. Além de shows com as bandas grandes de fora, que alguns produtores têm misturado com bandas underground, acho isso muito válido. Já a cena do RS me parece estar bem mais fraca, pelo que vejo de longe, e por relatos de amigos.
Fora que na cena gaúcha, Porto
Alegre sempre houve muita concorrência e menos abertura para bandas vindas do
interior. Já em São Paulo eu percebo que existe uma abertura maior, um
acolhimento melhor das bandas de fora. Existe um sentimento maior de irmandade.
A Adverse tem previsão de
lançamento do Debut?
Por enquanto estamos
trabalhando na composição e estrutura das músicas restantes, então a meta é
terminar de compor o álbum em breve, e começar as gravações ainda em 2024, para
poder lançar o álbum em 2025.
Referente a shows, a demanda por
aí aumentou? Isso se referindo também ao seu tempo de Crucifixion BR.
Sim, a demanda aumentou no
tempo em que estive tocando com o Crucifixion BR aqui na região sudeste, nos
últimos anos estivemos com a LBN nos assessorando no booking. Já o Adverse
ainda está começando, acredito que quando tivermos o primeiro álbum lançado à
demanda aumentará.
Além de baterista, você também é
vocalista. Teremos alguma novidade nesta área?
Bom eu acabei de remontar uma banda cover de Nightwish aqui em São Paulo, sob o nome de Wishmaster. Haverá músicas de praticamente todas as fases, principalmente as clássicas com a Tarja, incluindo músicas do “Oceanborn”. Aqui na volta s demanda de bandas covers é grande, e como muita gente não me conhece como cantora, pretendo me divertir cantando, enquanto divulgo meu trabalho.
Temos uma ideia a longo prazo
de fazer uma tour tocando o “Oceanborn” na íntegra, o que acredito que seria
uma experiência inesquecível para muitos fãs. É engraçado, pois a última vez
que cantei em uma banda cover de Nightwish foi em 2005, pouco antes da Tarja
sair.
Até conheci o empresário deles e cantei pra ele na frente do Live’n Louder; semanas depois a Tarja saiu e eu entrei em contato com ele, daí me pediram um mp3 cantando e uma foto, eu enviei e foi isso. Conforme a escolha do Tuomas, a nova cantora foi algo bem distante do estilo da Tarja, então eu realmente não me encaixaria.
Então refazer essa
banda é uma oportunidade de mostrar como teria sido se eu realmente tivesse
sido escolhida. Quanto à Noctis Notus, eu lancei um EP digitalmente com duas
músicas gravadas, e outras três em versão demo, para deixar registrado. Talvez,
quem sabe um dia, eu volte com essa banda, ou quem sabe um dia eu ainda faça
algo novo autoral cantando. Mas por enquanto vamos de cover.
Gostaria de agradecer pela
disponibilidade e antes de encerrar, gostaria que comentasse as suas cinco
principais influencias na bateria e as cinco principais como vocalista.
Minhas influências principais
na bateria atualmente são: Inferno, George Kollias, Max Kolesne, e os mestres
veteranos Pete Sandoval e Gene Hoglan.
Já nos vocais, minhas
influências principais são: Tarja Turunen, Floor Jansen, e de homens, Ian
Gillan, Warrel Dane e Bruce Dickinson.
Te agradeço imensamente o
convite para a entrevista, e também agradeço a todos que me apoiam tanto como
baterista quanto como vocalista, e espero cada vez atingir mais pessoas positivamente
com meu trabalho musical.
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