Por: Renato Sanson/Carlos Garcia
Nos dias 26, 27 e 28 de abril aconteceu a 2º edição do Summer Breeze Brasil no Memorial da América Latina em São Paulo. Nós do Road to Metal estivemos lá em caráter oficial e iremos trazer a vocês a cobertura destes três dias insanos de muito Heavy Metal!
Começando então pelo dia 26, onde
tivemos ao todo vinte bandas e dessas três headliners. Chegamos ao Memorial por
volta das 10h da manhã e os portões já estavam abertos e um clima muito
descontraído entre os headbangers, que se misturava com ansiedade para sabermos
como seria esta nova edição.
A entrada para pegar o
credenciamento foi através do portão 8 e foi muito tranquila e profissional,
onde ganhamos um crachá estilizado válido para os três dias atrelado ao
documento de RG de cada jornalista, justamente para evitar fraudes.
Como vocês notaram, são muitas
bandas e um único profissional cobrindo é relativamente impossível mensurar
todas, mas fizemos o nosso melhor e nos desdobramos entre os quatro palcos com auxílio extra-oficial do Caco Garcia.
Falando primeiramente da
estrutura, o Memorial se demonstra um lugar bem assertivo para a proposta, já
que temos quatro palcos com bandas tocando simultaneamente e trazendo a experiência
do Festival europeu de forma fidedigna.
Lojas por todos os lados, stand da Expo Horror, pontos para recarregar sua garrafinha de água, foods trucks variados,
espaço kids e SIGNING SESSIONS, onde você poderia ter a oportunidade de pegar autógrafos
e a aquela bela foto com seus ídolos. Realmente algo diferenciado e mantendo o
padrão da primeira edição.
Os banheiros melhoraram bastante,
principalmente os destinados aos PCD’s. A área destinada no palco Sun e Wave
para pessoas com deficiência eram muito boas, diferente da edição anterior. Uma
grande melhora. Já a área dos palcos principais Hot e Ice era extremamente
longe, melhoraram a questão de não colocar o local atrás do bar, mas ficou
muito longe do palco, pois, quem estava ali assistia os músicos como
miniaturas, algo para ser revisto para a próxima edição.
O calor era insuportável e lembro
que no ano passado até de casaco em certos momentos fiquei, mas nosso clima
anda desregulado e o sol rachava na cabeça dos bangers e músicos.
O dia se iniciou as 11h da manhã no palco ICE com os suecos do Nestor e seu Hard Rock com influências de AOR levantou a galera que já estava em bom número no local.
Presença de palco, roupas coloridas e brilhantes, solos melodiosos e refrões grudentos, levando os fãs de Hard à loucura com canções como "On The Run", "1989" e "Perfect Ten".
Uma
apresentação bem consistente que me impressionou. Certamente eles também se surpreenderam com a receptividade.
Por volta do meio dia era hora
dos americanos do Flotsam & Jetsam e seu Thrash Metal único. Confesso que
aí a emoção tomou conta, pois são anos esperando essa vinda deles ao Brasil e
eu estava ali, contemplando bem de perto em um show arrebatador e era visível a
empolgação da banda, já que os presentes conheciam cada música e demonstraram o quanto esperavam por esse show!
Esse é um outro diferencial do
Summer Breeze Brasil, oportunizando presenciarmos bandas que nunca pisaram em nosso solo, dando ao público momentos únicos.
No palco SUN STAGE tivemos o Cultura Três do baixista Paulo Xisto (Sepultura) entregando um show enérgico. Assim como na sequência o Dr. Sin e todo o seu requinte sonoro, com a plateia em mãos e com a pista praticamente lotada.
Uma outra grata surpresa foi o show dos ingleses do Tygers of Pan Tang, aquela sonoridade mais NWOBHM os veteranos entregaram tudo em cima do palco, tocando clássicos dos primeiros álbuns até os mais recentes. De fato, mandaram muito bem e ganharam mais um fã (no caso eu) os “tiozinhos” mostraram que tem muita lenha para queimar.
E para o redator Caco Garcia foi um sonho realizado, inclusive colocando o Tygers dentre os melhores shows do Summer. De bônus, ainda falamos com o fundador Robb Weir e o presenteamos com uma camiseta do Road.
É surreal pensar que em um único
festival assistimos bandas desse calibre tão importante para a história do som
pesado e que nunca estiveram aqui, por essas e outras que temos que valorizar o
Summer Breeze Brasil.
O palco Wave Stages (diferente da primeira edição, que estava disponível apenas para quem adquiria o ingresso Lounge) ficou destinado as bandas nacionais.
Destaco o show dos paulistas do
Alchemia e seu Horror Metal e a já clássica e destruidora Zumbis do Espaço, comandados por Tor Tauil (vocais) e Guilherme Martins (bateria, também Viper), e mesmo castigados pelo sol, entregou um show cheio de energia e botou a galera pra pogar com clássicos como "Mato por Prazer" e "Nos Braços da Vampira"
Mais um ponto positivo para o
Summer, ter essa iniciativa e dar esse espaço ao Heavy Metal nacional em um
grande evento, em um belo palco e uma ótima exposição.
Ao meio da tarde tivemos o rolo compressor do Thrash americano, o gigante Exodus no palco ICE e não é preciso dizer a brutalidade que foi, mesmo sentindo o Exodus com um pouquinho do pé no freio, mas isso se justifica, pois, Zetro Souza não estava bem de saúde, mesmo assim entregaram uma violência sonora que só o Exodus sabe fazer.
Mosh pit, circle pit e tudo que um show de Thrash
precisa. Inclusive, no wall death do Exodus tinha um cadeirante bem ao meio,
uma cena incrível e mostrando que sim, o Heavy Metal é para todos. Um dos
melhores shows do festival.
Partindo para o palco HOT tivemos
o “Tião” o emblemático Sebastian Bach com um show especial em volta do clássico
“Slave to the Grind” do Skid Row. E teve até espaço para homenagens, como alguns trechinhos de clássicos como "I Love It Loud", "Children of The Damned" e "Tom Sawyer". É verdade que a voz já não é mais a mesma,
mas a presença de palco e carisma são únicas levando os presentes a loucura e
finalizando o show com ele gritando no microfone o apelido que recebeu por aqui: “Tião, Tião, Tião”.
Hilário!
As 18h30min tivemos no palco ICE
Mr. Big e no SUN The 69 Eyes. Um certo conflito, mas é aí que entra a resiliência
do redator (risos) a questão é se dividir e tentar absorver o melhor dos dois
mundos.
O Mr. Big dispensa comentários e
entregou um show cheio de classe e repleto de clássicos, com o Memorial já
completamente lotado. Eric Martin é um showman e tem a plateia sob total
domínio. Técnicamente então, falar do Mr. Big é chover no molhado. Seus músicos
são extraterrestres. Destaque para o tradicional solo com a maqueta, com Billy e Gilbert levantando a galera.
Indo ao palco SUN foi possível pegar
um pouco da atmosfera obscura do The 69 Eyes e seu Gothic Rock com toques de Hard, denso e
cativante. Com uma grande base de fãs, o palco SUN também já não tinha mais
espaços.
Voltando aos palcos principais
era hora do mascarado Gene Simmons entrar em cena no palco ICE, ainda que eu
tenha torcido o nariz para esta apresentação é inegável que Gene entregou um
bom show. Repleto de clássicos do Kiss (mais que óbvio né?!) em uma abordagem
mais pesada que a banda original e mostrando a força dos fãs do Kiss e Gene.
Que estavam em peso no palco principal.
Ainda as 20h30min o Biohazard
encerrava a noite no palco SUN da forma mais brutal e violenta possível. Seu
Thrashcore com influencias de Rap é extremamente pesado e agressivo e também
empolgante. Mosh até mesmo dos músicos, sem contar a enorme circle pit que se
formou.
Encerrando a primeira noite de
Summer Breeze Brasil de forma arrebatadora.
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