Foi o grande encontro nacional do Death Metal! Todo mundo estava lá: bandas, público de vários lugares do Brasil se encontraram no Vip Station numa tarde de domingo para celebrar esse dia histórico do Kool Metal Fest, no qual o Possessed foi a atração da noite e abarrotou o lugar.
Do lado de fora, para desespero dos evangélicos, uma multidão
já estava calibrando na cerveja para poder curtir e encontrar uma cena poucas
vezes vistas em Santo Amaro com a rua tomada de camiseta com cruzes invertidas,
dava para sentir que lá dentro seria uma noite memorável. Ao entrar, o momento
de conseguir andar e pegar uma gelada foram nas primeiras bandas. Ver amigos e
cumprimentá-los era tudo no começo do evento e depois era desencontrar para não
se ver mais. Estava insano o lugar!
O Facada (Fortaleza-CE), desceu o mapa até São Paulo e fez
uma boa apresentação trazendo as influências do grind desde 2003. O vocal de
James e bateria tocada por Vicente estavam soando muito bem, porém o som das
cordas que chegava na pista estava muito embolado, faltou dar uma calibrada
para ouvir uma melhor definição dos riffs do guitarrista Danyel. Deram início
aos circle pits, rodas e foi uma apresentação curta, mas muito honesta e
agressiva representando nosso underground do Nordeste.
Na sequência, Cemitério entrou com casa quase cheia
comemorando 10 anos do primeiro disco. Hugo Golon assume o baixo e vocal com
uma postura bem coesa, direta e sem perder tempo no repertório, tem um
entrosamento sem igual e está bem consolidada na cena, entretanto, com Hugo
assumindo duas funções, deixa o show ausente de mais vibração como Cemitério
fazia antes quando era quarteto. Aquela referência do vocalista frente de palco
se perdeu e precisava voltar porque era o diferencial da banda, já que as
letras estão na boca do público e tudo isso deixa o show mais movimentado. A
bateria e vocais estavam excelentes, mas assim como o Facada, o som das cordas
só começou a melhorar nas últimas músicas - já se percebia que o problema vinha
da regulagem da mesa. Cemitério tem muito crédito no underground e
possivelmente terá novo álbum chegando até o fim do ano. Destaque para versão
muito boa em português de “Infernal Death” (“Morte Infernal), do Death.
A terceira da noite foi o Velho representando o Rio de
Janeiro balançou as extremidades. Visual marcante, bateria trigada, duas
guitarras, tudo soando muito bem. O público dominava todas as letras e os
cariocas fizeram um Black Metal nos moldes mais tradicionais, cru e direto, sem
saturar ou perder a consistência do show. Foi uma apresentação curta, mas até o
momento, na entrega do show e perfeita audição de todos os instrumentos se
destacaram muito bem.
A partir daqui, não se encontrava mais ninguém que havia
cumprimentado onde entra o Vulcano, que fez o show com a casa carregada, som
bem alto, mas a banda executando muito bem (tirando um “over com microfonia”
que não conseguiram tirar da mesa que ficou quase apresentação inteira). No
entanto, entregaram uma apresentação irrefutável e clássicos que para citar
aqui é chover no molhado, Total Destruição e Guerreiros de Satã fecharam a noite.
O vocalista Angel estava lá, participou só no começo e Luiz Carlos Louzada
segue grandemente com Vulcano, se consagrando mais uma vez com nosso clássico
do underground dos primórdios da cena santista e paulista!
Necrodemon, do Chile, havia cancelado o show, enfim chega a
vez do Venom Inc. deixar seu registro na noite. Infelizmente o Mantas não
estava lá por conta de um infarto sofrido este ano, foi substituído por Curran
Murphy (ex-Annihilator e Nevermore) e mandou muito bem. O vocal/baixista Tony
“Demolition Man” Dolan colocou a casa inteira abaixo com aquele público
aclamado no Vip Sation, subiu o pedestal a lá Cronos e mandou ver nas 15
músicas do repertório sem deixar faltar os clássicos. Mesmo não sendo o
vocalista original, fez o melhor show da noite, tudo equilibrado, som e
iluminação encaixando perfeitamente.
Por fim, o criador do estilo Death Metal esmagou o pouco espaço
que havia até então. O Possessed e seu lendário vocalista Jeff Becerra na
cadeira de rodas (paraplégico após um assalto em 1989) vibrava junto ao público
a cada som tocado de forma impecável pela banda toda, uma excelência na
execução de todas as músicas e não deixou os hinos da criação do estilo para trás,
com direito a sinalizadores no circle pit em The Exorcist e os clássicos de
Seven Churches, que completa-rá 40 anos em 2025. Tocaram também seis músicas do
disco de 2019, “Revelations of Oblivion”, que trouxe a banda novamente para
cena, um regaço descomunal despejado no palco extremamente fiel a gravação do
disco. Muitos ao saírem do show, reclamaram do som muito baixo, que parecia vir
somente do palco e não tinha retorno para o público. Nas redes sociais um dia
após o show, Jeff publicou um vídeo agradecendo aos fãs, mas tossia muito e
aparentava não estar muito bem de saúde, o que comprometeu a voz durante
algumas músicas. O Possessed estava em turnê na América do Sul e provavelmente
encararam uma mudança de tempo que afetou a voz ao chegar no Brasil, mesmo
assim, conseguiram cumprir o papel e o show foi espetacular.
Pontos Negativos? Temos! Alguns já foram citados, mas vale
lembrar que a logística dos banheiros não favorece nenhum evento desse porte.
Outro ponto negativo foram as músicas nos intervalos das bandas... no flyer
mostrava que haveria uma discotecagem de Metal, porém, acho que convidaram o DJ
Alok, porque colocaram música eletrônica até o Venom Inc.. Só foram rolar um
Pestilence antes do Possessed.
No final, deu tudo certo! Bandas de abertura trouxeram
outras bandas da região e de outros Estados, arrastaram público que viajou para
assisti-los, promoveu encontro de amigos, fotos, merchandising e material em
massa para atender o dia histórico de 2024 para o Death Metal brasileiro e
internacional.
Texto: Roberto “Bertz”
(Fanzine Pandemia)
Fotos: Leandro Cherutti (Metal no Papel)
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Agencia Sob Controle
Mídia Press: Tedesco
Comunicação & Mídia
Facada
Tu Vai Cair
Socorro
O Joio
Playing With Souls
Descendo Sangue
9mm de Redenção
Tudo me Faltará
Feliz Ano Novo
Nadir
Emptier
Apocalipse Agora
Cidade Morta
Falta Excesso
Podem Vir
Truculence
Instagrinder
Sarcófago
O Cobrador
Amanhã Vai Ser Pior
Chovendo Baratas
Guarda Esse Mantra pra Ti
Cemitério
A Volta dos Mortos Vivos
A Vingança de Cropsy
Quadrilha de Sádicos
Massacre no Texas
Tara Diabólica
Oãxiac Odèz
O Dia de Satã
A Sentinela dos Malditos
Sexta-Feira 13
Holocausto Canibal
Natal Sangrento
Morte Infernal (Death cover)
Velho
Mais um Ano Esfria
Senhor de Tudo
Cadáveres e Arte
Coma Induzido
A Mesma Velha História
Perto dos Portais da Loucura
Satã, Apareça!
O Único Caminho
Vulcano
Holocaust
Dominios of Death
Spirits of Evil
Witches'Sabbath
Ready to Explode
Death Metal
Incubus
Total Destruição
Guerreiros de Satã
Legiões Satânicas
Venom Inc.
Witching Hour
Bloodlust
Come to Me
War
Welcome to Hell
Inferno
Live Like an Angel (Die Like a Devil)
Blackened Are the Priests
Carnivorous
In Nomine Satanas
There's Only Black
Black Metal
In League With Satan
Countess Bathory
Sons of Satan
Possessed
No More Room in Hell
Damned
Pentagram
Seance
The Word
Storm in My Mind
Dominion
The Eyes of Horror
Tribulation
Graven
The Exorcist
Demon
Fallen Angel
Death Metal
Burning in Hell
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