
- Olá Danilo. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Genesis”, pois o material ficou de primeira...
Eu que agradeço o espaço e o carinho! É muito gratificante receber esse retorno sobre o "Genesis". Para nós, que somos uma banda independente e relativamente nova na cena, o apoio da mídia especializada como a Road to Metal faz toda a diferença. Estamos muito felizes com a recepção do álbum!
- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?
A composição de “Genesis” nasceu de um processo bem orgânico e solitário no início: eu sentava com a guitarra, ligava o pedal de loop station e ia criando riffs, linhas melódicas e estruturas inteiras só com a guitarra. Foram anos acumulando essas ideias – 25 no total. Quando decidi transformar isso em álbum, o desafio foi dar vida a esses esqueletos. Mandei as bases pro Claudio (bateria), que criou as linhas de bateria em cima. Depois eu gravava as guitarras no estúdio, o Thadeu entrava com o baixo (muitas vezes improvisando ali na hora, seguindo a guitarra ou a bateria) e, por fim, o Paulo colocava os vocais. As letras vieram depois, inspiradas em reflexões pessoais, livros, filmes e até temas bíblicos – como os quatro cavaleiros do apocalipse. O resultado é um Heavy Metal com raízes nos anos 90, NWOBHM, pitadas de Thrash e Power, mas com uma identidade própria, sem fórmulas prontas. Eu escutei o material diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também? É interessante você notar isso. Acredito que, por não nos prendermos a um único subgênero e por termos influências que transitam entre o Heavy Metal Tradicional, o Thrash e elementos mais melódicos, pode exigir um pouco mais de atenção do ouvinte. O álbum tem várias camadas e mudanças de clima. No entanto, o feedback que temos recebido dos fãs é extremamente positivo. Eles destacam a força dos riffs e a energia das composições. Acredito que, no fim, o que prevalece é a honestidade e a paixão que colocamos nas músicas. Mesmo que demore um pouco para absorver todos os detalhes, a mensagem principal — de perseverança, luta e energia — tem chegado até o público.
- Existem planos para o lançamento de “Genesis” na Europa, no formato físico?
Estamos abertos e trabalhando para isso. No momento a versão física que temos é brasileira e o catálogo digital está nas plataformas; porém não descartamos prensagens e distribuição no exterior. É algo que queremos muito — ter o disco fisicamente na Europa dá outro alcance para shows e para o público que valoriza mídia física — mas exige logística e um certo inevstimento para sair com qualidade. Seguimos nessa busca.
- Adorei o fato de trabalharem com o inglês, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado brasileiro?
Entendo a preocupação, mas na verdade tem sido o contrário. O inglês nos abriu portas – inclusive no Brasil. Muitos fãs brasileiros de metal cresceram ouvindo Maiden, Metallica, Helloween... então o idioma não é barreira, é familiaridade. Além disso, o público underground aqui é muito conectado com a cena internacional. Recebemos mensagens de brasileiros dizendo que descobriram a banda por playlists gringas ou recomendações em fóruns estrangeiros. Claro, tem quem prefira letras em português, mas o alcance que o inglês proporciona compensa – e muito. A Persevera sempre pensou global, desde o primeiro riff.
- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?
Ainda não começamos a turnê de “Genesis” – esse é o ponto! Nosso foco total até agora foi estúdio: gravar os dois álbuns com qualidade. Mas já começamos os ensaios com a formação completa (agora com Luiz e Leandro nas guitarras) e o setlist está tomando forma. A aceitação digital é ótima – faixas com milhares de plays, comentários animados, gente pedindo show. Quando subirmos ao palco, acredito que a energia vai explodir. Já temos convites para festivais no interior de SP e estamos estruturando para rodar o Brasil em 2026, com o segundo álbum na bagagem. O ao vivo vai ser o próximo passo – e estamos ansiosos pra caramba!
- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?
A arte é do Antonio Cometti, um amigo de longa data e designer talentosíssimo. A ideia foi fugir do clichê – nada de dragões, caveiras ou espadas flamejantes. Queríamos algo simbólico, ancestral, quase místico, mas com um toque moderno. “Genesis” fala de origem – da banda, do som, mas também de criação, início, força emergindo do caos. A figura central remete a isso: algo primordial ganhando forma, com texturas, luz e sombra que convidam à interpretação. Cada fã vê uma coisa: renascimento, luta, despertar espiritual... é intencional. A capa é o portal pro universo do álbum.
- “Genesis” foi todo produzido pela banda, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?
Confere sim. Todo o processo, desde a gravação até a mixagem e masterização, foi realizado no estúdio do nosso baterista, o Claudio Lima. Seguir por este caminho foi extremamente satisfatório. Nos deu liberdade criativa total, sem pressões externas, e a flexibilidade de trabalhar no nosso próprio ritmo. Como lançamos cada faixa separadamente como single, pudemos ir ajustando e aprimorando a produção a cada etapa, o que foi fundamental para chegarmos a uma unidade sonora final que nos deixou muito satisfeitos. A sonoridade é coesa, limpa e presente.
- Imagino que já estejam trabalhando em novas composições. Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?
Sim, o trabalho não para! Já estamos com o segundo álbum em fase bem avançada de gravação. As bases das 12 músicas já estava pronta (parte das 25 originais que eu tinha), mas o processo de arranjo e gravação agora está mais colaborativo. Com a entrada dos guitarristas Luiz e Leandro, o som ganhou novas dimensões, com mais ideias, solos mais elaborados e arranjos mais ricos. A sonoridade segue a mesma linha de Heavy Metal, mas está mais madura, com mais peso e variações de dinâmica. Estamos dando um enfoque especial nas melodias para que as músicas sejam ainda mais marcantes. Inclusive, desse novo álbum já lançamos dois singles com seus respectivos vídeos: Broken World e To the Unknown!
- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao PERSEVERA...
Muito obrigado de coração, Road To Metal! Esse tipo de apoio faz toda a diferença pra uma banda independente. A Persevera é sobre acreditar, resistir e seguir em frente – e cada play, cada mensagem, cada entrevista como essa mostra que estamos no caminho certo. Em breve tem mais singles, vídeos, e shows! Fiquem ligados nas redes, ouçam “Genesis”, e nos vemos na estrada. Um abraço pesado e vida longa ao metal underground!
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