quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Entrevista - Bloody Dragon: Os Dragões do Hard Rock Nacional Despontando para o Topo

- Olá Nando. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Nightmare”, pois o material ficou de primeira...

Muito obrigado pelos elogios. O trabalho foi árduo, mas também ficamos muito satisfeitos com o resultado do material.

- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?

A maioria das músicas foi composta durante a primeira formação da banda, no início dos anos 2000, junto com outro vocalista. Tudo sempre vem com muita naturalidade, as ideias saem da minha cabeça espontaneamente, e minha principal regra é: criar temas chicletes. Então, se eu estiver compondo e criar uma melodia que não fique na cabeça ao cantar, eu descarto. Preciso que as frases sejam viciantes. Acho que o hard rock se trata disso, sobre ter melodias marcantes e dançantes, aquela típica música que tocaria tranquilamente nas rádios e alcançaria um público diverso.

- Eu escutei o material diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?

Nossas letras são, em geral, contemplativas e reflexivas, abordamos temas da vida humana. Live Honestly, por exemplo, fala sobre honestidade e viver sem máscaras. É um tema importante atualmente, pois, com as redes sociais, nem sempre vemos as pessoas, mas sim um personagem montado em busca de engajamento. We Are Free fala sobre a liberdade de viver, de não ter medo de aventuras, sobre não estar preso dentro de si e do quanto precisamos estar em conjunto, os gang voices do refrão são a materialização disso. Quanto aos nossos arranjos, tentamos criar um equilíbrio entre riffs e frases complexas, com dissonâncias e cromatismos e progressões mais limpas e diretas, gostamos de brincar com a percepção do ouvinte. Nenhum fã chegou a citar alguma dificuldade de assimilação, acredito que a maioria das pessoas não tenta ter esse olhar mais clínico. Contudo, se precisou ouvir várias vezes, talvez seja um bom sinal, será que te trouxemos impressões novas?

- Existem planos para o lançamento de “Nightmare” no Brasil, no formato físico? Tivemos contato até agora, apenas o formato digital... 

Por ser um EP, provavelmente ficará apenas no digital, essas 4 músicas serão encaixadas no nosso álbum de estreia, com previsão para sair próximo ano. Aí sim teremos um conteúdo mais completo e melhor trabalhado para lançamento físico. Sabemos o quanto isso apela à nostalgia e, com o modelo de distribuição atual, esse tipo de mídia se tornou também ou souvenir.

- Adorei o fato de trabalharem com o inglês, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado brasileiro?

Existem ótimas bandas de rock e metal no geral que cantam em português. Admiro quem faz, pois não é fácil, nossa língua traz algumas armadilhas métricas dentro desse gênero musical. Decidimos pelo inglês pelo fato do público específico já estar plenamente habituado com a língua, seja na América Latina, Ásia ou Europa, por exemplo, acho que isso acaba abrindo mais portas do que fechando. Escrever em português talvez dificultasse nossa possível entrada nesses mercados, bem como não garantiria que furássemos a bolha de outros públicos mais genéricos aqui no Brasil.

- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?

Estão sendo maravilhosos! Escutamos ótimos feedbacks, a cada show que fazemos conquistamos mais fãs e novos seguidores em nossas redes. Tem sido muito bom ver que nosso trabalho tem impactado de alguma forma a vida das pessoas, já temos uma turma que sempre comparece aos eventos.

- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?

Eu mesmo (Risos), trabalho com fotografia e edição de imagens há muitos anos, sou design gráfico por formação. A capa do EP se conecta totalmente com o título, é sobre alguem que entra em um pesadelo e vê coisas assustadoras, a experiência é tão intensa que a faz duvidar se está de volta a realidade ou se ainda é tudo um sonho.

- “Nightmare” foi todo produzido pela banda, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?

Isso mesmo. Foi muito bom, pois tivemos toda liberdade em relação a tempo para gravarmos as faixas, todos os envolvidos têm seu próprio home studio. As faixas foram encaminhadas ao grande Samir Pegado (Baterista da banda Swards), nosso produtor, que ficou com a parte da mixagem. Cássio Zambotto fez a masterização. Dois profissionais muito competentes e que deixaram nosso som em um nível altíssimo.

- Imagino que já estejam trabalhando em novas composições. Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?

Sim, temos músicas compostas para completar o álbum de estreia, estamos primeiro lapidando-as, deixando-as mais sofisticadas. Elas terão uma pegada mais pesada, mas sem deixar as melodias marcantes de lado, podem esperar muita pedrada vindo por aí.

- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao BLOODY DRAGON...  

Ficamos gratos pela recepção. Vamos em frente...


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